One More Night

By PizzaDuarda

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Na frente das câmeras, uma amizade. Por trás delas, um amor interrompido por um contrato profissional. Caitr... More

Capítulo 1: Fúria encoberta
Capítulo 2: Eu pensei que você voltaria
Capítulo 3: Uma noite
Capítulo 4: Retorno a realidade
Capítulo 5: Prova real
Capítulo 6: Inconformado
Capítulo 7: Encarando as consequências
Capítulo 8: Escolhas
Capítulo 9: Revelações
Capítulo 10: Depois de tudo
Capítulo 11: Não faça mais isso!
Capítulo 12: Limites
Capítulo 13: Uma noite - parte II
Capítulo 14: Dia da mudança
Capítulo 15: 1° semana
Capítulo 16: Baby bump
Capítulo 17: IFH
Capítulo 18: Happy birthday Sammy!
Capítulo 19: Momentos
Capítulo 20: Loving and fighting
Capítulo 21: Pesadelos
Capítulo 22: Provocações
Capítulo 23: Efeito colateral
Capítulo 24: Cinema, jantar e...
Capítulo 25: Edimburgo - Parte I
Capítulo 26: Edimburgo - Parte II
Capítulo 27: Edimburgo - Parte III
Capítulo 29: Reconciliação
Capítulo 30: Conexão
Capítulo 31: You broke me first
Capítulo 32: Irlanda - Parte I
Capítulo 33: Irlanda - Parte II
Capítulo 34: Irlanda - Parte III
Capítulo 35: Irlanda - Parte IV
Capítulo 36: E a verdade é contada...
Capítulo 37: It's a...
Capítulo 38: It's a... - Parte II
Capítulo 39: To build a home
Capítulo 40: inseguranças e hormônios
Capítulo 41: Tour de divulgação
Capítulo 42: Tour de divulgação - Parte II
Capítulo 43: volta pra casa
Capítulo 44: Papai tem conversa séria com bebê
Capítulo 45: That's a wrap
Capítulo 46: odeio mudanças
Capítulo 47: a volta dos que não foram
Capítulo 48: concessões
Capítulo 49: tudo desmorona
Capítulo 50: 30 semanas
Capítulo 51: Curso de pais
Capítulo 52: O outro
Capítulo 53: welcome, baby girl!
Capítulo 54: o que a madrugada guarda...
Capítulo 55: Happy Birthday, Cait
Capítulo 56: desentendimento
Capítulo 57: jogo de sedução
Capítulo 58: Surpresa
Capítulo 59: Surpresa - Parte II
Capítulo 60: Hormônios
Capítulo 61: O começo
Capítulo 62: O parto
Capítulo 63: Depois do parto
Capítulo 64: pequenos momentos
Capítulo 65: Natal
Capítulo 66: Pai e filha
Capítulo 67: Primeiro encontro
Capítulo 68: afogar o bico do ganso
Capítulo 69: os finalmentes
Capítulo final: Happy Ending - Parte I
Capítulo final: Happy Ending - Parte II
Capítulo final: Happy Ending - Parte III

Capítulo 28: Edimburgo - Parte IV

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By PizzaDuarda

Bom gente, a bolha foi bom enquanto durou... infelizmente chegamos ao último especial Edimburgo!!! 😔

P.s: me encontrem no final das notas para justificativas pelo atraso.

Boa leitura

xoxo, querida autora💘


●○◎○◎●

— Hmmmm... — murmurou Sam ao meu ouvido. — Será que estou vendo uma pestinha? — Sorri.

Sabíamos que Vi entraria no quarto a qualquer momento agora e quando ela passou pela porta fingíamos que ainda estávamos dormindo, mesmo tendo acordado há algum tempo e nos divertido um pouco.

— Acho que eu também vi uma pestinha por aí... — murmurei fingindo procurá-la pelo quarto. Enquanto Sam, aproveitava a oportunidade para se levantar da forma mais silenciosa quanto um homem do tamanho dele conseguia. — Hmmmm... — murmurei novamente — Será que ela se escondeu embaixo da cama? — uma risadinha abafada e então um gritinho surpresa.

— Não vale! — exclamou Vi no colo do tio — Titio! — resmungou.

— Parece que eu achei a pestinha, Cait. — Ela se contorcia no colo dele para que ele a colocasse no chão.

— E onde ela estava escondida? — Ele riu.

— Atrás da cadeira.

Titio! — Sam se jogou na cama com ela no colo e a colocou entre nós dois.

— O que devemos dar a ela como punição?

Nada!

— Hmmmm — Fingi pensar na pergunta dele — Ataque de cosquinhas!

Nós dois começamos a fazer cosquinhas nela e Vi gargalhava alto.

Não titio! — Dizia quando tomava fôlego o suficiente — Não titia! — paramos para que ela tomasse fôlego e então recomeçamos — Para! Para! — Dizia rindo, as lágrimas brotando no cantinho dos olhos de tanto sorrir.

— O que ganhamos em troca? — Sam murmurou. Tínhamos parado para que ela respirasse.

Nada? — negociou com um sorrisinho sapeca.

— Hmmmm, não. — Ela murchou — Acho que mil beijos está bom!

— Mil? — murmurou indignada — Mas mil é muito!

Quem disse isso? — Sam indagou.

Papai. Eu queria mil brinquedos e ele disse "é muito, Vi" — murmurou repentinamente zangada com a lembrança.

— Mas mil beijos não é muito — ponderou Sam — Sua tia já me deu mais beijos que isso.

Sam! — exclamei transtornada, como ele podia dizer isso para uma criança? Mas Vi apenas riu tampando a boquinha para não fazer barulho — Estou vendo você rir, Vi.

— Desculpa titia! — murmurou ainda rindo, revirei os olhos. Heughan's...

Mil beijos, Vi? — O tio perguntou novamente, a menina negou ainda rindo e ele pulou para voltar a fazer cosquinhas nela.

Titia! Titia! Me ajude! — Dizia entre risadas.

— Eu não ganho beijos...

— Eu dou! Titia! — empurrei Sam e puxei ela para o meu colo, fingindo protegê-la dele e a pestinha teve a audácia de debochar do tio dando língua para ele.

— E os meus beijos? — Ela segurou meu rosto com suas mãozinhas e começou a distribuir beijos babados em todo meu rosto.

— E os meus? — Sam retorquiu indignado. Vi parou os seus beijos olhou para ele e voltou a me beijar — Parece que terei que arrumar uma nova sobrinha para ganhar beijos! — Vi parou os beijos e arregalou os olhos, indignada.

— Não vai não! — pulou para o colo do tio e começou a distribuir beijos na bochecha, testa, olhos. Sam ria.

— Tudo bem, sua pestinha. — Ele disse afrouxando o aperto dela em seu pescoço. — Agora o que a senhorita veio fazer aqui?

— Vovó! — ela disse simplesmente.

— A vovó o que, Vi?

— Mandou. — Retorquiu se soltando do tio e vindo para meu colo, deitando sua cabecinha em meu peito.

— O que a vovó mandou, querida? — acariciei seus cabelos.

— Al... — Ela pausou, provavelmente tentando lembrar a palavra — Almoçar! — sorriu vitoriosa.

— E quanto tempo ela nos deu? — Vi deu de ombros.

— Vovô está aí. — Ela disse como se não fosse nada. Olhei para Sam, mas ele parecia sereno.

Não era possível que fosse o pai dele porque ele tinha morrido há alguns anos, mas também duvidava que Chrissie tivesse contado sobre seu pretendente/possível namorado ou dito a neta para chamá-lo de avô.

— Já vamos descer. — Vi se soltou de mim e saiu correndo porta a fora.

Não perguntei nada a Sam, enquanto nos arrumávamos para encarar sua família mais uma vez. E dessa vez, sabíamos que não tínhamos mais tempo para enrolar... iríamos contar da gravidez naquele almoço, fosse como fosse.

— Quem é o vovô? — questionei enquanto escovava os meus cabelos.

— Ahm? — Sam se virou para mim confuso.

— Vi disse que o vovô estava aí. Não poderia ser o seu pai, mesmo que... — me calei. — Então quem é?

— É um velho amigo da família.

A voz de Vicki me contando isso na inauguração da galeria de Chrissie me atingiu com tudo. Ele não era amigo da família, ele convivia intimamente com eles por anos.

Olhei para Sam que estava distraído escolhendo uma jaqueta.

Será que ele sabia? Não, pouco provável.

Será que desconfiava? Talvez...

— E ela a chama de vovô? — ele deu de ombros.

— Ele foi um avô para ela desde que nasceu, suponho que o sangue não seja importante.

— Não é. — confirmei. Mas será que ele continuaria a achar isso depois que soubesse que ele era namorado da mãe? — Está pronto? — mudei de assunto.

Sam assentiu e saímos do quarto em direção a sala de jantar.

Eu me considerava uma pessoa muito perspicaz. Principalmente quando se tratava de algo que pudesse me afetar ou afetar alguém que me ama e sabia que Chrissie não tinha o convidado só por zelo e honras. Ele parecia calmo, impassível, mas eu não o conhecia tão bem para dizer se aquela calma era fruto do nervosismo ou apenas uma quietude controlada. Chrissie... bem, ela parecia nervosa. Tentava a todo custo não olhar para o homem na outra ponta da mesa e tentava ainda mais engajar uma conversa com os filhos que estavam sentados um de cada lado dela. Eles não pareciam notar nada de incomum naquele almoço.

Olhei para Vicki e ela já olhava para mim com aquele sinal discreto de que algo estava para acontecer. A tensão aumentou. Se Vicki também tinha percebido, logo Sam ou Cirdan também iriam.

Chrissie se levantou com sua taça de vinho em mãos, a minha própria estava encostada ao lado do prato. Todos já olhávamos para ela, mas ela pigarreou do mesmo jeito, talvez para se acalmar.

— Eu queria agradecer por ontem à noite. Vocês sabem, mais do que ninguém, o quanto sonhei com aquele momento e... — Sua voz hesitou — Bem, não acho que palavras sejam o suficiente para expressar tudo o que senti com aquele lindo discurso. — Olhou amorosamente para os filhos, depois para Vi, para Vicki e eu e por último para o senhor Grant.

Sam odeia os Grant's.

— Eu tenho um novo anúncio a fazer. — Mordi os lábios apreensiva.

Minha sogra, mais do que ninguém, merecia a felicidade. Ela havia sido abandonada pelo marido quando os filhos tinham apenas sete e nove anos, sem trabalho, sendo mãe solteira... ela teve que lutar tanto para dar tudo a eles. Abdicou de tanto...

— Eu estou namorando. — O silêncio que se recaiu poderia rachar nossos crânios melhor do que se houvesse um volume altíssimo.

— Namorando? — Cirdan repetiu, atônito.

— Com quem? — a pergunta controlada de Sam e a forma como ele encarava a mãe... ele já sabia a resposta. Ele havia ligado os pontos assim que a palavra namorado saiu da boca dela.

— Namorando? — Cirdan repetiu. Como se não tivesse ouvido mais nada além disso. — Mães não namoram! — exclamou se levantando. Revirei os olhos.

— Claro que namoram, papai! — Vi repreendeu. — Mamãe é mamãe e é namorada do papai! — tive que segurar minha vontade de rir com a veemência que a menininha tinha dito aquilo.

— Claro que é, querida. — Ele suavizou olhando para a filha.

Quem, mãe? — Sam repetiu. Ele continuava na mesma posição, encarando a mãe.

— George.

O pescoço de Cirdan virou tão rápido para a outra ponta da mesa, que fiquei surpresa que não o tivesse quebrado. Sam nem piscou. Continuou encarando a mãe em silêncio.

— Você? Namorando a minha mãe?

— A quanto tempo? — o ar pareceu fugir de Chrissie quando Sam fez essa pergunta. Até mesmo Cirdan desviou o olhar assassino de George Grant e os fixou na mãe.

Chrissie parecia a beira de um infarto. Ela não iria conseguir responder, eu precisava fazer algo. Precisava fazer alguma coisa.

— Estou grávida. — As palavras escapuliram antes que eu pudesse encontrar um plano melhor para desviar a atenção de Chrissie.

Funcionou.

Todos estavam olhando para mim, inclusive Sam, que dirigia a mim um olhar raivoso. Sorri dócil para ele.

— Eu vou ser avó? — Chrissie foi a primeira a falar.

Droga! Droga! Droga!

Havia um plano para contar, porque as coisas não eram simples e eu tinha posto tudo por água abaixo...

— Sim. — Sam disse de maneira cortante.

— Oh, meus parabéns! — Vicki se levantou e contornou a mesa para me dar um abraço. — Eu sabia que tinha algo de diferente em você! — me levantei e recebi seu abraço.

Titia! Titia! Titia! — Vi chamava puxando a manga da minha blusa.

— Sim querida?

— Eu vou ter uma prima?

— Ainda não sabemos se é menina, meu amor — ela fez careta — Mas você terá outra criança para brincar com você.

— E quando ela chega? — indagou cruzando os braços.

— Em... — olhei para Sam.

— 6 meses.

— Isso é muito? — olhou para a mãe ansiosa.

— Menos do que um ano. — Ela respondeu solicita.

— Mas isso é muito? — repetiu.

— Não muito. — A menina pulou de alegria.

Titia! Titia! Ela vai vir passar as férias com a Vi, com a vovó e com o vovô?

Palavra errada. Palavra errada. Palavra errada.

O olhar de Sam e Cirdan voltaram para a mãe de imediato, mas dessa vez, ela já estava mais calma e preparada.

— Acho melhor tirarmos a Vi daqui.

Vicki ainda estava ao meu lado quando a nova sensação de interrogatório começou.

— Eu vou. — Abri a boca para protestar. — Você também tem muito o que contar e você pode me passar os detalhes melhor do que eu jamais faria. — Assenti — Depois eu vou querer saber tudo sobre a gravidez. — Assenti novamente e Vicki se foi levando Vi consigo.

Os dois ainda interrogavam a mãe, mas George estava temporariamente esquecido em um dos cantos da sala. Me aproximei dele. Ele desviou o olhar rapidamente para mim e depois voltou a olhar para Chrissie e os filhos.

— Posso conhecê-los a menos tempo que você, mas acho que deve permanecer aqui enquanto eles se resolvem. — Ele assentiu resoluto.

— Você tem razão.

— A quanto tempo os conhece?

— Desde que nasceram — pisquei surpresa. Sabia que ele os conhecia a bastante tempo, mas não pensava que era tanto assim. Ele olhou para mim por conta do meu silêncio estendido. — Eu sou o padrinho deles. Não sabia? — Neguei, mas atônita do que antes.

— Então você dois... se amam em segredo desde essa época? — ele negou.

— Não, não. Não há tanto tempo. — Ele suspirou se encostando na parede. — Quando o Heughan se foi, os dois ainda eram tão novos... aquele homem desprezível! — fez um silêncio raivoso — Eu tinha filhos de idades próximas e eles todos se adoravam, de forma que eu sempre tentava incluir Cirdan e Sam nas atividades que fazia com eles. Tentar amenizar a dor de perder um pai, os dando uma figura paternal, sabe? — assenti — Eu ainda era casado e Chrissie estava triste demais, quebrada demais para sequer cogitar ter um homem ao seu lado de novo. — Ele suspirou — Eu nem cogitei olhá-la de outra forma até que minha esposa morreu.

— Sinto muito.

— Está tudo bem... já faz um tempo.

— Como você não disse nada?! — a voz exasperada de Sam soou ao fundo.

— Chrissie foi muito solicita. Eu estava devastado com a morte de minha esposa e ela esteve lá para mim. Me apoiando, cuidando e consolando. Foi quando eu a vi. — Seus olhos brilharam — Não como amiga de longa data, mas como mulher.

Eu não devo satisfações a nenhum dos dois! — exclamou Chrissie — Eu por acaso me meto em cada aspecto da vida de vocês? Não! E eu sou a mãe!

— Isso foi há quanto tempo?

— Dez anos.

— E vocês estão juntos desde essa época? — ele negou.

— Chrissie ainda estava muito magoada para aceitar ter um relacionamento e eu ainda estava de coração partido pela perda da minha esposa. — Assenti — Nós nos amávamos, eu sabia que sim, mas não éramos bons um para o outro naquele momento. — Olhei para Sam. Não era exatamente isso que tinha acontecido conosco?

Então é recente?

— Não. Mas contar para eles — ele ergueu o queixo apontando os meninos — Era tornar tudo real. Mesmo que todos nossos amigos soubessem, mesmo que Vi soubesse... era diferente contar para os dois.

— E seus filhos sabem? — ele assentiu. — Deve ter sido difícil esconder isso por tanto tempo...

— O que eram alguns dias? Só precisávamos esconder quando eles viam para a cidade... não era algo que precisávamos lidar todo dia. Isso seria exaustivo. — Assenti, muito ciente de que aquele segredo era um peso de toneladas que eu carregava comigo desde o início de Outlander. — Não é?

Ele sabia também. Claro que sabia.

— É. — reprimi um soluço — Muito exaustivo...

Olhamos os Heughan mais uma vez, eles ainda discutiam calorosamente.

— Nunca quis se casar? — olhei para ele.

— Ah sim! Propus três vezes.

— E ela disse não em todas? — ele assentiu — Sinto muito.

— Eu não preciso de um pedaço de papel para confirmar o meu amor, eu só quero que ela seja feliz. E se ela está feliz dessa forma, se sente protegida de alguma maneira...

— Você é um bom homem, senhor Grant. — Ele sorriu.

— Ora, me chame de George. Afinal, somos da mesma família. — Sorri de volta.

— Vocês dois podem vir aqui, por favor? — Pediu Sam entredentes.

George e eu nos afastamos de nosso canto e fomos até onde os Heughan's estavam reunidos, inclusive Vicki.

— Onde está a Vi?

— Na casa da vizinha brincando com a amiguinha. Ela não está nada contente por ter sido despachada. — Ri. — E então? — Vicki retorquiu olhando para o marido, depois para a sogra, depois para o cunhado e de volta para o marido.

Sam veio para o meu lado. O dei um rápido olhar por sob os cílios e ele parecia muito mais calmo do que antes, estendi minha mão para pegar a sua. Ele olhou para a minha mão e a pegou de imediato, apertando-a afetivamente. Estou bem. O gesto dizia.

— Meus filhos cabeças duras finalmente pararam de ser idiotas. — Chrissie comentou com um sorriso ácido para os dois — E entenderam que quem é a mãe sou eu. — Até eu me encolhi diante da força de suas palavras — George e eu estamos juntos. E nós queríamos que vocês soubessem, mas vocês — olhou para os filhos com um olhar mortal — não pensem, nem por um segundo, que estou pedindo permissão ou aprovação.

— Isso significa que todos os Grant's viram para a ceia de Natal? — murmurou Cirdan com uma careta, Vicki o deu uma cotovelada.

— Só os que nós gostamos. — Respondeu George com bom humor, caminhando para se sentar ao lado de Chrissie. — Creio que os meus filhos estejam nessa categoria, certo?

— Bom... — Cirdan recomeçou, indo também se sentar — alguns deles certamente estão.

— Mas não todos? — Retorqui me sentando ao lado de Sam.

Touché. — Respondeu erguendo sua taça de vinho abandonada. — Agora entendo por que você não bebeu conosco ontem.

— Eu disfarcei bem, não acha? — ele riu.

— Irlandeses sem beber... eu deveria ter desconfiado. — comentou virando sua taça.

— Caitríona sem beber, eu deveria ter desconfiado! — Disse Vicki, roubando a taça do marido e bebendo um grande gole — E como isso aconteceu?

Senti o sangue se acumular em meu rosto na mesma hora, mas Sam apertou minha mão suavemente. Eu não precisava contar nada que eu não quisesse, ele tinha dito enquanto conversávamos sobre como abordar o assunto. Ninguém precisava saber além de nós dois.

— Sam e eu... — olhei para ele, ele assentiu. — Depois que fiquei noiva, Sam pediu um tempo para que ele pudesse aceitar e conviver comigo da mesma maneira. Ficamos um pouco mais de um mês sem qualquer contato um com o outro e isso nunca tinha acontecido antes, nem quando terminamos. — Sua outra mão apertou minha coxa, para transmitir segurança — Nós...

— Tínhamos muita tensão sexual acumulada. — Forneceu para mim e eu corei ainda mais — E acabamos deixando a saudades e a paixão nos dominar.

— Depois disso ficamos mais algum tempo afastados até o início das gravações que foi quando eu passei mal e descobri a possibilidade de estar grávida. — Suspirei, levando a mão a minha barriga. Eu tinha ficado tão apavorada — Eu tomava pílula, nunca pensei que poderia ficar grávida até que eu escolhesse isso... e então eu estava. E tudo tinha mudado. — Ergui o olhar, todos estavam atentos a história, mas ninguém parecia me julgar ou acusar. — Não fizemos o dna.

Silêncio.

— Esperamos até que ela completasse três meses para dar a notícia. — Ele olhou para mim e sorriu — Vamos ser pais.

— Vamos ser pais. — Sorri de volta.

— Então já passaram do tempo de risco? — Sam assentiu — E a gestação vai bem?

— Sim, até os enjoos passaram. Estou me sentindo muito bem.

— Estamos muito felizes com a notícia, querida! — Chrissie enxugou uma lágrima — Eu sempre quis mais um netinho, mas esses dois — apontou para Cirdan e Vicki — ficam de mesquinharia. — Ri, e eles também. Ela olhou solene para mim e para Sam — Obrigada. — Disse com a voz embargada, tive que me controlar para não chorar também.

Hormônios malditos!

Sam beijou minha testa e mudamos a conversa para tópicos mais leves.

— E a Chloe? — meu coração parou ao ouvir o nome dela ser mencionado pela boca de Cirdan.

Sam tinha a apresentado para a família?

Mas Cirdan nem olhava em nossa direção, olhava diretamente para George.

— A... ela está bem. Ainda triste o que é compreensível por toda a situação, mas aqueles dias com o Sam a fizeram bem.

— Como ela está Sam?

Me afastei dele com brusquidão. Ninguém notou é claro. O que caralhos estava acontecendo? Sam olhou para mim uma vez e voltou o olhar para o irmão.

Era a mesma Chloe? Tinha que ser. E eles falavam dela com doçura e carinho. Com amor. Ela era filha de George, eles a conheciam uma vida toda. Por quê? Por que agiam como se fosse perfeitamente normal me ver com o Sam se amavam tanto a namorada dele? E por que diabos eu deixei que tudo fosse varrido para debaixo do tapete?

Porque eu precisava dele.

Não podia... não queria viver sem ele.

— Ela estava bem na última que nos falamos.

— E quando foi isso? — Sam olhou para mim, analisando minhas expressões antes de responder. Mantive meu olhar firme no seu, aguardando a minha resposta.

— Hoje mais cedo. — Meu coração parou.

Enquanto ele estava na cama comigo, ligava para ela.

— Você é um filho da puta! — sibilei, me levantando com tanta raiva que a cadeira que eu estava sentada há poucos segundos caiu.

— O que está acontecendo? — Chrissie perguntou.

Você ligou para ela enquanto estava comigo? — Sam tentou se aproximar, mas eu me afastei.

— Não é isso o que você está pensando.

— E como você sabe a porra do meu pensamento, Heughan?

Não queria fazer uma cena ali. Eu não era assim, mas a raiva e o ciúme e o ódio estavam me consumindo.

— Cait... — ele coçou o cabelo, um gesto nervoso — Posso explicar?

— Eu não sou a substituta da sua namorada, Sam! — Cirdan riu.

Riu.

Desviei o olhar de Sam para ele e ele segurava a borda da mesa com força enquanto se desatava em risadas.

— Qual é a porra da graça?

Ele parou de rir com o tom da minha voz e depois de duas tentativas, finalmente conseguiu falar.

— Sam não tem namorada. — Desviei o olhar de volta para ele.

Não tem? — eu podia ver a culpa em seus olhos. Mentiroso! Filho da puta! — Você mentiu para mim por dois meses?

— Eu não menti.

— Mas também nunca fez uma tentativa de me corrigi!

— Você estava tão certa de que eu estava namorando, como poderia te fazer mudar de ideia?

Eu queria avançar para cima dele e esganá-lo.

— Você me deixou pensar que tinha namorada! — acusei — Você... — esfreguei o rosto com raiva por ser fraca e derramar lágrimas.

Eu quase perdi o meu bebê por conta de ter o visto com ela... eu...

— Cait... — ele tentou se aproximar de novo, mas bastou um olhar de ódio para que ele se mantivesse onde estava. — Eu não pude contar a verdade.

— Era mais fácil me deixar me sentir como uma vadia? — retorqui. — Era mais fácil para você me deixar ter raiva de mim mesma? Era fácil para você me fazer de idiota?

Sam agora estava vermelho. De raiva.

— Nunca mais repita isso. — falou tão baixo que até eu estremeci com a raiva fria em sua voz — Você não é uma vadia.

— Bom, eu certamente agi como uma deixando que você me seduzisse enquanto pensava que você tinha namorada! Seu canalha!

— Era a única forma! — gritou, ao ver que eu tinha me calado, ele voltou a falar. — Era a única forma de você me deixar me aproximar. — Abri a boca para falar, mas ele me calou com a sua voz — Você... — ele puxou os cabelos de novo e deu um passo para a frente — Você nunca ia me deixar me aproximar se houvesse a mínima possibilidade de sermos mais.

— Então você está dizendo que eu gostava que você estivesse indisponível?

— Sim, Caitríona! Você gostava. — Me preparei para avançar nele e socá-lo — Dessa forma você não precisava se entregar, dessa forma você não se machucaria. Desde o início... desde o maldito início da nossa relação você nunca foi capaz de se entregar totalmente.

— Você está dizendo que eu te amei menos do que você me amou, é isso?

— Estou dizendo que eu te amei com todo coração enquanto você meu deu apenas pedaços do seu!

— Vai se fuder! — Gritei, o dando as costas.

— Foi por isso que foi tão fácil para você dizer que não estávamos juntos naquela entrevista! Foi por isso que para você foi fácil terminar nossa relação... — me virei com fúria.

Fácil? Você acha que teve alguma coisa de fácil em ter meu coração dilacerado seu filho da puta?! Você acha que me amava mais? Você acha que eu não chorei cada maldito dia desde que terminamos? Você é muito condescendente! Eu nunca amei você pela metade!

— Você entrou nessa relação com ressalvas. — Afirmou — Você estava magoada por suas relações anteriores e deixou que isso afetasse a nossa.

— Não banque o psicólogo para cima de mim! — gritei — Você não sabe nada sobre como eu me sinto ou sobre como eu entrei nessa relação! Você não tem o direito de dizer como eu me sentia ou o que eu temia! Você não tem o direito de dizer os meus sentimentos por mim!

É a verdade, Caitríona!

— Sam! — a voz de Chrissie soou poderosa e o filho largou o seu discurso para encarar a mãe. — Saia. Agora.

— Mãe... — ela o interrompeu.

— Seu irmão está te aguardando na porta. Saia. — Ele olhou para mim impotente e estava pronto para negar mais uma vez. — Agora. — A voz de Chrissie era firme e não dava espaço para contestação. Não importava a idade que ele tinha.

Sam obedeceu. Ouvi seus passos se distanciar, mas permaneci parada virada de costas tentando controlar a mim mesma.

— Querida. — A mão de Chrissie tocou meu ombro — Venha se sentar, sim? — ela me guiou até a sala e me sentou no sofá, colocando um cobertor sobre os meus ombros. — Homens... — comentou com desdém — são tão idiotas. — Me virei para ela.

— Ele é seu filho. — Ela assentiu — Não deveria ficar ao lado dele? — ela sorriu.

— Isso não me faria uma boa mãe, faria? Devo ensinar os meus filhos o certo e o errado, e, jamais passar a mão em sua cabeça por uma atitude errada. — Assenti. Ela era uma boa mãe.

— Desculpe. — Sussurrei — Não deveria ter perdido o controle daquele jeito e muito menos na frente de todos vocês.

— Imagino que a raiva seja um bom argumento. — Suspirei — Ninguém culpa você pela briga, querida.

— Mas fui eu quem comecei a gritar.

— E foi ele quem errou primeiro. — As lágrimas deslizaram quentes por minha bochecha e Chrissie gentilmente as secou com a ponta de sua manga. — Ele devia ter dito a verdade.

— Eu... — minha voz falhou — aquilo me consumia, Chrissie. Me dilacerava pouco a pouco, mas ao mesmo tempo eu sabia que doeria mais viver sem ele. — Olhei para ela — Isso me torna uma pessoa ruim? Não? Eu traí o Tony, eu me deixei me envolver com Sam mesmo achando que ele tinha namorada... o que isso me torna?

— Humana. E idiota. — Olhei para ela surpresa. — Os dois são. Criaram muralhas físicas ao redor de vocês para se manterem afastados. Você com uma relação vazia e o Sam com uma falsa. Enquanto tudo que os dois queriam era estar juntos.

— Nós não funcionamos bem juntos.

— Outra mentira. Vocês são perfeitos um para o outro, mas deixam que as circunstâncias e que outras pessoas interfiram nessa relação ao invés de lutar contra elas. — Ela secou minhas lágrimas — Oh querida, eu sei. Está doendo agora, mas você logo vai entender o que eu estou te dizendo, e isto é, vocês dois precisam parar de construir barreiras um para o outro. Vocês se amam, se respeitam e se admiram. Isso é muito mais do que a maioria das relações tem e eles ainda conseguem fazer dar certo. E agora, vocês ainda têm um bebê pela frente, se antes não conseguiam se desvincular, tenho certeza de que não conseguiram mais agora. — Ela colocou uma mecha do meu cabelo para trás — Eu soube que você era a pessoa que meu filho procurou a vida toda no momento em que te conheci. E soube que ele era o certo para você no momento em que os vi interagir um com o outro. Não deixe as circunstâncias afastarem vocês, não escolha o caminho da infelicidade por medo. — Ela me deu um sorriso reconfortante. — Vou deixá-la se recolher agora, vocês têm uma longa viagem pela frente e você precisa descansar um pouco. — Assenti e deixei que Chrissie me guiasse até o seu quarto e me colocasse para dormir.

-/-

Acordei um tempo depois. Ou ao menos eu acho que tenha sido um tempo depois... as janelas estavam tampadas por cortinas pesadas que deixavam o quarto em um breu perfeito para dormir. Mas as vozes no corredor me despertaram. Pensei em levantar-se para ver quem era, mas a porta logo se abriu e Vicki entrou por ela.

— Está acordada? — assenti. — Trouxe suas roupas. — Ela colocou uma pilha cuidadosamente dobrada sobre a cama.

— Cirdan e Sam já colocaram as malas no carro. Sam estava aguardando você acordar. — Ela se aproximou — Ele disse que pode comprar passagens de avião se você preferir ou de trem.

— Não. — Neguei prontamente me levantando. — Estou bem. — Assegurei.

— Certeza? — assenti. — Vou deixar você se vestir. Estamos aguardando no andar de baixo.

Alguns minutos depois, eu descia para encontrar todos próximos ao hall de entrada. Vi agarrada ao pescoço do tio, enquanto ele sussurrava palavras dóceis para ela. Desci as escadas com um semblante impassível e não me deixei sequer olhar em direção ao Sam novamente. Me despedi de Chrissie, Cirdan, Vicki e George, antes de Vi agarrar minhas pernas.

— Você volta logo?

— Sim, meu amor. A titia volta assim que puder.

— Promete? — estendeu o dedinho mindinho. Uma pink promese.

— Prometo. — Entrelacei o meu dedinho com o dela. — E você seja uma menininha boazinha para os seus pais e avós. — Ela assentiu, a peguei no colo e abracei com força — Vou sentir saudades, Vi.

— Eu também, titia. — Com um último beijo molhado de Vi, entrei no carro e acenei para os Heughan's.

Sam se virou para pegar Eddie do colo da mãe e colocar na caixinha, mas como se soubesse da animosidade da mãe pelo pai, ela o arranhou violentamente na mão.

— Eddie! — ele exclamou não parecendo verdadeiramente irritado, mas surpreso.

Eddie nunca o tinha arranhado antes, ela era completamente apaixonada por ele desde o primeiro dia.

— Que tal eu colocá-la dentro da caixinha por você, querido? — Sam assentiu contrariado. Chrissie colocou Eddie dentro da caixinha, fez um carinho nela e fechou a caixa. Ela a entregou ao Sam. — Faça boa viagem, filho. — Deu um beijo na bochecha dele e sussurrou algo em seu ouvido.

Depois de um último beijo na mãe, Sam veio para o carro, colocando a caixinha de Eddie no banco de trás e prendendo-a com o cinto metodicamente, o olhei de relance. Sua mão estava com dois arranhões profundos, mas ele não parecia sentir dor.

Bem feito!

Antes que ele pudesse notar o meu olhar, o desviei para a janela. Não olhei para ele quando se sentou no banco do motorista e nem depois, fiquei durante a viagem toda de volta para Glasgow encarando a paisagem e de boca fechada. Sam não se atreveu a cortar o silêncio colocando música e muito menos tentando falar comigo. Ótimo. Chegamos em casa pouco depois do anoitecer.

O suspiro que Sam emitiu foi tão alto, que nem eu poderia ignorar.

— Está doendo? — apontei para a mão dele.

— Ardendo. — Suspirou novamente — Cait eu...

— Você deveria ter me contado — o cortei.

— Eu sei.

— Porque se tivesse feito... — ergui o olhar, encontrando seus olhos já em mim. Tirei meu casaco e meus sapatos, jogando-os em um canto qualquer. — Se tivesse me dito — repeti, enquanto começava a abrir os botões da minha blusa, ele estava parado no mesmo lugar com o semblante confuso — eu não teria ficado tanto tempo desejando você em segredo.

Ele engoliu a saliva com dificuldade, incapaz de não olhar enquanto os meus dedos trabalhavam abrindo os botões.

— O que você está dizendo Cait?

Terminei de abri a blusa e a joguei nele. O olhando nos olhos, disse:

— Eu quero você. Agora.

Nota 1: Mil perdões pelo atraso de quase uma semana na postagem!!! Tive compromissos e coisas pra fazer e minha faculdade voltou e me enrolei... enfim, tentarei não fazer de novo!

Nota 2: Finalmente tivemos a conclusão do que aconteceu com Chloe e Sam... o que acharam?

Nota 3: A família agora está informada sobre ervilhinha e muito felizes!!! Cait definitivamente sabe como mudar o foco... 😌

Nota 4: Eddie se vingando pela mamãe humana... Hajsjkahskajdks. Sam ta lascado!

Nota 5: Que safadeza é essa dona Caitríona? 😳😦

Próximo capítulo: 🔞😏👁️👄👁️🌚🗣️🔥

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