A Flor Cósmica e o Dragão do...

Od Venus_Girl123

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Reza a lenda que, nas profundezas deste que é o nosso lar, existe uma máquina que faz o Universo continuar a... Více

Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11

Capítulo 12

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Od Venus_Girl123

Aquele era o momento. O momento em que teria o mesmo destino que toda a sua família. Talvez conseguisse convencer o Universo a deixá-la ir ter com eles, talvez pudessem voltar a encontrar-se! O Universo sabia que isso era o que ela mais desejava! Talvez Ele levasse o seu desejo em consideração... Ou talvez não. O Universo tinha as suas formas mais estranhas de atuar.

Os seus olhos fecharam-se, como duas pétalas sem vida e que se rendiam para a morte. Viu com clareza os rostos de todos aqueles que deixaria para trás. Parecia quase que estava prestes a acordar de um sonho tranquilo e ao mesmo tempo atribulado, e talvez quando tornasse a abrir os olhos, isso fosse realmente acontecer. Quase podia ver o sol da manhã brilhar pela janela do seu quarto em Los Angeles, quase podia sentir o seu calor nos lábios. Estranhamente, o sol brilhava numa luz roxa, e sentia-o a toda a sua volta, afagando-lhe os pés, as pernas, o tronco, os braços e a cabeça, como se lhe fizesse uma carícia terna.

Mas desde quando é que o sol era roxo? E desde quando é que a sua luz tinha essa cor?!!! Arregalando os olhos, e apercebendo-se de que não tinha deixado de respirar, viu que um escudo de luz roxa torneava todo o seu corpo. Sabia bem que escudo era aquele, pois tinha sido ele a protegê-la da neblina, quando esta chegou como uma tempestade terrível sobre a Terra.

Mal podia acreditar, mas estava viva!!! Soltando um uivo de felicidade, reparou que a nave de Thori não se encontrava por perto. Provavelmente ele tinha voltado para o planeta, achando que ela tinha morrido na imensidão gelada do Espaço!

A sua mente começou a encher-se de perguntas para as quais não tinha respostas. Ela não era uma traidora, então porque é que os Embaixadores agiram como se fosse? O que teria Thori visto na sua mente para achar tal coisa, e será que tinha visto realmente algo, ou estava apenas a fingir?! Como será que estavam os seus amigos?! O seu coração aqueceu-se, ao lembrar-se da forma como a tinham tentado proteger, mesmo estando rodeados de seres extremamente mais fortes do que eles.

Ela olhou em volta. O planeta X encontrava-se a alguns quilômetros de distância, parecendo quase tão pequeno como a Lua vista da Terra. Teria que chegar até lá, mas não sabia exatamente como. Não era como se tivesse propulsores que a conseguissem direcionar no Espaço.

Arregalou os olhos quando, pelo canto do olho, se apercebeu de uma enorme nave metálica a aproximar-se. Por momentos achou que era a nave de Thori, mas os painéis estavam infinitamente mais sujos e enferrujados, e as janelas tinham formas e cores diferentes, como se tivessem sido tiradas de diferentes tipos de naves, e reutilizadas naquela.

A nave foi-se aproximando, e mesmo que Astrid tentasse afastar-se com toda a sua força, era inevitável. Em poucos segundos, a nave parou diante de si, abrindo-se uma porta que a começou a sugar para dentro.

Viu-se num enorme salão repleto de tralhas. Desde armas que com certeza não eram humanas, a máquinas de lavar roupa estragadas, e até mesmo peças soltas que vibravam de energia, aquele salão parecia uma autêntica sucata. O cheiro presente no ar era metálico e poeirento, causando-lhe uma leve irritação nas narinas.

Como que por magia, o escudo à sua volta dissolveu-se no ar, e ela sentiu-se de repente mais frágil. O chão tremeu quando um ser alto e escamoso de aproximou. Atrás de si estendiam-se longas asas rugosas, e o seu focinho estava repleto de dentes afiados. Parecia um dragão.

-Humana – A sua voz era gutural quando se pronunciou. Atrás de si surgiram outros dois seres iguais a este, que apenas diferiam em cor e tamanho. Ele fez um gesto brusco para os dois, soltando um rosnado selvagem – Coloquem-na na cela número 13, deve ser extremamente valiosa!

Astrid afastou-se com dois longos passos quando aqueles seres foram na sua direção. Não sabia o que eram, porque nunca tinham falado deles nas aulas de Biologia Universal, e como tal, não sabia se representavam uma grande ameaça ou não. De qualquer forma, não pareciam nada amigáveis.

As suas mãos grandes e repletas de garras afiadas, tornearam-lhe os pulsos, arrastando-a para um corredor sujo e fedido. Ela gritou e debateu-se, tentando soltar-se dos seus apertos, mas tinha que admitir que eram muito mais fortes do que ela. Com um gesto brusco, mandaram-na para dentro de uma cela de ferro, e trancaram-lhe a porta.

-Deixem-me ir!!! – Gritou ela, aproximando-se das grades e batendo fervorosamente com os seus punhos nelas. Tinha que voltar para o planeta X! Tinha que ver como é que os seus amigos estavam!

-Não vale apena, humana – Ouviu um murmúrio do seu lado direito. Deu um salto quando se apercebeu de um Reptiliano que estava na cela consigo. Todas as outras celas pareciam estar vazias.

-Quem és tu?! – Murmurou ela, afastando-se num salto para o mais longe possível.

-Bleymünne – A sua voz era fria e arrogante, e os seus olhos de um vermelho vívido. Astrid assustou-se, pois a cor lembrou-lhe dos olhos do Dragão, mas sabia que não eram tão aterrorizantes nem brilhantes como os Dele.

-Porque é que estamos aqui?!! – Ela quase gritou, sentindo um certo pânico. A sua opinião podia ter mudado à cerca dos Reptilianos, mas não sabia das intenções deste em particular.

-Quanto a ti não sei, mas eu fui apanhado a fugir para o planeta X. Obviamente não consegui lá chegar...

-A fugir de onde? – Ela ergueu uma sobrancelha.

-Diz antes: de quê? – A espinha da rapariga gelou, e Bleymünne soltou uma gargalhada sonora e cruel – Isso mesmo, do Dragão. Ele tentou controlar-me.

-Controlar-te?!

-Sim, controlar-me! – Ele bufou, um tanto impaciente – Deixa-me explicar-te tudo, já que não pareces ser muito inteligente! Todos os planetas na constelação de Orion foram dizimados por Ele, por isso fui abrigar-me numa constelação vizinha. Achava que estava a salvo, até que Ele começou a comunicar-se comigo através de sonhos, tentando convencer-me a fazer coisas que eu não queria, dentro as quais uma espécie de máquina para produzir Sombras – Ele abanou a cabeça, confuso com os seus próprios pensamentos, e então suspirou – Não sei... Só sei que ele queria que eu lhe desse total acesso ao meu corpo.

-Queria... possuir-te?! – Astrid arregalou os olhos.

-Sim, em palavras mais mundanas, queria possuir-me. Não deixei, é claro, o meu corpo é meu, e somente meu – A sua voz ficou subitamente selvagem, como se ele fosse degolar quem quer que dissesse o contrário. A rapariga nem se atreveu a abrir a boca – Já tinha ouvido falar de um planeta, o planeta X, que abriga as raças do universo cujos planetas foram dizimados por Ele, por isso tentei vir até aqui. Só que a minha nave estragou-se, e fui capturado pelo Draconianos.

-Draconianos, tipo dragões?

-Sim – Ele resmungou – Mas o que é que fazes aqui?

-Eu... – Ela clareou a garganta. Será que lhe deveria dizer que vinha do planeta X? Sem pensar muito, tomou a sua decisão – Fui expulsa do planeta X, um dos Embaixadores, Thori, trouxe-me até ao Espaço com uma nave, e largou-me no Espaço. Felizmente sobrevivi, embora ainda não sabia bem como.

-E porque é que foste expulsa de lá? – Os seus olhos ficaram subitamente interessados.

-Alegaram que eu era uma traidora e que trabalho para o Dragão – Bleymünne grunhiu, mas Astrid apressou-se a explicar – Não sou! Acredita, a minha família foi chacinada pelo Dragão, e preferiria morrer a servi-Lo!

-Então porque raios é que eles achavam isso?!

-Não sei! O Embaixador Thori disse qualquer coisa sobre Sombras, e falou sobre o Dragão. Os seus olhos estavam completamente vermelhos... – Nesse momento, Bleymünne engoliu em seco. Astrid apercebeu-se disso – O que foi?

-Os olhos estavam vermelhos?

-Sim, porquê?

-Porque eu ficava assim, quando o Dragão tentava apoderar-se do meu corpo – Astrid sentiu uma tontura e então sentou-se no chão metálico e fedido. De repente, parecia quase que tudo fazia sentido.

-Achas que ele... o Embaixador Thori é um discípulo do Dragão?!

-Pode muito bem ser! – O outro murmurou – Mas se não conseguirmos sair daqui, nunca iremos descobrir.

Astrid levantou-se do chão quando se sentiu segura de que não iria cair. Colocou as mãos nas grades, abanando-as com o intuito de perceber a sua consistência. Eram duras como titânio, duvidava muito que as conseguisse partir.

-Não consegues tirar-nos daqui? Não podes usar um portal? – Ela virou-se para o Reptiliano.

-Estou demasiado fraco para isso, mas talvez tu consigas...

-Eu? – Astrid torceu os lábios em desgosto – Não consigo. O único portal que já alguma vez consegui criar tinha apenas alguns centímetros, mal caberia uma fada lá dentro!

-Pois é, esqueci-me que os humanos são uns imprestáveis! – Bleymünne soltou um esgar de nojo.

-Não somos imprestáveis – Retorquiu ela, a sua raiva borbulhando como um vulcão em erupção. Virou-se de costas para o Reptiliano, e começou a pensar numa forma de saírem dali. Os seus olhos percorreram atentamente todo o corredor, fracamente iluminado. Um Draconiano apareceu nesse momento, os seus passos pesados como os de um dinossauro – Hey! Tu!!

-Cala-te, humana, ou queres morrer?! – O Reptiliano puxou-a para trás. Ela deu-lhe um safanão para que ele se afastasse, e voltou a chamar à atenção do Draconiano, que se aproximou com uma cara de poucos amigos.

-O que é que foi?!!!

-Será que nos podes dizer para onde é que nos vão levar? – Ela tentou soar simpática enquanto depositava uma expressão de inocência.

-Não é da tua conta – O extraterrestre soltou um rugido feroz e então afastou-se. Porém, Astrid reparou que ele tirou um molho de chaves enferrujadas do seu bolso, e depositou-as em cima de um cubo brilhante no extremo do corredor.

-Achavas mesmo que ele te iria responder? – Bleymünne troçou dela, o seu tom de voz ácido.

-Não, mas não custou tentar – Ela encolheu os ombros – Além disso, estamos um pouco mais próximos das chaves.

-Pois, como se isso nos fosse valer de alguma coisa! Quando nem consegues criar um portal onde caiba um corpo inteiro!! – Ele repreendeu-a, como se a culpa fosse realmente dela, e então foi sentar-se no chão do lado oposto da cela, parecendo amuado como uma criança.

Astrid arregalou os olhos quando uma luzinha se acendeu na sua mente!

-Claro!!! Um corpo inteiro não cabe, mas uma mão...! – O Reptiliano saltou do chão, surpreendido pela genialidade da rapariga. Ela fez-lhe um gesto brusco para que ele se afastasse, pois precisava de concentração. Nunca o tinha experimentado fazer sem água, mas o Mestre Ariel dissera que isso era possível, já que "os nossos corpos são feitos de água".

Os seus olhos focaram-se num ponto entre as suas mãos, que se encontravam completamente esticadas e com as palmas viradas uma para a outra, a apenas dez centímetros de distância. Visualizou na sua mente a água a sair-lhe do corpo, e a formar um redemoinho entre as suas mãos, como se fosse um tornado a formar-se no oceano. Colocou esta imagem dezenas de vezes na sua mente, até que ela se tornou real. Com imenso esforço, ampliou o portal até que uma mão coubesse lá dentro.

-Podes! – Fez um gesto de cabeça para Bleymünne, que se aproximou rapidamente e colocou a sua mão dentro do portal. Felizmente, um portal apareceu ao pé das chaves do outro lado do corredor, e de lá saiu a mão rugosa do Reptiliano. Ele tateou com os seus dedos, até as encontrar, e puxou-as com firmeza ao mesmo tempo em que retirava a sua mão do portal.

-Talvez não sejas assim tão imprestável! – Ele ofereceu-lhe o mais próximo de um sorriso que conseguia e entregou-lhe as chaves.

A rapariga esperou para ver se o corredor estava completamente vazio e se ninguém se aproximava, e destrancou a porta da cela, empurrando-a cuidadosamente para que esta não produzisse qualquer som.

Saíram para fora e encostaram-se à parede, Astrid espreitando na esquina do corredor para ter a certeza de que ninguém aí vinha. Com grande alívio avançaram para o salão principal, onde estavam todas as tralhas. Decidida a não ser como as pessoas estúpidas dos filmes que ignoram uma arma quando está mesmo à sua frente, ela inclinou-se para pegar numa arma extraterrestre que estava no meio das tralhas, e entregou outra a Bleymünne. Não sabia como iria usá-la, mas não devia ser assim tão diferente das humanas!

-Ouvi um barulho! – Resmungou um Draconiano. Astrid saltou de susto quando ele apareceu, vindo de outro corredor oposto àquele do qual tinham saído. Só teve tempo de premir no gatilho da sua arma, fazendo um lazer roxo sair-lhe do cano e projetar o extraterrestre contra a parede, deixando-o inconsciente.

-Bom tiro! – Lisonjeou-a Bleymünne, num sussurro praticamente inaudível. Depois, fez-lhe um gesto para que avançassem.

Porém, assim que colocaram os pés no próximo corredor, dois Draconianos apareceram. Felizmente, não tinham quaisquer armas, mas a julgar pelas garras afiadas que lhes enfeitavam as mãos, e pelos dentes bicudos e brilhantes que lhes cobriam os focinhos, também não precisavam.

Bleymünne disparou contra um, que se desviou muito rapidamente. Astrid admirou-se como é que um ser tão pesado se podia mexer tão rápido! Mal tendo tempo para se desviar, um Draconiano tirou-lhe a arma das mãos, disparando-lhe contra a perna. Astrid caiu ao chão, sentindo uma dor aguda que se espalhou por todo o seu corpo como se fosse uma corrente elétrica e pulsante. Sentiu-se imobilizada, os seus olhos revirando-se enquanto tentava perceber se Bleymünne se tinha ou não safado.

-Astrid! – Felizmente, ele apareceu-lhe no campo de visão, ajudando-a a levantar-se – Vamos! Se conseguirmos chegar à copula de comando, podemos usar a nave para ir para o planeta X.

Astrid concordou silenciosamente com a cabeça, a dor impedindo-a de produzir quaisquer palavras que fossem. Bleymünne, sabendo que ela mal se inclinar para tirar a sua arma da mão do Draconiano inconsciente, fez isso por ela.

Caminharam apressadamente até à porta ao fundo do corredor. Esta abriu-se automaticamente, revelando uma sala com uma parede completamente revestida de janelas, e algumas cadeiras onde estavam sentados Draconianos, diante deles repousando aparelhos eletrônicos que controlavam toda a nave. Eram três, todos enormes, porém distraídos a pilotar a nave.

-O que é que era o barulho? – Perguntou um deles, distraído. Quando não obteve uma resposta, olhou por cima do seu ombro e saltou da sua cadeira. Astrid acertou-lhe com um tiro, e Bleymünne tratou dos outros dois, acertando-lhes nas suas cabeças enormes e rugosas.

-Temos que ser rápidos, duvido que vão ficar inconscientes por muito mais tempo! – Murmurou o Reptiliano, correndo para se sentar numa cadeira e começando imediatamente a pilotar a nave.

-Porque é que esta nave está cheia de tralha? – Perguntou Astrid, aproximando-se das janelas enferrujadas e sujas. O Espaço apresentava-se imenso do lado de fora, mas não havia sinais do planeta X.

-Provavelmente são piratas espaciais. Sugiram quando o Dragão apareceu. Ficam sem planeta, e como não têm tecnologia suficiente para criar um, nem Luz suficiente para ir para o planeta X, escolhem viver nas naves e andar à deriva pelo Espaço – Bleymünne estava extremamente concentrado nos painéis de controlo - Devemos chegar ao planeta X daqui a dez minutos.

-Isso não vai acontecer! – Astrid arregalou os olhos quando Bleymünne foi atingido por um raio azul, e projetado contra uma janela, ficando deitado no chão e aparentemente inconsciente – Arma no chão, humana!

-Por favor... – Murmurou a outra, virando-se com bastante cautela para não assustar o Draconiano diante de si. Percebendo que não tinha escolha, atirou a arma para o chão, escondendo as mãos atrás das costas. Sabia que o conseguiria fazer, mas era difícil concentrar-se com o Draconiano a apontar-lhe uma arma.

-Vou vender-te por um preço altíssimo, humanos são cada vez mais raros! – Sentiu o portal abrir-se atrás de si, qual líquido frio e denso. Dando um passo atrás, o seu braço escorregou para dentro do portal, aparecendo ao lado do Draconiano e empurrando-lhe a arma para o lado. Com esta distração, Astrid pegou na sua arma, e deu-lhe três tiros, apenas para se certificar de que ficava bem adormecido.

Correu até o Reptiliano, que tinha os seus olhos fechados e o rosto inexpressivo. Abanou-o, e ele saltou do chão com um grunhido selvagem.

-Sou só eu! – Ela afastou-se com as mãos no ar, e o outro relaxou os braços ao lado do corpo, caminhando rapidamente até ao painel de controlo da nave – Desta vez, fico de vigia.

Dito isto, Astrid prostrou-se ao pé da porta de entrada, os seus olhos atentos como os de um falcão, e a sua arma pronta para disparar.

-Estamos quase lá! – Bleymünne gritou por cima do barulho dos motores da nave, que chiavam cada vez mais alto. Astrid disparou quando, com um barulho suave, a porta diante de si se abriu, e soltou um grito ao aperceber-se de que não era nenhum Draconiano que estava do outro lado!

-Swirder! – Correu até ao seu Guia, que tinha sido arremessado contra a parede atrás de si com bastante violência. Checou-lhe a pulsação, suspirando de alivio assim que sentiu os batimentos do seu coração.

-Bom tiro – O homem tossiu, num misto de riso e esforço por respirar. Astrid ajudou-o a levantar-se, e deu-lhe um enorme abraço.

-Pensei que era um Draconiano! – Ela suspirou. Olhou para o corredor e puxou o seu Guia para dentro da copula. A porta fechou-se atrás deles. Astrid apontou para o Reptiliano – Aquele é o Bleymünne. Este é o meu Guia, Swirder.

-Hey – O Reptiliano limitou-se a acenar-lhe com a cabeça. Swirder virou-se para ela – Não podes ir para o planeta X, se eles descobrem que estás viva vão arranjar outra forma de te matar!

-Mas e os outros? Aliás, como é que vieste até aqui?!

-Meti-me numa nave assim que me apercebi do que se estava a passar, e depois mandei um sinal para os outros enquanto vinha. Eles estão bem, não te preocupes...

-Então não podemos voltar? – O outro negou silenciosamente com a cabeça. Astrid aproximou-se de Bleymünne, e explicou-lhe toda a situação. Para sua surpresa, o Reptiliano limitou-se a suspirar em desagrado, como se aquilo fosse de extrema inconveniência, e a desligar o painel de controlo, fazendo a nave parar de trabalhar a apenas alguns quilômetros do planeta X.

-Acho que não estou mesmo destinado a ir para lá – Murmurou ele, os seus olhos vermelhos cabisbaixos enquanto se levantava da cadeira. De repente, pareceu lembrar-se de algo extremamente importante – Mas tu disseste que aquele Embaixador (Thori, se bem me lembro), tinha os olhos vermelhos quando te deitou para fora da nave. E se o Dragão o tiver possuído, o que será que ele vai fazer ao planeta X?!

-Sim... – Astrid abanou a cabeça, concordando – E porque raios me iria querer matar? Até onde sei, podia ter sido outra pessoa qualquer... Porquê eu?

-Astrid, eu acho que sei a resposta para isso, mas agora não é o momento certo para te explicar – Murmurou Swirder, o seu tom de voz misterioso – Vamos esperar que Ayün volte com uma nave.

De repente, três Draconianos, que deviam ter acordado há pouco tempo, entraram na copula, lançando-se contra Swirder. Porém, bastou um movimento de mãos, e eles foram arremessados para trás por uma força invisível. Astrid olhou, surpreendida, para a expressão tranquila que o seu Guia exibia mesmo quando estava a combater alguém.

Por alguma razão eles não acordaram mais, e Astrid suspeitava que estivessem mortos.

A rapariga encolheu-se quando a porta se voltou a abrir, mas os seus olhos encheram-se de lágrimas quando se apercebeu que eram apenas os seus amigos. Aldair, Luan, Mel, Lucas e Ayün. Correu para eles, dando-lhes um enorme abraço de grupo. A Ayün depositou-lhe um beijo rápido sobre os lábios, ao qual o outro respondeu fervorosamente.

-Estás bem! – Suspiraram os dois, exatamente ao mesmo tempo, e soltaram sonoras gargalhadas que preencheram o ambiente como uma melodia. Astrid apresentou-lhes Bleymünne, com o qual Luan engraçou quase que de imediato, e depois virou-se para eles, com uma expressão de preocupação a emoldurar-lhe o rosto – O que é que aconteceu depois de eu sair?

-Explicamos-te tudo na nave! – Afirmou Ayün. Dito isto, correram para a copula principal, que estava aberta para um salão que parecia ser de outra nave. Entraram aí, e com um movimento rápido e turbulento, as duas naves desprenderam-se uma da outra, e a porta da nave onde agora se encontravam fechou-se.

Astrid reparou imediatamente que aquela era uma nave Pleiadiana, a julgar pela quantidade de cristais distribuídos pelas paredes, que brilhavam em diferentes tonalidades de rosas e azuis. O chão era branco e do teto desprendiam-se estalactites.

-Agora podem explicar-me tudo – Murmurou ela, levemente estonteada pela beleza da nave. Sentaram-se nuns círculos metálicos que flutuavam no ar, que pelos vistos serviam como bancos.

-Ninguém ainda se apercebeu, mas todos os Embaixadores, e ainda alguns Mestres, são discípulos do Dragão. Não sabemos exatamente como é que ele os conseguiu recrutar, mas temos a certeza disso – Afirmou Ayün, a sua expressão dura quando se recordava de todos os pensamentos que tinha ouvido das mentes dos Embaixadores. Ainda se perguntava como é que nunca os tinha captado antes – Eles expulsaram-te do planeta porque te consideram uma ameaça.

-Porque é que eu seria uma ameaça? – Astrid franziu-lhe o sobrolho.

-Bom, Astrid, isso está diretamente ligado com o facto de teres sobrevivido quando foste deitada para o Espaço, sem qualquer equipamento de oxigênio – Retorquiu Swirder. A rapariga resmungou. Queria uma resposta direta, estava a ficar cada vez mais confusa!

-Isso aconteceu porque eu tinha Luz dentro de mim, esperança, ou não...? Foi a mesma luz que me protegeu da neblina!

-A Luz pode proteger-te da neblina, mas não te iria salvar de morreres asfixiada – Continuou Swirder. Mel, Lucas, Aldair, Luan e até mesmo Bleymünne, encontravam-se incrivelmente silenciosos, num misto de nervos e expectativas. Também eles queriam perceber o que se estava a passar.

-A única explicação lógica seria... – Ayün fez uma pausa, engolindo em seco – tu seres a Flor Cósmica.

Astrid não sabia se deveria rir ou chorar, mas optou pela primeira opção. Riu tanto que os seus pulmões começaram a ficar sem ar, mas parou assim que se apercebeu de que Ayün e Swirder estavam completamente sérios.

-Não estamos a brincar – Resmungou Swirder – Essa é a única resposta que encontramos.

-Mas... Mas eu pensei que isso fosse apenas uma lenda. Na aula de História Cósmica o Mestre Owlly disse... – Ela perdeu-se nas suas próprias palavras.

-Sim, achávamos que era apenas uma lenda, e que a verdadeira salvação estava na esperança que tínhamos em que Ela aparecesse. Mas só achávamos isso porque Ela, tu, ainda não tinhas aparecido – Ayün pegou-lhe nas mãos e olhou-a profundamente nos olhos – Isso explicaria porque é que a tua luz não é branca como a dos outros, e sim roxa, isso explicaria porque é que eles tentaram eliminar-te, já que provavelmente devem estar a planear destruir o planeta X, e tu és a única que os poderia deter, e isso explicaria porque é que não conseguiram eliminar-te.

-Não consigo processar... – Astrid levantou-se do banquinho flutuante, o seu estomago às voltas. Ela? A Flor Cósmica?!! Quase lhe apeteceu rir-se outra vez, e tê-lo-ia feito se não soubesse que o assunto era tão sério. Estavam a depositar nela uma fé muito grande, demasiado grande! Quer dizer, não era suposto a Flor Cósmica aniquilar o Dragão? Como é que eles esperavam que ela o fizesse?!! Era uma mera humana!

-Precisas de descansar, amanhã continuaremos com esta conversa – Ayün levantou-se e abraçou-a por trás, os seus braços enroscando-se no seu corpo como mantas de seda.

-Sim, obrigado!

Despediram-se dos outros e entraram noutro salão onde se podiam ver dois andares e umas escadas. Subiram as escadas e entraram numa porta que brilhava num azul turquesa. Diante deles apresentava-se um quarto enorme, decorado em tons de azul, rosa e branco. A cama era gigante, e os seus lençóis de cetim carmesim. Ao lado podia ver-se uma porta, que dava para uma casa de banho equipada com tecnologia de ponta, incluindo uma enorme banheira revestida de cristais.

-Podes ir tu primeiro – Murmurou Ayün, apontando para a casa de banho enquanto se sentava sobre a cama. Os seus longos cabelos platinados encontravam-se completamente desgrenhados, e o seu rosto estava exausto. Ainda se tentava recuperar do facto de o seu pai ser um discípulo do Dragão e de ter tentado matar a sua Chama Gêmea.

-Obrigado – Astrid foi até ele, puxando a sua cabeça de encontro à sua barriga e embalando-o como se fosse um bebé. Ayün suspirou, sentindo que poderia adormecer com as suas caricias, e gemeu quando ela se afastou e foi para a casa de banho, fechando a porta atrás de si.

Astrid ligou a torneira de água quente, fazendo um vapor espesso começar a propagar-se pela divisão. Despiu-se e adentrou na água, sentindo, muito de repente, todos os seus músculos relaxarem. Sabia que todos aqueles cristais não estavam ali postos ao acaso. Tinham falado disso numa aula de Cristalologia. Era bastante comum os Pleiadianos fazerem banhos energéticos com diferentes tipos de cristais, alguns humanos e outros nem por isso.

Já estava praticamente lavada quando Ayün entrou. Muito sorrateiramente, o homem despiu-se, e mesmo quando ia para entrar na banheira, Astrid apercebeu-se da sua presença.

-Hey!!! – Resmungou, sentindo todo o seu ser corar dos pés à cabeça. Mal conseguia desviar o olhar do corpo musculado do outro, mas o sentimento era recíproco. Ayün mal podia acreditar na perfeição com que ela tinha sido desenhada. Todas as suas falhas ainda serviam para a deixar mais bonita, dando-lhe um toque de charme e destaque das demais pessoas.

Ayün não emitiu qualquer som quando se juntou a ela no banho, descansando o seu corpo contra o lado oposto da banheira. Astrid não conseguia deixar de olhar para ele, era quase como se estivesse sob o efeito de uma hipnose. Talvez fossem os seus olhos azuis diamante, ou o vapor de água que saia da água da banheira, mas ela estava a ter sérias dificuldades em respirar!

-Algum problema? – Perguntou Ayün, o seu tom de voz provocante e sensual. Astrid não foi capaz de responder, muito de repente parecia-lhe que a sua língua tinha desaparecido dentro da sua boca. Ayün esticou o seu braço, e com bastante suavidade, os seus dedos tocaram-lhe no ombro, fazendo uma trajetória lenta e torturante até ao meio dos seus seios – Algum problema?

-Não – A rapariga suspirou, e então, sem conseguir controlar-se esticou-se para a frente, colocando-se de joelhos diante dele e beijando-o apaixonadamente. Ayün decidiu que já não precisava de tomar banho.

Sairam da banheira entre beijos e amassos, e secaram-se numa pequena máquina que havia à porta da casa de banho. Ayün empurrou a outra até à cama, o seu membro latejando pela excitação que lhe percorria todo o corpo.

Astrid ficou deitada, o seu corpo tremendo por antecipação, e os seus braços esticados quando ele se deitou sobre ela, as suas mãos percorrendo-lhe o corpo com uma necessidade selvagem. Por onde os seus dedos passavam, Astrid sentia uma enorme corrente de eletricidade escaldante!

Ayün desceu os seus lábios para o pescoço da rapariga, fazendo-a soltar gemidos de satisfação, e então foram para os seus seios, deleitando-se com o sabor suave e adocicado da sua pele.

-A flor mais bela do universo... – Murmurava ele, por entre beijos e gemidos. Astrid apenas conseguia gemer o seu nome.

Ayün abandonou os seus seios e tornou a beijá-la nos lábios, e então, com um movimento suave, o seu membro invadiu-a, provocando-lhe um leve latejar de dor, que tão rápido apareceu, e tão rápido se foi. Após alguns minutos, estavam ambos embrulhados numa bola de desejo, satisfação, prazer e luxuria. Astrid sentia que um enorme abismo se aproximava, um abismo que a faria ver fogos de artifício coloridos e luzes palpitantes. Com um sorriso no rosto, Ayün começou uma Conexão nesse exato momento, e ao mesmo tempo em que chegaram ao clímax carnal, chegaram ao clímax espiritual.

Com o corpo completamente suado, Ayün saiu de cima da rapariga, depositando-lhe um beijo suave na testa, e deitando-se ao seu lado por baixo das cobertas. Astrid sorriu-lhe timidamente, ainda atordoada por todo o prazer que ele lhe proporcionara, e encostou-se a ele por baixo do lençol. A sua cabeça caiu-lhe sobre o peito, e as suas pernas entrelaçaram-se como os ramos de uma árvore.

Sem mesmo se aperceberem, caíram num sono profundo e tranquilo, talvez o último que teriam em muito tempo.

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