Lili
— E caso ela comece a ficar muito vermelha, você pode tirar a roupinha dela e dar um banho. Mas a água tem que estar em 35° graus exatos, nem mais e nem menos. — Explico pela segunda vez para a nova babá de Anna, que me escuta com atenção.
— Pelo amor de Deus, Lili. Parece que nunca ficou longe da Anna. — Alfonso resmunga, revirando os olhos.
— Caso você não saiba como medir, pode pegar o termômetro de banheiras que está dentro do gabinete do banheiro, em uma caixa rosa com bordado de renda. — Ignoro meu amigo.
— Pode deixar, senhora. Mais alguma coisa? — A mulher dos cabelos encaracolados pergunta.
— Ah, você não deveria ter perguntado isso, amor. Agora vai mais duas horas de palestra.
— Cala a boca, Alfonso. — Repreendo meu amigo, que me mostra a língua. — Eu só estou preocupada porque Anna vive assada e com alergias por conta de suas dobrinhas novas.
— Eu entendo perfeitamente a sua preocupação, mãe. As primeiras vezes longe da sua bebê são tensas, eu já tenho conhecimento disso.
— Quem dera fosse a primeira vez. — Meu amigo ataca novamente. — Essa aí é uma dramática, tem que ver quando ela vai trabalhar.
— Enfim, qualquer coisa você tem o meu número, pode me ligar sem hesitar, e caso seja uma emergência, tem dinheiro para um Uber na porta da geladeira.
— Pode deixar, senhora! — Ela da um sorriso simpático.
— Podemos ir. — Digo enfim, pegando minha bolsa de academia.
— Graças a Deus! Achei que não iríamos malhar hoje mais, se duvidar a academia até fechou.
— Dramático! — Reviro os olhos, dando um beijinho na testa de minha filha. — A mamãe já volta, meu amor.
Depois de me certificar novamente de que meu número e o de Alfonso estão corretos no celular de Clara, eu e Alfonso nós dirigimos ao elevador, que como sempre está vazio.
Resolvi sair pra malhar depois de Alfonso tanto insistir. Era para irmos ontem, mas acabamos desistindo e passamos a tarde assistindo filmes e comendo porcaria.
Na verdade, eu comi porcaria.
De qualquer forma, isso será bom, afinal eu estou bem gordinha e cheia de dobrinhas. Não que isso me incomode, mas eu gostava do meu corpo como era antes.
Tudo me leva a antes.
Hoje será a partida dos Sprouses para a Alemanha, e isso está me corroendo. Cole realmente não me procurou para discutir sobre, e isso corta um pouco mais o meu coração despedaçado.
Pelo o que Barbara me informou, o vôo sairá as 7 da noite. Eu queria ir até o aeroporto para me despedir dela, mas Cole estará lá, não é uma boa ideia.
Apesar de que ele merecia um tapão naquela cara de pau.
— Se anima, amiga!! — Alfonso me acorda de meus pensamentos quando chegamos ao térreo. — Isso vai ser bom para distrair sua cabeça.
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— E aí ele me disse que não poderia se envolver comigo porque era casado. E tudo isso depois que a gente virou a noite transando. — Alfonso me conta enquanto corremos na esteira.
— Mas que filho da puta! — Respondo, ofegante.
— Eu sei. Mas amiga, que homem!! — Ele dramatiza, e eu solto uma risada.
— Porém, é casado.
— Aí, porque será que os mais gostosos não prestam? Imagina eu com um daquele, Jesus é o meu sonho.
— Nem me fale. — Reviro os olhos.
— Desculpa amiga. Esqueci completamente.
— Tudo bem. — Desligo a esteira, pegando a garrafa de água.
— Não tá, não. Viemos aqui para fazer você esquecer daquele traste do seu ex. Então é isso que faremos.
— Eu vim pra ficar gostosa. — Brinco, e ele da risada.
— Mais!? Pra que?
— Bobo. — Bato a toalha que se encontrava em meu ombro no seu.
— Mas sério, Lil. A partir de agora, nada de homens, eu juro.
—Alfonso, — Olho para ele, com uma expressão de deboche. — Por favor, né!?
— O que foi? — Ele desce da esteira também.
— Você, não falar de homens? Isso é impossível.
— Ei, eu tô falando sério tá! — Ele finge uma ofensa. — Eu consigo sim passar um tempo sem pensar em homens.
— Que piada mais ruim!! — Dou uma gargalhada, e ele me encara com a sobrancelha arqueada.
— Você é péssima, Lili!
— Obrigada. — Dou um sorrisinho, e ele me mostra o dedo do meio.
Depois de ir até a minha bolsa, confiro a caixa de mensagens para ver se tem alguma coisa sobre Anna, mas tudo o que eu encontro são nossas mensagens trocadas a meia hora atrás.
Será que ela se deu bem com essa babá?
Anna tem um problema sério em se adaptar com babás, só nos últimos dois meses fui obrigada a dispensar 5 babás por conta da dificuldade em adaptação dela.
Me sinto um pouco culpada, afinal eu mimo demais ela, apesar de ser um bebê calmo, Anna tem suas manhãs e sei que quando é alguém novo ela sempre estranha.
Menos Cole, ela não estranhou ele.
Pelo contrário, parece que os dois se conheciam de outras vidas, o amor foi instantâneo.
Droga, mais uma vez voltei a Cole.
Será que tudo o que eu faço, penso ou falo está relacionado a ele assim? Não é possível.
— Ai, Lil. Não olha agora mas.. — A voz de Alfonso me acorda de meus devaneios. —, olha agora amiga.
Me viro seguindo o seu olhar, e me deparo com um loiro alto, dos cabelos compridos me encarando. Sua expressão é sensual, e ele levanta e abaixa o peso em seu braço.
Uau!
— Santo Deus! — Exclamo quando vejo que morde o lábio, e desvia o olhar. — Que homem é esse!?
— Sei que eu prometi mas.. amiga olha esse bofe ele tá super na sua. — Alfonso diz, animado.
— Será?
— Tá na cara, mona. Ele quer você, cai matando Lil é a sua chance.
Olho novamente para ele, que ainda me encara com a expressão sensual. Seus braços brilham conforme seus movimentos, por conta só suor, e sinto algo subindo pelas minhas pernas.
— Que calor. — Solto, me abanando com a mão.
— Quem não ficaria? — Encaro meu amigo, que parece animado. Eu diria que até mais do que eu.
— Acho que ele tá só olhando.
— É assim que começa, baby.
— Não sei não, Alfonso. Não quero confundir as coisas.
— Amiga, ele tá te comendo pelos olhos, para de ser lerda.
— Eu não sei mais flertar. — Admito, e ele solta uma gargalhada.
— Você é icônica, garota.
— Eu tô falando sério.
— Não é só porque você sentou no mesmo pau por 2 anos que quer dizer que você não saiba flertar, Lili.
— Eu definitivamente não sei nem como começar.
— Aprende, ué! — Ele revira os olhos. — E é melhor aprender logo.
— Por que?
— Porque ele tá vindo aí. — Ele da um sorrisinho de canto, e meu coração quase para.
— Oi! — Uma voz masculina fala atrás de mim, e eu quase tenho um infarto.
— Oiiii! — Alfonso me atropela, literalmente, e aperta a mão do gostosão.
— Ooi. — Cumprimento o bonitão quando me viro, envergonhada.
— Meu nome é Alfonso Herrera. E essa é minha amiga Lili Reinhart. Que por sinal é solteira.
— Alfonso! — Dou uma cotovelada em seu braço, e ele acaricia o lugar do golpe.
— Que foi, só tô sendo sincero. — Ele me encara. — Isso doeu.
— É muito bom saber desse fato. — O homem diz, com um sorriso radiante. — Me surpreende uma moça tão linda ainda solteira.
— A Lil é lançamento. — Alfonso mente, e minha vontade e de enfiar a cabeça em um buraco.
— Eu sou Luke Hemmings, a propósito. — Ele diz, pegando a minha mão para beija-la. — Prazer.
— O prazer é inteiramente nosso. — Alfonso diz, e ele sorri. — Vou voltar para a esteira.
Sem me dar tempo para protestar, ele vai para o último aparelho da fileira, me deixando sozinha com Luke.
— Eai, você vem muito aqui? — Pergunto, tentando puxar assunto.
Mas em vez de me responder, ele me vira pela cintura, ficando por trás de mim. Sem mais, ele agarra a mesma e sinto sua respiração em meu pescoço.
Meu Deus do céu!
— Prometo que respondo tudo o que quiser, gostosa, mas não aqui. — Ele da uma mordidinha em minha orelha, e minha respiração se acelera.
— O-onde então? — Pergunto, ofegante.
— Me encontra na ducha número 9. Vou lavar todo o suor do seu corpo, e depois fodê-lo inteirinho.
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FOGO NO PARQUINHOOOOO