Olá? Tudo bem com vocês?
Espero que gostem dessa att, e quem puder voltar no primeiro capítulo (Always You) coloquei lá como imagino os personagem :)
Boa leitura 💛
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"Tudo bem com você?" Liam questiona quando Harry finalmente se senta ao seu lado, agradecendo por ser sua última aula do dia. "Está pálido."
Harry sorri para ele, piscando com lentidão enquanto se ajusta a toda claridade da sala. Metodologia e História Antiga são com certeza suas disciplinas preferidas, apesar do professor desconcertante e pouco suportável que lidera seus estudos.
Mas ele está feliz por ter chegado até ali. Ele está feliz por ter conseguido segurar no estômago metade do sanduíche integral de frango e cenoura que Evan o obrigou a comer durante o intervalo de almoço e está feliz por estar prestes a ir para casa.
Basta não pensar sobre o que aconteceu mais cedo e então ele vai ficar feliz pelo resto do dia. Basta não pensar sobre como estará ferrado se alguém tiver visto o que tem por trás da maldita câmera.
"Evan me disse para ficar de olho em você." Liam continua, quando Harry não diz nada. "Se for vomitar, por favor avisa ou apenas vire para o outro lado."
Harry consegue rir para ele, cobrindo sua boca.
"Eu não vou vomitar." Garante, ainda que a leve sensação de ânsia esteja presente em sua garganta. "Não agora."
Liam coloca a mão por cima de seu ombro e aperta.
"Certo." Ele diz, virando-se para frente. "Vou dizer ao treinador que você não está se sentindo bem para jogar."
Rapidamente Harry se vira, sua mão gelada alcançando a de Liam outra vez.
"A minha bolsa, literalmente, depende disso. Se eu não puder jogar futebol, então não posso estudar aqui." Diz a ele, seriedade em suas palavras. "Foi só um mal estar, não precisa desse alarde todo."
"Harry," Liam solta sua mão mas continua olhando-o. "Você está assim desde sexta. Se você não for em um hospital para saber o que você tem..."
"É provável que eu tenha comido algo fora da validade, Liam." Harry rebate antes que ele termine. "Já aconteceu antes."
"Vá pelo menos até a enfermaria." Seu amigo pede, preocupação estampada em seu rosto bonito. "Eu vou com você."
Harry empurra seu braço de leve, sorrindo.
"Se for te fazer sentir melhor." Responde, olhos finalmente se voltando para frente.
Aos poucos a sala vai se enchendo, tomada por silêncio quando sr. Curtis se apresenta. Ele sempre tem a expressão fechada, olhos azuis escuros presos por trás dos óculos de armação grossa e terno escuro cobrindo seu tronco. As calças quadriculadas fazem uma boa combinação com suas meias finas e sapatos sociais de bico, maleta em uma das mãos enrugadas.
"Boa tarde." Ele cumprimenta, sem realmente se importar com as respostas. Quando seu material está organizado sob a mesa de madeira escura, senhor Curtis volta a se pronunciar. "Página oitenta e seis, vamos continuar de onde paramos sexta-feira."
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Louis pressiona sua têmpora entre os dedos novamente, suspirando baixo ao que a dor de cabeça apenas aumenta.
Sua mãe ainda está falando no telefone, sem ao menos perceber que ele parou de responder a quase dez minutos. Tudo que ela diz é problema, absolutamente tudo. Louis está cansado, estressado e preocupado. Ele não precisa ouvir Johannah reclamando sobre o testamento outra vez quando ele já disse a ela que não há nada a ser feito.
O patrimônio líquido de Cal é todo dele, e Eros Tomlinson é toda sua agora também. Louis não entende porque seu avô fez isso mas já faz mais dois meses desde sua morte, então não pode perguntar a ele.
"Louis?" Jay pausa do outro lado, incerta sobre a ligação. "Você está aí? Está ouvindo?"
Ele fecha os olhos com força, cotovelos apoiados em cima da mesa e mãos em seus cabelos.
"Sim, mãe." Responde, com calma. "Eu tenho alguns problemas para resolver em Delgrave, então se você puder me ligar depois..."
"Não, não posso." Sua mãe parece irritada agora. "Você sabe como isso é injusto? Eu fui a cara das malditas revistas por anos. Eu recusei dezenas de propostas de emprego, e assinei um contrato para aquela maldita empresa. E ele não me deixou nada. Nada."
Louis morde seu lábio levemente, respirando fundo para não perder a paciência com ela. Jay é uma mulher difícil e com gênio forte, impossível não a descrevia.
"Mãe, você tem que superar." Ele diz a ela, voz engrossando. "Eu não tenho culpa e nem sei porque vovô deixou a Eros para mim. E você sabe que eu a colocaria nas suas mãos se pudesse, mas não posso. Está no testamento. Sinto muito. Vou desligar."
"William..."
Ele desliga antes que ela complete sua frase. Louis a ama, ela é sua mãe, mas Jay consegue tirá-lo do sério com tanta facilidade que as vezes o assusta.
Ele não pode reclamar de sua criação no entanto, sua mãe sempre foi uma mulher incrivelmente bela e obstinada. Ela tinha seus planos para o futuro, e nunca fez dele e de sua irmã um empecilho para conseguir o que queria. Com seu pai, as coisas eram apenas mais fáceis.
Mark era o tipo de homem que preferia pescar calmamente em um lago tranquilo durante o verão ao invés de se trancafiar em um avião rumo à Itália. Era um homem simples que preferia assistir jogos de basebol com Lottie no sofá vestindo uma camisa velha e boné virado para trás ao invés de se importar com o quanto de dinheiro o estofado de couro tinha custado.
No entanto, ele e sua mãe eram perfeitos um para o outro, embora ela reclamasse de sua simplicidade todo o tempo, Louis via como Mark a adorava por ser do jeito que era. E com o passar dos anos, ele ainda consegue enxergar esse mesmo brilho nos olhos de seu pai.
Louis tem cerca de dez minutos de descanso em seu silêncio precioso com seus próprios pensamentos antes que haja alguém batendo em sua porta. Algo se agita em seu estômago quando ele percebe a sequência de batidas. Harry Styles é uma criatura peculiar, certamente.
"Entre." Ele diz em voz alta, deixando a caneta de lado e juntando os papéis em uma pequena pilha em cima da mesa.
Harry se esgueira pela porta devagar, não deixando de girar suas chaves quando está dentro. Ele trás sua bolsa no ombro, e veste o mesmo moletom de cedo, apesar de substituir os shorts por um par de calças confortáveis.
Louis nota imediatamente algo diferente no rosto dele. Há palidez em suas bochechas e os lábios também não tem cor. Os olhos parecem casados, ainda que ontem tenha sido domingo e anteontem um sábado preguiçoso.
"Você está se sentindo bem?" Questiona, quando ele se aproxima.
Louis fica de pé e o recebe mais perto, encostando a parte de trás de suas pernas contra a beirada da mesa.
"Vou me sentir melhor quando você me disser que aquela câmera não nos pegou." Ele joga, braços cruzados e ombros encolhidos, como se sentisse frio.
Louis pisca lentamente, lembrando-se do exato momento em que percebeu que a câmera acima deles estava ligada. Foi tudo rápido, na verdade, em uma hora eles tinha seus lábios em Harry e na outra era o flagrante dos dois.
"Bem, elas não tem tem um cartão de memória ou um pendrive que mantenha as gravações a longo prazo, e não tinha ninguém na sala de filmagem quando eu fui checar. Então a menos que tenham checado a câmera no mesmo instante em que estávamos juntos, não há gravação."
"E você tem certeza que não havia ninguém olhando?"
"Não havia."
"Puta merda." Harry finalmente deixa seus braços caírem, se inclinando para conseguir colocar sua testa contra o ombro de Louis.
Ele endurece mas não se afasta, respirando contra os cabelos dele.
"Eu fiquei tão nervoso que vomitei meu café da manhã."
"Você vomitou?" Louis questiona, sobrancelhas franzidas. "De novo?"
"De nervosismo." Harry rebate, erguendo o rosto. "Acontece o tempo todo."
Louis enfia as mãos em seus cabelos, dedos acariciando o couro cabeludo com delicadeza.
"Não vai ter treino?" Pergunta, cheirando-o.
Harry ronrona baixinho, segurando a cintura de Louis para se manter estável. O perfume dele é agradável, deixa seus músculos menos densos.
"Tenho, yeah." Responde, voz grave. "Prometi a Liam que passaria na enfermaria antes, no entanto."
Louis o afasta calmamente, deixando sua mão cair ao lado de seu corpo ao perder o contato com os fios macios de Harry. Ele ergue o rosto mais uma vez, olhos pouco avermelhados piscando bem devagar.
"Bem, acho que está no lugar errado então." Diz a ele, sorrindo com leveza.
"Mm, eu não ia conseguir segurar nada no estômago sem saber se estávamos encrencados ou não." Ele rebate, lábios se movendo com lentidão. "Mas já que você está me chutando, estou indo."
Ele ajeita a alça da bolsa e enfia as mãos no bolso, desviando o olhar para a pequena janela no alto.
"Não estou te chutando." Louis devolve, sobrancelhas franzidas. "Eu só estou sem tempo."
Harry vira a cabeça de volta, olhando-o desacreditado.
"Hoje cedo você literalmente nem me olhou." Relembra.
"Fica difícil te olhar enquanto marco seu pescoço." Louis aponta com o indicador, ainda que seja uma marca pequena suficiente para não ser vista.
As outras sempre foram maiores, mas estratégicas. Harry não queria ouvir piadas sem graça do time ou ter perguntas evasivas sobre sua vida amorosa e Louis não queria que ele pensasse de alguma forma receber chupões significava alguma coisa.
No entanto, alguém atencioso poderia vê-las facilmente. Abaixo do maxilar, trilhando em vermelho até o começo o ombro.
"Você estava chateado comigo." Persiste Harry, voz mais baixa. "O que eu fiz?"
Louis suspira, deixando de olhá-lo para voltar para trás de sua mesa. É como uma barreira que o mantém longe de Harry, que mantém suas mãos longe dele. Embora olhar para ela lhe traga lembranças de como foi bom fodê-lo lá em cima.
"Nada." Responde, entre um suspiro e outro. "Eu apenas tenho coisas demais na minha cabeça para resolver e não era uma boa hora. Assim como agora continua não sendo um boa hora."
Ele tenta não soar rude, adianta em sua cabeça mas talvez não tenha funcionado para Harry. Ele mantém aquele olhar ferido no rosto, o cabelo recém bagunçado pelos dedos de Louis e ombros caídos outra vez.
"Tudo bem, entendi." Ele sopra, dando dois para trás ao se afastar.
Você se cansou de mim.
Zayn o havia alertado.
"Te vejo por aí." Harry acena, caminhando até a porta.
Há um enorme nó dolorido preso em sua garganta. Ele não deixa que Louis veja seus olhos agora, ou então vai perceber.
"Por aí." Seu professor concorda, não dizendo mais nada ao que suas mãos trêmulas alcançam a fechadura.
Do lado de fora, Harry limpa seu rosto com a manga do moletom, engolindo a frustração e a mágoa garganta a baixo. Ele caminha pelos corredores quase vazios e atravessa o campus, sem prestar atenção em nada e ninguém.
Suas pernas só param quando uma mão firme agarra seu braço, puxando-o para fora do bolso ao que o agarram com força.
"Porra!" Ele rosna quando a dor do aperto finalmente o atinge.
Liam se afasta, mãos para cima em rendição.
"Ei, desculpa." Seu amigo pede, rosto corado. "Eu estava te chamando mas você não ouviu. Desculpa."
"Tudo bem." Harry empurra o capuz do casaco de volta para sua cabeça, olhando em volta.
Há estudantes sentados na grama e um grupo grande reunido perto de um tabuleiro enorme de xadrez feito por alguma das turmas numa extremidade mais a frente. O prédio mais próximo é o da biblioteca, sem contar o estudantil que ele acabou de sair e então finalmente a pequena ala da enfermaria.
"Você vai treinar hoje?" Liam questiona quando eles voltam a caminhar lado a lado.
Harry balança os ombros.
"Eu estou bem." Garante, embora o aperto dolorido em seu peito não tenha diminuído. "Tenho que ir lá mesmo?"
"Você tem." Liam joga um dos braços por seus ombros, apertando-o perto. "Eu sei que futebol é importante para você, ainda mais por causa da bolsa mas não pode jogar doente."
Harry aperta a mão de seu amigo entre a sua, juntando seus dedos.
"Eu não estou doente." Diz ele. "Intoxicação não demora a curar, só preciso de uma xícara de chá bem quente e um prato de sopa."
"E o britânico ressurge das cinzas!" Liam brinca, sorrindo. "Ninguém na América toma chá. Posso te arranjar um café se quiser."
Harry o empurra para longe então, rindo.
"Não me ofenda." Diz a ele, pés se arrastando preguiçosamente contra a grama bem aparada. "Estou bem, okay?"
Liam não parece muito confiante mas ele está sorrindo e concordando, então é o suficiente para Harry.
"Okay." Responde, abraçando-o outra vez.
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O treino dos Falcões começa com aquecimento básico de quinze a vinte minutos. Corrida leve em volta de todo o campo e então seus membros, braços, pernas e peitoral.
Harry corre em zigue-zague com os cones fluorescentes em sua frente, pelo menos três passos de distância entre cada um deles, organizados em uma fileira única. A chuva parou de cair a alguns bons minutos mas a grama ainda está molhada e escorregadia então ele determina três séries de vinte voltas, ido e vindo para não correr risco.
James está na outra extremidade do campo, bracelete de capitão em seu braço direito, por cima da camisa de mangas longas. Ele conversa algo com o treinador, gesticulando enquanto aponta para seus garotos espalhados.
Harry desvia a atenção dele para o outro lado então, seus olhos caindo sobre Zayn, aquecendo suas pernas longas, flexionando as coxas e os quadris com passadas longas e certeiras. Ele parece notar quando Harry o encara porque ele o olha de volta um instante depois, cabelos castanhos caindo por cima de seus olhos âmbar, cílios longos sobreando as bochechas.
"Ei." Evan se aproxima, mãos na cintura e sobrancelhas franzidas. Ele se senta perto do primeiro cone alaranjado, sem se importar com a grama úmida em seus shorts, esticando suas pernas e colocando seus braços par trás, apoiando-se. "Você deu um belo show sexta."
Harry esconde seu rosto entre as mãos ao se aproximar, de pé na frente dele. Seus shorts são brancos e ele não vai arriscar suja-los por livre e espontânea vontade.
O estádio estava realmente cheio sexta feira, embora ele se lembre de apenas alguns flashes da multidão, uma vez que no minuto seguinte Zayn estava confrontando-o e no outro ele estava sobre seus joelhos, vomitando no gramado.
No entanto, Harry sente o quão vergonhoso ele foi, suas bochechas corando com o comentário.
"Pelo menos nós ganhamos." Ele rebate, observando-o através de seus dedos afastados.
Evan sorri, olhando-o de baixo, fracos raios de sol iluminando seu rosto bonito.
"O que você teve?" Ele questiona, desviando o olhar.
Harry suspira.
"Intoxicação." Responde. Ele vê James acenando quando olha em sua direção, para os garotos, esticando um de seus braços para Evan. "Vem."
Ele segura sua mão em um aperto firme e quando se levanta, sendo puxado por Harry, seu peitoral esbarra com o dele. Evan olha em seus olhos, mão ainda apertando a sua, sobrancelhas bem feitas, iries cor de mel e lábios desenhados.
Ele é tão bonito. Jesus.
"Obrigado." Murmura, sem desviar. Evan olha em direção a boca de Harry por um segundo ou dois, seus cílios longos sombreando suas bochechas quando ele pisca.
Harry jura que ele teve aquele olhar, por pouco tempo mas teve. Ou talvez ele realmente esteja doente.
De qualquer forma, Evan se afasta.
Tonto, Harry ainda demora uns segundos para voltar em sua órbita, evitando olhá-lo quando se aproximam mais, envergonhado. Confuso.
Durante o resto do treino, ele ainda não consegue olhar para Evan.
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Evan hmmm????
Até a próxima!