Don't leave me | taekook

Taeizzy

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[CONCLUÍDA] Quando Jeongguk descobriu que estava esperando um bebê do alfa, viu seu mundo desabar diante de s... Еще

Not Planned
Fall
Light
Begin
Overcome
More than Words
The story never ends

Because of you

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Taeizzy

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Boa leitura <3
××××××××××××××××

Jeongguk nunca gostou de comemorar  seus aniversários. Para o ômega, a data em si não era “especial" como os outros costumavam dizer; era apenas mais um dia comum do ano que alguns conhecidos lhe desejavam felicitações, mas que na verdade, não passavam na maioria das vezes, de palavras vazias. Pelo menos, seus aniversários sempre foram assim. Seu pai, por exemplo, era do tipo que até o ano em que Jeongguk se mudou, fazia questão de fazer o dia do garoto passar em branco. Sem bolo, sem beijos na testa, sem abraços e o mais importante, sem qualquer “eu te amo” desejado para si. Sua mãe ainda lembrava, lhe dava um curto e desajeitado abraço seguido de um “parabéns” e logo quando saía com seu pai para resolver coisas relacionadas ao trabalho, ela deixava no cantinho da geladeira, bem escondido, um cupcake com uma velhinha. Sabia que se Junghyun visse um bolo grande e enfeitado, estragaria a data com suas palavras arrogantes e aquilo era o que Sohye menos queria para seu filho, por isso sempre tentava disfarçar, mas não deixava uma data passar, mesmo que para o seu ômega, aquilo não passasse de uma grande besteira. 

Porém, tudo mudou quando seu filhote nasceu. Dia 10 de Junho era abençoado para o ômega e ele nunca deixaria aquela data passar em branco. Para si, aquele dia era sempre como uma renovação de sua alma, o dia em que sempre carregava seu bebê no colo e pensava sobre o quanto ele havia transformado sua vida para melhor. Cada ano, Junhyuk crescia mais e aumentava a quantidade de números aos poucos em sua mãozinha. E claro que como um pai babão, ele sentia que seu filho estava cada vez mais tornando-se um rapazinho que não gostaria de largar nunca. 

E naquela aniversário, não seria diferente. 

— Quem é o alfinha mais lindo do mundo que está fazendo quatro aninhos hoje? — Jeongguk entrou no quarto já iluminado pelo sol e viu seu pequeno brotinho de amor mexer os pezinhos no berço, enquanto fingia estar dormindo. Ele sabia bem o que aquilo significava; Junhyuk gostava de ser paparicado desde muito novo, e sempre testava os pais para saber se os mesmos lembravam daquela data tão especial. Ele era muito espertinho. — Olha, Tae, acho que erramos o quarto, deve ser em outra casa que algum bebê está fazendo aniversário, não acha? 

— Verdade, Gguk. Confundimos os bebês, certeza que deve haver algum outro Junhyuk que está fazendo quatro anos por aí, então vamos procurar por ele em outro lugar, vem — os dois pais falaram brincalhões, vendo logo a cabeleira espessa do garotinho sair do cobertor e quando estavam prontos para sair do quarto, escutaram a criança pular no colchão. 

— Não erraram, não! Sou euzinho que ‘tô fazendo quatro anos! — viram o garotinho praticamente pular das grades do berço branco, enquanto os dois mais velhos sorriram, sabendo que o menininho deles nunca mudaria. 

— É você mesmo, tem certeza? — Jeongguk perguntou, enquanto tirava o rebento da cama e o prendia em seus braços, sentindo o cheirinho gostoso de creme e o perfume adocicado de frutas que o menor emanava. Era o seu aroma preferido no mundo. 

— Siiim, papai! E-Eu tenho ceteza! — Junhyuk falou com os olhos ébanos arregalados feito duas bolinhas de gude, enquanto os dois pais faziam caretas pensativas. 

— Se você diz, então eu acredito em você — o ômega tocou a pontinha do nariz do pequeno com o indicador — Parabéns, meu amor!! Urgh, você já é um rapazinho que não para de crescer!!! — apertou o alfinha em um abraço e escutou a risada gostosa do rebento, enquanto as mãozinhas do garotinho se prendiam em seus fios negros. Amava tanto seu pequeno menininho que não conseguia conter a emoção que sentia ao viver ao lado dele. Gostaria de sempre fazer parte da vida do garoto. — Eu amo tanto você! 

Deixou-lhe milhões de beijos no menino, que não parava de sorrir e logo, Junhyuk foi para o colo de Taehyung, que levantou o alfa até o teto e fez o mais novo rir gostoso. 

— Uau, olha só como você cresceu! Já parece até um homenzinho. — o Kim falou, olhando seu bebê, que sorriu mais e Taehyung gravou em sua memória o sorriso infantil e banguelinha que o menor tinha, carregado de pureza e amor. Junhyuk era amor e assim, Taehyung o abraçou e começou a acariciar os cabelos rebeldes do pequeno, sentindo seu coração palpitar em seu peito e lágrimas de felicidade brotaram nos cantinhos dos olhos avelãs. — Feliz aniversário, meu bebê. Eu espero que você consiga realizar sempre os seus sonhos e que se lembre que você é o meu garotinho que eu amo muito. Você sempre será a melhor coisa que me aconteceu. 

— Eu te amo muitão papai, desse tamanho aqui, ó — abriu as mãos e as afastou até onde conseguia, mostrando que seu amor por seu pai era infinito e Taehyung sorriu bobo, afundando o rosto choroso nos cabelos negros, sentindo os bracinhos agarrarem novamente seu pescoço e ficaram naquele enlace até que Jeongguk se juntou, abraçando os dois, fazendo tanto Taehyung, como Junhyuk, sorrirem. 

— Amo vocês mais que tudo nesse mundo. — o ômega sussurrou, sentindo um quentinho gostoso em seu peito. — Agora que tal um café da manhã bem gostoso e especial para o garotinho mais especial do universo?

[...]

Estavam os três em uma cafeteria que Junhyuk amava ir. Ele adorava experimentar os diversos sabores de rocamboles açucarados e a “tia” que os atendia, sempre dava um cafezinho cheio de espuma com desenhos para o pequeno, e aquilo conquistara o garoto de forma com que pedisse aos seus pais sempre para irem lá. E claro que os papais não deixariam de aproveitar aquela oportunidade no aniversário do menininho. 

— Oi, tia Lia!! É o meu aniversário, sabia? — Junhyuk contou todo contente assim que entraram na cafeteria, correndo para a vitrine de doces onde a mulher sempre os atendia. 

— Hyuk, oi!! — a mulher notou a presença pequenininha do garoto e teve que esticar o corpo através do balcão para ver o garotinho, que estava nas pontas dos pés e olhava a mulher com felicidade estampada em seu rostinho. — É mesmo? Parabéns!! 

Jeongguk então pegou o filho no colo, enquanto o mesmo contava animadamente para a mulher sobre como já estava mais velho e Taehyung olhava o cardápio, pensando em o que pedir. 

— Noona, eu vou querer um croissant de queijo e um café. O Jeongguk quer um pedaço de torta de frango e um suco de limão e o Hyuk, o que você quer bebê? 

— Eu quero torta de morango e o cafézinho com desenho que a tia Lia sempre faz! — pediu para o pai, que olhou a mulher e logo depois da atendente anotar os pedidos, foi-se sentar junto com sua família próximo a janela. 

O ambiente era colorido e muito confortável, e imaginava que Junhyuk gostasse tanto do lugar porque tinha as diversas luzes brilhantes – os pisca piscas – que o alfinha dizia serem vagalumes. O garoto sempre se encantava com coisas simples e aquilo era tão adorável a ponto de fazer os dois pais começarem a gostar na mesma intensidade dos objetos. Afinal, Junhyuk tinha o poder de tornar tudo mais bonito sem precisar fazer muito para. 

— Olha só como dia está ensolarado, vai dar pra gente dar um passeio por aí. — Taehyung comentou, vendo através do vidro o sol brilhar em cima das diversas cerejeiras que enfeitavam Seul. A primavera era a estação mais bela e charmosa para muitos, e com aquela família, não era diferente. 

— Um dia eu quero trazer a vovó, o tio MinMin e o tio Seok aqui! — Junhyuk falou, balançando as perninhas enquanto olhava para cima, vendo os diversos vagalumes e quadros fofos de bolinhos e bichinhos. 

— Aqui estão os pedidos — Lia chegou com uma bandeja cheia de guloseimas deliciosas e os três sorriram, animados e famintos. Só o cheiro dos pedidos fazia a euforia aumentar mais ainda na mesa. — Já que o nosso príncipe, Hyuk, está fazendo aniversário hoje… Quantos aninhos mesmo, bebê?

 — Quatro! — o alfinha anunciou, mostrando quatro dedinhos e um sorriso que fez a mulher derreter por dentro. Não tinha como não se apaixonar pelo garotinho, ele era sempre tão adorável.

— Voltando. Já que o nosso princípe, Hyuk, está fazendo quatro aninhos hoje, eu conversei com meu marido e decidimos dar esse cafézinho com caramelo extra pro nosso bebê mais lindo do mundo! Cortesia da casa!

— Woww! — Hyuk acompanhou o movimento da mulher, enquanto ela colocava sobre a mesa uma xícara de cachorrinhos com muito café e espuma, onde um desenho de coração enfeitava o expresso do garotinho, que bateu palmas, animado. 

— Como é que se diz, bebê? — Jeongguk piscou para o filho, que deu uma bebericada no leite e sorriu para a mulher, com um bigodinho de chantilly muito fofo. 

— Obrigado, tia Lia! Você é a melhor! — o garotinho exclamou e a mulher riu com a extrema fofura do garoto, deixando um beijinho nos cabelos negros do mesmo. 

— De nada, meu bebê. Agora eu tenho que ir, aproveitem. — ela se despediu da família, deixando os três comendo e rindo, como uma família muito feliz, que de fato, eram. 

[...]

Taehyung e Jeongguk andavam calmamente pela calçada, vendo o bebê deles brincar com o filhotinho de cachorro de uma senhora. Naquele dia em especial, as cerejeiras deixavam uma grande quantidade de pétalas rosadas voarem com a brisa, como se fosse neve e o chão estava coberto pelas belas folhas. Jeongguk amava quando aquilo acontecia, lembrava muito o último período de gravidez, quando sentava na pracinha do lado de seu apartamento, junto com Jimin e ambos ficavam conversando e imaginando como seria o futuro. Momentos como aquele eram demasiadamente marcantes e o ômega gostava de guardar em seu coração, sentindo aquela sensação nostálgica e gostosa no peito. 

— Dá pra acreditar que o nosso filho já tem quatro anos? — Taehyung falou, calmo, e o moreno sorriu terno, colocando as mãos nos bolsos do casaco preto que vestia. De fato, se voltassem toda a história desde que o Jeon descobriu a gravidez, sabiam o quão agitados foram os meses do rapaz. O seu término com Bogum, o ínicio da amizade inesperada com Kim Taehyung, a mudança para o apartamento do alfa que lhe estendeu a mão sem lhe julgar… Todos aqueles acontecimentos marcaram a vida deles e nunca conseguiriam esquecer aqueles dias turbulentos. 

Mas também existiram os dias que Jeon sentiu que poderia explodir de tanta felicidade, como na descoberta do sexo do bebê e o sorriso que Taehyung deu ao saber que o ômega escolhera o nome que ele tinha sugerido. Aquele momento era perfeito e ele sentia um solavanco acertar seu coração só de lembrar o abraço que recebeu do alfa. Amava sentir os braços calorosos circularem seu corpo, as batidas aceleradas do coração do Kim, o perfume único do alfa, o afago que recebia nos cabelos… Nunca se sentiu tão bem e protegido em um abraço como o de Taehyung. De fato, queria morar nos braços do castanho e sentia vibrações gostosas subirem do pé da barriga até seu peito. O mais velho causava aquilo em si e nem mesmo Jeongguk poderia dizer o que aqueles sinais que seu corpo mandavam significava, apenas sabia que gostava de senti-las. 

— Ele teve o melhor pai alfa para criá-lo. — Jeongguk falou baixinho, abrindo um sorriso de forma com que seus dentes de coelho aparecessem e Taehyung sentiu o peito apertar em felicidade. O Jeon ficar de frente para o seu hyung era pedir para que o mesmo quase explodisse de tanto amor, pois estavam tão próximos… Taehyung acreditava que aquela era uma das melhores visões do mundo todo; as pétalas voando nos fios negros do mais novo, os olhos se fechando, e puxando as ruguinhas enquanto o sorriso moldava seus lábios avermelhados. O Kim nunca conseguiria medir o quão abalado seu coração ficava quando aquele sorriso lindo era direcionado para si. A pintinha abaixo do lábio inferior aparecendo, as bochechas corando, o nariz enrugando… Jeongguk era tão, mas tão lindo, que Taehyung sentia sua mente nublar, sem conseguir pensar em mais nada e nem piscar. Jeongguk causava aquilo em si e ele nunca se acostumaria. — Ele é tão bom, Tae. Me lembra você.

— Jeonggukieeee… — Taehyung escondeu o rosto com as mãos, sentindo que logo explodiria com aquele garoto falando aquelas coisas para si. Ele nem mesmo conseguia olhar diretamente para os olhos ébanos do outro sem sentir que iria fraquejar. Jeongguk sempre o deixava envergonhado com aquelas palavras e ele sentia vontade de gritar o quanto queria que o ômega fosse seu. Droga, Taehyung já perdera a conta de quantas vezes quis segurar a mão do mais novo em público, andando por aí como um casal. A vontade de beijar-lhe os lábios e tocar o corpo do ômega. Seu lobo sentia necessidade de se conectar mais ainda com o do Jeon. 

— Taehyungieee — o mais novo imitou o tom arrastado, deitando a cabeça no peito do mais velho subitamente, enquanto abraçava a cintura do alfa e escutava o coração do mesmo fazer um tumtumtum frenético. Sabia que tinha pego o outro de surpresa, até porque o Kim estava com os olhos amendoados arregalados e as mãos tremiam, tamanha surpresa com o ato do mais novo. Assim que o mais velho finalmente entendeu o que tinha acontecido, abraçou o corpo do mais novo e encostou o queixo no cabelo do ômega, vendo o mesmo fechar os olhos e apertar mais o rosto contra seu peito, querendo sentir aquele conforto que sempre sentia ao entrar em contato com os braços do outro. 

Quem olhasse aqueles dois daquela forma, saberia que ambos se amavam na mesma intensidade; apenas não sabiam ainda. 

— Papai, papai! — Hyuk veio correndo até os dois, fazendo o Jeon se afastar e logo, o ômega se abaixou, ficando da altura da criança, pegando-a no colo. 

Voltaram para o apartamento, e logo, Jeongguk e Junhyuk estavam deitados no tapete da sala, vendo diversos desenho que o pequeno tanto amava. Depois de alguns minutos, Taehyung apareceu no cômodo com seu sorriso quadrado e uma caixa embrulhada. 

— Hyu-Hyuk — cantarolou, atraindo a atenção do pequeno, que olhou Taehyung e viu o mesmo sorrindo para si. — Olha só o que eu e o seu papai Gguk compramos para você. 

Taehyung se ajoelhou no chão e Junhyuk correu até o alfa, pegando o embrulho com todo cuidado do mundo, sentando-se no chão para abrir e ver o que seus papais tinham comprado para si. 

— O Dumbo!!! — o garotinho tirou a pelúcia da caixa, vendo todos os detalhes da mesma. 

— Um Dumbo para o nosso Dumbinho. — Jeongguk comentou, referindo-se ao filme favorito da criança, que não desgrudava um segundo sequer do elefantinho. 

Depois daquilo, Hyuk passou o resto do dia brincando com o presente e enquanto o mesmo estava concentrado demais no seu mundinho, mal escutou a voz de seus padrinhos entrando na sala, só percebeu que eram eles quando sentiu Jimin ajoelhado ao seu lado, encostando o queixo no ombro do pequeno. 

— Oi, bebê. — Jimin disse assim que o alfinha virou o rosto para vê-lo, abrindo os braços para abraçar Hyuk, que pulou no colo do padrinho.

— Tio MinMin!

— Parabéns, meu amorzinho! — Jimin falou, deixando um beijo na bochecha gostosa do garotinho e logo Hoseok apareceu na sala junto com seus pais. Junhyuk abraçou o moreno e recebeu uma chuva de cócegas do Jung, que depois entregou o presente para o garotinho. 

— Papai Tae, papai Gguk, eu ganhei um patins! — o garotinho estendia as botinhas com rodinhas para que os quatro adultos na sala vissem e Jeongguk olhou os padrinhos com uma expressão de quem sabia que aqueles objetos só viriam dos mesmos. Hoseok sempre gostou de skate, patins e queria que seu afilhado fosse radical igual, e pior, Jimin ainda incentivava. 

— Nada de andar com isso em escadas ou aqui dentro de casa, ouviu? Eu acabei de pagar a última prestação da tv. — Taehyung falou e o garotinho assentiu, guardando o par de patins azul na caixinha. Levaria o rebento para andar no dia seguinte.

Escutaram então a campainha tocar novamente e Jeongguk foi atender, vendo Sohye entrar na sala com seu sorriso materno e acolhedor.

 — Vovó!! 

Depois de passarem o resto do tempo conversando e comendo, Hyuk já começava a coçar os olhos e Jeongguk sabia que o filho dormiria a qualquer momento, por isso tirou o bolo de morango da geladeira e acendeu rapidamente as quatros velinhas coloridas, atraindo a atenção da criança para a música de parabéns que os adultos começaram a cantar para si.

— Faz um pedido, Hyuk! — Jimin falou, vendo o garotinho em pé na cadeira e então Hyuk fechou os olhos e depois assoprou com toda força que tinha, vendo as chamas apagarem e todos gritaram enquanto batiam palmas, tirando um sorrisinho do garoto, que já cutucava a perna do Jeon, falando sobre o tal primeiro pedaço. 

— Já que eu não posso dar bolo para o Dumbo porque ele ficaria dodói, então o primeiro pedaço vai ser para os meus papais! — estendeu o pratinho e os dois pais ficaram surpresos, pois acreditavam fielmente que aquele pedaço seria para um dos padrinhos. Depois de deixarem beijos e tirarem fotos - Hyuk passou o dedo com chantilly na pontinha do nariz de seus papais e para se vingar, o Kim passou na pontinha do nariz do filho e assim saíram nas fotos -, Junhyuk se despediu de todos, já molinho de sono e Jeongguk levou o filho para o quarto, colocando um pijaminha gostoso e arrumou o berço do mesmo, deixando o filho se aconchegar na caminha. 

— Boa noite, meu amor. O papai te ama. — Jeongguk deixou um selar na testa do bebê e tirou a franja negra dos rostinho alheio, vendo Junhyuk fechar aos poucos os olhos enquanto apertava o elefantinho contra seu peito.

— Eu também te amo, papai. Eu e o Dumbo. — Junhyuk falou baixinho e logo em seguida mergulhou num sonho profundo, deixando apenas que o som da sua respiração pudesse ser escutada. 

Jeongguk ficou ainda alguns minutos zelando o sono do filho, lembrando das primeiras semanas de vida de seu filhote no qual sempre ficava ao lado do berço, protegendo seu filho das dores e do que mais viesse. Ele sentia falta daquela época mas estava feliz por ver que seu alfinha já tinha quatro aninhos. Estava feliz por saber que finalmente as coisas tinham entrado nos eixos e que não precisava mais se preocupar com os fantasmas de seu passado. Sabia que Junhyuk tinha traços que lembravam seu pai biológico, porém, a cada dia que passava, ele se parecia mais e mais com Jeongguk e por mais que o sangue de Bogum corresse no garotinho, ele sabia que Junhyuk era melhor versão dos dois pais e não mudaria nada nele, nem mesmo seu parentesco. Pois Bogum pode ter ido embora, mas deixou o melhor presente do mundo em Jeongguk. 

O aniversário era de Junhyuk, entretanto, quem se sentia verdadeiramente presenteado era Jeongguk, que tinha sua família ao seu lado. 

[...]

— Você sabe que eu nunca saio com o papai, Tae, não sabe? — Jeongguk perguntou ao baixinho, vendo o mesmo com os bracinhos cruzados, numa clara demonstração de ciúmes. — Hyuk, você não acha que os seus papais também tem o direito de saírem uma vez para se divertir? 

— Não é isso. Eu quero ir junto com vocês! — o garoto respondeu, aumentando o biquinho nos lábios idênticos aos do Jeon. 

— Mas o Jimin e o Hoseok já arrumaram tudo para você dormir com eles. Você não acha injusto desmarcar e deixar eles sozinhos? 

— Eles podem ficar juntos, papai. Eu quero muito ir com vocês! — Junhyuk teimou e o pai fez uma feição exausta. O filho era muito apegado aos dois pais e quase nunca Jeongguk conseguia sair sem o rebento, Taehyung também. E daquela vez eles gostariam de sair para se divertir e pediram aos padrinhos do garoto para que ficassem com o mesmo, e claro que ambos concordaram. 

— Desculpe, Hyuk. Mas hoje, não. — o homem decidiu e o filho apertou mais os braços, irritado. — Eu e o seu pai precisamos de um dia só nosso, entende? Eu quero sair para lugares diferentes e fazer coisas que não posso com você. O papai também quer se divertir, sabe? E você pode ajudar a gente ficando uma noite com seus padrinhos, não acha? 

— Mas o tio MinMin fica brigando sempre com o tio Seok, é chato! — Junhyuk contou e Jeongguk franziu as sobrancelhas. Sobre o que ele estava falando?

— E por que ele briga com o tio Seok?

— Porque o tio Seok solta punzinho embaixo do cobertor e sempre prende a cabeça do tio MinMin, assim ele não consegue sair e acaba sentindo o cheiro do pum do tio Seok! Eu não gosto de sentir o cheiro do pum dele, papai. — Junhyuk contou com uma caretinha adorável, enrugando o narizinho. Jeongguk riu ao imaginar a cena e teve certeza que seus amigos eram realmente doidos. 

— Eu prometo falar para o tio Seok não soltar pum, tudo bem? — o ômega sugeriu e Junhyuk ainda manteve os braços cruzados, mas sua expressão estava normal. Logo a criança cederia. — E o Jimin me contou que ele comprou vários filmes para vocês assistirem. 

— Jura? — Junhyuk abriu a boca, surpreso e o pai assentiu, vendo o garotinho pular, animado. No fim das contas, o alfinha sempre voltava ao normal rapidamente e se comportava. — Ah, então eu quero, papai! 

— Que bom, bebê. Vou morrer de saudades mas prometo que amanhã eu te busco cedinho, ok?

— Tudo bem! — o moreninho pulou no colo do pai, abraçando-o e então Taehyung entrou no quarto do Jeon, vendo os dois naquele carinho. — Papai Tae, eu vou assistir muitos filmes até de madugada hoje! 

— Ah é mesmo? — O Kim olhou Jeongguk desconfiado, que negou com a cabeça e logo, o ômega se levantou, ajeitando a camisa vinho, vendo que Taehyung estava pronto e bom, demasiadamente lindo naquele paletó preto. — Vou fazer a mala dele então, pode terminar de se arrumar, Gguk.

Enquanto Taehyung ficara no quarto do Jeon junto com o filho arrumando as roupinhas na mochila, Jeongguk estava no banheiro, ajeitando os cabelos negros que pareciam tão rebeldes quanto o normal.

— Que merda… Justo hoje, sério? — passou as mãos pelos fios espessos e viu que nada adiantava. Seu cabelo criava vida própria e Jeongguk sabia que o único jeito de conseguir arrumá-lo seria usando gel, entretanto, detestava usar produtos de cabelo pois sempre se sentia feio e bom, teria que ir com o cabelo do jeito que estava mesmo. 

Passou um pouco de perfume, mesmo sabendo que o seu cheiro de maracujá prevaleceria e colocou acessórios de prata, como um colarzinho simples e pulseiras. Ajeitou as mangas da camisa, deixando seus antebraços expostos e escovou os dentes, passando um balm de cereja, que deixava seus lábios avermelhados e molhadinhos. Jeongguk não costumava passar maquiagem, mas naquele dia sentiu que gostaria de ousar um pouco mais, então passou uma base cushion que disfarçou as manchinhas avermelhadas e as espinhas e também passou um pouco de sombra marrom na linha dos cílios superiores e inferiores, criando profundidade para seus olhos, que pareciam ter criado mais expressão e até mesmo, mais misteriosos. Passou o pente pela franja negra que escondeu grande parte de suas sobrancelhas, quase chegando a altura de seus olhos. Gostava da forma como estava, sentia-se atraente e bom, queria estar bonito para o Kim. 

Não que se sentisse feio, sabia que não era, mas Kim Taehyung era extremamente bonito e queria ficar a altura para que o alfa também o notasse, fora que gostaria que os outros ômegas também percebessem o quanto ele combinava com o castanho. Jeongguk não sabia porquê, porém, incomodava-se mais do que gostaria quando percebia que outros ômegas olhavam para Taehyung daquela forma mais… Carnal. Tá, sabia que além de carregar uma beleza exótica, o mais velho era cavalheiro e muito carinhoso, fora que todos gostavam de conversar com o Kim, ele era inteligente e muito sociável. E Jeongguk não era sociável, não era do tipo que conseguia conversar com estranhos com tanta facilidade e também não sabia como se abrir do jeito que gostaria para os outros, só mostrava sua verdadeira personalidade carinhosa para os seus amigos. Mas estava tudo bem, Jeongguk não se incomodava com seu jeito mais introvertido, apenas se sentia desconfortável com a ideia de que talvez Taehyung conseguisse a atenção de outro. Ah, aquilo sim o incomodava. 

Mal sabia ele que o alfa sempre prestaria mais atenção em si do que em qualquer outra coisa ou pessoa ao seu redor. 

— Está pronto? — o mesmo entrou no banheiro e Jeongguk assentiu. Esperava que aquela noite fosse tão boa quanto imaginava.

— Você ‘tá lindo, papai! — assim que Junhyuk o viu, Jeongguk foi alvo dos olhos brilhantes do rebento em seu corpo e bom, crianças costumavam ser sinceras, certo? Então aquilo era muito bom. 

— Estou? — pegou o filho no colo e a mochilinha do mesmo e saiu do apartamento, vendo Taehyung trancar a porta.

— Uhum, tá parecendo um píncipe! — o alfinha falou e Jeongguk sorriu abertamente, completamente apaixonado pelo pequeno, que abriu um sorriso igual ao seu. Tudo em Junhyuk era muito parecido com o mais velho e enquanto os dois Jeon’s estavam concentrados em se admirarem, Taehyung babava vendo o quão lindos eram os dois. Ele tinha muita sorte de ter uma família tão linda, chegava até a parecer surreal o quanto o Junhyuk puxara todos os traços delicados e perfeitos do ômega.

— Você também parece um principezinho, o mais lindo de todos! — Jeongguk beijou a pontinha do nariz do pequeno, que riu e então os três desceram as escadas, indo até o corolla prata do Kim. 

Passaram o caminho todo até a casa de Hoseok com muita alegria, cantando músicas infantis do CD que Taehyung comprara para seu pequeno e aquela noite de verão parecia mais viva do que nunca, afinal, as ruas estavam bem movimentadas com famílias passeando, jovens indo para festas, e as estrelas assistiam tudo de lá do céu.

— Oi, meu bebê! — Jimin pegou o pequeno e as coisinhas dele assim que Taehyung estacionou em frente a porta do apartamento do amigo e logo os dois desceram.

— Valeu por terem quebrado essa pra gente — Taehyung encostou no carro e os amigos sorriram. — Se o baixinho aí fizer alguma coisa feia, amanhã eu vou ter uma conversa séria com ele. — semicerrou os olhos para o garotinho, que riu maroto e então o alfa se despediu dos três, voltando para o carro.

— E Hobi, ve se não mata o meu filho quando for soltar pum! — Jeongguk falou brincalhão e escutou tanto Jimin, como Hyuk rirem da cara envergonhada que o amigo fez. Os dois acenaram para os amigos, vendo Junhyuk mandar beijinhos junto com Jimin. 

— Temos sorte de que o Hyuk concordou sem precisarmos brigar com ele, eu ficaria muito mal. — Taehyung iniciou a conversa, dirigindo e Jeongguk finalmente percebeu que agora eles estavam oficialmente sozinhos indo para um talvez pseudo encontro. 

— Eu também. Ele ficou com um pouquinho de ciúmes mas depois entendeu que a gente precisava desses momentos também. — o ômega completou, vendo o perfil simétrico do Kim. 

Mesmo sabendo que aquela noite seria como as demais, Jeongguk não conseguia deixar de se sentir… Eletrizado. Sentia que seu sangue corria rapidamente por suas veias e as pontinhas de seus dígitos vibravam, ansiosos para o início daquela noite especial. O moreno também não conseguia conter o sorriso animado que volta ou outra, moldava seus lábios sem perceber. Ele sentia-se tão bem, tão feliz por saber que conseguiria passear e conversar com Taehyung sem sentir o peso da preocupação e da rotina pesada em suas costas. 

Ele tinha apenas vinte e três anos e queria aproveitar a vida também, sem precisar estar sempre com a palavra responsabilidade fixada em sua mente. Queria sentir o ar puro, caminhar por aí e viver como se fosse apenas mais um jovem com uma vida normal. Queria que aquela noite fosse marcante a ponto de sempre se lembrar com carinho das coisas que viveriam.

— Onde vamos jantar? — o Jeon não se conteve e com um sorriso, questionou, vendo o Kim sorrir travesso para si, colocando o franjão castanho para trás.

— Surpresa. — o alfa falou e passou a língua pelos lábios róseos, vendo o mais novo se remexer em curiosidade. Trocou o cd de músicas infantis e colocou um que gostava de escutar sempre que estava indo para o trabalho; aquelas eram músicas especiais para si que ele gostaria de marcá-las com a presença de Jeongguk, para que sempre que as escutasse depois, o rapaz aparecesse como um filme em sua cabeça. Because Of You começou a tocar e Taehyung não conseguiu segurar o sorrisinho apaixonado, encostando a cabeça na mão enquanto dirigia pensando no garoto ao seu lado, que naquela noite parecia ainda mais belo do que nunca. 

Foram o resto do caminho em silêncio, apenas escutando as canções românticas que tocavam no rádio do carro e mesmo que não conversassem, o clima estava confortável, pois ambos estavam imersos em seus pensamentos. 

— Chegamos. — Taehyung estacionou o carro, tirando o cinto e Jeongguk olhou o lugar pequeno mas aparentemente confortável. Era um restaurante simples de comida caseira e o moreno estava realmente animado. 

Desceram do carro e logo um senhor vestido com um avental os atendeu, guiando os dois até uma mesa que ficava próxima a janela. Ambos se sentaram e Jeon notou que a decoração do restaurante era muito bonita e bem tradicional; as luminárias eram de palha em formato de chapéu, deixando o lugar com a iluminação mais ambiente e as mesas de madeira seguiam o mesmo formato quadrado, assim como os tatames, que eram todos bordados com o mesmo tecido. 

Tiraram os sapatos e sentaram de frente para o outro, sorrindo. Estavam tão felizes por estarem naquele encontro, mal conseguiam acreditar. 

Uma senhora se aproximou da mesa com uma caderneta e entregou os cardápios aos jovens, que sentiam o estômago roncar só de olhar os pratos. 

— Podemos pedir um Gopchang pra gente dividir e uma porção de Chikin. — Jeongguk sugeriu e Taehyung assentiu, assim a mulher começou a anotar os pedidos. 

— Pode trazer também uma garrafa de Soju, por favor, Noona. — completou e então a beta foi para o balcão, deixando os dois sozinhos. 

— Esse lugar parece incrível. Fora que o cheiro que vem da cozinha é maravilhoso. — o ômega comentou e Taehyung sorriu, assentindo. — Como conheceu esse lugar? 

— Quando eu me mudei para Seul, Hoseok costumava pagar alguns almoços aqui para nós dois. — contou, nostálgico. Jeongguk prestava atenção, vendo que o alfa estava se abrindo e falando de seu passado sem que o outro precisasse pedir. — Eu sentia muita falta de comer uma comida boa de verdade, algo que me lembrasse meu lar e logo depois que eu provei a comida daqui pela primeira vez, soube que esse lugar me lembrava minha casa, minha família. Minha irmã, principalmente. Ela aprendeu a cozinhar com a minha mãe, e como eu não tive tempo para conhecê-la, essa foi a forma que eu encontrei para saber como era o gosto dos pratos tão elogiados lá em casa. E os daqui são bem parecidos.

— Poxa Tae, eu acredito que sua mãe deveria ser uma mulher incrível e ela sentiria muito orgulho de quem você é. — o mais novo confortou o alfa. A história do Kim era triste e sabia que aquilo deveria doer profundamente no outro. 

— Sun é a cópia da minha mãe, Gguk. Elas são idênticas, eu vi nas fotos. E a minha irmã tem os mesmos gostos, personalidade, tudo. Ela carrega muito da minha mãe e eu sei que eu gostaria de ter a conhecido porque a Sunmi é maravilhosa. Mas tudo bem, as coisas são assim porque tem um propósito. — Taehyung sorriu pequeno, tentando imaginar como sua vida poderia ter sido se sua querida mãe tivesse sobrevivido após o seu parto. As coisas poderiam ter sido diferentes. — Pensando agora sobre essa época da faculdade, faz tanto tempo que eu não vejo meus amigos. Principalmente o Joon.

— Kim Namjoon? — Jeongguk questionou e o alfa concordou. Ele pouco sabia sobre o beta, apenas o via pelos corredores com Taehyung e Hoseok. — Eu não conheço muitas pessoas na faculdade agora que eu voltei. Ando só com o Yoongi e às vezes faço trabalho com alguns caras que sentam na frente. 

— Eu sinto falta da faculdade. Eu realmente me sentia muito bem lá. — Taehyung tinha terminado o curso fazia alguns anos e Jeongguk ainda precisava concluir três semestres para sair. — Você preferia aquela época ou agora?

— Em questão da faculdade? — o outro assentiu. — Antes, claro. Eu tinha Jimin e eu gostava de conhecer as pessoas que eu estudava, por mais que eu não conversasse com elas. E eu dividia aula de história da arte com Kim Taehyung, quer coisa melhor?! — Jeongguk brincou e o alfa riu, fazendo uma pose de metido, como uma celebridade universitária. — Até pensar em Bogum faz com que eu sinta que aqueles anos ali foram especiais. Mas só porque ele me deu Junhyuk!

— Nem me fale daquele maldito… — o de fios castanhos massageou as têmporas lembrando da época que tinha que ver o ômega abraçando ou beijando o alfa. Era demasiadamente torturante. No entanto, Jeongguk estava certo. Junhyuk foi a melhor coisa que aquele relacionamento deles proporcionou. 

— Junhyuk pode não ter o seu sangue, mas ele é seu filho. Bogum negou ele no primeiro momento e não merece nem saber como ele está agora. — Jeon disse, vendo a mulher voltar com os pratos e bateu palmas, faminto e admirado com o quão apetitosos pareciam os pedidos. — Wow, olha isso! Obrigado, Noona!

— Espero que gostem. — e deixou os dois, voltando para o balcão. 

Jeongguk e Taehyung começaram a comer e ambos fizeram diversas brincadeiras sobre como aquilo estava delicioso. O ômega até mesmo fechou os olhos e começou a simular batidas rápidas de seu coração com a destra, batendo a mesma no peito.

— Isso aqui está mais gostoso que a comida que eu faço, e olha que eu sou bom! — Taehyung falou, levando outro pedaço de Chikin a boca, gemendo com o sabor delicioso. 

— Isso aqui é mais gostoso que os mochis que o Jimin faz!

— Isso aqui é tão bom que me lembra como é estar e Daegu!

— Isso aqui é tão bom que me lembra como é estar nas nuvens, e olha que eu nunca fui! 

— Isso aqui é tão bom que me lembra você… — Taehyung soltou sem perceber, vendo o ômega o olhar de repente, espantado. — Q-Quer dizer... S-Sabe… E-Eu n-não…

O alfa começou a gaguejar, vendo seu rosto ficar vermelho e quente a ponto de até suas orelhas queimarem e Taehyung se praguejou por não conseguir segurar a língua. Escondeu o rosto nas mãos grandes, querendo bater em si mesmo por ser tão idiota. Já Jeongguk sorriu envergonhado, mexendo nos cabelinhos negros de sua nuca. Ele não sabia dizer porquê, mas seu coração parecia ter gostado de ouvir aquilo do outro, pois começou a bater sem parar e suas bochechas coraram. Taehyung tinha falado que ele era muito bom e poxa, ele queria deitar no chão e sorrir como um bobinho por se sentir tão tocado com aquele comentário. Seu lábio inferior até tremia tamanha felicidade.

— Você também é gostoso como esse chikin… — o ômega tentou responder o alfa de uma forma fofa, mas assim que percebeu que escolheu as palavras erradas para demonstrar seus sentimentos, arregalou seus olhos e tampou a boca com a mão, vendo Taehyung o olhar tão chocado quanto. — Meu Deus, eu não quis dizer isso… Quer dizer, não que você não seja gostoso, mas eu quis d-dizer que o b-bolinho está muito b-bom e que você também é, s-sabe… Aish!

Os dois ficaram então em silêncio, pensando no que tinha acontecido minutos atrás, até que Taehyung começou a rir e Jeongguk o acompanhou, percebendo o quão engraçada tinha sido a situação e como ambos estavam atrapalhados tentando dizer que gostavam muito um do outro. Dois bobinhos apaixonados que não sabiam como expressar todo aquele sentimento.

— Ganhei o dia após saber que Jeon Jeongguk me acha gostoso. — o alfa brincou e o mais novo jogou a cabeça para trás, constrangido. Porém, não deixava de ser verdade em sua cabecinha.

— Hyung! — resmungou, sem conseguir olhar o outro e então enfiou mais uma colherada de Gopchang na boca. Taehyung sorriu quadrado, sentindo que seu estômago estava cheio de borboletas voando freneticamente naquele momento. Ele iria explodir de tanto amor pelo garoto e não conseguia parar de sorrir, tanto que as maçãs de seu rosto doíam por isso. Ele amava o homem mais adorável do mundo todo e seu coração bobinho não sabia lidar com aquele sentimento todo se apossando de cada partezinha de seu corpo; estava vibrando e sentia uma felicidade descomunal lhe atingir, querendo gritar como gostava de ver seu Jeongguk sorrindo todo vermelho, igual encontrava-se naquele momento. Os olhos negros do rapaz pareciam brilhar como nunca antes e era lindo. 

— Vamos brindar essa noite especial. Afinal, que seja a primeira de muitas! — Taehyung sugeriu, servindo duas doses de Soju e deu uma ao ômega, que pegou e sentiu o cheiro forte do álcool entrar em contato com seu nariz. — Vamos brindar as bochechas vermelhas de Jeon Jeongguk, que são as mais adoráveis do mundo! 

— Taehyung! Aish, você gosta de me constranger, né? — o mais novo reclamou, fazendo o de fios castanhos sorrir mais abobado ainda, que riu com a careta do Jeon, sentindo uma vontade avassaladora de beijar a pontinha enrugada do nariz do moreno. 

 — Sim, eu gosto de ver como você deixa os olhos espremidos e as ruguinhas aparecem. Também gosto de como suas bochechas levantam e ficam vermelhas e você coça a nuca, todo envergonhado. É muito bonito, Gguk. — Taehyung falou e nem ligou se estava ultrapassando os limites. Era a verdade e mesmo se ele não fosse tão apaixonado pelo garoto, com certeza adoraria observar aqueles detalhes do mais novo. 

— Eu desisto de você, Kim. — Jeongguk brincou, completamente corado com o olhar do mais velho e Taehyung riu. Oras, por que ele olhava tanto para o seu rosto? Ele nem era tão fofo assim como o mais velho dizia. Não entendia o que Taehyung via nele.

— Mas eu nunca vou desistir de você, Jeongguk. — e mesmo que seu tom fosse de brincadeira, o alfa estava sendo sincero e por isso apoiou o queixo na mão, vendo o ômega sorrir daquele jeito que fazia seu coração falhar. Ele só conseguia pensar o quanto gostava de mimar o ômega sem se sentir culpado ou inseguro. Sentia-se o homem mais sortudo do mundo por estar fazendo Jeongguk sorrir tanto em uma noite só. 

— O brinde da noite vai ser ao homem mais charmoso do mundo. Pode entrar, Taehyung! — Jeongguk disse, levantando a sua dose e o outro riu, não aguentando aquele turbilhão de sentimentos; ele iria parar no hospital se o mais novo continuasse agindo daquela forma.

— Vamos brindar a nós dois: Jeongguk bochechinha vermelha e Taehyung rei do charme, está bem? — o alfa sugeriu, levantando sua dose e o mais novo finalmente concordou, levando seu copinho até o do Kim e então fizeram um “tintim” e levaram a bebida até os lábios. — Hum — engoliu o líquido forte, sentindo sua garganta queimar e então levou seu olhar a Jeongguk, que fazia uma careta enquanto estava a língua no céu da boca.  — Agora me responda, Jeongguk bochechinha vermelha, você está se divertindo essa noite? 

— Estou me divertindo muito, Taehyung, o charmoso. A sua companhia é a melhor. — Jeongguk deu uma piscadela, vendo o alfa fazer uma reverência em agradecimento e então o Jeon riu, se sentindo muito mais leve e despojado. Sentia-se nas nuvens e gostaria de poder fazer o tempo correr lentamente, quase parando, para que conseguisse apreciar por mais tempo a beleza do Kim.

 O ômega tinha aprendido a gostar e muito de observar os olhos avelãs do alfa, um deles tinha a pálpebra dupla e aquele detalhe era tão único. Fora que os olhos ébanos do Jeon não conseguiam desviar da boca rosada em formato de coração que o mais velho tinha; parecia ser molhada e macia e Jeongguk queria tocá-la novamente, como fez na casa dos Kim’s. Ele também sentia seu corpo ficar molinho e seu coração acelerava quando via o mais velho sorrir; os olhos se espremiam e as bochechas subiam, e claro que o formato quadrado que moldava os lábios do outro, era o que fazia o Jeon querer suspirar. Taehyung era lindo demais, seu rosto parecia ter sido esculpido pelos deuses e não conseguia parar de notar os mínimos detalhes do Kim; como o formato de suas unhas, os dedos compridos e fininhos, o cabelo castanho e sedoso que sempre caía sobre a testa, a pele bronzeada, a pintinha na pontinha do nariz… Todas essas coisas que ele observava agora, eram tão perfeitas e tão Kim Taehyung e somente ele. Apenas o alfa conseguia ser tão belo daquela forma e tudo caía de forma proporcional e tão bela.

 Observar Taehyung fazia o pobre coração do mais novo sofrer de tanto amor. 

Depois de conversarem e rirem mais, ambos saíram do restaurante e decidiram passear no parque que ficava próximo ao estabelecimento. Era um parque municipal que ficava aberto até tarde da noite e por mais que tivessem agora poucas pessoas por conta do horário, ainda era possível ver algumas famílias e pessoas com seus animais andando por ali. 

Caminharam lado a lado em silêncio, entretanto, um silêncio confortável. O clima estava bom e ambos olhavam o lugar com tranquilidade, as árvores estavam todas cheias e repletas de flores e frutinhas, o jardim gigantesco também estava em sua melhor época, era possível ver diversas cores e tipos de flores e o perfume que todas tinham era delicioso. 

— Eu não conhecia esse parque. É lindo. — Taehyung falou, admirado e então fechou os olhos, sentindo a brisa gostosa da noite atingir de leve seu rosto, bagunçando sua franja castanha. Jeongguk o olhou e teve certeza que aquela era a melhor visão do mundo. 

— Eu também não conhecia. 

Continuaram andando, vendo diversos caminhos feito por plantinhas e seguiram o asfalto, vendo as cerquinhas que protegiam algumas flores mais frageis.

— Churros! Whoa! Faz muito tempo que não como um! — o alfa disse, percebendo um carrinho de uma senhora. Ele adorava o doce e sempre comia quando saía da faculdade, era como um ritual que acabou se perdendo após o mesmo se formar. — Quer um, Gguk?

— Eu pago dessa vez! — Jeongguk anunciou e então foram animados até o carrinho, sendo recebidos por um sorriso cheio de rugas da senhorinha.

 — Olá, rapazes! O que vão querer? — a senhorinha questionou.

— Boa noite, Noona! Eu vou querer um churros de doce de leite. E você, Tae? — Jeongguk salivava ao ver os diversos palitos expostos na vitrine e estava animado para comer o doce, mal se lembrava do gosto, apenas lembrava que gostava. Já Taehyung pensou, vendo os tubinhos de sabores e coçou o queixo. 

— Eu vou querer um de doce de leite também mas com confete colorido, por favor! — respondeu e a senhora começou a preparar os doces. 

Assim que pegaram os churros e Jeongguk deu as notas a mulher de idade, se afastaram, indo até um banco que estava vazio e entre o jardim de lírios. 

— A noite está tão bonita hoje, olha só a lua! — Kim comentou, e ambos olharam o céu repleto de estrelas brilhantes e a Lua estava grandiosa e iluminava o lugar. As noites de verão eram especiais porque os dois adoravam observar o céu e era justo naquela estação que conseguiam ver direitinho os astros lá em cima. Era lindo. 

— Tivemos sorte. — o ômega disse e então levou o churros a boca, sentindo a massa crocante se desmanchar em sua língua, assim como o recheio. 

— Isso aqui é muito bom, nossa, eu amo churros! — Taehyung olhava o doce com os olhos brilhando, não conseguia parar de morder a massa e a mistura do doce de leite e os confetes melhorava ainda mais o gosto. Ele queria comer aquilo o resto de sua vida e sempre se lembraria daquela noite especial de verão.

 — Você é tão bom que me lembra um churros. — Jeongguk brincou e Taehyung sorriu, fazendo o mais novo rir com a cantada péssima de horas atrás. 

— Ggukie, eu tenho que confessar — Taehyung olhou para o mais novo, que prestava atenção em si. — Eu ainda gosto mais de você. 

Jeongguk queimou até a pontinha das orelhas enquanto sorria todo bobinho, vendo o Kim passar a língua pelos lábios. Ambos já tinham terminado de comer o doce e apenas se olhavam, concentrados demais em manter aquele contato que parecia tão certo naquele momento. Jeongguk levou lentamente os dígitos trêmulos até a mão do Kim, que estava apoiada na madeira do banco e repousou a mesma ali, sentindo a tez macia e quentinha se envolver mais, Taehyung entrelaçou os dedos com a destra do mais novo e ambos sentiram faíscas atingirem das pontinhas de seus dígitos e subiram por todo o braço, atingindo tudo. O corpo dos dois formigava e Taehyung olhava o mais novo com carinho e amor transbordando por seus poros; os olhos ébanos do mais novo brilhavam e ele conseguia ver uma galáxia inteira ali, conectada com o seu olhar. Jeongguk parecia dizer tantas coisas através daquele contato, melhor, ele parecia gritar os sentimentos que nem mesmo conseguia entender e seus batimentos estavam bagunçados, assim como as borboletas em seu estômago. O mundo inteiro parecia ter parado e só existia os dois jovens, que queriam mais, queriam se tocar e sentir aquele amor explodir por cada veia, cada artéria de seus corpos. Queriam gritar a necessidade que criaram de quererem mais toques. Eles queriam pertencer um ao outro e nada mais importava. 

Com a outra mão, Taehyung levou os dígitos trêmulos até o queixo do ômega e tocou levemente, sentindo a pele do outro formigar com o contato. Ele aproximou o rosto do mais novo e suspirou, sentindo o hálito quente do Jeon bater em seu rosto. Os olhares estavam tão conectados que não seria possível quebrar aquele contato nem que quisessem. Estavam tão envolvidos. Jeongguk se aproximou mais, vendo se o alfa iria recuar e assim que viu que o mais velho não iria sair do lugar, Jeongguk tocou a ponta do nariz do Kim com o seu. Seus sentimentos gritavam em seu peito, e sua mente parecia nublada no momento, mas sabia que era o certo. Ele queria mais do que tudo e por isso fechou os olhos, levando seus lábios até os do Kim, sentindo a textura macia da boca alheia contra a sua e então foi como se tudo explodisse dentro dos dois. Taehyung fechou os olhos e levou os dígitos a nuca do mais novo, aprofundando o beijo. A língua do alfa adentrou a boca do ômega e Jeongguk sentiu seu corpo inteiro tremer quando o mais velho fez um carinho em seu cabelo, entrelaçando as línguas. Taehyung se movimentou lentamente, sentindo o gosto da boca do mais novo e teve certeza que aquele era o seu sabor favorito no mundo inteiro. Eles sentiam um ao outro da melhor forma possível. 

Jeongguk apertou a mão do Kim de leve, e então levou a outra até o ombro do mais velho, trazendo-o para mais perto ainda, de forma com que os lábios se movimentaram e as línguas iam se descobrindo ainda mais, os gostos se misturando e os sentimentos vibrando em seus peitos. Taehyung mordeu levemente o lábio inferior do menor e deixou um selinho, encostando a testa no mais novo e ambos sorriram, sentindo o oxigênio voltar e seus corações batiam acelerados. 

— É, eu oficialmente gosto mais de você do que de churros. — Taehyung disse e então Jeongguk riu, deixando mais um selinho nos lábios rosados do mais velho. Apoiou a cabeça no ombro do alfa e ambos ficaram em silêncio, olhando as pessoas passarem e a felicidade estampada nos sorrisos que moldavam ambos os lábios. 

Voltaram para o carro com as mãos entrelaçadas e ora ou outra, davam selinhos pelo caminho. Se sentiam verdadeiros adolescentes vivendo o primeiro amor e estavam imensamente felizes. Finalmente estavam seguindo o que seus sentimentos queriam. 

— Vai ser estranho dormir sem o Junhyuk. — estavam agora no quarto do Jeon, Taehyung estava sentado na cama do mais novo enquanto este vestia uma camiseta preta para dormir. Não estava acostumado a dormir sem seu pequeno e sentia saudades do rebento, mas sabia que o mesmo estava em segurança e provavelmente sendo muito paparicado pelos padrinhos. 

— Hyuk deve estar sendo tão mimado pelos dois. — Taehyung comentou e ambos riram ao imaginar os padrinhos do garoto fazendo tudo que o baixinho quisesse. 

— Deve mesmo. — o ômega deitou na cama, puxando um cobertor fino até seu ombro e sentiu finalmente o cansaço do dia bater. Estava de madrugada já e ele quase nunca ficava acordado até tão tarde da noite, era raro. 

— Bom, eu vou ir para o meu quarto agora… 

— Dorme comigo hoje? — Jeongguk interrompeu o mais velho, pedindo baixinho e Taehyung viu os olhinhos jabuticaba do garoto cintilarem. Sorriu, pois queria muito poder sentir o calor do corpo do ômega e o seu cheiro adocicado. 

— Durmo. — foi até o interruptor e apagou a luz, se enfiando embaixo da coberta. Jeongguk, antes de apagar o abajur, ficou deitado de frente para o Kim, vendo o mesmo o olhar em silêncio. — O que foi? 

— Nada. Só queria te olhar mais uma vez. Sabe, para gravar essa visão eternamente. — respondeu e o mais velho se aproximou lentamente, colando os lábios. Deram um beijo calmo, sem língua mas que transbordava infinitos sentimentos. — Boa noite, Tae. 

— Boa noite. — abraçou a cintura de Jeongguk quando o garoto ficou de costas e apoiou o queixo nos fios sedosos do menor, sentindo que estava no lugar certo. Ele precisava do calor, do cheiro e dos olhares do mais novo e agora que os tinha, se sentia o homem mais feliz do mundo. Ele queria viver para sempre nos braços de Jeongguk. 

Pois ele o amava e sempre iria amar. E o ômega sentia o mesmo. 

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Brother, eu amo esses três
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Vejo vcs na próxima atualização, bjs

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