Código 121 ∆ taekook (Concluí...

بواسطة tkmutuals

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POLICIAL | AÇÃO | MISTÉRIO | DRAMA [LIVRO FÍSICO PELA EDITORA EUPHORIA] Taehyung era considerado muito novo... المزيد

AVISOS
Prólogo: Caso Aberto!
1- Arquivado
2- Um passo atrás
3- Pistas
4- Proposta
5- Suspeitos
6- Confronto
7- Falso
8- Chantagem
9- Ressaca
10- Ex amigo, atual Inimigo
11- Mentiras e Traições
12- Suspeitos Removidos
13- Kim
14- Culpa ou Dolo?
15- Apenas um dia
16- Confissão
17- Instinto
18- Reveja seus aliados
19- Fogo contra Fogo
20- Ajuda
21- Duas Mentes
22- Corra
23- Procurado
24- Traição
25- Procura-se um Coração pt1
26- Procura-se um Coração pt2
27- De olhos abertos
28- Jogo de Mestres pt1
29- Jogo de Mestres pt2
30- Novo Plano
31- Incentivo
32- A Lista
33- Supere
34- Lembranças
36- O Rei está em Xeque
37- Cavalo de Troia
38- Xeque Mate
39- A queda de uma flor
40- O Código
41- Grande Salto
42-Sentença
43- Vou te amar sem censuras
44- Last Forever
Epílogo: Caso Encerrado
*bonus: ENTREVISTA

35- Viva o Agora

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بواسطة tkmutuals


Oi, como vocês estão?

O último capítulo foi bem intenso ao meu ver, espero que mesmo com a carga emocional não tenha feito vocês se sentirem pra baixo...

A maneira como eu quis descrever o luto e a falta dele com o Taehyung pode ter sido confuso para algumas pessoas, mas eu realmente não sei como torná-lo mais compreensível, isso é algo que o Kim, o personagem em si, terá que demonstrar como já vem feito em todos os capítulos até aqui.

Eu pensei bastante e vim me abrir com vocês a respeito de uma coisa, talvez essas "notas iniciais" sejam grandes demais e vocês não são obrigadas a ler, mas eu sempre recebo mensagens de leitores me elogiando ou dizendo que o que eu escrevo os ajuda, então pensei em fazer isso desta vez.

Há muitos anos, quando eu era uma criança, eu tinha uma amiga, ela era minha vizinha, vamos chamá-la de Bri.

Eu não me lembro qual era a minha idade, oque importa é que eu praticamente cresci e ainda vivo nesse bairro, Bri  e eu e outras duas garotas, vamos chamá-las de morena e loira, porque seus cabelos eram assim rs. Nós brincávamos muito, praticamente todos os dias, na casa uma das outras ou na rua e na calçada.

Eu estou perto dos meus vinte anos agora. Mas quando eu tinha quinze, não me lembro bem, eu já estava um pouco distante de Bri, mas é porque ela era dois anos mais velha que eu e estudava em um colégio diferente, mas ainda eramos amigas e afinal tinhamos crescido juntas. Então tinhamos um carinho pela outra, e sempre que nos viamos por ai conversavamos e nos lembravamos das bagunças que faziamos quando eramos crianças.

Um dia, Bri saiu com uns amigos ao parque, nessa época eu não andava com ela, mas ainda mantinhamos contato nas redes sociais e por ai, visto que moramos perto. Bri sofreu um acidente, ela caiu do skate e bateu a cabeça, mas não disse nada aos seus pais, porque eles haviam proibido ela de sair aquele dia e de andar com o objeto e por medo ela não contou oque houve.

Até ai, podemos pensar, oras tudo bem. Mas um dia Bri passou muito mal no colégio, desmaiou e foi levada ao hospital, ela contou aos pais sobre a queda e fizeram uns exames nela. Descobriram algum inchaço no cérebro, eu não me lembro bem e não me explicaram direito oque houve.

Bri foi levada para a sala de cirurgia. Mas não sobreviveu.

Eu só soube de tudo que acontecera no dia em que meu pai chegou em casa e me contou oque houve, eu não sabia do passeio ao parque, nunca soube da queda ou do desmaio e sequer cheguei a receber a noticia de que ela estava no hospital. 

Eu só estou dizendo que, a forma como Jisoo se foi sem avisar e como Taehyung teve que lidar foi tão mais intensa que a minha situação, Bri era uma amiga antiga e Choo era a irmã querida do Kim e foi assassinada. E de alguma forma, acredito que todos podemos compreender o sentimento.

No dia, eu não reagi, eu não chorei e não disse nada, eu conversei com a loira e a morena, elas sabiam do ocorrido no parque mas não me contaram porque eu não era do mesmo colégio e não queriam me envolver em um problema de uma amiga "antiga". E eu não disse mais nada.

Acontece que durante um tempo eu nunca passei pelo luto e ainda não acredito que o fiz de verdade, mas um dia eu estava andando no bairro e o portão de sua casa estava aberto, seu irmão e amigo do meu pai estava ajeitando o quintal e sorriu triste pra mim, me perguntou como eu estava na escola e nos estudos e que Bri queria muito fazer faculdade.

Nesse dia eu chorei por ela e por mim, porque na época eu não fazia oque desejava, eu sempre vivi e ainda vivo seguindo ordens e aceitando as decisões dos outros sobre mim. Foi nessa época que eu comecei a escrever e colocar meus pensamentos em palavras, versos e capítulos e foi nessa época que eu decidi que mesmo que jamais realizasse um minimo desejo meu eu deveria ao menos tentar.

Porque Bri não pôde fazer isso e jamais poderá.

Eu ainda estou em um processo de adaptação comigo mesma, escrever é minha grande paixão e eu a libero através de palavras da maneira que eu posso e sou grata de ter pessoas que estão dispostas a lê-las. E espero um dia ser capaz de fazer tudo que desejo pra mim mesma, porque eu conheci uma pessoa que foi muito importante pra mim na minha infância mas que assim como Jisoo jamais terá um futuro, por isso não quero sentir que estou desperdiçando o meu.

Todos nós temos problemas, mas eu espero que vocês possam suportá-los e superá-los, assim como eu luto todos os dias para fazer.

Vamos tentar viver devidamente e da maneira que desejamos pessoal, mesmo que em apenas 1%, lidando com as perdas e suportando-as. Eu vou me apoiar em vocês um dia se precisar e espero que façam o mesmo com minhas palavras.

É isso.... Um textão triste antes do capítulo... Desculpe, qualquer coisa eu edito e apago depois.

~Boa leitura e até as notas finais 




"É difícil dizer adeus

Mas não há como correr disso

Estou pronto para deixar você partir."

— BTS, LET GO



Assim que Taehyung abriu os olhos as luzes da sala da psicologa William pareceram lhe cegar, mas o Kim desviou o olhar do teto para a mulher na poltrona a sua frente e franziu o cenho quando a viu o olhar com curiosidade.

— Já acabou? — perguntou chateado, sua voz soou falha e sua cabeça doía, mas tudo que queria fazer eram ter mais alguns segundos ao lado da imagem da irmã.

Agora entendia porque Jungkook havia dito aquilo em sua última conversa. Ainda era doloroso pensar em Jisoo, mas o coração de Taehyung já não comprimia mais só de imaginar o rosto da Kim. 

A psicóloga sorriu de forma gentil e concordou, as mãos agarravam o bloco de notas com força e o detetive julgou que anotara fervorosamente oque acabara de acontecer, afinal, duvidava que muitos de seus pacientes tenham tido a capacidade de transformar seu subconciente na forma de uma pessoa.

— Já lhe disseram que é genial, senhor Kim? — perguntou a mulher pegando um copo de água e entregando ao detetive, que sorriu sem jeito.

— Ele escuta isso com frequência — a voz de Jungkook soou e só então o Kim notou a presença do mais novo, que sorria de canto, os braços cruzados e o corpo apoiado no batente da porta.

Jungkook vestia um moletom azulado que combinava bem com o tom de sua pele e Taehyung notou pela primeira vez depois de semanas que o cabelo do mesmo estava mais comprido. Era bonito.

— Há quanto tempo está ai? — perguntou o Kim, não sabia como se sentir, o Jeon havia escutado tudo?

— O suficiente — respondeu se sentando no tapete no chão de pernas cruzadas, assim como o detetive fazia quando era o moreno no sofá. Jungkook sorriu de canto e estendeu a mão na direção de Taehyung, entrelaçando os dedos. — não é justo ter feito tudo isso sozinho, eu poderia ter ficado aqui com você.

Taehyung negou.

— Você disse que eu precisava resolver esse problema sozinho, bem, acho que fiz isso.

— E como foi? — perguntou curioso, é claro que Jungkook sabia, mas queria ouvir do detetive.

Taehyung sorriu pequeno, dando de ombros, mas sua feição e até mesmo seu olhar estava diferente. Taehyung estava diferente.

Ele estava em paz.

— Difícil — confessou o Kim, se levantando, soltando a mão de Jungkook e estendendo em direção a psicóloga que sorriu e o cumprimentou. — obrigado, doutora.

Jungkook estava ali para sua sessão, chegara mais cedo e presenciou o diálogo entre o Kim e a mulher, assim que Taehyung lhe deu as costas, pronto para sair dali Jungkook o seguiu em direção ao elevador.

— Não vai ficar para ver oque posso descobrir? 

— Não é preciso, — negou Taehyung. — sei que se lembrar de algo valioso virá correndo me contar e agora eu preciso cuidar da investigação.

— Ainda é tudo um jogo pra você?

— Talvez... — o Kim sorriu. — Eu só continuo competitivo demais, não é como se uma sessão de terapia fosse mudar isso mas...

— Está diferente, o que mudou? — Jungkook insistiu, se aproximando do Kim que desviou o olhar para os sapatos.

— Meu coração.

O mais novo sorriu, contente pelo Kim estar se sentindo daquela maneira.

— Como fez aquilo? Com Jisoo, como você...

— Eu não sei, acho que minha consciência sempre soube que eu precisava me despedir dela, mas nunca tive coragem de admitir isso para mim mesmo, então eu deveria agradecê-lo.

— Está errado — Jungkook mordeu os lábios aflito. —, eu disse coisas horríveis a você e sem moral nenhuma, então eu lhe peço desculpas.

— Podemos concordar que nós dois fomos uns babacas esses últimos dias — Taehyung riu de si mesmo e Jungkook concordou, cruzando os braços sobre o peito, contendo a vontade de ajeitar os fios de cabelo que caíram sobre os olhos do Kim.

— Ainda assim, eu estava muito errado, você e Jisoo são pessoas completamente diferentes e eu pude notar isso agora — falou por fim, e admitir isso não era tão ruim assim. 

Jungkook queria se convencer de que seu interesse no detetive era apenas por causa do parentesco do mesmo com a ex ou com as pequenas semelhanças entre eles, mas na verdade todas as coisas que tornavam Taehyung diferente de Jisoo eram as que Jungkook mais apreciava.

— Fico feliz em ouvir isso.

— E você não é um covarde, caramba você pulou na frente de uma bala por mim, — disse sem jeito. — e aceitou fazer a hipnose... Você é incrível.

— Se continuar me elogiando, meu ego vai inflar e eu vou explodir de amor próprio — brincou Taehyung e Jungkook riu, as rugas dos olhos o tornando ainda mais adorável.

Taehyung poderia abandonar a carreira de detetive para se tornar um babaca humorista qualquer se isso fizesse Jungkook sorrir daquela forma para si sempre.

— Ainda assim, fiquei surpreso com a escolha da sua palavra chave — continuou, observando o Kim entrar no elevador, até mesmo o clima entre eles estava diferente, Jungkook se sentia estranhamente falante. 

— Eu ainda sou um estrategista Jeonggukie — sorriu convencido. — precisava garantir que faria oque planejei. Mas a sua ainda é melhor — provocou e Jeon desviou o olhar, constrangido, ele mesmo ainda não entendia porque escolhera 'detetive' como sua palavra chave.

Talvez porque Taehyung havia se tornado a melhor coisa que surgira na sua vida depois de tudo, a única que o mantinha no presente, em vez de reviver o passado sempre que podia.

— Detetive soa sexy — brincou o mais novo, dando de ombros.

— Você não faz noção do quanto — respondeu o Kim, teclando o botão do subsolo. —, imagino como devem ser suas fantasias em relação a mim.

Jungkook revirou os olhos, as bochechas coradas o tornava ainda mais atraente.

— Adeus — murmurou para Taehyung, que riu com a referência a sua própria palavra chave.




Jungkook retornou a sala da psicóloga ainda mais motivado do que quando acordara.

— Doutora, acho que é uma boa hora para tentarmos mais uma vez — disse, e a mulher o olhou com cautela, concordando.

— O quão longe que ir hoje senhor Jeon?

— O mais distante possível, não temos tempo a perder.


[Sexta-Feira, 22 de Abril de 2016]

1 dia antes da morte de Kim Jisoo


"Jungkook estava deitado encarando o blazer com uma expressão confusa no rosto.

—  Você não gostou? —  Jisoo o encarou preocupada e Jeon negou com um sorriso pequeno.

—  É bonito, só não entendo por que comprou isso pra mim.

—  Há uma calça social e uma camisa preta também, aqui —  mostrou a sacola da loja a Jungkook que se sentou preguiçosamente na cama.

—  Não respondeu minha pergunta linda —  riu Jungkook enquanto Jisoo ajeitava o blazer em seus braços verificando o tamanho.

—  Eu apenas vi na vitrine e pensei que ficaria lindo em você —  ela fez um bico irritada e Jungkook deu um peteleco fraco na testa da menina, rindo. —  Hey! É assim que me agradece?

—  É chique demais, para onde vamos?

—  A lugar algum.

—  Então onde eu vou usar isso? —  franziu o cenho, ainda mais confuso. Jisoo era aleatória demais ás vezes.

—  Eu não sei, use em uma ocasião especial —  sorriu a Kim, quando Jungkook finalmente vestiu as calças, que combinaram perfeitamente com o restante das peças. —  ficou lindo.

—  Deve ter sido caro...

—  Usei toda a mesada que o Taetae me enviou —  concordou a menina, indiferente. Ela nunca usava o dinheiro que o Kim enviava em coisas bobas, apenas no que precisava, mas quando viu o manequim trajando o conjunto escuro não pensou duas vezes em comprá-lo.

—  Não posso aceitar.

—  Não vamos discutir por causa de um blazer Ggukie —  Jisoo cruzou os braços, gesto este de que Jungkook deveria se calar e aceitar o presente. Nunca conseguia prologar uma briga com a Kim, ela sempre conseguia oque queria.

Jungkook riu da expressão resignada no rosto da namorada.

— Vou usar no próximo casamento da minha mãe —  zombou e Jisoo revirou os olhos.

—  Eu disse para usar em um dia importante —  repetiu, ela sabia que a relação do moreno com a mãe não era das melhores e desde que começara a namorar Jungkook sua sogra já divorciara-se duas vezes. 

—  Como o quê? Um funeral? —  brincou jogando o blazer na cabeça da Kim que bufou retirando o tecido do rosto.

—  Isso não é engraçado, eu vou embora.

—  Tá bom, desculpe, desculpe —  Jungkook circulou a cintura da menina com os braços, sorrindo brincalhão. —  Vou usar no nosso casamento, o que acha?"

—  Não vamos no casar —  Jisoo respondeu por fim e Jungkook revirou os olhos.

—  E por quê não?

—  Porque estou morta.

Em instantes Jeon estava do outro lado do quarto, afastado da menina. Aquilo não fazia sentido, Jisoo nunca diria aquilo. Não era real.

—  O que você.... —  ele ergueu a mão, aflito e recuou mais um passo quando Jisoo se virou, com um sorriso triste nos lábios.

—  Você acha que já não está na hora de planejar algo possível em vez de criar fantasias de um futuro que nunca vai existir? —  perguntou a menina, e seus olhos escuros pareciam sem vida, Jungkook negou desviando o olhar. 

Não conseguia olhá-la, não era sua Jisoo. Era uma alucinação.

— Okay já chega, isso não é divertido, doutora me traga de volta —  disse por fim, finalmente se lembrando de que nada ali era real.

Jungkook esperou e Jisoo continuou o encarando, com um sorriso triste no rosto.

—  Quando começará a agir como um homem de vinte e poucos anos e começará a viver de verdade?

—  Eu estou vivendo.

—  Parece que está apenas existindo, —  a Kim se sentou na cama e encarou as roupas. —  você não usou ainda —  comentou e Jungkook encarou o blazer.

—  Eu não pude.

—  Eu sei.

— Porque está fazendo isso comigo?

—  Eu não estou fazendo nada Ggukie, você está, eu sou apenas sua consciência... Lhe dizendo oque você já sabe, mas não quer admitir.

Jungkook riu seco, se sentando na ponta da cama, distante de Jisoo, pela primeira vez, não a queria ali.

— E o que seria?

—  Está na hora de se permitir amar de novo.

— Pra que? Eu tenho você.

—  Não mais, eu estou morta.

—  Dá pra parar de falar isso?!

—  Evitar usar a palavra não a torna menos verdadeira, Ggukie —  a Kim o olhou irritada.

—  Se você estivesse viva, estaríamos juntos, não faz sentido eu tentar encontrar outra pessoa.

—  Talvez não estivessemos, não tem como saber —  respondeu a Kim, sorrindo de canto. —  Yoongi...

—  O delegado desistiu de você!

—  Não! Eu desisti dele e ele respeitou minha decisão, é diferente.

—  Não é, você está dizendo isso para me deixar confuso. Vocês não ficariam juntos, Jimin estaria com ele, eu jamais precisaria me envolver com o Park e assim eles jamais iriam terminar.

—  É uma boa observação, mas assim como eu me permiti amar você depois de me apaixonar por Yoongi, você deve se permitir amar Taehyung depois de se apaixonar por mim. Fazer isso não torna oque sentiu por mim menor.

—  Não sei se estou pronto, você era apenas uma estudante e se foi, Taehyung é popular demais, com muitos inimigos, a vida  dele está em risco constante, não sei se estou disposto a me envolver com alguém assim.

— Você já se envolveu — provocou Jisoo, fazendo Jungkook revirar os olhos. —  Você sabe que não gosto quando faz isso!

— É por isso que eu faço —  ele lhe mostrou a língua e a Kim riu, o som de sua risada era tão real que Jungkook conteve a vontade de chorar.

— Se apaixonar é tão bom Ggukie, na primeira vez que senti isso fiquei apavorada e me afastei de Yoongi, mas na segunda vez, quando o conheci e me permiti viver isso foi tão incrível. Então sei como se sente, acho que é uma fase pela qual passamos.

— Acho que estou fazendo isso errado então, — o moreno respondeu, sem olhar nos olhos da Kim. — assim que te conheci me permiti me apaixonar por você, eu realmente me entreguei a cada sentimento e então Taehyung apareceu e eu só consigo pensar em fugir para o mais longe possível.

— Deveria parar de deixar sua mente ditar tudo oque deve fazer então, talvez esteja na hora de se render ao seu coração, de seguir em frente.

Jungkook não disse nada, os olhos escuros analisavam a menina a sua frente, ele entendia onde aquela conversa queria chegar.

—  Não quer que eu diga adeus a você também, não é? —  perguntou e Jisoo negou, rindo.

— Você já fez isso, o problema é que não se despediu do seu 'eu' do passado, acha que ainda pode continuar preso naquele tempo.

—  Não sei do que está falando.

— Eu já não faço parte mais da sua vida Ggukie, mas isso não deve impedi-lo de viver, se apaixonar pelo meu irmão não faz de você  um péssimo ex namorado, você foi bom pra mim durante todo o momento em que ficamos juntos.

— Não parece justo ficarmos juntos, como se ele fosse minha segunda opção.

— Ele seria a primeira e nós dois sabemos disso.

Jungkook negou, os dedos ansiosos apertavam os joelhos.

— Você sempre amou me proteger, sentir que podia cuidar de mim era uma das coisas que mais o agradava, então eu morri e você decidiu me colocar em um altar, você me supervaloriza como se eu fosse uma deusa, mas eu não sou. — a Kim se levantou, o olhar gentil fazia o coração de Jungkook doer. — Desde que morri você faz isso, convenceu a si mesmo de que me amava mais do que realmente fazia, você gostava de mim, mas não de forma tão intensa, mas a perda foi tão grande, a culpa foi tão avassaladora que você se convenceu de que eu era perfeita, de que oque tínhamos jamais seria superado, mas não é verdade.

—  Eu te amei, eu me apaixonei por você, como nunca fiz com mais ninguém.

— Eu sei disso e acredito e você, mas nós dois sabemos que tudo isso que você está fazendo é demais. Eu não sou tudo isso.

— Você era perfeita Choo...

Jisoo sorriu envergonhada.

— Eu estava bem longe disso Ggukie, eu era orgulhosa demais, mimada e super curiosa, e graças a isso veja oque aconteceu conosco. Eu estou morta e você está com a mente fodida.

— Não é culpa sua.

— Não, é culpa daquele maldito grupo, daqueles homens nojentos e de sua ganância — a Kim cuspiu as palavras, não estava irritada de verdade, Jisoo nunca se irritava demais, independente do motivo.

— Vamos pegá-los. — assegurou Jungkook, os punhos cerrados. — Eles e seu assassino.

— Sei disso, eu disse que deveria confiar no Taetae, está fazendo isso?

— Mais ou menos...

A Kim bufou, e cruzou os braços.

— Está na hora de parar de me colocar em um altar inalcançável e admitir para si mesmo que pode amar outras pessoas, que pode viver e ser feliz, se culpar todos os dias por cada sorriso que dá não vai me trazer de volta.

— Mas ainda é difícil, as coisas não são as mesmas sem você.

— Mas também não são piores por causa disso — Jisoo abriu a porta do quarto de Jungkook, os olhos analisavam as paredes claras. —, fica melhor assim, acho que já está na hora de arrumar aquela bagunça.

Jungkook riu, se lembrando do quarto de seu apartamento. Estava uma bagunça, e tudo aquilo, todas aquelas coisas, lembranças e provas do que fizera ao longo dos anos depois que a Kim se fora poderiam colocá-lo atrás das grades.

— Sim... Acho que está na hora de fazer aquilo parecer um lar de verdade — concordou Jungkook indo em direção a garota que abriu os braços e afundou o rosto no peito do mesmo.

— Seja feliz, Jeonggukie...

— Prometo tentar. — ele fungou, conseguia sentir o perfume da garota, até mesmo aquilo ainda o abalava. — Mas nunca vou esquecer você, nem oque vivemos.

— Isso ainda o apavora não é? Você precisa parar de querer comparar tudo e todos á mim, como se isso fosse me manter mais viva em suas memórias, eu sei que não vai se esquecer de mim, não o fez depois de quase três anos, sei que não fará isso agora. — Jisoo se afastou do abraço e sorriu de canto.

— Você seria uma repórter incrível.

— E você será um fotógrafo excelente — a Kim cutucou sua barriga, mordendo os lábios.

Antes que Jisoo pudesse sair, Jungkook segurou seu pulso de leve.

— Choo, onde está o pendrive? Eu não consigo me lembrar...

— Não está com você — respondeu por fim, ajeitando a franja sobre os olhos. — mas está em segurança, tente se lembrar.

— Procuramos em todos os lugares.

— Estão procurando de forma errada, eu preciso ir.

— Espera! -


— Detetive — a voz da psicóloga trouxe a consciência de Jungkook para a sala e o mesmo se sentou, alarmado.

— Por que me trouxe de volta? Eu estava-

— Faz quase duas horas senhor Jeon, é o suficiente pro hoje.

Jungkook concordou, aceitando o copo de água da mulher.

— O que foi aquilo? Jisoo...

— Foi você, assim como o senhor Kim, deixou sua consciência falar mais alto que sua vontade de se lembrar do passado, é fantástico.

— Ela estava usando a mesma roupa de quando eu a conheci no campus — comentou, pensativo.

— A mente humana é uma caixa de surpresas, ela fez o senhor Kim ver a irmã quando era uma criança porque era a melhor imagem que tinha da garota e você de quando se conheceram, Jisoo deve ter sido uma menina incrível durante toda sua vida.

— Eu não duvido — ele concordou, se levantando. — Bom...Eu preciso trabalhar, até a próxima, doutora.




Taehyung ficara horas analisando cada infomação referente a Sakura, a garota desaparecida, e não se alegrou com a fina pasta á respeito do caso já arquivado. A menina não fora encontrada e não havia nada de útil para explicar o desaparecimento da mesma.

Pelo menos até agora.

Taehyung já estava a horas com novos arquivos e anotações sobre a mesa do escritório da delegacia e se ele tivesse tido acesso ao caso da garota a anos atrás, sem dúvidas teria o solucionado.

Haviam se passado cinco horas e Taehyung tinha quase plena certeza do que havia ocorrido no dia em que a menina desapareceu. E mais uma vez, os acontecimentos da universidade era o ponto principal.

O detetive suspirou e se espreguiçou, desde a sessão com a psicóloga William se sentia bem, mais disposto e motivado. Se levantou e caminhou preguiçosamente em direção a sala de Yoongi, que conversava com Jimin ao telefone.

O delegado havia lhe contado oque ocorrera na delegacia e Taehyung sabia que agora o doutor Kim e todos que trabalhavam para si ou consigo tinham conhecimento da investigação da polícia sobre eles, não seria difícil suspeitar.

— Um plano? — Yoongi franziu o cenho, os olhos ocupados nos relatórios que recebera aquela manhã. — Quem vai levar um tiro agora?

Taehyung revirou os olhos, enquanto caminhava pelo cômodo pensativo.

— Achei que já estivéssemos resolvidos.

— É sempre bom lembrá-lo que seus últimos planos resultaram em um de meus homens baleado no hospital — continuou o Min, carimbando as folhas sobre sua mesa.

— Agora que o doutor Kim sabe sobre nós, ele irá agir, pode tentar recuar com seus homens durante um tempo para atrapalhar nas investigações ou pode tentar matar Jimin e Jungkook... Nós temos que aproveitar que ele provavelmente está um tanto apavorado para fazer alguma coisa, pegar todos de uma só vez.

— Onde quer chegar com isso? Nós não temos o pendrive, não sabemos quem são todas as pessoas que fazem parte desse grupo e nem quem é o responsável pelo assassinato da sua irmã, prendê-los para soltá-los no dia seguinte não adiantará de nada — Yoongi reclamou, ainda ocupado com a pilha de documentos sobre sua mesa.

Taehyung sorriu de canto, ele não estaria ali se não soubesse como manter todos atrás das grades. 

O Kim parou em frente a estante de Yoongi e seus olhos focaram na estátua que o delegado havia ganho de presente da irmã, Taehyung a segurou e analisou o rosto da deusa da justiça com preguiça, a mente perdida em pensamentos.

— Por enquanto — murmurou, devolvendo o objeto ao seu lugar, e se aproximou de Yoongi, que finalmente ergueu o olhar. — eu sei quem é o assassino. 

Yoongi arregalou os olhos e quase engasgou com a própria sáliva, não esperava ouvir aquilo.

— Quem? 

— Não posso te contar ainda.

— Você tem certeza?

Taehyung deu de ombros.

— Pouco mais de trinta por cento de certeza...

— Só isso? — o Min franziu o cenho. — Não posso arriscar meus homens em um plano seu para capturar alguém que tem trinta por cento de chances de ser o assassino.

— Desculpe, mas eu precisei dividir as chances pela quantidade de suspeitos! — respondeu o Kim, se sentando por fim em frente ao delegado, que largou a papelada para encarar o mesmo com raiva.

— Então há mais de um? Que merda está acontecendo com você Taehyung? Sempre levou esse caso a sério.

— E ainda estou levando, é por isso que preciso que acredite em mim e faça tudo que eu mandar.

— Mas você não vai me contar tudo, não é?

— Tudo que precisa saber é quem são os suspeitos e oque preciso que faça, confie em mim...

— Tem certeza que um deles é o assassino?

— Totalmente! — Taehyung confirmou, os olhos escuros brilhavam de determinação.

— E o pendrive?

— Vou cuidar disso ainda hoje, não se preocupe — assegurou e Yoongi o analisou devagar, pesando as consequências de seguir mais um plano maluco de Taehyung.

— Então sabe onde esta?

— Eu tenho um palpite...

— E mais uma vez quer que eu arrisque a minha vida em seu maldito palpite? — o Min grunhiu, incerto.

— Você não vai arriscar nada, — Taehyung o assegurou se levantando e indo em direção a porta. — um movimento e esse jogo estará acabado.

— E qual peça vai mover dessa vez Kim?

Taehyung sorriu de canto, da mesma maneira estranha que fazia o delegado sentir um arrepio na espinha.

— O Rei — respondeu. — e todos virão correndo famintos pela cabeça dele.

Yoongi queria recusar, dizer que não ajudaria Taehyung a se colocar em risco mais uma vez. Mas o delegado não entendia que o rei nunca fora o detetive.




— O que faz aqui? — Jungkook franziu o cenho, confuso ao avistar Taehyung agasalhado a sua frente, enquanto soprava as mãos em concha em frente ao rosto, o clima frio daquela noite fazia surgir vapores em suas respirações e o nariz e bochechas avermelhados do detetive fazia o Jeon sentir vontade de puxá-lo para dentro da cafeteria e aquecê-lo.

Taehyung sorriu quadrado e apontou para a porta trancada atrás do mesmo, onde a placa de "fechado" indicava que era o fim de seu expediente.

— Está frio e pensei que conseguiria comprar alguma bebida quente. — mentiu e Jungkook o olhou dos pés a cabeça.

— Você trocou de roupa, poderia beber algo quente em casa, é inteligente detetive sei que pode me dar uma desculpa melhor — respondeu, caminhando em direção ao ponto de ônibus, Taehyung apressou o passo e o seguiu.

— Esperto, andar comigo o tornou mais observador Jeon — disse o Kim se encostando no telão brilhante que ficava ao lado dos assentos do ponto de ônibus.

— Não vou discordar. — o moreno sorriu observando o Kim, que usava um sobretudo marrom por cima de uma camisa de gola alta preta, cachecol branco e uma boina preta. Taehyung era lindo. — Mas ainda não me disse por que está aqui.

Taehyung riu, como se tivesse sido pego tentando fugir da pergunta do outro, e de fato estava.

— Eu ia dizer que queria saber como foi sua sessão hoje, mas seria mentira — o Kim deu de ombros, respirando fundo, os olhos fitavam o céu escuro. —, eu queria ver você.

— Por que? — Jungkook se mexeu desconfortável consigo mesmo e com a forma como seu coração acelerou apenas com aquilo.

— Eu sei quem é o assassino — disse por fim, finalmente analisando o rosto de Jungkook que arregalou os olhos, surpreso.

— Quem?

— Você logo vai descobrir... Amanhã, então como você havia dito que depois que tudo isso acabar não teremos mais razões para nos vermos eu decidi vir aqui.

— É uma despedida? — Jungkook engoliu em seco.

— Ainda não... Você precisa recuperar sua memória, precisamos que seja testemunha no tribunal quando tudo isso acontecer, quando pegarmos os responsáveis pelos crimes cometidos na universidade e pelo assassinato de Jisoo.

— Entendo... — Jungkook riu nervoso. — a sessão de hoje foi diferente...

Taehyung analisou o mais novo e suspirou, se aproximando e sentando-se ao seu lado, a rua escura e pouco movimentada dava indícios de que o ônibus não viria tão cedo. Jungkook mordeu os lábios, pensativo.

— Você parece mesmo diferente... — comentou Taehyung.

— Eu me sinto diferente... Pensei bastante no que fiz desde que ela se foi, em como as coisas acabaram...

— E?

— Choo e eu não estaríamos juntos mesmo que ela estivesse viva agora — disse, olhando ao redor, qualquer lugar menos a expressão surpresa e confusa que dominou a face de Taehyung. — ela sempre amou Yoongi, em algum momento eles ficariam juntos.

— Está dizendo que ela terminaria com você?

Jungkook negou.

— Ela não faria isso, você a conhecia — Jungkook encarou o rosto do Kim, e esfregou as mãos geladas, seu moletom não tinha bolsos. —, mas eu sim.

— Isso não mudaria o fato de que se pudesse você ainda ficaria com ela — Taehyung disse, observando o carro que passou rapidamente por ali.

Jungkook deu de ombros.

— As possibilidades são imensas, muita coisa poderia acontecer... Mas onde eu quero chegar é que, isso não importa mais e você estava certo, vocês são pessoas diferentes e eu me sinto atraído por você e não há problema nenhum nisso.

Taehyung franziu o cenho, surpreso com a confissão de Jungkook.

— Não esperava ouvir isso, eu planejei flertar e receber alguns xingamentos de você — brincou e Jungkook revirou os olhos. — mas isso é bem melhor.

Jungkook riu, envergonhado.

— Eu te chamei de covarde por não ir ao enterro dela, mas eu também não estava lá.

— Eu sei, Seokjin não o deixou ir, não foi?

Jungkook negou.

— Eu não quis ir, estava me sentindo culpado demais, pensando que eu havia a machucado, não teria coragem de encarar você se estivesse lá, nós dois fugimos no fim das contas.

Taehyung concordou, colocando as mãos no bolso do sobretudo, o vento frio fazia seu rosto ficar ainda mais vermelho e ele molhava os lábios com a língua com frequência, atraindo o olhar de Jungkook.

— Vamos parar de fugir — propôs o Kim estendendo a mão em direção a Jungkook que concordou aceitando a mesma.

Jungkook piscou confuso quando o Kim segurou sua mão com cuidado e entrelaçou os dedos, levando sua palma em direção ao bolso do próprio casaco, a fim de aquecê-la. Jungkook desviou o olhar, sentindo as bochechas esquentarem e não era por causa da brisa fria.

— Você está indo para o seu dormitório? — o Kim perguntou, quebrando o silêncio. Jungkook concordou em silêncio. — E o apartamento?

— Está uma bagunça — riu. — preciso decidir oque fazer com aquele lugar.

— Comece comprando um sofá, é um saco não ter onde me sentar sempre que vou lá. — reclamou o Kim, fazendo um bico emburrado, Jungkook sorriu.

— Você pode se sentar na cama — Jeon deu de ombros e o Kim riu malicioso.

— Isso me faz lembrar que nunca entrei no seu quarto...

— E nem vai! — disse revirando os olhos. — Pelo menos não até eu arrumar aquela bagunça e-

Se calou ao ouvir a gargalhada do Kim que apertava sua mão dentro do bolso carinhosamente. Jungkook colocou a palma livre por debaixo da própria coxa, a fim de aquecê-la de alguma forma.

— Como consegue bagunçar seu quarto?

Jungkook não disse nada, não é como se ele pudesse evitar, suas coisas apenas se espalhavam pelo cômodo.

— Falando em bagunça — começou, a fim de mudar o foco da conversa. — eu sempre achei que seu escritório fosse uma zona, com diversas fotos, anotações e arquivos de casos, sabe como nos filmes — falou olhando para a rua. Onde estava o ônibus afinal?

— Isso se chama palácio mental Jeonggukie — o Kim respondeu divertido, o dedão acariciava a pele lisa do mais novo, que sentia a palma quente. — e não seria inteligente colocar todas as minhas descobertas na  minha sala, para todos verem.

— Mas você tem o seu quadro, com várias anotações — o lembrou e o detetive concordou.

— Não são pra mim e sim para Yoongi, é cansativo explicar tudo a ele, então eu deixo lá para que saiba oque estou fazendo... quer dizer, pelo menos um pouco.

— Mas como consegue? Quer dizer, são tantas informações, por isso nos filmes eles fazem todo aquele esquema. E se acabar se esquecendo de algo?

— Eu não me esqueço.

— Mesmo? Como pode ter certeza?

— Como eu disse, é um palácio mental — o Kim desviou o olhar da rua vazia para os olhos grandes e curiosos de Jungkook, ele parecia ainda mais jovem. — enquanto eles precisam ter tudo em vista, para ler e reler, verificar e comparar provas, eu faço a mesma coisa, a diferença é que está tudo aqui — ele apontou para a própria cabeça, com um sorriso convencido no rosto.

— Incrível... Mas e depois que o caso acaba? Você consegue se lembrar de tudo de todos os casos? — se esse fosse o caso, Jungkook estava pronto para aplaudir o Kim.

Taehyung negou e Jeon suspirou, desapontado, isso fez o detetive sorrir.

— Depois que o caso acaba, eu apenas jogo fora essas informações.

— E como pode jogar fora? Não são papéis, estão na sua cabeça!

Taehyung suspirou, não estava acostumado a um Jungkook tagarela e curioso além da conta. Aquilo não era ruim, só... diferente.

— É como os estudantes do ensino médio fazem nas provas, eles memorizam oque precisam para passar e depois que conseguem apenas esquecem de tudo que estudaram — explicou e Jungkook balançou a cabeça, acompanhando sua linha de raciocínio. —, o caso é como minha prova, depois que eu o resolvo, eu não preciso mais das informações que eu memorizei e acumulei, então eu as descarto.

— Incrível... — murmurou Jeon e Taehyung sorriu convencido.

— Será que é agora que eu explodo de amor próprio? — brincou e Jungkook riu baixinho, desviando o olhar do detetive.

— Você é mesmo muito bom no que faz, eu apenas estou impressionado — o mais novo mordeu os lábios, o ar frio tornava sua respiração pesada e Taehyung se arrastou para mais perto de si. — ainda hoje fico surpreso com oque fez, naquele dia em que me levou ao campus da KU, você sempre soube...

— Sim...

— Desde de quando?

— Desde a primeira vez que o levei ao ponto de ônibus, assim que te conheci, você pegou o 'KU121' e Choo sempre o pegava quando me visitava, é um ônibus particular da universidade — explicou o detetive e Jungkook o encarou surpreso pelo Kim ficar em silêncio por tanto tempo.

E Jungkook acreditava que estava enganando-o.

— Por que não disse nada?

— Eu pensei que era apenas uma coincidência, essas coisas acontecem... E se fosse importante, eu queria que você me contasse, esse tempo todo eu venho esperando que confie em mim Jungkook. Mas chegou uma hora que esperar não estava dando mais certo, como agora, o tempo está correndo e o caso 121 será arquivado.

— Caso 121... — murmurou Jungkook, irritado. — Me sinto perseguido, o ônibus, o número de meu apartamento...

Taehyung riu, inclinando a cabeça e apoiando-a na de Jungkook que era poucos centímetros mais baixo, o estudante franziu o cenho, mas não se moveu.

— É só um número.

— E está em todo lugar!

— É psicológico — disse o Kim, e Jungkook piscou confuso.

— Explique! — pediu Jungkook, estranhamente manhoso, talvez porque estava começando a se sentir cansado.

Taehyung sorriu e concordou, afastando-se do mais novo, que se mexeu ansioso. 

— Olhe ao seu redor. — pediu e Jungkook prontamente o fez, não havia muito para se ver afinal estava de noite.

— Agora feche os olhos.

— Por que? — Jungkook o encarou confuso e o Kim mordeu os lábios, contendo o sorriso.

— Só feche os olhos!

— Ai tá bom! — reclamou, obedecendo-o por fim. — E agora? Não vai sair correndo e me deixar sozinho aqui não é? Não é? — insistiu quando Taehyung demorou a responder, mas se acalmou ao ouvir a risada do mesmo. — E agora?

— Você viu algum sol quando olhou ao redor?

Jungkook franziu o cenho.

— Tá de noite seu idiota — xingou e o detetive riu.

— Vou perdoar a ofensa dessa vez, mas sério, viu a imagem ou desenho do sol?

— Eu sei lá! Não me lembro, não sei dizer. — resmungou.

— Abra os olhos então — pediu e assim que Jungkook o fez, piscou surpreso ao avistar a imensa gravura de um sol sobre a lona da cafeteria em que trabalhava, o banner com uma propaganda de protetor solar ao lado do ponto de ônibus da calçada a frente e o broche no sobretudo de Taehyung.

— Nossa! — exclamou, surpreso. — Há tantos, até na cafeteria em que trabalho e eu nunca reparei...

— Por mais que tenha visto todas essas coisas, não reparou no sol porque ele não atraiu sua atenção, depois que o fez ele começou a surgir em todo lugar... — explicou Taehyung. — A partir do momento em que alguma coisa passa a ser importante pra você, ela sempre vai chamar sua atenção. — o Kim indicou os sóis que surgiam cada vez mais naquela noite noite mal movimentada.

Jungkook piscou surpreso.

 — É assim com o número 121, ele acabou se tornando importante pra você e então de repente é como se o visse em todo lugar... É psicológico.

Jungkook suspirou, pensativo e piscou confuso quando Taehyung retirou sua mão do bolso do casaco. O ônibus acabará de virar a esquina.

— Mas por que 121? — perguntou insistente e Taehyung riu alto.

— Você está bem falante hoje hein.

— Você não me respondeu.

— Nem tudo é um espetáculo ou uma caixinha de mistérios... — o detetive deu de ombros, observando o ônibus que vinha lentamente. — ás vezes é exatamente oque parece ser.

Jungkook o encarou confuso, mas não interrompeu o Kim.

— Cento e vinte um é o artigo do código penal referente a homicídio — explicou o detetive, retirando o cachecol do pescoço e o enrolando em torno de Jungkook, que desviou o olhar constrangido.  — e é o centésimo vigésimo primeiro caso referente a homicídio que eu peguei.

Jungkook o encarou estarrecido. "Apenas isso?", pensou se sentindo estranhamente frustrado, e  então começou a rir. Taehyung o encarou confuso.

— O que é tão engraçado?

— Ás vezes as coisas são tão simples, mas nós acabamos tornando-as complicadas. — ele mordeu os lábios evitando voltar a rir. Taehyung se aproximou devagar.

— É porque o complicado é mais interessante...

— Talvez esteja certo detetive... — concordou Jungkook erguendo o olhar, notando que o Kim estava a centímetros de si. Ele não se afastou e nem desejou fazer aquilo.

Naquele momento não havia mais nada ocupando sua mente, sua atenção estava completamente focada em Taehyung.

— Eu nunca erro, esqueceu? — provocou o Kim, suspirando quando o ônibus parou no ponto e abriu as portas.

Jungkook desviou o olhar de Taehyung para o automóvel e mordeu os lábios pensativo.

— Acho que já compliquei demais oque tinha pra complicar aqui — murmurou pra si mesmo e Taehyung semicerrou os olhos.

— O que quer dizer?

Jungkook deu de ombros, sorrindo de canto.

— Meu apartamento pode não ter um sofá, mas tem um tapete felpudo maravilhoso... — disse em um sussurro, as mãos entrelaçando nas do Kim e Jeon suspirou, já sentindo falta do calor de sua pele. 

— Assim como você não queria ser usado para que eu encobrisse meus sentimentos, eu também não quero que faça isso comigo para esquecer Jisoo.

— Eu não quero me esquecer dela, nós tivemos boas memórias juntos, mas agora eu quero ter boas memórias com você. 

Taehyung mordeu o lábio incerto e olhou ao redor, tinha que descansar para colocar em prática seu plano.

— Eu não sei, eu preciso cuidar de uma coisa na delegacia amanhã sobre o caso e você-

Antes que pudesse dizer mais alguma coisa os dedos de Jungkook agarraram seu sobretudo e o puxou para perto de si, unindo os lábios gelados que logo trataram de se esquentar. O ônibus buzinou duas vezes e as portas se fecharam, mas os dois estavam ocupados demais um com o outro.

Taehyung gemeu frustrado quando Jungkook se afastou e o mais novo riu baixinho, se aproximando do Kim e colocando as duas mãos no casaco do mais velho que repetiu o ato e uniu as mãos, a fim de aquecê-las.

— Pare de pensar no caso por um minuto e me deixe ser o seu sol por essa noite — Jungkook murmurou baixinho, os lábios roçando nos de Taehyung que prendeu a respiração.

Taehyung sorriu de canto, unindo as bocas mais um vez, deslizando a língua nos lábios de Jungkook que a encontrou com a própria, tornando até mesmo a brisa fria menos incômoda devido ao calor de seus corpos.

— Minha atenção é toda sua — sussurrou o detetive, rindo quando Jungkook voltou a beijá-lo.


++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++

Opa opa opa, o que temos aqui???

Kim Jisoo faz sua aparição novamente! Só essa menina, que mesmo morta consegue resolver os problemas alheios e unir um casal!

Jisoo: 10 X Cupido: 0

Me digam o que acharam desse capítulo.

Deixem aqui suas teorias, criticas, elogios...

Espero que tenham gostado e me perdoem pelo desabafo nas notas iniciais, não é tão sério, eu lidei bem com a situação, mas pensei que seria bom dividir isso com vocês.

Deixem aqui seu purple heart.

~até a próxima 🐰💜🐯





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