ENRICO

XXIX

— Vem, vamos sair daqui. - Enrico diz me dando a mão e me ajudando a levantar.
Até seu carro, fui tossindo, me sentia sufocada e consequentemente sem ar, Liz chorava ao ponto de nem Enrico conseguir acalmá-la.
Ele dirigiu por aquelas ruas rapidamente e paramos em sua casa.
— Não tem ninguém em casa, você não irá precisar dar satisfação pra ninguém, apenas pra mim caso queira.
Eu assenti descendo do carro com Liz.
Assim que entrei em sua sala, coloquei minha filha no sofá e comecei a chorar lembrando-me do que tinha acabado de passar.
— Quem era aquele homem, Aline? - Enrico pergunta com um copo de água em mãos, no qual me entregou.
— O pai de Liz.
O vejo travar o maxilar.
— O que ele quer com vocês?
— Ele quer ter o direito sob minha filha, quer voltar pra nossa vida pois diz que percebeu que me amava.
Eu dizia derramando as lágrimas e em vão tentando secá-las.
— Por favor não chora, eu juro que não sei o que fazer quando uma mulher está chorando.
Tento sorrir.
—  Desculpa Enrico, não queria te colocar nessa enrascada.
— Eu entrei porque eu quis. Preciso proteger vocês, são importantes pra mim.
— Eu preciso me mudar. Nessa altura do campeonato, ele já deve ter descoberto onde eu moro, onde ando e por aí em diante, não vai demorar nada para que ele volte para se vingar de mim.
Eu odiava aquilo tudo.
Odiava o fato daquele maldito ter me encontrado.
Enrico pensou por alguns segundos.
— Venha pra cá, eu prometo que vocês estarão seguras.
— Não Enrico, aqui eu não vou ficar, me desculpe.
— Então me deixe procurar uma casa pra vocês que seja sob os meus olhos e de preferência aqui nesse bairro. - pediu.
Respiro fundo.
— Ok, eu deixo por não estar em condição de procurar nada agora mesmo precisando.
— Vocês podem dormir aqui hoje? Tenho medo de vocês voltarem e algo  acontecer, eu não me perdoaria nunca.
Talvez ele estivesse certo, hoje ainda é recente, hoje aquele bruto poderia aparecer e enfim me matar e ficar com Liz.
— Tudo bem.