...
Entro dentro da universidade me sentindo muito incomodada com minhas roupas molhadas.
Entro dentro de sala e vejo todos ocupados concentrados em preparar alguma coisa para o festival.
Vou até Sarah que está sozinha colando algumas coisas em cima de uma mesa.
- Oi Sarah!
- Oi Laura...- ela fala antes de me olhar.- Você está encharcada! Tire essa blusa de frio grossa, você precisa se secar. Vai acabar gripada.
Olho em volta e vejo só meninas dentro da sala. Dou de ombros e tiro minha blusa molhada.
Percebo que Sarah me olha diferente agora. Suas bochechas um pouco vermelhas.
- Temos que ficar aqui um pouco, sua camiseta está molhada também e completamente transparente, da para ver seu sutiã.
Eu olho para baixo. Ela está certa, minha camiseta está completamente colada e transparente.
A Sarah continua olhando e me sinto desconfortável. Não é que eu sinto vergonha, mas as outras meninas passam por mim e olham tranquilas. Ela não.
Ajudo ela a terminar de colar as coisas, mas sinto ela muito inquieta. Nossas mãos se tocam em determinado momento e sinto o quanto quente ela está.
- Sarah, o que está acontecendo?
Ela fica ainda mais vermelha, não conseguindo me olhar nos olhos.
- Nada! Tá tudo bem, Laura.
Olho para ela desconfiada, mas dou de ombros.
As vezes sinto vontade de perguntar o que exatamente ela sente por mim. Não sei do que a Sarah gosta. Ela nunca comentou sobre nenhum menino comigo...
Mas por outro lado, o medo vence minha curiosidade.
Vai que é só mais uma paranóica minha. Não quero perder a amizade dela por bobeira desse tipo.
A porta do anfiteatro abre brutalmente e o Peter aparece, também ensopado.
Seu cabelo preto está colado na testa e sua roupa está moldando seu corpo atlético.
Mordo os lábios e desvio meus olhos. Sinto minhas bochechas quentes, acho que eu nunca o vi tão sexy.
Sinto uma mão no meu ombro me forçando a virar.
O Peter está na minha frente. Ele parece preocupado, mas ele quando olha para baixo devagar e vê minha camiseta transparente, arregala os olhos engolindo em seco.
Eu olho para ele e percebo seu olhar se tornou tão quente quanto o meu. Ele desvia o olhar primeiro.
A Sarah aparece entre nos com as mãos nos quadris, me escondendo do Peter por ser maior que eu.
- O que você está fazendo aqui, você nem é da equipe organizadora...
Sem dirigir nenhuma palavra para a ela, ele a afasta com uma das mãos e fica de frente para mim novamente.
- O Drogo me disse que você não parecia bem hoje e, além do mais, está chovendo muito.
Drogo e sua língua grande!
- Por que você não me esperou? Eu poderia ter trazido o carro e evitado que você ficasse molhada.
- Eu... eu não queria incomodar.
O Peter suspira e passa a mão em seu cabelo.
- Você nunca me incomoda, Laura.
Sinto uma minha cabeça girar e meu coração está a mil.
Ele estende a mão para mim e coloca suavemente na minha bochecha. Fecho os olhos gentilmente, curtindo a frieza da sua pele.
Quando abro os olhos, vejo seus olhos arregalados novamente. O que há de errado?
- Você...você está fervendo!
- Não, está tudo bem, estou só um pouco quente.
De repente, a Sarah pega o pulso do Peter e afasta a mão dele do meu rosto. Ela está realmente irritada.
- Pare de tocar nela assim Peter, a Laura não é sua até onde eu sei.
Reviro os olhos. Não estou entendendo a atitude da Sarah.
Peter sorri frio.
- E ela é sua, Sarah?
Ela fica ruborizada violentamente com as palavras dele e o solta.
Eles não conseguem ficar um minuto sem brigar?
Bufo e vou em direção ao corredor. Estou cansada dessas brigas sem motivo algum.
Escuto o Peter e Sarah me chamarem e continuo andando.
Já fora da sala, sinto um vento frio batendo em mim. Fungo meu nariz percebendo que já estou começando a gripar.
- Laura!
Contínuo andando, mas logo sou parada pelo Peter segurando meu braço.
- Calma. Não saia assim.- ele de repente olha para os lados e fica nervoso.- Hm...É...sua roupa...
Olho para baixo e percebo que ainda estou com minha camiseta transparente. Foi a última coisa que eu pensei quando sai da sala.
Arregalo meus olhos envergonhada e cruzo os braços na altura do peito.
Volto a andar de cabeça baixa envorganhada, sentindo alguns olhares em cima de mim.
Paro de andar rapidamente e Peter que está atrás de mim bate violentamente contra o meu corpo.
Meu corpo cai para frente e se não fosse Peter segurando meu braço, eu cairia no chão.
Ele me ergue novamente e eu fico de frente para ele. Sinto meu corpo tremendo e uma tontura forte me bate.
Seguro nos braços do Peter sentindo minha cabeça girar.
Ele me pergunta o que está acontecendo mas simplesmente não consigo respondê-lo.
De repente, minha visão fica borrada. O preto me envolve e eu sinto perder o resto de força que me restava.