SMOKING HEART | HIATUS

Od rmikola

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[...] Ele chegou como uma bala perdida, estraçalhando tudo ao seu redor. Com suas botas de combate e suas tat... Více

Agradecimentos
Epígrafe
Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo V
Capítulo VI
Capítulo VII
Capítulo VIII
Capítulo IX
Capítulo X
Capítulo XI
Capítulo XII
Capítulo XIII
Capítulo XIV
Capítulo XV
Capítulo XVI
Capítulo XVII
Capítulo XVIII
Capítulo XIX
Capítulo XX
Capítulo XXI
OLÁ E ADEUS, POR ENQUANTO!

Capítulo IV

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Od rmikola

Tornado Willis


Depois de passar na Penélope, ganhar um belo sermão e minhas chaves de volta. Fui tomar um banho para acordar, dispersar-me de meus pensamentos e assistir minhas aulas do dia. Quase meia hora depois, eu já estava em frente ao meu armário no corredor da universidade. Que tinha mais um adesivo colado nele, revirei os olhos um pouco entediada disso.

— Precisamos fazer compras, estou traumatizada com a aula do professor Julian de ontem. – A loira abraçou-me de lado sorrindo para mim.

— Nem foi tão ruim assim.

Comentei dando uma risadinha ao lembrar-me da cara da loira quando o professor a interrogou sobre as bolsas de marca que ela usava e agrediam ao meu ambiente e os animais. Ela realmente ficou irritada com aquilo e começou a falar mal dele em francês até o momento que ele não aguentou e a botou para fora em detenção pelo resto do dia.

— Que história é essa que você passou a noite com o Collerman? Tá todo mundo comentando pelos corredores, as meninas da primeira aula entraram aos berros dizendo que uma garota havia descido da moto dele na frente do meu dormitório.

— Longa história.

Analisei-a de cima á baixo e ela como sempre parecia radiante. Os cabelos soltos lisos caiam por cima da camisa branca com as mangas dobradas até o cotovelo, jeans e saltos. Depois de soltar-me, ela encarou-me de cima abaixo também com uma cara de interrogação.

— Então resume.

Olhei para os lados para ter certeza de que os alunos não prestavam atenção em nossa conversa.

— A bateria do meu celular acabou, havia esquecido minha chave no seu quarto coisa que você já sabe e quase fui engolida pelo tornado que é Chase Willis na calada da noite.

Suspirei sussurrando a ultima parte. Para que só ela escutasse, fechei o meu armário nada feliz em ter que menciona-lo na conversa mesmo tendo consciência de que ele fora grande parte do meu problema na noite passada.

— O que?

A loira berrou fazendo todo o corredor parar para ver o que havia acontecido. Puxei-a pelo braço para que ela se acalmasse e tentei desviar a atenção das outras pessoas que parecia bastante curiosas no momento. A reação de Penélope não era algo estranho pra mim, já que ela conhecia muito bem o meu passado.

— Poderia ser líder de torcida do nosso time nessa temporada, Hilton. Você grita alto, aposto que ganharíamos o jogo.

Brian Young que era o leonino mais simpático e amigável de todos eles comentou encostado ao seu armário, os cabelos castanhos e seus 1,90 de altura só o faziam parecer mais jovem e bonito. Era uma verdade constatada já que até as professoras de Artes Plásticas comentam isso pelos corredores à risos e suspiros.

— Vai se danar, Brian.

Penélope encarou-lhe e mandou o dedo do meio em sua direção, fazendo o rapaz rir e lhe mandar uma piscadela.

— Não precisa anunciar para a universidade inteira. 

Cochichei em seu ouvido enquanto a loira fazia cara feia para as pessoas que ainda continuavam a nos encarar sem ao menos disfarçar.

— Como ele tem coragem de aparecer aqui depois de tudo o que ele te fez? - Ela olhou-me de rabo de olho enquanto andava comigo saindo da vista dos mais curiosos. — Ah, mais quando eu ver aquele projeto de marido da Gisele Bündchen, vou fazê-lo engolir a própria língua.

— Você não vai nada, é exatamente isso que ele quer. Chamar a nossa atenção. - O fato de voltarmos a falar sobre ele nos deixava a flor da pele. — Sabe como ele é, gosta de atenção da grande massa. Não podemos dar esse gostinho a ele, até sabermos o que Chase quer.

— Mais que raios ele está fazendo aqui? Como se livrou dele?

A loira parou de repente encarando-me em frente à sala de aula. Respirei fundo, olhando em seus olhos e falando baixo para que ninguém pudesse escutar.

— É uma longa história, como eu já disse. Isso inclui muitas tatuagens e uma Harley preta.

Disse por fim a vendo arregalar os olhos e abrir à boca em um perfeito "O".

Assegurei que iria lhe contar tudo o que havia acontecido mas não ali e nem no campus enquanto entrávamos na nossa sala de aula.

Depois das minhas aulas terminarem deixei meus livros no armário e olhei o relógio para ver quantos minutos eu ainda tinha para poder ir encontrar com Penélope. Cumprimentei algumas pessoas ao sair do prédio e desci os degraus recebendo olhares nada agradáveis de algumas líderes de torcida e um grupo de astronomia ao canto.

O sol estava quente e os estudantes aproveitavam para estudar nos gramados em volta dos prédios dos nossos cursos já a área é cheia de árvores, um bom gramado e um grande espaço de recreação como o reitor costumava chamar. Algo que eu e minha amiga vivíamos fazendo no nosso primeiro ano de calouras.

Sorri com a lembrança avistando mais a frente Chase que conversava com um grupo de garotas de alguma fraternidade e a minha animação desapareceu, fazendo instantaneamente o sangue do meu rosto sumir.

Com certeza o rapaz bonito e boa pinta estava já de mudança para a fraternidade dos Leões, sendo agora o mais novo integrante do time. Agradeci por ele estar de costas pra mim e não me notar, mesmo não conseguindo livrar-me da sensação que me tomará. 

Sai andando para o lado contrário indo em direção ao dormitório da minha melhor amiga torcendo para ele não se virar. E sem querer esbarrei em alguém deixando todos os livros dessa pessoa caírem pela calçada, agachei-me de prontidão para recolhê-los. Desculpando-me por ser tão desastrada e desatenta.

— Me desculpe, eu estava distraída e nem olhei por onde andava.

— Parecia estar querendo fugir de alguém. - O rapaz agachou-se a minha frente pegando o ultimo livro do chão comigo. Levantei os olhos para o ver melhor e o encontrei sorrindo pra mim de um modo gentil. — Sou Enzo.

— Alana, mas pode me chamar de "Lana".

O olhei melhor e sabendo que o conhecia de algum lugar, logo o reconhecendo do banner no campo a onde sua foto estava estampada como um dos nossos jogadores.

Seus cabelos eram bem curtinhos e tinha um topete cheio de gel e os pequenos olhos pretos que eram marcantes demais por carregarem um brilho extrovertido neles, com uma pinta em cima do lado direito de sua boca dando um charme a mais.

Levantamo-nos juntos e continuamos sorrindo um pro outro enquanto eu lhe entregava seus outros livros. Ainda sentindo-me culpada por esbarrar nele.

— Eu sempre perco a chave do meu armário por isso tenho que carregar meus livros pra cima e para baixo como se fosse uma "mula de carga".

Ri com sua confissão enquanto ele falava sem parar de como os amigos deles costumavam o zoar pela falta de noção do jogador. Balancei a cabeça em concordância ainda sorrindo. Ele parecia ser uma pessoa bem humorada e legal, parecendo demais com Penélope.

— Melhor prevenir do que remediar, certo?

— Com certeza!

Olhei-o melhor percebendo que ele era o cara que estava paquerando a minha melhor amiga ontem à noite naquela festa em que fomos. Sorri por dentro, feliz por ser alguém tão parecido com ela e ao mesmo tempo tão bacana.

Porém ainda não havia tido chance de conversar com a loira sobre isso já que fui embora mais cedo. O leonino parecia bem mais bonito a luz do dia, encolhi os ombros em sinal de desculpas alegando que eu realmente precisa ir.

— Preciso ir, vou encontrar uma amiga. - Enzo estendeu a mão por de baixo dos livros e eu a segurei a apertando em um cumprimento. — Foi um prazer conhece-lo.

— O prazer foi todo meu.

Sorri despedindo-me dele e ele assentiu com a cabeça seguindo o seu caminho olhando pra trás algumas vezes ainda com um sorriso divertido nos lábios.

Talvez a Penélope fosse melhor em escolher amores do que eu.

Voltei a fazer o meu caminho até o dormitório dela que por sorte era muito mais perto que o meu. Depois de alguns minutos eu já estava entrando em seu prédio e desanimei-me sabendo que teria que subir um lance de escadas para chegar até o seu quarto.

Foram quinze degraus ao todo e quando pisei no ultimo senti-me aliviada. Pelo menos minhas pernas estariam durinhas até o inverno, ri com meu próprio pensamento. O corredor estava quase vazio a não ser por duas pessoas agarrando-se na porta ao lado do quarto da minha melhor amiga.

Eu podia ver claramente quem era e isso fez-me revirar os olhos involuntariamente. Primeiro, porque estamos em um corredor público, segundo esse é um dormitório feminino e terceiro o cara que esta quase comendo a menina loira com apenas uma camisola era ninguém menos que o mesmo cara que tinha tirado com a minha cara na frente de meia dúzia de meninas na frente desde mesmo dormitório á menos de doze horas.

Collerman tinha as mãos cravadas na cintura da menina que parecia um boneco em suas mãos, deixando o fazer o que ele bem queria dela. E a garota parecia nem se importar de ser usada por um cara como ele.

Senti meu estomago embrulhar e fechei os olhos por alguns segundo. Como as pessoas podem ser tão sem vergonha?

Revirei os olhos tomando coragem para seguir até a porta de Penélope. Meus passos pareciam tijolo de encontro com o chão, por sorte ou azar eu usava apenas mocassins que não fazia barulho algum.

Parei ao lado deles que pareciam nem ter notado-me e bati na porta branca que tinha uma plaquinha escrito "ÁREA RESTRITA - Princesa em seu sono de beleza". Batia os pés no chão impaciente, fazendo um mantra dentro da minha cabeça para não perder a paciência.

Cadê essa menina que não abre logo essa porta?

— Vamos entrar, a minha colega de quarto está em aula agora.

A voz melada de Christina Miller soou em meus ouvidos, dez vezes mais alta que o normal. Ela é a loira que esta se agarrando com o cara ao meu lado. O mais engraçado é que ontem a garota da vez era a Megan e hoje já é a Christina. Como alguém pode viver assim?

— Deixa pra próxima, eu tenho aula agora.

Quando ele tirou o rosto do pescoço dela, Ryan parecia ter notado a minha presença pela primeira vez. Preferindo me ignorar para poder dispensar a garota que continuava agarrada ao seu pescoço. Bati novamente na porta com mais força, fazendo minha mão doer pelas repetidas e fortes batidas.

Christina fez uma cara de que comeu e não gostou, mais não deixou de aceitar o que o garoto lhe falou. O moreno descolou seu corpo do dela e piscou pra garota enquanto tirava os óculos da gola da camiseta e os colocava.

Apoiei-me na porta de Penélope fingindo olhar para as minhas unhas, que estavam curtas e mal feitas. A garota sem rodeios entrou no quarto bufando, enquanto ele virou-se pra mim sorrindo como um cachorro.

— Que gata, em. - Estreitei meu olhar pra ele o mostrando meu dedo do meio. — Que coisa feia, linda.

Ryan disse rindo enquanto já andava corredor a fora daquele jeito que só ele conseguia, chamando atenção de qualquer um alma viva que estivesse por ali.

No segundo seguinte escutei um click e eu estava de bunda no chão dentro do quarto da minha melhor amiga. Olhei pra cima indignada e ela enrolada em uma toalha roxa ria da minha cara.

— Eu bati duas vezes e você não abriu a porta!

Exclamei levantando-me do chão com sua ajuda, minha bunda estava doendo. E isso entraria para a nossa lista de histórias para contar para os nossos netos com certeza.

— Pensei que era a louca aqui do lado se comendo com algum garoto.

— Com Ryan Collerman mais especificamente.

— Ele não perde uma, caramba!

Sua cara era de total descrença, revirei os olhos e ela fechou a porta para terminar de se arrumar.

Depois de mais papo furado pra lá e pra cá fomos até o shopping da cidade que não levava nem vinte minutos da universidade. Seus pais havia lhe dado de presente uma Land Rover LRX preta no ano passado por parabeniza-la por ter conseguido entrar na faculdade.

Passamos o dia inteiro no shopping comprando, experimentando roupas, discutindo sobre cores e assessórios. Isso era uma das coisas que ela mais gostava de fazer e talvez por isso eu ficasse tão feliz em acompanha-la em lugares assim.

Além do mais, eu precisava distrair-me.

Esse era um dos únicos passatempos que conseguíamos fazer por aqui juntas, depois de horas incansáveis de compras nos sentamos na área de alimentação que estava calma e vazia para um dia de semana às seis da tarde.

— Pode ir me contando, aonde se encaixa Ryan Collerman e Chase Willis na mesma frase?

Penélope questionou-me logo que sentamos em uma das muitas mesas vazias da praça de alimentação enquanto estava tomando um gole de seu suco de morango.

— Depois que você saiu para falar com o "Enzo". – Fiz aspas com os dedos, indicando que voltaríamos a falar desse assunto depois. — Resolvi ir embora, no meio do caminho o Chase apareceu.

— E o que ele queria?

— Disse tudo o que eu não sonharia em ouvir da sua boca depois do que aconteceu entre a gente. 

Suspirei, recostando-me na cadeira e sendo rondada por teorias malucas que minha cabeça começava a formar.

— Mais tudo isso tem que ter um por quê. Ninguém se muda simplesmente para outro estado, outra faculdade sem uma satisfação coerente.

— Ele não precisa de uma, é filho do senador.

A loira bufou alto como se isso não fosse justo e realmente não era. Levantei meus olhos para ela tentando decifrar o que ela estava pensando, porém não era difícil de adivinhar a essa altura do campeonato.

— Já faz três anos, o que mais ele iria querer com você? Acabou, você não o denunciou e nem o ameaçou.

— Eu não faço a mínima ideia.

Balancei a cabeça, sem nenhuma carta na manga. Era como uma folha de papel em branco pra mim essa chegada repentina dele.

— E a onde entra o Collerman nessa história?

— Ele praticamente me salvou naquele momento, foi à desculpa perfeita para o Chase me deixar em paz.

Seus olhos verdes brilharam de um modo diferente, deixando-me sem saber o que pensar ainda. Tudo o que eu sabia era que Ryan foi à fuga perfeita para escapar do meu passado na noite passada.

— Olha, até que eu estou gostando do Collerman. Ele pode virar o meu amiguinho se bater no Chase por nós.

A loira comentou, sorrindo angelicalmente. Mostrando todos os dentes brancos bem alinhados da boca, fazendo-me rir com sua leve brincadeira mesmo sabendo que tinha um fundo de verdade.

— Ele me fez uma oferta após descobrir que eu estava trancada para fora do meu dormitório.

— E qual foi essa oferta? – Sua animação parecia aumentar a cada palavra que eu dizia.

— Que eu passasse a noite em seu apartamento.

— Para tudo. Você está me dizendo que passou a noite no apartamento de Ryan Collerman. Ex-Capitão dos Leões, pegador e macho alfa da matilha?

— Falando assim até parece que o cara é um animal de verdade.

A loira arregalou seus olhos verdes ainda mais para eu entender a intensidade do que ela estava falando. Deixando-me um pouco arrependida de ter lhe contado isso.

— Você sabia que ninguém nunca foi ao apartamento dele, certo? Falam por ai que a cova do leão é seu santuário e olha que surpresa, você foi à única da história que teve coragem de entrar e ainda por cima saiu intacta do recinto.

— Para de falar assim. – Comentei rindo, fazendo-a se divertir mais ainda as minhas custas.

— Ele é um Leão minha amiga, pode não fazer mais parte do time mais continua sendo o Alfa e você sabe muito bem que quando um deles quer alguma coisa consegue. Ainda mais se esse alguém for ele.

Ela piscou pra mim divertindo-se e ao mesmo tempo falando sério. Sorri não levando muito a sério suas palavras, eu não precisava de mais problemas não daquele tipo.

— Ah, claro.

— Isso quer dizer que ele quer alguma coisa de você, ele te fez um favor e vai cobrar. – Ela rodou o canudinho do seu copo de suco

— Claro que não, ele só quis ajudar. – Coloquei um ponto final no assunto. — E como foi com o Enzo?

— Não fuja do assunto senhorita Dewis. – Ela apontou o dedo pra mim, me acusando.

— Não estou fugindo de nada. Só quero saber como foi com o seu novo paquera. Beijou?

— Beijei.

Ela não parecia se aguentar de tanta felicidade pois fazia uma dancinha da vitória na cadeira de um modo que chegava a ser bem engraçado. Ver a minha melhor amiga feliz não tinha preço. Era como ver uma criança abrir os presentes na manhã de natal e descobrir que ganhou o que tanto sonhava.

— Ele parece ser um cara legal.

— E é, e por falar nisso é o melhor amigo do seu novo admirador. Podemos fazer um encontro de casais o que acha?

Sabia exatamente que Penélope estava tirando com a minha cara e por isso, apenas revirei os olhos e voltei a comer minhas batatas fritas que estavam a minha frente já á tempo demais intocáveis.

— Não começa.

Minha amiga rolou o canudinho de seu suco e sorriu pra mim com cara de convencida de que seria a coisa mais normal do mundo fazer aquilo. Além do mais, não havia tempo para mais ninguém na minha vida enquanto eu tinha um problema maior para ser resolvido.

— Ele deve gostar de você. De um modo esquisito é claro, mais deve gostar.

— Claro, por que ele estava se atracando com a sua vizinha de porta bem quando eu cheguei e não parou mesmo notando minha presença. Ele me ama.

Ironizei. A loira revirou os olhos como se isso fosse algo irrelevante de ser citado na conversa em que estávamos tendo no momento.

— Já ouviu falar em amor a primeira vista? - Ela disse de um modo quase teatral, fazendo-me rir.

— Eu dormi em sua poltrona, na sala. Sozinha. Não existe nada entre nós, é simples de entender.

— Tudo bem, você não quer acreditar. Só depois não diga que eu não te avisei.

— Vou me lembrar disso. - Lhe direcionei uma piscadela.

— Chase é um filho da mãe de um filhinho de papai que tem tudo o que quer e não sabe a hora de parar. Eu só espero que aqui alguém coloque rédeas naquele cara, e espero que seja o Collerman. - Penélope disse sendo bastante sincera, e talvez no fundo eu também quisesse a mesma coisa mesmo não admitindo. — Não me importaria de pagar a fiança dele depois.

Assenti colocando um fim naquela conversa de uma vez por todas. Era muito para uma noite apenas e isso poderia ser apenas o começo com Chase aqui.

Coloquei a mão no bolso para tirar o celular e ver as horas, mas meus bolsos estavam vazios. Olhei dentro da minha bolsa e nada. Penélope continuava a me observar intrigada e curiosa.

— O que foi?

— Meu celular. - Falei fechando a bolsa, e voltando a encara-la.

— O que tem?

A loira cruzou os braços sem entender minha preocupação repentina. Fazendo-me lembrar do meu esquecimento e aonde ele havia ido parar.

— Eu esqueci no apartamento dele, junto com a minha jaqueta. - Admiti.

— Isso vai ser um belo pretexto para ele vir falar com você. - Ela sorriu de lado puxando-me da cadeira para irmos embora. — Cruze os dedos para ele não estar na sua porta quando chegarmos ao campus.

Por estarem no final do verão às pessoas lotavam os gramados mesmo a noite para conversar, estudar ou praticar como as líderes de torcida faziam incansavelmente. Já se passava das oito da noite quando chegamos aos nossos dormitórios e eu precisava de uma boa noite de sono e um banho bem quente.

Depois de chegarmos, a loira deixou-me bem em frente ao meu dormitório. A convidei para entrar mais ela disse que precisava ligar para os pais dela e conversar sobre sua detenção, o que duraria a noite toda se fosse possível não convencer seus pais de virem até a Carolina do Norte.

Entrei no prédio com as duas sacolas de vestidos que eu havia comprado. Mesmo sabendo que o verão estava em seu fim, estavam em promoção e eram lindos. Subi as escadas devagar sem pressa. Pensando em como estava feliz por ter passado um tempo apenas de menina com minha melhor amiga. Quando cheguei a frente do meu quarto, nela havia um bilhete preso na porta:

"Estou com saudades, as suas roupas ainda continuam com o mesmo cheiro de lavanda. Já sei aonde se esconde de mim, precisamos conversar. Amanhã, na sala de Engenharia do terceiro andar as nove. Te espero, tão linda quanto da ultima vez que te vi. Só que sem seu cão de guarda ao seu lado. Só eu e você. Não vamos adiar o inevitável. 

C.W."

Peguei o bilhete em minhas mãos o rasgando rapidamente e o jogando na lixeira ao lado da minha porta. Entrei em meu quarto notando que a porta estava aberta. Praguejei-me por tê-la deixada destrancada, porém nunca imaginaria que ele havia tido a audácia de vir até aqui.

Deixei minhas sacolas no chão fechando a porta atrás de mim. Eu sabia que ele havia estado ali, pelos rastros que ele tinha deixado. A minha escrivaninha estava bagunçada e tudo estava remexido com uma foto nossa jogada em cima.

Eu tinha dezesseis anos e olhava apaixonadamente para o cara que me beijava. Parecíamos outras pessoas, em outra época e não o que nos tornamos. Não o que ele havia se tornado.

Algumas roupas minhas estavam jogadas para fora das gavetas da cômoda, deixando-me atordoada. Coisa que eu já não deveria estar. A minha cama estava uma bagunça, com lençóis revirados e travesseiros fora do lugar. Era tudo o que eu mais temia, tudo o que eu não esperava.

 Um rapaz tão bonito por fora que poderia enganar qualquer um pela aparência de bom moço, mostrando anos depois ser alguém tão pobre e baixo. Peguei a foto a amassando e jogando em um canto do quarto com força.

Eu não tinha mais sustentação, talvez eu nunca tenha tido e tudo isso que eu vivia não passasse de uma mentira que eu tinha inventado para escapar da verdade.

Porque ele havia voltado? Logo agora que eu estava tão bem e tão feliz aqui. Não era justo. Depois de três anos de lembranças eu havia finalmente livrado-me dele e agora como um pesadelo ruim ele havia voltado pra minha vida em um piscar de olhos.

Sentei-me ao pé da cama, sentindo as lágrimas silenciosas invadirem o meu rosto pela primeira vez em muito tempo.

Eu estava com medo de tudo o que poderia acontecer, do aconteceu antes e do que estava acontecendo agora. Sentia-me violada novamente, como se tudo estivesse voltando a tona. Como se ele estivesse aqui para repetir a dose mais uma vez, era tudo o que eu mais temia.

Não sei por quanto tempo ou horas eu chorei. Sentia as minhas pálpebras cansadas e minha garganta seca de tanto com um nó na garganta, porém as lágrimas não pareciam ter fim e além disso, doíam como laminas cortando o meu rosto.

As ultimas coisa que me recordo é de alguém ter colocado-me na cama e fechado as cortinas. Depois disso, tudo são meros borrões do tornado que havia passado por mim.

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