Cláusula de Amor | ✓

Von rachelffernandes

375K 44.5K 23K

Alia Nazario é a secretária do Sr. Henderson há três anos e sempre acreditou ser... sortuda. O chefe dela, um... Mehr

[sobre]
01. proposta indecente
02. pé na estrada
03. estratégia é fundamental
04. mar, areia e sol
05. clube de teatro
06. dividindo a cama
07. o sr. darcy é um esquisitão
09. aquelas velhas e boas
10. talvez, talvez
11. céu azul
12. bomba atômica
13. você deve me permitir...
14. epílogo
[agradecimentos]

08. valse comigo

21.3K 2.7K 1.1K
Von rachelffernandes

Alia teve um pressentimento de que seus pés estariam destruídos após uma aula de dança com o Sr. Henderson. Era um fato, com aqueles ombros rígidos e silêncio profundo enquanto Carol falava sem parar sobre a professora e o estúdio, que o Sr. Henderson seria uma porcaria na pista de dança. Ela não podia culpá-lo.

Nas festas da empresa, ele sequer olhava para a pista de dança. Enquanto alguns colaboradores bêbados dançavam, riam e terminavam outra taça de champanhe, o Sr. Henderson ficava à margem, conversando em voz baixa com algum executivo sem expressão, assentindo e olhando de relance para seu Rolex vez ou outra, esperando pelo momento certo de sumir sem parecer tão desesperado para ir embora.

Era líquido e certo que ele não fazia o tipo de homem que dançava. Alia e seus pobres pés em breve confirmariam aquelas suspeitas.

Os dois entraram no estúdio e os olhos de Jane voaram para eles. Ela estava entre os braços fortes de Edward, e era desnecessário pontuar que eles pareciam duas estátuas gregas de tão lindos. Com um sorriso contido para os pais, ela comentou:

— Ah, vocês chegaram na hora! Já vamos começar.

— Sorte a nossa, querida — disse Rupert, recebendo um olhar repreensivo da esposa. — Sorte a nossa.

A professora, uma mulher russa de cabelos loiros pálidos e uma perpétua expressão de desagrado no rosto, sorriu sem vontade para os casais. Então, sem delongas, ela explicou que os movimentos de uma boa valsa deveriam ser graciosos e fluidos, que o casal deveria flutuar na pista, não dançar. Ao lado do Sr. Henderson, Alia respirou fundo.

Ouvindo às instruções da professora sobre postura, atitude e movimentos da porcaria da valsa, ela se sentiu idiota. Não havia maneira de replicar aquilo que ela fazia com o parceiro, um tipo esguio, meio latino e com um bigode engraçado, na pista de dança. De uma maneira nada engraçada, Alia também sentiu pena dos pés do Sr. Henderson.

Dylan, May, Rupert, Carol e Jane ouviam as instruções da professora com atenção total, assentindo aqui e ali. O Sr. Henderson não movia um músculo, observando a mulher com uma expressão compenetrada. O único que parecia irremediavelmente perdido, fora Alia, era o pobre Edward, que com sua boca semiaberta e cenho franzido se transformava no retrato da imbecilidade.

— Bem, agora que mostramos os movimentos básicos — disse a professora, sua expressão de desdém crescendo —, vocês dançarão e corrigiremos qualquer movimento errado na pista de dança.

Ela apertou um botão no controle remoto e os primeiros compassos de uma valsa encheram o estúdio. Alia engoliu em seco quando o Sr. Henderson a tomou pela mão e começaram a se mover pelo salão.

---

— Jesus, você está massacrando meus pés!

Os outros casais viraram a cabeça novamente quando Jane reclamou pela quarta vez seguida. A expressão culpada de Edward seria engraçada se a noiva não estivesse tão furiosa com sua falta de habilidade.

— Sinto muito, amor — disse ele em voz baixa, fazendo uma careta de dor. — Você quer parar, ou...?

— Apenas... apenas seja cuidadoso, sim? — Irritada, Jane sorriu, descansando uma das mãos no ombro largo de Edward. — E pelo amor de Deus, não pise com tanta força.

Ele assentiu, corando e olhando para os próprios pés. Jane sorriu de maneira contida para Alia antes de valsar para longe com o noivo. Carol e Rupert se abraçavam na pista, balançando ao ritmo da música. Dylan e May, por sua vez, estavam colados um ao outro. A professora corrigiu a postura deles seis vezes antes de desistir e voltar suas atenções aos noivos.

Alia voltou os olhos para o Sr. Henderson, que assistia Jane e Edward com um olhar preocupado, seguindo seus movimentos truncados com um vinco entre as sobrancelhas. Não demorou muito até Jane gritar um Jesus Cristo, Edward! novamente.

— Ela não parece... feliz — disse Alia, observando os dois de relance. — Edward não parece...

— Ele não parece saber o que está fazendo — completou o Sr. Henderson, o cenho ainda vincado. — Na verdade, ele não parece ter noção nenhuma do que está fazendo.

— Mas você, por outro lado...

Ele a encarou, as pontas de suas orelhas completamente rosadas. Alia sorriu.

Indo contra seus julgamentos, o Sr. Henderson se tornou uma surpresa agradável na pista de dança. Ele a guiou pelo salão no ritmo da valsa com a postura perfeita. Além de não pisar uma só vez em seus pés, o Sr. Henderson guiava tão bem que a professora não viu necessidade de corrigi-lo. Na verdade, ela quase sorriu para demonstrar aprovação.

— Sempre fui fascinado por música e dança — confessou ele, girando com Alia. Um sorriso se espalhou por seu rosto bem barbeado. — Ouvi dizer que dançar é a melhor maneira de encorajar afeição, Srta. Nazario.

Ela riu. O chefe dela estava usando aquela citação, ou...? O Sr. Henderson sorriu com o canto dos lábios. Alia, por sua vez, entrou na brincadeira:

— Mesmo que a parceira seja somente... tolerável? — perguntou ela.

Foi a vez dele de rir. Valsaram pela pista de dança e, quando pararam novamente, Alia balançou a cabeça. Não muito longe de onde estavam, Edward murmurou um Sinto muito, amor outra vez. Após um breve silêncio, ela disse:

— Devo confessar que achei que você seria terrível.

— E por quê?

— Bem, você não se parece com o tipo de homem que dança — confessou Alia, um sorriso culpado ganhando seus lábios. — Eu estava praticamente me despedindo de meus pés.

— Obrigado pela confiança. — Ele riu.

— Como eu ia saber que o senhor era um Baryshnikov escondido? — Alia riu, fingindo um tom ofendido. Seja mais informal com ele. — Você nunca dançou nas festas da empresa.

— Bem, nem você.

— Porque sou uma droga — rebateu ela.

— Para alguém que fez Grease, pensei que você não apenas saberia dançar como seria capaz de dar um show...

— Muito engraçado. — Ela apertou os olhos e, desfazendo a posição de valsa, cruzou os braços atrás da nuca dele. Ainda se moviam no ritmo da música quando ela disse: — E antes que você pergunte, a resposta é não.

— O quê?

— Não vou cantar.

— Ninguém pode dizer que não tentei. — Ele riu. Jane grunhiu quando Edward pisou em seus pés novamente. O Sr. Henderson franziu o cenho por um momento antes se voltar para Alia. — Então, qual seria minha nota até agora?

— Nota? — perguntou ela.

— Que nota você daria para mim como namorado? De um a dez.

— Eu diria... cinco de dez.

— Cinco? — O Sr. Henderson uniu as sobrancelhas. — Que terror. Sou pelo menos um oito.

— Pera aí, nós realmente precisamos fazer isso?

— Sinto muito se sou curioso e gosto de ranquear as coisas usando escalas de satisfação.

Alia riu, pensando por um momento e aproveitando o pequeno mistério. Dançaram conforme o ritmo, sem prestar atenção nos movimentos ou na postura, quando ela sorriu com o canto dos lábios.

— Certo, acho que o senhor é um sete. Você é um ótimo namorado falso — admitiu ela. — E posso dizer que estou descobrindo muitas coisas interessantes sobre você, Colin.

— Acredito que eu possa dizer o mesmo sobre você, Alia.

Ela não seria capaz de dizer se a música ainda tocava ou se havia mais alguém no estúdio além deles. O Sr. Henderson a encarou, seu sorriso sumindo. Não dançavam mais, mas Alia manteve os braços ao redor do pescoço dele, de repente percebendo as mãos fortes do Sr. Henderson envolvendo sua cintura.

Você está flertando comigo? A tentativa de sorrir não funcionou, e o olhar penetrante do Sr. Henderson não ajudava Alia a pensar com clareza. Então, antes que percebesse, ela ficou perdida nos olhos castanhos e profundos dele, no cheiro inebriante de chá de menta e creme de barbear.

Ele se aproximava, ou ela estava vendo coisas? O Sr. Henderson umedeceu os lábios, e o coração de Alia falseou quando ela finalmente percebeu o que estava prestes a acontecer. Você vai beijar o seu chefe. E dessa vez, era de verdade. Os olhos do Sr. Henderson não abandonavam seus lábios. Alia engoliu em seco. Aquilo, definitivamente, não seria um beijo de palco.

Mas antes que pudesse pensar no próprio emprego e nas consequências de beijar o Sr. Henderson, ela ouviu alguém pigarrear. Alia sentiu o chefe enrijecer debaixo de seu toque e o momento se esvair.

— Vamos lá, pombinhos — disse Dylan, sua voz arrastada preenchendo o estúdio. Lentamente, Alia voltou à realidade. Ele tinha um dos braços sobre os ombros de May e sorria com o canto dos lábios. — A aula terminou. E acho que Jane precisa de uma ambulância.

Sentada numa cadeira, a expressão de Jane era o retrato da dor. Rupert e Carol ofereciam à filha uma garrafa d'água, mas sua careta não diminuía. Edward, o pobre noivo, não parava de repetir o quão arrependido estava. Não tenho o menor jeito para isso, amor, dizia o piloto, gravitando ao redor da noiva como uma abelha zonza.

Percebendo que suas mãos ainda estavam ao redor do pescoço do Sr. Henderson, Alia rapidamente se afastou, ajeitando o rabo de cavalo. Ela evitou encarar Dylan, mas viu, de relance, o sorriso sabichão tomar conta do rosto de fuinha dele.

— Bem, é melhor voltarmos — disse o Sr. Henderson. Numa voz calma e controlada, ele arrematou: — Se vocês me dão licença, verei se Jane precisa de algo.

Com um gesto de cabeça cavalheiresco, ele se afastou.

---

Após o grupo voltar para casa e Jane ter os pés devidamente tratados, Alia percebeu como havia sido idiota no estúdio de dança. Sua cabeça, sempre trabalhando em alta velocidade, deixou passar fatos que, agora em análise profunda, eram incontestáveis e tranquilizadores.

Primeiro, o Sr. Henderson nunca a beijaria por vontade própria, mas porque era necessário. Enquanto ela estava perdida em ideias idiotas, ele deve ter percebido que Jane os olhava, e aquele clima foi instaurado com o simples objetivo de gerar ciúme. Aquelas interações bobas não estavam no contrato?

Segundo, ela era a secretária dele. Apesar de saber que alguns executivos costumavam... se divertir com as colegas de trabalho, ela e o Sr. Henderson não eram esse tipo de chefe e secretária. Eles nunca seriam esse clichê. Estavam ali a negócios e nada mais. Uma namorada falsa por um encontro com William Sagger e Zelda Miller. Sem sexo, olhares esquisitos ou muita intimidade. Dois adultos trabalhando juntos por um objetivo.

Certo. Apenas negócios.

Então por que você está tão nervosa? Da varanda, admirando o belo gramado esverdeado se estender até à praia, Alia suspirou. Na mesa do jardim, o Sr. Henderson conversava com os pais de Jane, rindo de algo que eles disseram. Como de costume, Dylan e May estavam sendo desagradáveis, se beijando como se estivessem na intimidade do quarto.

Edward cuidava dos pés machucados da noiva no quarto, então o clima no jardim era ameno. Christine, a mãe de May, havia chegado há poucos minutos e já era servida com suco de laranja e petiscos enquanto o tio Tom contava piadas. Tudo estava bem, e enquanto o Sr. Henderson apontava para alguns canteiros de flores e Christine assentia, Alia suspirou, decidida a afastar os pensamentos esquisitos que volta e meia a atacavam. Estava prestes a descer da varanda e se juntar a eles, mas sentiu o celular vibrar no bolso.

Pelo amor de Deus, me diga que você já conseguiu o autógrafo da Gisele para mim, querida. — Alia sorriu ao ouvir a voz excitada de Natalie do outro lado da linha. — Como estão as coisas? Já conheceu alguém famoso?

— Exceto por Sagger, Zelda, Jane e Edward, ninguém — respondeu ela, apoiando os cotovelos na balaustrada da varanda. Antes que a amiga pudesse interromper, ela continuou: — Estamos na casa de Jane com os pais dela e um casal de primos que adora um sexo meio barulhento.

Eca — rebateu a amiga. — Mas e aí, nenhum paparazzi atacou vocês?

Para todos os efeitos, Jane Vincent e Edward Macklin não se casariam até o final da temporada da Fórmula 1, então os jornais nem desconfiavam da cerimônia íntima que aconteceria na praia. Exceto pela família e alguns amigos íntimos — entre eles, Gisele Bündchen —, ninguém sabia do casamento dos pombinhos do momento.

— Nenhum. Eles acham que a cerimônia está sendo organizada ainda. Jane e Edward querem algo... romântico e privado. — Alia riu. — Mas enfim, e as novidades?

Fui ao melhor casamento do mundo ontem — disse ela. — Além da bebida de graça, teve um barraco incrível na festa. O amigo do irmão da noiva encheu a cara e gritou no microfone que a noiva era a mulher da vida dele, e que ele amava estar entre as pernas dela e outras baixarias. Coisa de primeira.

Alia riu. As histórias de Natalie sempre eram excitantes demais para serem contadas sem uma boa taça de vinho ou uma pizza gigante de calabresa.

— Meu Deus, quero todos os detalhes quando voltar — pediu ela, apertando o celular contra o ouvido. — No mais tudo certo?

Bem, estou fodida. Obrigada por perguntar — disse Natalie, e Alia imaginou a amiga revirando os olhos e mordiscando um pedaço de pizza. — Bob terminou comigo.

— Que merda, Nat. Como você está?

Eu não poderia me importar menos com esse palhaço, Alia — retrucou ela. — Ele disse que estava terminando comigo porque a mãe dele não ia gostar de mim. Dá pra acreditar nessa merda?

— E você...

Fiz a única coisa que uma garota sensata faria. — Natalie fez uma pausa. Alia quase foi capaz de ver seu sorriso sarcástico através da linha. — Mandei ele enfiar a mãe no próprio rabo e saí de lá.

Alia riu. É, ela conseguia perfeitamente imaginar Nat dizendo uma coisa daquelas.

— E ele não ficou feliz com isso, imagino?

Pois é, tive de deixar o apartamento. Estou oficialmente sem-teto. — A amiga suspirou. Outra pausa curta encheu a ligação. — E foi por isso que liguei. Para perguntar se você não quer uma colega de quarto...

— Pera aí, o quê? — Alia ergueu as sobrancelhas.

Por favor, me deixe ficar — implorou Natalie, parecendo uma criancinha querendo comprar doces. — Podemos ser, tipo, as melhores colegas de quarto do mundo! Podemos assistir America's Next Top Model, beber vinho e falar dos esquisitos do escritório. Ah, e eu posso dividir o aluguel com você.

— Isso foi bem... súbito — disse Alia, quando a erupção de palavras de Nat cessou. — Onde você está agora?

Com a minha irmã, mas os gatos dela estão me dando as piores alergias — reclamou ela. Alia riu. Outro silêncio repleto de pequenos questionamentos caiu sobre elas. — Então, você e ele...

Instintivamente, Alia ergueu os olhos para o Sr. Henderson, que agora comia um pãozinho e tomava outro copo de suco de laranja. Ela deu de ombros e, tentando não se lembrar do beijo no quarto e daquele momento no estúdio de dança, disse:

— Ele é super legal.

Só... legal?

— Não transamos, se é isso que você está sugerindo. — Alia revirou os olhos, ouvindo a risada gostosa de Nat pela linha. — Ele é nosso chefe, Natalie. Você é podre.

— Eu sei, mas ele é... gostosinho. Todos aqueles modos de robô, as gentilezas. Vocês dois fariam um bom casal. — Ela fez um Awww debochado. — Dois robozinhos viciados em trabalho.

— Você é muito engraçada. Como se ele fosse me olhar se as coisas fossem diferentes. — Alia riu, balançando a cabeça. — Estamos fingindo, Nat. Apenas negócios. O Sr. H. é legal, mas não faz o meu tipo.

Se você diz — disse ela, possivelmente dando de ombros. — Bem, pense sobre a minha oferta. Podemos ser as melhores colegas de quarto do mundo. Ah, e não se esqueça do meu autógrafo da Gisele. Amo você!

Alia desligou, observando enquanto o Sr. Henderson ria com Carol e Christine. Ele quase parecia relaxado quando Jane e Edward não estavam em cena, sorrindo e agindo como um ser humano sociável e tranquilo.

O Sr. Henderson não fazia o tipo dela. O jeito metódico, as covinhas no rosto bem barbeado e os ombros rígidos não era tão atraentes assim. Alia sempre gostou de caras como Bernard, homens relaxados e com a cabeça cheia de ideias idiotas que não passavam de imbecis um pouco interessantes.

E por que pensar nisso? Você é só a secretária dele. Aquele olhar na pista de dança foi apenas uma maneira de deixar Jane fervendo de ciúme. Eles só estavam mantendo aquela excêntrica Cláusula de Amor em uso. Nada mais. Por que ela surtava por algo criado pela própria imaginação?

Então, o olhar do Sr. Henderson encontrou o dela. Ele sorriu e piscou um dos olhos. Ela ergueu as sobrancelhas e, surpresa pelo gesto relaxado, sorriu de volta. Você não está apaixonada por ele, e ele não está apaixonado por você. Ficaremos bem.

Mais dois dias e tudo estaria terminado.

Weiterlesen

Das wird dir gefallen

87.7K 9.9K 42
Série irmãs Beaumont- Livro 1 Cecília é a filha mais velha das três princesas do reino de Beaumont, sendo considerada a próxima herdeira na linha de...
30.1K 4.3K 9
Quando o nosso querer é interrompido, o dEle não é". Elizabeth Elliot. Esperar era sinônimo de dor no vocabulário de Isis. Ela já havia perdido as e...
100K 8.4K 33
Vinnie Hacker, um professor estagiário, arrumou um emprego um tanto complicado. Será que dar aulas de matemática pra Jade Monroe seria tão difícil? U...
6K 683 28
Lia Jensen, uma garota gentil , animada e odeia falar de seus sentimentos, que não gosta de se sentir sozinha, irá descobrir verdades , muitas coisas...