Um pai para Carolina

بواسطة Cat_Ferrari

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Uma festa de despedida, uma noite de amor embriagado e uma responsabilidade que ele terá que levar para o res... المزيد

prólogo:
1. decisões e conseqüências
2. surpresa
3. lembranças
4. bancando a babá
5. compras
6. noiva megera
7. central park
8. making off
10. parceiros
11. química
12. dia dos namorados
13. ininigos declarados
14. aniversário
15. apaixonado
16. projetos
17. apresentação
18. paternidade
19. solução
Epílogo: Um pai para Carolina

9. quebra nozes

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بواسطة Cat_Ferrari

Os dias se passaram, e eu deixei de lado a questao sobre o Jamal.
Não quis encurralar Nick e pressiona-la sobre um assunto que não me dizia respireito.
E com o meu projeto e a apresentação dela cada vez mais próximos, eu não tinha tempo e nem ela.
Nós conversamos pouco, em especial porque ela tem ensaiado ate tarde nos  últimos dias, mas no final do dia eu sempre ligava pra ela para saber se estava tudo bem, quando ela não ficava para jantar com a gente.
O jantar era nosso único momento a sós, ou quase.
O único momento do dia em que conseguiamos alguns minutos para interagir com outro adulto e poder falar sobre coisas banais.

Falando assim ate parece que eu trabalho numa creche, ou que ela fica com a Carol 99% do tempo.
Mas ainda sim eu gostava de falar com ela, não só pelo fato dela ser a única que sempre me entende, mas também por ser a melhor e mais inteligente com quem eu converso diariamente.

Na quinta saí do trabalho apressado, não estava afim de encontrar Daphne depois do incidente do último dia.
Carol perambulando pelo escritório, e um soco no meu colega de trabalho.

Essa garota veio mesmo para me dar trabalho.

Saí do prédio e fui buscar a Carol com a Nick antes dela sair para o ensaio dela.
Cheguei no Bronks a tempo, e encontrei as duas de saída do salão comunitário.

— pabai!- Carol berra pra mim.

— oi.- disse pra ela.

Nick estava com pressa, apenas a deixou vir na minha direção e deu um sorriso discreto antes de correr para pegar o ônibus dela.
Voltei com a Carol pra casa, e me joguei no sofá exausto depois dela dormir.

.......


— meu Deus, que cansaço!- caí de costas no sofá.

De repente ouço meu celular vibrar no bolso e fecho os olhos respirando fundo.
O peguei e atendi de mal humor.

— alô.

Diego? oi é Mary, avó da Carolina..- a voz dela me trouxe de volta o alívio.

E por um mísero segundo, uma sensação estranha também.

— ah oi...tudo bem? Como vão as coisas por aí?- perguntei.

estão indo bem, mas minha irmã ainda vai precisar de mim por mais uns dias...posso contar com você para olhar a Carol pra mim? Talvez mais uma semana.

Cocei a cabeça sem jeito e soltei um suspiro alto.

— Ahn....okay, tudo bem.

Como se eu tivesse escolha..- pensei.

eu sei que demorei um pouco, mas prometo voltar em breve para busca-la.- ela promete.

— tudo bem, nós estamos nos dando bem.

e eu quero que saiba, ja organizei a papelada para fazer os exames necessários.. Assim que sairem os resultados, eu gostaria que você pelo menos colocasse seu nome na certidão de nascimento da Carolina.

Senti de novo a sensação estranha, como um amargo no fundo da garganta.
Como algo que fosse difícil de engolir, do mesmo jeito que aquilo era difícil de acreditar.
Por mais que eu quisesse me livrar da Carolina antes, agora eu ja não imaginava minha vida sem ela ali.
Era como se faltasse algo no meu dia, ver ela correr para me abraçar toda vez que eu chegava em casa era o ponto alto do meu dia, e eu não sei se estou preparado para me despedir de tudo tão rápido assim.

Foi aí então que surgiu minha primeira proposta.

— sim, eu fico feliz...mas não acho que seja mais necessário.

ah não... eu insisto! Faço questão..não que eu queira esfregar nada na sua cara, mas eu quero fazer tudo certinho como se deve. Okay?

okay..- assenti com um suspiro pesado.

ela ja está dormindo?

esta. Tivemos uma semana agitada.- lembro-me da confusão no escritório.

que bom...ate semana que vem eu passo para busca-la.

Ela se despediu e desligou.
Fiquei com o coração pesado, se ela resolvesse fazer mesmo o exame e ele não resultasse oque esperávamos mesmo com tudo apontando pra mim, eu perderia meu chão.
Carol sendo ou não minha filha, ela era minha e eu a queria agora mais que nunca.

Mas também precisava pensar no que era melhor pra ela, e sendo assim faria minha parte do trato desde o início.
Quando os exames apontassem que ela era sangue do meu sangue, eu enviaria o dinheiro necessário a ela, e faria oque fosse preciso para que ela tivesse o melhor futuro.
Mesmo que fosse longe de mim.

Subi para ficar com ela no quarto, e me sentei ao lado dela na cama.
Fiz carinho no seu rosto, e sorri olhando ela dormir.
Sua respiração estava lenta e ela suspirava formando um biquinho fofo.
De repente ouço alguém se aproximar na porta, e me viro assustado.

— que susto! Porque não disse que iria passar aqui?- sussurro.

Onika sorri me encarando de braços cruzados e responde.

— se quer privacidade devia trancar a porta.. Vim pra te dar um recado.

Saí do quarto fechando a porta e a chamei para a cozinha.

— que tipo de recado? Voltou com o Jamal?- resmunguei.

— que? Não, ele nem esta mais na cidade.. acho ate que ja foi embora..

— hm.

— eu vim falar sobre a apresentação da Carol..as crianças farão um pequeno recital do quebra nozes e a Carol vai ser uma das bailarinas. Espero que você esteja lá amanhã, é sério.- ela cerra os olhos pra mim.

— okay, vou tentar.

— tentar não Diego, você vai!- ela aponta um dedo pra mim - ela é sua filha, você deve isso a ela.

— ta bom..eu vou.- ergo as mãos na defensiva.

— acho bom.- ela cruza os braços.

— e você ...vai dançar também?

— claro, quem você acha que é o cisne?- ela ri.

Ri também.

— vai ficar maravilhosa....ja tem cara de patinho feio.- zombei.

Ela me bateu e eu ri de novo.

— só to falando a verdade..

Ela revirou os olhos e foi ate a porta.

— ja vai?

— vou. Você está ficando muito mal acostumado me vendo todo dia de manhã.- ela abre a porta e sai sem dizer mais nada.

Fiquei sozinho no meio da cozinha, soltei um suspiro pesado e pensei.

Se ela soubesse que quando eu a vejo de manhã, essa é a melhor parte do meu dia...não iria embora nunca mais.

Apaguei todas as luzes e subi para tomar um banho.
Caí na cama exausto após o banho, e dormi de qualquer jeito.
Ou pelo menos tentei.

Pensar que em menos de 20 dias eu saberia a verdade sobre a paternidade da Carol, me deixou nervoso.
E imaginar que eu poderia perder meus breves momentos com ela, me deixou sem sono por muito tempo.

.................


No dia seguinte, Carol teria um dia produtivo, então dei um café reforçado a ela e preparei suas coisas para o recital a tarde.
Esperei Nick passar para pega-la na portaria, e assim que ela chegou me despedi das duas.

Me abaixei para ficar da altura da Carol e falei olhando pra ela.

— ei se comporta viu! Não vai dar trabalho pra tia.

Ela sorriu e fez carinha de vergonha.

— da um beijo no papai.- pedi.

Ela agarrou meu pescoço, me dando um beijo babado na bochecha e saiu correndo para dar a mão para a Nick.

Onika assistiu a cena toda com um sorriso e acenou se despedindo também.

— espero ver você lá.- ela diz antes de sair.

— eu vou, prometo.

Elas foram, e eu também.

Cheguei no escritório a tempo de ser pego pela Daphne na portaria.

— ora, ora...se não é o brigão do quinto andar.- ela cruza os braços me encarando.

— bom dia Daphne.- passo por ela em direção ao elevador.

— de bom humor? Que milagre.- ela ironiza.

— falando assim não vai durar..

Nós entramos no elevador juntos, e ela começou a puxar assunto.

— Harrold disse que não vai dar queixa se você pedir desculpas..

— então ele vai esperar sentado.

— quer ser demitido?- ela ameaça.

Virei pra ela sem humor e respondi entre dentes.

— ele grampeou a mão da minha filha!

— ele disse que foi um acidente.- ela o defende.

— que seja. Ele mereceu, não vou me desculpar.- bufei.

O elevador parou no meu andar, e eu saí deixando-a sozinha.

— eu pensei que ela não fosse sua filha.- retrucou.

— pensou errado.- disse sem olhar pra trás.

Fui direto para minha sala, parando apenas para pegar meus recados na mesa da Ronda.
Parei ao lado da mesa dela impaciente, e ela ergueu o olhar da papelada confusa.

— algum problema senhor?

— meus recados.

— ah...hoje não tem nenhum..ainda..- ela diz.

— tudo bem, vou estar na minha sala se acontecer alguma coisa..- entrei e fechei a porta.

.................. .

Seis horas depois, eu não havia parado nem para almoçar e o projeto não estava nem na metade.
Fazer todas as plantas da construção levaria meses, então eu ainda precisava de muito tempo até o fim do mês quando seria minha apresentação.

Dei uma pausa para descansar, e esfreguei as mãos no cabelo.
Notei o prato intacto que Ronda trouxe para mim, e suspirei alto.
De repente dei um pulo na cadeira e me lembrei do recital, olhei no relógio e comecei a guardar tudo apressado.
Saí da sala passando pela mesa da Ronda e me despedi.

— ja vai senhor?

— vou, tenho que sair mais cedo hoje..tenho um recital de Ballet da minha ....- parei um segundo e sorri- filha.

Ela sorriu e despediu-se também, peguei o elevador lotado e quase não consegui sair depois.
Desci na portaria e corri para fora procurando um taxi desesperado.
Nenhum estava parando pra mim, então decidi ir de ônibus e atravessei a rua correndo quase sendo atropelado.
Dois carros frearam pra mim, e eu cheguei no ponto de ônibus a tempo de pega-lo de saída.
Subi rápido e todos olharam pra mim como se eu fosse o presidente dos estados unidos andando de transporte público.

Cheguei no Bronks a tempo, entrei correndo e perguntei pela Nick.
Parei na recepção e falei com a moça.

— oi, a Onika esta por aqui?

— ela deve estar nos bastidores..o recital vai começar daqui a pouco.- ela diz.

Assenti e me apressei para encontra-la.
As duas estavam lindas, Carol vestia um conjuntinho rosa e uma saia plumada.

Nick estava de colan, e com sapatilhas de ponta.

— oi, cheguei atrasado?

— oi..não, vai começar daqui a pouco.

— pabai!- Carol grita e acena pra mim.

— oi pequena..olha só sua roupa..- me abaixei pra ganhar um abraço dela.

Ela riu e escondeu o rosto no meu peito.

— que bom que veio, achei que não iria aparecer.- Nick diz.

Levantei e Carol saiu correndo para se juntar ao resto da turma.

— e perder vocês duas de colan..nem em sonho..- pisco pra ela- ja trouxe ate minha câmera.- mostro o celular.

Ela riu e me empurrou para o lado.

— vai Carol, faz alguma coisa..da um salto, rodopia..sei lá.- aponto o celular pra ela.

E na mesma hora ela fica muda e parada no mesmo lugar.

— anda filha....faz alguma coisa..- mandei.

Ela piscou me olhando tímida, e então caiu sentada.

Olhei pra Nick preocupado, e ela riu.

— eu espero que ela seja mais empolgante no palco.- ela diz.

— você ta bonita.

— é porque hoje não estou de menino.- ela cora


— não, é sério ta bonita mesmo.- sorri.

Ela sorriu sem graça e desviou o olhar de mim, e então como uma assombração o tal amigo professor resolve aparecer atrás de nós.

— ainda da tempo de desejar boa sorte às bailarinas?- ele sorri com cara de idiota.

Revirei os olhos e não dei bola pra ele, Nick abriu um sorriso sem jeito.

— Jasper...você veio..

— claro, não perderia minha bailarina número 1.

— eu vou arrumar um lugar pra vocês na fileira da frente..- ela passa por ele e sai nos deixando a sós.

Jasper cerrou os olhos pra mim e me mediu de cima a baixo.

— parece uma tarefa difícil..

— tarefa?- ergo uma sobrancelha.

— você sabe...tentar algo com ela, mesmo depois de anos só como amigo..

Balancei a cabeça incrédulo e ri sem humor.

— dizem que é quase impossível sair da zona da amizade..- ele provoca.

— não preciso disso, Nick é só uma amiga.

— eu sei que gosta dela...mas eu espero que isso não a atrapalhe, pois eu detestaria vê-la desperdiçar o talento dela por causa de um idiota.

— a Nick não deixaria o sonho dela por minha causa.

— acho bom..- ele sorri forçado e me da as costas.

Ignorei ele e voltei minha atenção a Carol que ainda estava tímida para a câmera.
Onika voltou pulando e disse.

— ja arranjei os lugares.. ja vai começar, então vai logo pro seu lugar.- ela me enxota.

— okay, boa sorte pra vocês.

— diz-se quebre a perna.- ela corrige.

— an?

— para desejar sorte a um dançarino, você tem que dizer quebre a perna.- ela explica.

— ah..que bizarro..então nesse caso, quebre a perna.- sorri.

Ela foi se juntar as crianças, e eu me apressei a encontrar meu lugar.
Ficava bem ao lado dos pais dela, e do babaca do professor Jasper.
Me sentei entre eles, e nos cumprimentamos baixinho.

— eu estou tão ansiosa, Onika tem se dedicado muito a essas crianças..- Tereza comenta.

Olhei em volta e não vi ninguém novo, então relaxei no meu banco e assisti ao espetáculo filmando cada detalhe.

..........................



— uau, você foi maravilhosa!- digo ao ganhar um abraço da Carol.

Ela sorri e fala alguma coisa que eu não entendi.

— acho que ela disse que gostou de ser um cisne.- Nick traduz.

— oi.. ela estava linda... Você fez um ótimo trabalho.. e você tava bonitinha também.- desdenhei.

Ela riu e socou meu braço.

— olha...tava bonitinha de colan, parecendo uma menina..agora parece um cara de novo.- zombei.

Ela riu mais.

Jasper se juntou a nós e me encarou sério enquanto a abraçava.
Revirei os olhos pra ele e deixei os dois a sós, saí com a Carol para fora e nós ficamos esperando a Nick.

____________________________


Onika.


— eu não sabia que você ia aparecer..

— só queria dar apoior moral.- Jasper sorri.

— eu tenho que trocar de roupa, e provavelmente o Diego vai querer comer em algum lugar..

— Ah...- ele revira os olhos.

— oque vocês dois tem um contra o outro? Tem Nick pra todo mundo, então parem com essa frescura.

— você sabe que ele gosta de você né?- Jasper cerra os olhos.

Engoli seco e desviei o olhar dele.

Ate ele agora!

falou com os meus pais?- ironizei.

— eu ja percebi, o jeito como ele olha pra você...

Revirei os olhos e comecei a recolher os tutus deixados para trás pelas crianças.

— eu espero que você não deixe seu sonho de lado por causa de uma paixonite Onika..

Parei e me virei pra ele séria.

— o Diego não é uma paixonite..é meu melhor amigo, e eu pensei que você me achasse mais inteligente. Não desistiria do meu sonho, nem mesmo por ele.

— é oque eu espero.

Ele se despediu e foi embora, Diego ja devia ter ido pra casa também, então me troquei e fui procurar meus pais.
Os encontrei de saída, Griffin ia nos dar uma carona, mas meu pai disse que o Diego ainda me esperava lá fora.

— ele ainda ta aqui?

— acho que ele quer comemorar com você.. Vai lá e aproveita.- minha mãe pisca pra mim.

Revirei os olhos e ri.

— ai mãe, você não perde uma..

Saí para encontra-lo, e meus pais foram embora com o Griffin.

— oi, seus pais acabaram de sair..- ele conta.

— eu sei..ficou aqui me esperando?

— fiquei, achei que a gente podia fazer alguma coisa..comer fora, sei lá.- ele da de ombros.

— okay, pode ser, to morrendo de fome.

— vamos comprar comida chinesa e ir pra casa então..- ele sugere.

— hm, adoro comida chinesa.

— chileça!- Carol fala.

Nós rimos.

— vem, vamos comprar comida chinesa.- Diego segura a mão dela e nós seguimos pela rua ate o restaurante.

_______________________________



Diego.



eu adoro essa coisa que eles colocam no molho..- disse de boca cheia.

Nick riu tapando a boca, e Carol a imitou.

Nós terminamos o jantar, e Carol ficou brincando no chão da sala até pegar no sono.
Joguei as embalagens fora e fui pega-la para levar para o quarto.

— pelo menos ela dormiu cedo.- Nick sorri me vendo a levar no colo pra cima.

Deixei Carol na cama, e desci novamente.
Ela estava sentada perto da bancada mexendo no celular, fiquei parado um minuto na escada só olhando pra ela de longe e soltei um suspiro alto.
Me aproximei e sentei ao lado dela.

— ela ainda ta dormindo?

— esta..senão ja teria me chamado.

— hm.

— seu amigo é muito ciumento sabia..oque ele sente por você?- questionei.

Ela não desviou o olhar do celular, na verdade não esboçou nenhum tipo de reação surpresa.
Pelo visto ja sabia, ou ja esperava que ele fosse se sentir assim.

— ele não tem ciúmes de mim como pessoa, só como dançarina.

— e isso faz sentido pra você porque....?

— sabia que ele acha o mesmo de você.- ela diz sem olhar pra mim- na minha vida, todo mundo que te conhece, acha que de algum modo você é profundamente apaixonado por mim. - ela termina rindo.

Pensei no que ela disse e perguntei.

— porque?

— sei lá, meus pais são os piores..sempre acharam que você ia namorar comigo, e não com a Bailey.- ela responde.

— hm..acho que teria sido engraçado..

— ah com certeza..- ela ri- eles amam você. É sério! Não entendo todo esse amor doentio.

— ei eu não sou tão ruim assim ta! - resmunguei.

— e nem meu tipo..- ela retruca.

Revirei os olhos e fui ate a geladeira, peguei uma cerveja e ofereci uma a ela.

— quer?- aponto a garrafa.

— não posso, quero chegar em casa sóbria. Não vou dar mais motivos para os meus pais acharem que estou dormindo aqui de propósito.

— eles não precisam achar nada.

— mesmo assim.- ela da de ombros.

Dei um gole examinado ela de costas, e confessei.

— eu queria ter te beijado no baile.

Nick ficou dura, suas mãos pararam de digitar e suas costas ficaram rígidas.
Ela não virou pra mim.

— e porque não beijou? - falou finalmente.

Baixei o olhar pensativo e suspirei.

— não sei...acho que fiquei confuso.. não queria arriscar...

— perder a Bailey?- ela gira na cadeira e olha pra mim séria.

Ergui o olhar pra ela e respondi.

— não... perder você.

Onika desviou o olhar de mim, e pareceu querer dizer alguma coisa.
Tentei me aproximar e perguntar oque era, mas ela recebeu uma mensagem e decidiu ir embora.

— você ja vai? Fica mais..- pedi.

— não posso...tenho ensaio geral amanhã, e você devia tomar um banho frio pra tirar esse cheiro de cerveja antes de dormir com a Carolina.

Ela se despediu e foi, fiquei lá parado sentindo a mesma sensação dos últimos dias.
Deixei a garrafa de cerveja de lado, e fui dormir no sofá.
Fechei os olhos e pensei em todas as vezes que poderia ter surgido algo além da amizade com ela, mas ainda sim eu insisti em ficar com a sua melhor amiga.

Soltei um suspiro pesado e falei em voz alta.

— você é um completo idiota Diego..muito idiota.

Fiquei no sofá ate sentir sono, e quando percebi ja era de madrugada.
Acordei com uma vozinha chamando por mim.

pabaai..- Carol berra lá de cima.

Me arrastei para o segundo andar, e caí na cama de bruços ao lado dela.
Ela voltou a se deitar sem dizer mais nada, e se aconchegou ao meu lado pronta para voltar a dormir.

— a note pabai.

Resmunguei e me virei de costas, ela se aninhou em mim e dormimos juntos pelo resto da noite.

Na manhã seguinte me desvencilhei dela com cuidado, e depois de tomar um banho desci para fazer umas ligações.

— Ronda? Oi..você pode me trazer umas coisas..vou trabalhar em casa hoje..

claro...doque precisa?

Expliquei tudo a ela, e pedi também que trouxesse rosquinhas para a Carol e um café pra mim.
Ronda não demorou muito, e quando ela chegou Carol ja havia acordado.
A campainha tocou e eu atendi correndo.

— oi..obrigado por trazer aqui.

— tudo bem, não precisa se incomodar.- ela entra e deixa a caixa sobre a mesa.

Carol se aproxima com cautela e a observa.

— oi garotinha.. meu Deus olha essas bochechas..você é tão linda.

Carol aponta a caixa de rosquinhas nas mãos dela e diz.

— doxi.

— sim, eu trouxe uns doces..toma..ahn..eu posso dar pra ela né?- ela me olha hesitando.

— claro..pode sim..- digo enquanto começo a desembrulhar o projeto.

Carol saiu comendo sua rosquinha, e Ronda se despediu para ir embora.

— se precisar de mais alguma coisa pode me ligar.

— ah não se preocupa, vou ficar bem..obrigado, e obrigado pelas rosquinhas também.

Ela saiu, e fechou a porta atrás dela.

Me sentei no sofá, abri meu material sobre a mesa de centro e comecei a trabalhar.
Carol ficou entretida com os brinquedos dela e não me deu trabalho a tarde toda.
Paramos para almoçar, e quando voltei para minha maquete percebi que meu copo de café havia sumido.
Ainda estava na metade, e mesmo frio eu gostava de bebericar alguma coisa forte para me concentrar.

Olhei em volta procurando por onde poderia te-lo deixado, e encontrei Carol abaixada atrás da cortina entornando o café todinho.
Ela molhou a blusa que estava, e sujou o chão.
Fechei os olhos respirando fundo e falei.

— oque foi que você fez garota?

Ela soltou o copo do nada assustada, e escondeu as mãos atrás do corpo.
Sua cara estava toda melada de café e as pupilas dilatadas de tanta cafeína no sangue.
Ela riu e fez cara de arteira.

— ta vendo oque você fez? Vou ter que te dar um banho agora!

Antes que eu pudesse colocar as mãos nela, a pestinha saiu correndo e começou a gritar.

— aahhhhh, pabai não!

— volta aqui Carolina!- berro indo atrás dela.

Corremos em círculos pelo apartamento todo por quase meia hora, e quando finalmente consegui pega-la, recebi uma chamada de skype da minha mãe.
Não tive tempo de rejeitar, então a tela do notebook se iluminou e ela apareceu olhando para o nada confusa.

ta gravando isso aqui? Ja ta ligado? Diego? Ah oi...eu to vendo você..

— oi mãe..- digo pondo Carol sentada no meu colo.

Minha mãe a olhou espantada e cobriu a boca.

meu Deus, Diego ela é linda!

— eu sei...não puxou nem um pouco pra mim.- ri.

Carol riu também e acenou pra ela na tela.

awnn, que fofa ela esta me dando tchau.

Contei a minha mãe uma versão resumida da história, ela chorou pela morte da Bailey e ficou triste por saber que Carol não tinha com quem contar além de mim ou da vó materna dela.
E como eu sabia que seria óbvio ela insistir para que eu ficasse com ela, tratei de encerrar a ligação antes que ela prolongasse a história.

— mãe, se me da licença.. Eu preciso terminar um projeto muito importante, e a Carol está toda suja de café. Eu vou dar um banho nela, e ainda tenho que sair pra comprar o jantar.

isso não é nada perto do que seu pai e eu fazíamos quando você era bebê.. Espero que sirva de exemplo para você aprender a dar valor na sua mãe..- ela
faz drama.

Revirei os olhos e respondi.

— okay mãe... eu tenho que ir..tchau.

— tchau bobó..- Carol acena outra vez.

Desliguei o note antes que ela resolvesse me ligar de novo e subi com a danada debaixo do braço.
A coloquei no chão e liguei a torneira para encher a banheira.

— "eu espero que sirva de exemplo para dar valor a sua mãe".... Quem vê ate parece que eu era um filho horrível..você é 100 vezes pior que eu Carolina..ou talvez nem tanto..okay, você não é assim tão ruim como eu era, mas ainda sim me da um traba...- parei de falar quando vi que ela não estava mais lá.

Joguei a cabeça pra trás e bufei.

— de novo não Carol!

Ouvi os gritos dela e o barulho dos pesinhos correndo pela casa.
Me levantei e comecei a correr outra vez atrás dela.
Eu ria e ela gritava desesperada para continuar na sua nova brincadeira.

Fazer o papai de bobo, deve ser mesmo bem divertido.

_______________________


Onika.

Diego subiu para por Carol na cama, e eu fiquei na cozinha mexendo no celular.
Griffin me mandou uma mensagem e e eu respondi logo, antes do Diego voltar.
Ele apareceu na escada e veio sentar do meu lado, Griffin continou puxando assunto sobre o Jamal, então tentei me livrar dele.

Diego estava quieto ao meu lado, então puxei assunto só pra variar.

— ela ainda ta dormindo?

— esta..senão ja teria me chamado.- ele esfrega as mãos no rosto cansado.

— hm.

— seu amigo é muito ciumento sabia..oque ele sente por você?- ele vira pra mim.

Não tirei os olhos do celular, Jasper não era muito fã do Diego desde que o viu durante nosso ensaio, mas isso não significa que ambos estão com ciumes de mim.
Ate porque, eu acho que o Jasper tem namorada.

— ele não tem ciúmes de mim como pessoa, só como dançarina.- dei de ombros.

— e isso faz sentido pra você porque....?- ele gesticula com as mãos.

— sabia que ele acha o mesmo de você.- digo sem olhar pra ele - na minha vida, todo mundo que te conhece, acha que de algum modo você é profundamente apaixonado por mim. - ri descrente.

Ele pensou um minuto e então indagou.

— porque?

— sei lá, meus pais são os piores..sempre acharam que você ia namorar comigo, e não com a Bailey.- respondi.

— hm..acho que teria sido engraçado..- ele ri pensativo.

— ah com certeza..- ri também - eles amam você. É sério! Não entendo todo esse amor doentio.

— ei eu não sou tão ruim assim ta! - retrucou.

— e nem meu tipo..- desdenhei.

Ele levantou e foi ate a geladeira, pegou uma cerveja e ofereceu uma pra mim.

— quer?

— não posso, quero chegar em casa sóbria. Não vou dar mais motivos para os meus pais acharem que estou dormindo aqui de propósito.

— eles não precisam achar nada.

— mesmo assim.

Ficamos em silêncio por uns segundos, ele estava atrás de mim, então não vi sua face quando falou.

— eu queria ter te beijado no baile.

Parei de digitar, e engoli seco.
Me ajeitei no banco e respirei fundo devagar.
Mordi o lábio hesitando e então acatei aos conselhos de Naomi.
Fechei os olhos e perguntei de uma vez.

— e porque não beijou?

Ele suspirou alto e respondeu.

— não sei...acho que fiquei confuso.. não queria arriscar...

Engoli seco sentindo uma pontada no estômago, e me virei pra ele séria.

— perder a Bailey?

Ele ergueu o olhar pra mim e disse.

— não... perder você.

Desviei o olhar de dele, e respirei fundo tentando entender oque ele quis dizer com aquilo.

Porque nós não daríamos certo?
Ou eu não era um tipo de garota que combinasse com ele?

Não quis ficar mais para saber, e a mensagem que recebi em seguida me fez decidir oque devia fazer.

Olhei para o celular na minha mão e suspirei alto.
Diego se aproximou, mas eu me afastei e fui em direção a porta.

— você ja vai? Fica mais..- ele pede.

— não posso...tenho ensaio geral amanhã, e você devia tomar um banho frio pra tirar esse cheiro de cerveja antes de dormir com a Carolina.- sugeri.

Ele sorriu da porta, e eu segui meu caminho ate o elevador.
Na rua recebi outra mensagem do Jamal, e respondi logo em seguida.

Acho melhor eu deixar essa história pra ... Diego nunca vai me ver como nada além de uma amiga.
E o fato dele ter ficado confuso quando podíamos ter dado nosso primeiro beijo, me deu certeza disso.

______________________

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