Ensina-me amar

alinemoretho

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Sarah Rodrigues era uma bela e jovem garota criada sobre a dura disciplina de seu pai e rígida supervisão de... Еще

Bem-vindo@:
Epígrafe
Prólogo
Um: Desamparada
Dois: Socorro
Três: Amizade
Quatro: Uma Chance
Cinco: Humilhação
Seis: Nova Vida
Oito: Reencontro
Nove: Ele
Dez: Quebrada
Onze: Perdão?
Doze: Verdade
Treze: Bagunça
Quatorze: Reconciliação
Quinze: Medo
Dezesseis: Adaptação
Dezessete: Covarde
Dezoito: Sentimentos
Dezenove: Ciúmes
Vinte: Viagem
Vinte e Um: Pai
Vinte e Dois: Fé
Vinte e Três: Família
Vinte e Quatro: Sufoco
Vinte e Cinco: Retorno
Vinte e Seis: Confusão
Vinte e Sete: Temores
Vinte e Oito: Tormento
Vinte e Nove: Fuga
Trinta: Confissões
Trinta e Um: O Retorno
Trinta e Dois: Correção
Trinta e Três: Fazer o certo?
Trinta e Quatro: Temor
Trinta e Cinco: Voltar?
Trinta e Seis: Sujeição
Trinta e Sete: Aniversário
Trinta e Oito: Casar?
Trinta e Nove: Mãe
Quarenta: Padrinho
Quarenta e Um: Casamento
EPÍLOGO:
Agradecimentos

Sete: Boas-Vindas

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alinemoretho

— Sarah? Está me ouvindo? Nós chegamos ao Instituto. — Vi os dedos gordinhos de dona Socorro sendo estalados em frente ao meu rosto.

Pisquei algumas vezes saindo do emaranhado de pensamentos ocupando minha mente e quando observei os arredores, notei o carro de Anelise já estacionado em frente ao casarão do Instituto Piedade. 

— Qual o problema, querida? Você está avoada desde quando deixamos a casa de sua amiga — constatou a senhora enquanto me analisava.

Lembrei imediatamente dos momentos anteriores onde eu quase fui atropelada e para o meu completo choque o motorista imprudente não era outro se não Victor. A imagem dele parando sua moto no fim da rua e me lançando um olhar firme não saía da minha mente e isso apenas serviu para confirmar minha necessidade de permanecer escondida até ter condições para deixar a cidade e fugir para longe de toda a família Ferraz. Ainda assim, vê-lo mesmo de relance mexeu comigo mais do que eu gostaria de admitir.

Não quis aumentar ainda mais as preocupações de Dona Socorro referente aos meus problemas, por isso minimizei: — Não se preocupe. Ainda estou tentando entender todas essas mudanças.

— Ah querida, vou fazer o possivel para te fazer se sentir em casa. — A senhora esboçou um sorriso estampado e me convidou: — Agora vamos, vou levar você e a bebê até seu novo quarto. 

Ela saiu do carro e foi andando rapidamente com Mabel em seu colo, sequer me deu a chance agradeçê-la direito e eu ainda precisei apertar o passo a fim de não ficar para trás.

Quando finalmente alcancei a veloz senhorinha e a bebê, elas já haviam subido as escadas principais e virando o corredor, prontas para entrar no quarto de numeração 505.

— Esse será o cantinho de vocês, Sarah —dona Socorro informou, fazendo certo mistério antes de nos deixar entrar no cômodo. Ao abrir a porta, ela falou: — Sejam bem-vindas a família.

Dei um passo a frente e fiquei encantada com o lugar, pois mesmo sendo modesto e relativamente pequeno, era muito mais do que eu merecia. As paredes eram azuis e o piso era todo de madeira, havia uma cama de solteiro perto de duas janelas localizadas num ponto onde eu teria a vista perfeita do lindo jardim, além de uma cômoda cor branca, um espelho, e para completar minha alegria, um berço só para Mabel.

Tentei conter a emoção, pois naquele momento foi inevitável sentir as boas mãos do Senhor dirigindo meus caminhos, colocando verdadeiros anjos para me socorrerem. Sem pensar duas vezes, eu recuei e abracei aquela mulher que mesmo me conhecendo tão pouco não mediu esforços para abençoar a mim e minha filha. — Obrigada, dona Socorro. Muito obrigada mesmo. Deus abençoe sua vida grandemente, pois eu não tenho como retribuir o suficiente toda a sua bondade.

— Sendo uma cristã, preciso servir as pessoas, Sarah, querida. Especialmente aos irmãos da fé — Ela acariciou minhas costas e depois de algum tempo se afastou e me entregou Mabel. — Vou buscar algumas coisinhas para vocês, me esperem aí. 

Rapidamente, ela me deixou sozinha no lugar e com seu jeito apressado foi logo resolver suas coisas.

— Gostou da sua nova casa, ovelhinha? — perguntei para Mabel ao ouvir seus gritinhos esganiçados. — É, eu também. Vamos precisar de algum tempo para nos acostumar, mas vai ficar tudo bem.

Sentei-me na cama com a bebê e resolvi cantar uma música para distrai-la enquanto esperava a dona Socorro retornar. Algum tempo depois ouvi algumas batidas na porta e ao olhar para a entrada notei uma moça bonita, alta, de cabelos pretos curtos, cuja aparência parecia bem familiar.

— Então, você é a famosa Sarah? — Com a minha permissão, a moça entrou e, sendo educada, eu levantei e a cumprimentei confirmando suas suspeitas a cerca da minha pessoa. — Desde o dia da rodoviária, mamãe não parou um segundo de falar sobre você e essa mocinha linda. — Sorriu para Mabel, que fazendo graça se escondeu em meu ombro.  — Bem, sou a Amanda, filha da excêntrica e querida Socorro e também coordeno e administro tudo por aqui.

— Ouvi falar muito bem de você e seus irmãos também — comentei, lembrando-me das narrativas intermináveis de dona Socorro sobre seus amados e preciosos filhos. — Ela contou da sua iniciativa com esse instituto e fico muito feliz por finalmente te conhecer.

— Mamãe deve ter exagerado muito sobre mim. Sou apenas uma simples enfermeira e ela me põe como se eu tivesse ganhado o prêmio Nobel da paz — contou Amanda me fazendo dar risada.

— Ela é uma pessoa incrível — comentei sem esconder meu carinho pela senhora.

Amanda concordou com um manejo de cabeça e me convidou: — Vamos sentar e conversar um pouco, Sarah. Preciso te explicar como funciona tudo por aqui. Certo?

— Claro! — concordei e sentamos juntas na cama.

A mulher segurou uma de minhas mãos e começou a explicar: — Bem, querida, muitas moças já passaram pelo nosso instituto. Algumas delas estão aqui desde o início, outras ficaram durante algum tempo depois foram embora. Nosso objetivo sempre foi o de fazermos o possível para fornecer todo o auxílio para quem necessita. Atualmente, são seis moças, e todas elas, assim como você, passaram por alguma situação difícil, algum trauma ou abandonaram uma vida da qual hoje se envergonham muito e, por não terem ninguém foram acolhidas aqui, enfim. Ficamos felizes por poder te receber, mas antes de formalizarmos as coisas, quero saber um pouco mais sobre sua vida, e não se preocupe, pois é confidencial

Pensei um pouco sobre como explicar minha situação e até um pouco envergonhada, eu resumi minha jornada em algumas breves palavras: — A minha historia seria um conto de fadas, se o príncipe não tivesse se tornado um grande vilão.

Ela riu um pouco das minhas palavras e me pediu para ser mais específica.

Soltei o ar preso em meus pulmões e contei entristecida: — Basicamente, Amanda, eu cresci na igreja, tive um pai muito rígido e passei por cima da autoridade dele namorando escondida um futuro médico a quem eu conheci quando comecei a faculdade de enfermagem. Ele era muito rico e não estava disposto a ter nada além de diversão comigo. Eu caí na lábia dele, engravidei, ele me pagou para tirar a bebê. Quando eu me recusei a fazer essa barbárie, eu fiquei sem opções. Fui abandonada e precisei recomeçar minha vida do zero. Foi um ano e pouco de paz, mas logo tudo desmoronou outra vez.

— Não deve ter sido fácil pra você, passar por tudo isso sozinha. Quer dizer, nem tão sozinha assim. — Ela me lançou um olhar compadecido e em seguida fez o mesmo com Mabel. — Sua filha é linda. Se parece muito com você.

— Somente o Senhor pra trazer algo bom através do meu pecado. Eu não a mereço e tenho medo de perdê-la.— Fiquei um pouco emotiva e enquanto admirava a bebê concentrada com as pulseiras nos braços da moça, eu sussurrei:  — Ela é a razão de eu estar pedindo abrigo nesse instituto, Amanda. Preciso ser a melhor mãe para essa menininha e não vou conseguir fazer isso sozinha.

— Nós vamos cuidar de vocês duas — confortou-me Amanda após engolir em seco algumas vezes. — Preciso só de alguns documentos das duas e tudo certo.  — Com agilidade, eu peguei minha carteira, entreguei a ela todo o necessário e fiquei a observando enquanto preenchia os papéis com os dados necessários. Quando acabou me pediu para assinar e informou: — Você tem liberdade para sair quando quiser. Nós temos cursos semanais e também algumas tarefas e regras necessárias pelo bem da boa convivência.

— Tudo bem. Mais alguma coisa? — perguntei enquanto deixava minha assinatura no papel.

— Nós prezamos pela comunhão. Então peço que participe das refeições e também das devocionais e nos domingos nos reunimos para ir ao culto — explicou a rotina e eu anuí a tudo sem reclamações.

— Ok, então eu trouxe roupas para as duas, itens de higiene, fraldas e brinquedos para Mabel, travesseiros, lençóis, cobertas e... Esqueci algo? — perguntou dona Socorro entrando no quarto com uma sacola cheia e só notou sua filha ali depois de passar algum tempo conferindo se havia providenciado todo o necessário para tornar minha estada no Instituto o mais confortável possível. —  Oh! Amandinha! Você veio rápido. Conheceu minha mais nova filhinha?

— Sarah é uma garota muito doce. A senhora tinha razão quando teve aquela sensação que a veria novamente — Amanda declarou e foi inevitável lembrar da mesma sensação que tive há alguns dias.

— Por falar em amigas, as meninas estão se corroendo em ansiedade para conhecer nossas novas irmãzinhas. — Contou dona Sô toda contente. — Se já acabou seus assuntos burocráticos chatos libere as duas para darmos uma volta por aqui.

— Ok! Estão livres da minha chatice — Amanda enfatizou dramática e recebeu um abraço de sua mãe amorosa.

— Vamos lá, Sarinha!

E mais uma vez, peguei a bebê no colo e fui com dona Socorro. Dessa vez nosso passeio foi um curto trajeto até a sala de estar, onde todas as moças estavam espalhadas e atentas as suas atividades.

Além de Anelise e Carla, todas as outras eram desconhecidas para mim e vice e versa. Dona Socorro falou o nome das outras, começando por Luana e seu filhinho Arthur, depois Karen, Fabiana e Giselle. Todas elas pareciam não ser muito mais velhas do que eu. Ao me verem entrar no lugar, se aproximaram, me  abraçaram e deram as boas-vindas a mim e bebê. Elas se mostraram extremamente contentes com a minha chegada e mesmo tímida fiz questão de agradecer o carinho. Aquelas mulheres, sem dúvidas, se tornariam muito especiais para mim.

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