Ayla...
Termino de me vestir, uso um vestido lindo e botas, deixei meus cabelos soltos fazendo caixinhos nas pontas, confiro meu look pelo espelho e gosto do que vejo. Olho pelo reflexo do espelho a Duda me olhando, me viro para encará-la.
— Eu sei que você tem vontade de ser como eu.
— Digo sorrindo e ela bufa.
— Como você? Insuportável e mesquinha? nunca.
— Não adianta mentir. Só quero que saiba que não está convidada, não quero ver você junto com meus amigos, não quero que eles vejam que tenho uma irmã estranha e feinha. — Ela cerra o maxilar e olha pro lado, pego meu celular saindo do quarto antes que ela chore, garota sentimental.
Vejo minha mãe na sala sentada no sofá assistindo alguma coisa, ela ouve meus passos e me olha abrindo um sorriso, levanta e vem até mim me abraçando.
— Está linda meu amor. — Ela disse orgulhosa de mim, pega em meu rosto me olhando com seus olhos verdes, seus olhos são exatamente como os meus. — Tenho orgulho de você.
— Eu sei mãe, eu te amo muito! — Digo e volto a abraça-la. — Agora deixa eu ir antes que eu chore.
E realmente eu estava prestes a chorar, eu amo minha mãe com todas as minhas forças. Ela sempre me entendeu e me compreende. Nos despedimos e saio indo pro fundo da fazenda onde vai acontecer o lual, olho para o céu e vejo a noite estrelada e uma lua grande e redonda brilhante.
Vejo Mário organizando do jeito que eu havia pedido, Henrique está ao lado dele o ajudando. Colocaram troncos que é onde vamos sentar, uma mesa grande de madeira que é onde vamos colocar os aperitivos, no meio a madeira onde ficará a fogueira. Acho que vou combinar com a galera de dormir aqui, todos juntos, vai ser legal.
— Henrique vem aqui. — Ele da um pano pro Mário e os dois se olham, então ele vem até mim.— Quero falar uma coisa pra você.
— Diz.
— Não aparece aqui tabom? É meu luaul com meus amigos e não quero cê se misturando com eles. Você não é do nivel deles.
— Não se preocupe, o que menos quero é estar perto de pessoas como eles e principalmente de uma pessoa sem caráter como você. — Ele fala e praticamente parece que eu levei um tapa. Sem caráter? Ele não disse isso, acho que escutei mal.
— Eu não gostei dessa mesa, coloca mais pra lá. — Digo olhando para o Mário, vejo ele me olhar com uma cara de cansado, pois tenho certeza que aquela mesa pesa. Vejo Henrique balançando a cabeça e então ele sorri falsamente pra mim.
— Pega você então, aquele lugar ta ótimo.
— Henrique! — Mário o repreende chamando sua atenção. — Vem aqui, me ajuda.
— Amiga cheguei! — Bia grita chegando com Lucas e Caio, eles seguram sacolas nas mãos. — Henrique! — Ela sorri ao vê-lo e praticamente se joga encima dele, sinto meu sangue ferver nessa hora. — Ô meu cowboy gostoso, quando a gente vai repetir aquela dose?
Henrique afasta minha amiga da forma mais educada possível, ele olha pra ela confuso. — Que dose?
— Sexo meu amor. — Ela morde o lábio e vejo ele arregalar os olhos. — Você é baum demais da conta! — Os meninos riem e eu estou meia abalada, ela transou com ele? Eu não acredito nisso.
— Chega! — Grito e todos me olham estranhando meu comportamento. — Vamos organizar as coisa e não perder tempo com esse imprestável. — Digo tentando disfarçar.
Henrique me olha furiosamente e Mário se aproxima pegando em seu braços, então os dois saem se afastando. Lucas se aproxima e me beija, nos beijamos intensamente mordendo o lábio um do outro, terminamos com um selinho e ele beija meu pescoço e sai em direção ao Caio para colocar as sacolas na mesa. Me aproximo da Bia que ainda está sorrindo.
— Você ficou com o Henrique?
— É, a gente transou. Nossa ele é muito gostoso, eu tava bêbada mas...
— Não quero saber!— Exclamo a interrompendo.
— Por que você ta assim? Por acaso gosta dele?
— Não fale besteiras, só estou surpresa por você ter se misturado com pessoas como ele. — Digo e levanto já estressada. Meu humor já não está bom, isso não deveria está me afetando tanto, que ódio!
Alguns amigos mais íntimos meus já chegaram e ficamos todos juntos ao redor da fogueira conversando, os meninos trouxeram violão e agora vão começar a tocar e cantar. Coloco um espeto de carne e aproximo o mesmo do fogo para esquentar um pouco, até que eles cantam bem. Sinto um braço envolver minha cintura e sorrio vendo o Lucas, ele me da um selinho e acompanha os meninos na voz.
— Era uma vez... — Começo a contar uma história de terror e as meninas se apertam nos meninos com medo, acho que sou a única que não tenho medo dessas coisas, se for pra ter medo tenho de coisas vivas e não mortas.
Meia hora depois termino minha história de roda, as meninas estão com olhos arregalados e assustadas, então pra piorar a situação Lucas solta uma gargalhada macabra e todas gritam inclusive os meninos, nos levantamos e saímos correndo com Lucas atrás da gente fingindo estar possuído. Damos risadas e paramos tentando recuperar o fôlego.
— Gente vamos comer, já vi que tem muitas coisas legais aí.— Digo e praticamente todos correm pra mesa, sinto alguém me abraçar por trás e morder meu pescoço, me encolhi sentindo um arrepio.
— Vamos fazer uma coisa gostosa mais tarde. — Lucas susurra em meu ouvido e eu sorrio e saio puxando ele pra onde a galera, esse menino tem um fogo e não cansa uma hora se quer.
— Meu deus essa bolacha ta divina. — Caio fala enquanto uma garota que está no seu colo da bolacha em sua boca.
Olho a hora no celular e vejo que são mais de meia noite, está ficando frio o clima. Digo pro Lucas que vou pegar umas barracas pra gente e ele disse que vai comigo, nego sua ajuda e então ele da de ombros e vou sozinha. Prefiro ir sozinha, pois irei precisar da ajuda do Henrique e como eu vi a luz da sua casa ligada presumi que ele está acordado, mas mesmo que estivesse dormindo eu ia lá.
Me aproximo e ouço risadas, acho estranho e congelo imediatamente quando vejo Henrique e uma garota encima do muro, os dois estão conversando em meio aos risos.
— Henrique! — Chamo e os dois se viram para me olhar. Percebo que essa garota era aquela loira que eu tinha visto mais cedo, vendo de perto vejo que realmente ela é linda e possui olhos azuis escuros. — Quem é você?
Ela pula do muro vindo ate mim com um sorriso simpático e estende sua mão pra mim.
— Me chamo Sofia, prazer. — Encaro sua mão e ela vendo que não vou lhe comprimentar recolhi a mesma meio constrangida. Henrique se aproxima parando ao lado dela.
— Não se preocupe Sofia ela é meio mal educada.
— To pouco me importando pra quem você é. — Digo e ela franzi o cenho me olhando, volto meu olhar pro Henrique. — Preciso das barracas.
— Eu não sei quem você é, mas já não gosto de você. — Ela diz.
— Que bom meu amor, por que eu também não gosto de você. — Sorrio colocando as mãos na cintura encarando ela. A mesma se aproxima de mim pronta pra me bater, mas Henrique segura o braço dela fazendo a tal da Sofia parar. — O animal ta se soltando?
— Ayla para! — Ele grita, em seguida olha pra garota. — Sofia, vai pra casa, amanhã a gente conversa tabom? Gostei muito de conhecer você. — Ele sorri pra ela. Dois ridículos.
Ela sorri e abraça ele, percebo que ela fala algo no ouvido dele que o fez sorrir, então sai rebolando para a fazenda ao lado, então ela é a vizinha nova.
— Sabia que você era um safado.
— To sem paciência pra você Ayla, vem me ajudar. — Ele fala e sai andando, o sigo.
Entramos no galpão e ele pega uma sacola na última prateleira e joga perto dos meus pés, o que causa uma poeira e eu começo a tossir.
— Ta aí o que você precisa, Tchau!— Ele passa as mãos umas nas outras e me da as costas.
— Henrique! — Grito e ele bufa me olhando. — Você vai levar isso, ta pesado. Eu posso quebrar minha unha.
— Eu não vou pegar.
— Henrique eu to falando sério!
— Eu também Ayla.— Rebate e sai andando.
Bufo irritada, preciso falar com meu pai sobre as atitudes dele, ele alisa tanto o Henrique, que agora ta aí, sem querer obedecer niguem. Pego a sacola e coloco toda a minha força e saio arrastando ela xingando aquele caipira de todos os nomes, Lucas me vê ao longe e vem correndo em minha direção pra me ajudar.
— Amor você carregando peso?
— Sem gracinhas Lucas.— Ele rir e coloca a sacola nas costas e sai andando.
Todo nós montamos nossas barracas e ficamos conversando, já se passaram duas horas e já estou com sono. Então me despeço do pessoal e entro na minha barraca me aconchegando em meio aos lençóis e travesseiros. Pego um perfume na minha bolsa e jogo em todo o local. Lucas entra na barraca e espirra fechando o zíper que é como se fosse a porta.
— Que cheiro horrível. — Ele faz uma cara feia e coça o nariz.
— Você não sabe reconhecer um bom cheiro. — Sorrio e me arrepio. — Hoje o frio ta horrível.
— Então deixa eu te esquentar. — Ele disse maliciosamente e vem pra cima de mim beijando minha boca e apertando minha cintura.
— Amor to naqueles dias.— Tento dizer entre o beijo e ouço um suspiro de frustraçao dele. Lucas encara meus olhos e morde o lábio colocando a mão por dentro da minha blusa.
— A gente pode fazer outra coisa.— Propõe e eu me afasto me virando pro lado.
— Fala sério Ayla! — Ele disse irritado. Eu apenas fechei meus olhos e me obriguei a dormir.
Na verdade eu menti, pois não estou naquela dias, só usei isso como uma desculpa. Eu não estou me conhecendo mais, acabei de negar um sexo que provavelmente seria maravilhoso, mas hoje não estou com vontade. Ouço Lucas chingar baixinho e deitar ao meu lado sem ao menos me tocar, que ele fique chateado então, eu não me importo. Quando menos eu esperava o sono já tinha chegado e eu já estava dormindo.
Eu já disse que vocês são incríveis? Não me abandonem, votem e comentem♥ O que acharam da personagem nova? A Sofia...