Enquanto Você Dormia - Efeito...

Da laribsss

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Quando você é enganado, traído e machucado até certo ponto, só existem duas opções: Esquecer e perdoar ou esp... Altro

AVISO
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Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45

Capítulo 14

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Da laribsss

Melanie: Pra casa? Eu posso ir pra casa com você? - Perguntou, ansiosa.

Harry: Eu trouxe roupas. - Disse, mostrando uma bolsa que estava aos pés dela - É só você se trocar, e nós vamos.

No fim Melanie vestia um conjunto de moletom azul claro, uma camiseta branca por baixo e sapatilhas, os cabelos caindo livremente pelas costas. Algumas enfermeiras vieram se despedir dela - havia história ali. Logo Harry a levou, guiando-a pelos corredores que ela não conhecia ainda. O carro esperava na porta do hospital, mas ela estancou na porta, o olhar distante, olhando os carros indo e vindo na rua.

Harry: O que foi? - Perguntou, segurando a mão dela.

Melanie: Meu pai... Meu pai está morto. É por isso que ele não pode vir. - Constatou, quieta. Liam dissera pra não contar a ela nada, então só lhe fora dito que a família dela não podia ir visitá-la, e que ela entenderia depois. - Está morto. Morreu em um acidente de carro. - Concluiu, o olhar desfocado, olhando os carros que iam e vinham. Ele congelou no lugar.

Ops.

Harry: O que mais você se lembra? - Perguntou, mortificado. Não conseguira nem um dia com ela. Melanie olhou em volta, e negou com a cabeça.

Melanie: Nada. Só me veio isso na cabeça. Eu estava feliz e me sinto muito triste agora. - Disse, desolada que dava dó.

Harry: Fazem anos. Anos antes do nosso acidente. - Disse, virando-a pra si - Ele te amava mais que tudo no mundo. Foi feito tudo o que foi possível. - Consolou, sentindo um alivio violento.

Melanie: Ele sofreu? - Perguntou, quietinha.

Harry: Não. Liam não deixou. - Garantiu, e ela assentiu. Ele a abraçou e ela retribuiu, abraçando-o forte - Não fique triste. Vamos pra casa, sim? - Ela assentiu, respirando fundo. Nem se lembrava o rosto do pai, mas por algum motivo saber que ele estava morto a fazia sofrer.

Harry distraiu Melanie durante a viagem, reapresentando ela a Nova York, apontando os lugares pela janela do carro. Funcionou, a dor foi suprimida pela curiosidade. Ela não conhecia nada. O motorista os deixou em frente ao prédio, e ela parou, lendo. Era um arranha céu a perder de vista, todo em mármore preto, e havia um letreiro discreto em letras prateadas, dizendo "Black Tower", e o numero do prédio.

Melanie: Nossa, moramos aqui? - Perguntou, passando pelo funcionário que abria a porta de vidro.

Harry: Moramos. - Disse, sorrindo de canto. Ela olhava tudo em volta, os olhos azuis deslumbrados olhando a portaria, o saguão e os elevadores.

Era tudo em mármore grafite, as paredes brancas. Ele afastou da cabeça que a ultima vez que ela passara ali, estava fugindo dele, desembestada, desesperada pra salvar Nate. Se ela não lembrava, tudo bem. Os dois pararam em frente ao elevador, e Harry o chamou. Ao entrarem no elevador luxuoso, com espelhos nas paredes, Melanie olhou o painel. Haviam botões pra os 35 primeiros andares, e a caixa onde se digitava a senha pros 05 do topo, que era onde os Styles viviam.

Melanie: Qual botão? - Perguntou, olhando o painel enorme.

Harry: Nós moramos na cobertura. Não aperta um botão, se coloca uma senha. - Explicou.

Queria que me presenteasse

Um sonho escondido, ou nunca entregado, ê...

Melanie: E qual a senha? - Perguntou, inocente, olhando a caixinha com números.

Harry a olhou por um instante, pensativo. Anos atrás Melanie quase havia matado por aquela senha - hoje ela não fazia idéia da importância que tinha. Ela sorriu pra ele, confusa, e ele deu um sorriso misterioso, discreto.

Harry: A senha é 14-05. - Disse, sorrindo de canto - É a data do seu aniversário.

Melanie: É? - Perguntou, surpresa, se lembrando da data. O medico a dissera: 14/05. Ele confirmou com a cabeça.

Harry: Desde que eu me mudei pra cá. - Confirmou, com um sorriso tranquilo, digitando os números na caixinha. O elevador se fechou e começou a subir.

Desses que não sei abrir diante de muita gente!

Porque o maior presente é só nosso, para sempre.

Melanie: Eu já morava com você quando você veio pra cá? - Perguntou, abraçada a ele, olhando a imagem dos dois no espelho.

Harry: Não. Foi cerca de 6 anos antes de nos casarmos. - Respondeu, beijando o topo da cabeça dela.

Melanie: E como você sabia meu aniversário? - Perguntou, amparando a cabeça no peito dele pra olhá-lo. Ele a encarou, sorrindo e tocou a ponta do nariz dela.

Harry: Nos afastamos por alguns anos e nos reencontramos depois, mas nos conhecemos antes, quando éramos crianças.- Disse, sem revelar muito - Me apaixonei por você desde então. - Disse, sorrindo, em paz.

Quero doar seu sorriso a lua

Pra que de noite, quem a olhe, possa pensar em ti.

Melanie: Eu devo ter gostado de você também. - Disse, e o sorriso dele vacilou - Ou então não gostaria tanto agora. - Ele não disse nada, apenas selou os lábios com os dela demoradamente, beijando-a de modo terno.

A campainha tocou e o elevador se abriu, revelando a anti-sala. Continuava igual: Uma sala de entrada, com uma mesa de vidro no canto com um vaso de flores, que dava pra sala principal. Harry se abaixou, carregando-a e apanhando-a de surpresa e Melanie gritou.

Melanie: Ai, devo ter acordado todo mundo. - Disse, aflita, olhando em volta. Estava acostumada a ter vizinhos dos lados do quarto, no hospital.

Harry: Não, esse andar é só nosso. - Disse, levando-a pra dentro, e ela tirou a mão da boca, parecendo mais tranquila.

Melanie: Porque está me carregando? - Perguntou, balançando as pernas.

Harry: Porque é tradição o noivo entrar em casa com a noiva no colo, quando se casam. - Disse, simples.

Porque seu amor para mim é importante.

E não me importa o que as pessoas digam, porque...

Melanie: Não nos casamos hoje. - Lembrou, mas estava abraçada ao peito dele.

Harry: Mas você não se lembra, então, pra todos os efeitos, nos casamos hoje. Vamos começar do zero, assim você vai saber de cada detalhe. - Disse, entrando na sala - Bem vinda ao lar, senhora Styles.

Ainda com ciúmes sei que me protegias

E sei que, ainda cansado, seu sorriso não me deixaria.

Melanie: É enorme. - Disse, quando ele a colocou de pé no centro da sala, olhando em volta. Estava acostumada com seu quarto de hospital. - Vou me perder aqui.

Harry: Não vai, não. Você vai se acostumar. Vou te apresentar aos pouquinhos, assim você se adapta. - Melanie olhava em volta, e seu olhar parou no piano. Harry ficou tenso por um instante - O que foi?

Melanie: É bonito. - Disse, com um sorriso doce - O nome é piano, não é? - Ele assentiu.

Harry: Nada de pescar. - Disse, tranquilo novamente, abraçando-a - Venha, veja isso. - Ele a conduziu até a beira do apartamento, até a vidraça. Nova York estava toda linda, era primavera, as cores pareciam mais vivas.

Amanhã sairei de viagem e levarei sua presença

Para que seja nunca ida e sempre...

Melanie: É muito alto. - Disse, agarrada ao braço dele, olhando pra baixo. Não dava pra ver as pessoas, de tão alto.

Harry: Shh, aqui, baby. - Disse, erguendo o rosto dela, e ela notou o que ele mostrava. Se deslumbrou com a imagem, a vista era... Estonteante. - É tudo seu. - Disse, no ouvido dela - Vou colocar meu mundo aos seus pés, Melanie. - Ele beijou a orelha dela, que ainda olhava em volta.

E se chegar a hora do fim, que seja em um abismo

Não para odiar-me, e sim para tentar voar e...

Melanie: Tudo meu? - Repetiu, estonteada.

Harry: Tudo. Tudo o que seu olhar alcançar, tudo o que você quiser, será seu. - Disse, sereno - Exceto o que tiver do outro lado daquela ponte. Você não quer o que está lá. - Brincou, apontando a ponte do Brooklyn. Melanie riu.

Melanie: Aquele prédio é maior que esse. - Disse, apontando com o dedo na vidraça.

Harry: Se chama Empire State Building. Vou te levar lá um dia. A vista é ainda mais linda. - Disse, abraçado a ela - Quando anoitece fica ainda mais bonito, cheio de luzes.

Melanie: Nós temos um jardim, afinal. - Disse, com um sorriso. Ele acompanhou o olhar dela e riu.

Harry: O Central Park é nosso jardim? - Perguntou, divertido.

E se te negam tudo, essa extrema agonia...

E se te negarem a vida, respire a minha!

Melanie: Bem, está na nossa porta. É verde. E grande. - Disse, olhando o verde que se perdia no horizonte.

Harry: Nate gosta de ir lá. Ele dá comida aos patos. - Disse, beijando o cabelo dela, que se animou.

Melanie: Tem patos lá? - Perguntou, se virando pra olhá-lo. Ele sorriu da alegria surpresa dela.

Harry: Tem, e gostam de pão. Tomaram o cachorro quente do Nate quando ele era menorzinho, então a principio ele não gostava muito dos patos, mas depois passou a gostar. - Contou, se lembrando da revolta do menino vendo os patos comerem seu pão - Levo ele lá toda semana.

Melanie: Eu posso ir também? - Perguntou, parecendo animada.

Harry: É claro que pode. - Disse, aninhando-a em seu peito. - Vou lhe mostrar e dar tudo o que houver de bonito. Vamos ao Empire State, ao Central Park, a Broadway, ao Met, e depois eu vou lhe mostrar o mundo. - Disse, com o rosto no cabelo dela. - Temos tempo pra isso.

Estava atento a não amar antes de te encontrar

E descuidava da minha existência, e não me importava!

Melanie: A vida inteira. - Percebeu, satisfeita, e ele sorriu.

Harry: A vida inteira. - Confirmou, pondo o cabelo dela atrás da orelha - Estou feliz que você está aqui. - Disse, selando os lábios dela, que sorriu.

Melanie: Eu também. - Disse, com um sorriso lindo no rosto, os olhos azuis inocentes cintilando.

Não quero mais me machucar, amor.

Amor, amor...

Ela tocou o rosto dele, aprofundando o beijo e ele correspondeu, mais que satisfeito. E naquele momento nada no mundo seria capaz de interromper aquela felicidade.

**

Harry apresentou a casa aos pouco a Melanie. Primeiro só a enorme sala de jantar e a cozinha, onde ela foi apresentada (novamente) a Gail, que já fora instruída a manter discrição. Depois vieram pros quartos.

Melanie: Porque esse quarto não tem... - Porteiro, portão... - Porta! Porque não tem porta? - Harry hesitou, olhando a porta do quarto dela.

Harry: Deu cupim. - Disse, a primeira mentira que veio na cabeça. Melanie franziu o cenho.

Melanie: Deu o que? - Perguntou, confusa.

Harry: Cupim. Uns bichinhos que comem madeira. Eu mandei trocar. - Disse, levando-a até o closet - Aqui era onde você guardava suas roupas.

Melanie: Tem muita roupa aqui. - Disse, olhando em volta, os dois parados na porta. Ela ia olhar, mas ele a manteve.

Harry: Não se dê ao trabalho. Vamos comprar tudo novo. - Disse, satisfeito.

Melanie: Deu cupim aqui também? - Perguntou, totalmente inocente, olhando desconfiada pros cabides presos nas araras. Harry riu gostosamente.

Harry: Não, mas essas roupas são antigas. Você dormiu por 4 anos. - Lembrou, e ela sorriu de canto, triste - Precisa de roupas novas. Era pra eu ter mandado jogar isso fora. Venha. - Ele a guiou pra fora do quarto, segurando sua mão - Esses quartos são de visita, estão desocupados. - Disse, gesticulando as portas fechadas - Esse é o quarto de Nate. - Disse, abrindo a porta do penúltimo quarto.

Melanie entrou, ligando a luz. O quarto era... Lindo. Era de um azul tão bonito, tão gostoso de ver! A vidraça era coberta por uma cortina branca bonitinha. O trocador do menino dera lugar a uma escrivaninha, que agora tinha alguns carrinhos em cima.

Haviam brinquedos espalhados aqui e ali. O berço fora trocado por uma cama pequena, muito bem arrumada com lençóis azul escuro, já que Nate dormia com o pai. Ele a observou passear pelo quarto, tocando nas coisas, então ela parou, vendo os porta-retratos. Haviam um novo, com uma foto de Nate, mas ela olhava a foto dela com Harry.

Harry: O que foi? - Perguntou, se aproximando.

Melanie: Eu era tão bonita. - Disse, tocando a foto. Ela estava, de fato, deslumbrante na foto.

Harry: Você ainda é. Está ainda mais linda agora, sem maquiagem nenhuma. - Disse, lhe dando um beijo estalado.

Melanie: Talvez eu devesse cortar o cabelo. - Disse, pensativa.

Harry: Você não gosta assim? - Perguntou, confuso, acariciando os cachos dela.

Melanie: Na verdade, gosto. Mas o Dr. Sheeran disse que era pra eu seguir meus hábitos antigos, então... - Ela deu de ombro, apanhando uma mecha do cabelo. Ele piscou, entendendo. Ela achava que usava o cabelo curto porque queria.

Harry: Não! - Ela o olhou, sobressaltada - Não, você tinha decidido deixar crescer, antes do acidente. - Mentiu.

Melanie: É? - Perguntou, meio aliviada. Estava linda na foto, mas se acostumara a ter os cabelos longos.

Harry: É. E não dê ouvidos ao Dr. Sheeran. Ele é um grandíssimo filho da... - Ele parou, engolindo o fim da frase. Ela esperava - Ele é um babaca. - Resumiu, e ela riu.

Melanie: É lindo, o quarto do nosso filho. - Disse, orgulhosa, tocando a colcha.

Harry: Venha. - Ele apanhou a mão dela, levando-a ao ultimo quarto - Esse é o meu... Digo, esse é o nosso quarto. - Apresentou.

Melanie entrou no quarto, os olhos observadores olhando em volta. Havia uma cortina grafite tapando a vidraça do quarto dele, da mesma cor que o jogo de edredom. Os moveis eram de madeira escura, era tudo muito masculino. Ela caminhou até a cama, tocando o edredom, então pulou sentada, fazendo-o rir.

Harry: Gostou? - Perguntou, se amparando na porta.

Melanie: É muito melhor que a do hospital. - Disse, ainda balançando pelo salto. Fazia ela querer rir.

Harry: Você pode mudar o que quiser. - Disse, prontamente, gesticulando com a mão, mas ela estava divertida demais com o colchão de molas - Você realmente gostou. - Disse, sem conseguir não sorrir.

Melanie: Isso é... - Ela se jogou de costas na cama, quicando no colchão, os cabelos ricocheteando no ar.

Harry: Cuidado. - Alertou, precavido.

Melanie: Ai, baguncei sua cama toda. Sou um desastre. - Disse, olhando o edredom e engatinhando pro chão, tentando esticá-lo. Ele a parou, apanhando-a e colocando-a sentada de novo.

Harry: Nossa cama. - Corrigiu, e ela sorriu com a idéia de dormir ali. - Que tal nossa casa? - Sondou, observando-a - Ainda tem a ala leste, onde ficam alguns banheiros, academia, área de empregados, depois te mostro. Mas podemos morar em outro lugar, se você quiser. - Ofereceu, mas ela negou. Ele suspirou, aliviado.

Melanie: Adorei aqui. - Disse, radiante.

Harry: Vou te dar um laptop e te ensinar a usar, e uns cartões de credito. O que você quiser comprar e mudar aqui, você pode fazer. - Melanie assentiu, feliz, e o puxou pelo pescoço, fazendo-o cair deitado - Se eu soubesse que ia gostar tanto, teria te levado esse colchão no hospital.

Melanie: Eu gostaria. - Disse, sorridente, e ele ergueu as sobrancelhas, rindo. Ela o abraçou, feliz da vida por estar em casa - Obrigada.

Harry: Pelo que? - Perguntou, olhando-a.

Melanie: Por gostar assim de mim, mesmo eu não sabendo nada de nada. - Disse, dando de ombros.

Harry: Não seja tão severa consigo mesma. Vamos aprender juntos. Andar, antes de correr, certo?

Melanie: Certo. - Disse, selando os lábios dele.

- Harry Styles!

Melanie: O que foi? - Perguntou, com uma pontinha de frustração. Harry suspirou.

Harry: Nada, é só que paz quando se quer por aqui é algo complicado. - Disse, se sentando - ESTOU AQUI!

Melanie: A casa não tem porta. - Lembrou, e ele ergueu a sobrancelha. A velha Melanie lhe dissera isso o tempo todo, e ele não dera bola, mas parecia relevante agora.

Sophia: Bom dia, casal. - Disse, chegando com Madison na porta. Harry revirou os olhos - Viemos buscar Melanie.

Harry: Desculpe? - Perguntou, abraçando Melanie inconscientemente.

Sophia: Ela precisa de roupas. No momento, tem um monte de velharia e esse moletom. - Apontou. Melanie olhou o próprio moletom.

Melanie: Eu gosto da minha roupa. - Argumentou, confusa.

Harry: Também gosto. - Confirmou, beijando a testa dela.

Sophia: Não vão durar muito tempo. Você precisa de mais. Bem mais. - Gesticulou - E você sabe disso, Harry. - Harry suspirou.

Madison: E Perrie está infernizando Gemma. Gemma está infernizando Niall. - Disse, sorrindo, afetada, os cabelos escuros presos em um rabo de cavalo - Ninguém inferniza meu marido. - Disse, obvia.

Harry: O que você quer, Madison? - Perguntou, falsamente doce.

Madison: Que você vá trabalhar, Harry. - Respondeu, no mesmo tom. - Resolva. Darfur. De. Uma. Vez. PRA. DEIXAREM. MEU. MARIDO. EM. PAZ. - Grunhiu, sorridente - Você sabe que precisa estar lá pra isso andar. Já fazem meses.

Melanie: E eu? - Perguntou, desolada.

Madison: Você vem fazer compras conosco. - Disse, simples.

Harry: Vá, me dêem 10 minutos. - Disse, derrotado.

Sophia: 5. - Respondeu e riu, saindo com Madison.

Melanie: Não sei se quero fazer compras. - A idéia de sair pela cidade, principalmente sem ele, a assustava.

Harry: Você quer ficar? Porque eu bato pé se você quiser. - Disse, direto.

Melanie: Não... - Ela não queria atrapalhar ele - Preciso de roupas. - Disse, decidida.

Harry: Fique perto delas. Se sentir alguma coisa, qualquer coisa, avise, e elas vão me chamar. - Melanie assentiu e enfiou a mão no bolso, mostrando que se lembrara de trazer o pequeno celular que ele lhe dera. Ele sorriu - E se você me ligar...

Melanie: Você atende. - Citou a fala dele, sorrindo, e ele selou os lábios dela.

Harry: Quando você voltar, vamos buscar Nate no colégio. É sexta, ele sai mais cedo. - Melanie assentiu, animada.

Não é a noção normal que se tem de compras. Elas foram guiadas pelo motorista por onde queriam, e sendo da família Styles as portas se abriam pra elas, com tapetes e champanhe. Naquela tarde, Madison e Sophia fizeram Melanie comprar de tudo. Primeiro sapatos: Melanie não podia usar saltos ainda, mas poderia em breve, e dezenas de pares foram comprados. Depois, roupas de ficar em casa: Moletons, camisetas, shorts. Depois, roupas de sair: Calças, camisas, casacos. Depois, roupas de sair mais sofisticadas ainda: Saias elegantes, sobretudos, vestidos bonitos. O motorista encheu o carro de sacolas no meio do processo, tendo que voltar pra casa pra descarregar. Logo foram aos vestidos de grife: Nada de modelos econômicos, apenas exclusivos. Melanie escolheu os que queria, e levou mais os que as outras lhe aconselharam. Pararam em uma loja refinada da Calvin Klein, que vendia roupas de dormir e lingeries. Melanie dispensou as sedas que a vendedora ofereceu: Preferia o toque do algodão.

Madison: Deixe ela escolher em paz. - Disse, olhando um pijama bonitinho, cinza claro, rendado, pra si própria.

Sophia: Você podia ajudar, pelo menos. Ela pode levar os dois, é sempre bom ter opções. Antigamente ela vivia vestida em cetim. - Lembrou.

Madison: Que é menos agradável que algodão. Deixe-a. - Disse, olhando os detalhes da renda.

Sophia: Sim, mas suponhamos que quando ela for fazer sexo, um moletom não vai ser o mais atraente. - Madison baixou o pijama, considerando - Pessoas não usam exatamente algodão quando vão transar. Ela não sabe disso, mas nós sabemos. - Completou.

Melanie: Transar? - Perguntou, parada atrás delas, com dois pijamas iguais de cores diferentes na mão. Viera pedir opinião. Procurou no cérebro, mas não achou significado. Sophia se virou como se tivesse tomado um choque e Madison fez uma careta, levando a mão ao rosto - Do que estão falando?

Bom, no mínimo seria interessante.

Madison: É uma coisa que pessoas adultas fazem. - Disse, tentando contornar. Olhou em volta, mas a funcionaria não estava perto.

Melanie: Sou adulta. - Lembrou, obvia.

Madison: Que casais fazem. - Tentou de novo. Só planejara explicar isso dali há uns 10 anos.

Melanie: Eu e Harry somos um casal. - Disse, sem entender o porque do rodeio.

Madison: Ok, você é depravada, pervertida e linguaruda. - Disse, se virando pra Sophia - Boa sorte explicando. - Disse, sorridente.

Sophia: Eu?! - Perguntou, exasperada. Ela olhou Melanie, que esperava - Transar é... É o modo como um casal conjuga sexo. - Disse, e Melanie franziu o cenho.

Madison: Você vai confundir ela. - Avisou, cruzando os braços.

Melanie: Eu transo, tu transas, ele transa... - Recitou pra si mesma. Sophia arregalou os olhos e Madison gargalhou.

Sophia: Não! Não conjugar assim! - Melanie esperou. Estava ficando impaciente - Não conjugue isso pros outros, pelo amor de Deus.

Melanie: Não estou entendendo. - Admitiu, olhando as duas - Eu fazia isso antes, certo? - Madison assentiu, prendendo o riso - Porque eu não posso saber o que é agora.

Sophia: Não podemos ser ouvidas. Explicaremos quando chegar em casa. - Melanie ergueu as sobrancelhas, olhando em volta, e assentiu. Devia ser interessante.

Sophia só queria ganhar tempo. Não sabia como explicar: Pessoas normais tinham toda a adolescência pra entender aquilo.

Melanie levou os moletons que queria, Sophia colocou uma coleção de camisolas de seda e cetim, e foram. Porém Melanie não esqueceu nem por um segundo.

Melanie: Então? - Perguntou, quando se sentaram na sala do apartamento de Harry. Não havia ninguém lá.

Sophia: Tudo bem, nós vamos explicar como der. - Melanie assentiu - Um homem e uma mulher, quando eles se gostam às vezes trocam carinhos, sabe?

Melanie: Eu gosto de trocar carinho. - Disse, tranquila, se lembrando de Harry beijando o cabelo ela e lhe acariciando o braço, em um domingo que passara a tarde com ela. Madison fez outra careta. Melanie era inocente demais!

Sophia: Beijo não é o único modo de trocar carinho. Existe outro. Melhor. - Disse, tentando ir aos poucos - Um pouco mais complicado, mas bem melhor.

Melanie: Sexo? - Sophia assentiu - Antes de continuar, Harry ia gostar que fizéssemos isso? - Perguntou, a cabeça caída de lado.

Madison: Todo homem adora isso. - Disse, confiante, e Melanie assentiu.

Melanie: E como se faz? - Sophia a encarou de novo, tirando o cabelo do rosto.

Sophia: Bom. - Madison queria rir. Tinha os lábios contraídos, o rosto vermelho - Bem, temos um homem e uma mulher. - Melanie assentiu - Eles se deitam...

Madison: Não precisa necessariamente ser deitado. Às vezes é de pé. Ou sentado. - Corrigiu.

Sophia: A primeira vez é sempre deitado. Quer calar a boca?- Madison assentiu, quieta.

Melanie: Eles se deitam... - Incitou.

Sophia: Isso. No caso, o homem se deita sobre a mulher e... - Interrompida de novo.

Madison: Nem sempre, as vezes a mulher fica por cima. - Lembrou.

Sophia: Madison, PELO AMOR DE DEUS?! - Perguntou, exasperada, e Madison gargalhou. - Se você quer, explica você, porra!

Madison: Não vai dar certo, estou dizendo a você. - Garantiu, desesperada.

Melanie: O homem se deita sobre a mulher... - Recapitulou. Sophia suspirou.

Madison: Bem, ai eles começam a trocar carinhos. Beijos, caricias. - Rodeou, aos poucos. Melanie assentiu. De beijos ela entendia - Então... Jesus Cristo, eu não sei fazer isso. - Disse, exasperada.

Harry: Isso o que? - Perguntou, entrando na sala. O rosto de Melanie se iluminou ao vê-lo.

Sophia: Deus seja louvado. - Suspirou, aliviada.

Harry: O que houve? - Perguntou, abraçando Melanie e lhe beijando o cabelo.

Madison: Nunca fiquei tão feliz em ver você. - Disse, sincera, e Harry franziu o cenho.

Melanie: Eu ainda não... - Disse, frustrada.

Sophia: Amanhã! - Disse, decidida - Nós vamos pesquisar o melhor jeito de explicar e amanhã explicamos, juro por Deus.

Madison: Não me coloque no meio da sua jura. - Ralhou, e Melanie e Harry riram.

Sophia: Eu preciso ir, está na hora de Eve mamar. Amanhã. - Melanie assentiu.

Madison e Sophia foram embora. Ainda faltava um pouco pro horário de Nate sair do colégio. Harry pediu pra ver as roupas de Melanie, então Gail estava lá, ajudando Melanie a desembalar tudo e colocar no closet (Harry mandara reorganizar o próprio closet, de modo que metade ficasse pra ela. Como os dois tinham muita coisa, um pouco de cada um foi pro closet do quarto ao lado).

Harry: Então não foi tão mal. - Disse, fechando a porta do closet. Melanie sorriu.

Melanie: Cansativo. - Harry tirou as abotoaduras, colocando-as em uma caixinha na penteadeira.

Harry: Dá tempo de descansar um pouco antes de ir buscar Nate. - Disse, desabotoando os punhos.

Só que Melanie marchou até ele, decidida, e o apanhou pelo braço, trazendo-o pra cama. Harry sempre respondia o que ela perguntava sem rodear. Ele foi, sem entender, e ao chegar na cama ela se deitou, puxando ele pra cima de si. Ele segurou o próprio peso com os braços, pra não sufocá-la, confuso. Estranhamente ela gostou do peso dele em cima dela. Parecia... Certo. Homem e mulher deitados, ok. Homem por cima, ok. Ela se esticou, beijando-o, e como sempre ele retribuiu, um beijo calmo demais pro objetivo que ela tinha, carinhoso, doce. Ela brincou com o cabelo dele durante o beijo, acariciando-o. Trocando carinhos, ok. As instruções acabavam ali. O beijo terminou depois de alguns instantes e ele beijou o nariz dela.

Harry: O que foi isso? - Perguntou, terno, beijando o rosto dela.

Melanie: Nós estamos fazendo sexo? - Perguntou, confusa, olhando o teto e ele empedrou no meio de um beijo que ia dar nela, os olhos verdes se abrindo em placa.

Harry: É o que? - Perguntou, em duvida se ouvira direito.

Melanie: Estamos transando? - Perguntou, direta, virando o rosto pra olhá-lo. Ele piscou, atordoado como se tivesse levado uma pancada. Esperara tudo, menos isso.

Harry: Não. - Disse, lentamente, e viu a frustração no rosto dela. Se apoiou nos braços, se erguendo pra olhá-la direito - Porque, você queria? - Perguntou, atordoado, então balançou a cabeça, organizando as idéias - Espere, você pelo menos sabe o que é sexo?

Melanie: Não. - Respondeu, prontamente, e ele ergueu as sobrancelhas - Mas sei que fazíamos antes. Não fazíamos?

Harry: Sim. - Disse, os olhos sondando o rosto do dela.

Melanie: Era bom? Quero dizer, nós fazíamos direito? - Perguntou, direta. O modo de raciocínio dela era muito pratico. Ele fez uma careta, considerando.

Harry: Na verdade, éramos muito bons nisso. - Admitiu, dando de ombros.

Melanie: É? - Perguntou, surpresa.

Harry: É. - Ele não sabia se achava graça ou entrava em pânico - De onde você tirou isso agora?

Melanie: Eu ouvi Madison e Sophia conversando enquanto elas não me viam. - Admitiu, com um biquinho pensativo.

Harry: Estava escutando conversa dos outros? - Perguntou, erguendo a sobrancelha.

Melanie: Não! - Disse, tapando a boca dele, que achou graça - Foi sem querer. E depois elas nem quiseram me explicar. Achei que você explicaria.

Harry: Certo, até que ponto você ouviu? - Perguntou, amparado em um braço, tirando o cabelo dela do rosto.

Melanie explicou, palavra por palavra, tudo o que ouvira e o que aconteceu depois. Contou de Sophia enrolando ela, de como isso a irritou, de Madison rindo... E o próprio Harry teve que se conter pra não rir. Ela não sabia nada, achou que só por se deitar com ele por cima dela talvez estivessem fazendo sexo. Era fascinante.

Melanie: E foi isso. - Concluiu, após explicar tudo - Quero dizer, elas só me enrolaram, e nem me deixaram tentar conjugar, como é que eu vou poder entender? - Perguntou, emburrada.

Harry: Conjugar? - Repetiu, com o cenho franzido.

Melanie: Eu transo, tu transas, ele transa... - Harry arregalou os olhos, surpreso.

Harry: Não! Não conjugue isso. - Disse, e ela ergueu a sobrancelha.

Melanie: É um verbo, porque não posso? - Ele riu de leve, exasperado - Porque vocês não me explicam?

Harry: Certo. Nós transávamos antes, sim, mas agora é diferente. - Tentou explicar, e ela piscou, considerando.

Melanie: Você não quer mais transar comigo porque eu esqueci as coisas? - Perguntou, meio magoada, e ele negou.

Harry: Não, baby. Pelo amor de Deus. - Ele passou a mão no rosto, exasperado. Ela nem sabia o que era, da natureza da coisa, como ele podia fazê-la entender? - Acredite, eu quero. - Disse, sincero, e ela esperou - Quero sim, e muito.

Melanie: E então? - Perguntou, novamente animada.

Harry: É só que agora você é tão... - Ele sorriu, acariciando o rosto dela - Você é tão inocente, Melanie. De tudo. É tão pura, chega a ser frágil. - Admitiu, dando de ombros.

Melanie: E isso é ruim? - Perguntou, acariciando o rosto dele, que fechou os olhos sentindo o carinho.

Harry: Não, pelo contrário. É maravilhoso. - Disse, beijando a mão dela - Só que sexo é mais... Complicado. Eu acabei de ter você de volta. Não estou sabendo lidar com isso, entende?

Melanie: Estou tão confusa. - Disse, com uma carinha pensativa, meio triste, que dava dó.

Harry: Não sei se sou a pessoa indicada pra explicar isso, nem acho que você deva saber de vez, mas tudo bem. - Disse, organizando os pensamentos. Não queria que ela ficasse daquele jeito - Somos um casal. As vezes, casais tem momentos mais íntimos, sabe?

Melanie: Trocam carinhos. - Supôs, e ele assentiu.

Harry: Sim, mas outro tipo de carinho. Não só beijos, envolve mais coisa. - Ela o olhou, totalmente inocente - O nome já diz: "Intimidade". Não é algo que se pode ter na frente dos outros, é algo só entre nós dois. - Explicou, paciente.

Melanie: Entendi.- Disse, memorizando - Mas não entendo como funciona. Você não pode me contar? - Perguntou, quietinha.

Harry: Eu não sei como te contar. - Admitiu, e ela franziu o cenho - Veja, tinha uma coisa que você gostava muito quando eu fazia. - Lembrou, e ela ergueu a sobrancelha.

Melanie: O que? - Perguntou, curiosa.

Harry: Só sinta. - Ela assentiu, respirando fundo como se preparando, enquanto ele afastava o cabelo de um dos lados do rosto dela.

Harry se abaixou, passando direto pelo rosto e alcançando a orelha dela. Melanie adorava que ele beijasse a orelha dela, era como um interruptor. Ele deu um beijinho no pé da orelha dela, demorado, meio chupado, quente, e outro no lóbulo, apanhando a ponta da orelha entre os dentes e mordiscando em seguida. Melanie piscou a inicio, então fechou os olhos. Gostou daquilo. Fazia ela se sentir estranha. Era como se estivesse ficando quente. Ele deu outro beijinho no rosto dela e se ergueu.

Harry: E então? - Ela o olhou, processando a sensação - Como se sentiu?

Melanie: É bom. - Aprovou, e ele sorriu - É assim o carinho que se faz no sexo? - Ela sentia meio agitada. Não era desconfortável.

Harry: Entre outros. - Disse, com um sorriso de canto.

Melanie: Então é por isso que você não quer fazer comigo. - Disse, desolada, e ele piscou, confuso - Porque eu não sei mais o que é que você gostava que eu fizesse. - Concluiu, tristinha.

Harry: Não. - Ele suspirou, atordoado - Não tem bem um padrão, sabe? A gente faz o que dá vontade. - Melanie não pareceu muito convencida - Você nunca fazia a mesma coisa. - Contou, e ela piscou, olhando-o.

Melanie: Não? - Ele negou - Então não deve ter tanto problema eu não lembrar. Estou tão... Confusa. - A orelha que ele beijava estava quente, e ela continuava agitada.

Harry: Vamos aos poucos. Andar, antes de correr, lembra? - Ela assentiu. Confiava nele.

Melanie: Mas um dia você vai querer também? - Perguntou, insegura feito uma criança. Deus do céu, ela nem sabia o que estava pedindo!

Harry: Tenha certeza. - Melanie sorriu, satisfeita. - Olhe, você costumava fazer algo que eu gostava bastante. - Disse, se lembrando, e ela virou a cabeça, curiosa.

Melanie: O que? - Perguntou, prontamente.

Harry: Aqui, me dá sua mão. - Ela ofereceu a mão direita a ele, o diamante do anel de noivado reluzindo ali e ele levou até as costas dele, passando a mão dela pra debaixo da camisa dele. - Não feche a mão. Só suba, até a altura do pulmão e volte. Você costumava me tocar assim. - Instruiu.

Melanie assentiu, acariciando as costas dele. Os músculos se moldavam na mão dela, a pele quentinha pela camisa e o terno recém-tirado. Ele observou, com um sorriso, ela olhando o teto, os dedos inocentes sentindo a pele dele. Quando chegou em cima do pulmão, com um carinho ela refez o caminho de volta, muito sutilmente, muito doce. Ela costumava acariciá-lo assim, quando não estavam transando com raiva, só que tinha mais tesão no toque.

Melanie: Você é forte, campeão. - Disse, carinhosa, o dedo traçando um músculo no meio das costas dele.

Campeão. O sorriso de Harry morreu instantaneamente. Ela o chamava assim antes. Ele a encarou, aturdido, mas o olhar inocente continuava no rosto dela... Até quando não se sabe. As memórias dela estavam lutando pra voltar, mesmo sem que ela percebesse. Qualquer coisa pode ser o gatilho, Liam dissera. Ele apanhou o pulso dela, retirando a mão dela de suas costas e ela o olhou, confusa.

Melanie: Fiz alguma coisa errada?- Perguntou, ansiosa. Estava gostando de fazer carinho nele, nunca o havia tocado por debaixo da roupa.

Harry: Não. - Disse, ainda meio desligado pelo choque - É só que... Vamos nos atrasar pra buscar Nate. - Mentiu, e ela piscou, se lembrando.

Melanie: Ai, eu quase esqueci. - Disse, os olhos arregalados, tapando o sorriso com a mão. Ele sorriu de canto.

Harry: Vá se aprontar. - Disse, beijando a testa dela, que assentiu - E vamos lá fazer a surpresa pra ele.

Melanie saltou da cama, saltitando pra dentro do closet. Ele a observou parada entre as araras de roupa, parecendo indecisa, e se recostou na cama, respirando fundo. Não acontecera nada. Estava tudo bem... Mas ela lembrara o apelido. Inconscientemente, mas lembrara. Se isso não era um sinal, ele não sabia o que era. Meia hora depois eles saíram: Melanie usava um vestido tomara que caia branco, curto, com um cinto azul na cintura e sapatilhas da cor do cinto, os cachos sedosos soltos, e ele recolocara seu terno.

Melanie: Você ficou estranho. - Disse, observando-o no carro e ele a olhou - Está... Pensativo. Quando você pensa muito, forma uma marquinha aqui. - Disse, desfazendo o nó entre as sobrancelhas dele, que sorriu.

Harry: É? - Perguntou, achando graça,e ela assentiu - Coisas do trabalho. Desculpe. - Disse, beijando a mão dela - É aqui. - O motorista parou o carro. Na frente iam o motorista e o segurança, Melanie e Harry atrás.

Harry desceu do carro, abrindo a porta pra ela e ajudando-a a descer, e Melanie olhou em volta. A escola era um prédio enorme, como uma grande mansão, e havia um pátio gigante entre o portão e as escadarias, que davam pra pilastras que dividiam as portas. No pátio havia um parquinho, com vários brinquedos e um jardim com uma fonte de água cujo gramado tinha o escudo da escola desenhado. Estava na cara que era um colégio caro.

Melanie: Não é muito grande pra ele? - Perguntou, olhando em volta.

Harry: Fiquei com ele nos primeiros dias, pra ele se acostumar, mas agora ele já conhece os professores, já tem coleguinhas. Ele está bem. - Disse, dando um beijinho no cabelo dela. O sinal tocou e ela olhou, ansiosa. Haviam alguns carros parados perto do portão e alguns empregados esperando ali, mas a mais animada era ela.

Aos poucos as crianças começaram a sair. Algumas meninas tinham bonecas: Era sexta-feira, podiam levar brinquedos. Melanie viu os responsáveis apanharem suas crianças, e, após mostrar um crachá na portaria, levá-los embora.

Harry: Ali. - Disse, com um sorriso, apontando.

Nate vinha caminhando, tranquilo. Estava tão bonitinho de farda! A farda era uma calça preta, camisa branca e um terninho por cima, ele estava tão fofo! O cabelinho liso penteado de lado, puxando sua mochila de rodinha com a mão e a merendeira na outra.

Acontece que Nate estava acostumado a ser apanhado na escola pelo segurança, ou por Gail: O horário de Harry não batia. Harry bem tentara contornar isso, mas o transito não ajudava, e das vezes que tentou o menino terminou ficando por ultimo, sozinho, esperando ele chegar, então ele desistiu. Já se acostumara a isso, apesar de sentir um pouco de inveja das crianças que iam com os pais (haviam algumas que iam com empregados também, mas não pareciam ligar). Pode-se entender o sorriso lindo e surpreso que o menino abriu ao terminar a escadaria e ver Melanie e Harry abraçados, Melanie acenando, sorridente. Ele correu, quase tropeçando na mochila, e se lançou abraçando a mãe, que se abaixou, apanhando-o no colo.

Nate: Você veio. - Disse, parecendo abismado - Vocês vieram me pegar. - Disse, olhando o pai, um sorriso lindo no rosto.

Harry: É claro que viemos, somos seus pais. - Brincou, beijando o cabelo do menino.

Nate: Mamãe, você saiu do hospital! - Disse, radiante, e Melanie assentiu. - Tio Liam não vai brigar? - Perguntou, ansioso.

Melanie: Não. - Disse, e o sorriso do menino aumentou, se é que era possível. Harry fez uma careta: Liam estava aterrorizando todo mundo - Agora vou ficar com você. Pra sempre e pra sempre e pra sempre... - Cantarolou, enchendo o filho de beijinhos, e o menino riu gostosamente, brutalmente feliz.

Harry: Me dê ele. - Disse, e Melanie o olhou, confusa - Não quero que você se esforce. - Ela passou o menino, de má vontade, mas o sorriso de Nate era contagiante. Ele abraçou o pai, feliz da vida.

Nate: Eles diziam que eu não tinha pais, porque era sempre Gail que vinha. - Disse, emburrado.

Melanie: Quem dizia? - Perguntou, emburrada feito o menino, e Harry sorriu, se lembrando de novo do filhote de gato mostrando os dentes e achando que ameaçava alguém.

Nate: Os meninos mais velhos, da outra sala. - Ele deu de ombros - Eu posso apresentar vocês aos meus amigos?

Melanie: É claro que pode. - Disse, ajeitando o cabelo - Tô bonita?

Harry e Nate: Linda. - Disseram, em coro, e um olhou pra cara do outro, os três rindo em seguida.

Nate: Venham. - Disse, escalando do colo do pai pro chão e apanhando a mão dos dois, puxando-o.

Melanie: Filho, sua mochila! - Exclamou, olhando a mochila e a merendeira abandonadas no chão, mas Nate nem deu bola. Harry, sendo rebocado junto, tendo que andar inclinado, fez um sinal pro motorista, que veio e recolheu as coisas do menino. Melanie não podia dar segurança, mas achava que ele sorria.

Harry: Ok, criança, você vai quebrar minha coluna. - Disse, andando curvado pelo braço que o filho puxava, e Melanie riu.

Nate não estava nem ai. Arrastou os dois pra dentro do colégio, onde apresentou pra vários amiguinhos, pra professora, o zelador, a cantineira e o moço da limpeza, como ele apresentou. Melanie foi sorridente com todo mundo, e Harry achava graça da situação. Aquele momento era de Nate: O momento dele mostrar que sim, tinha pais, e não só empregados. Ele esperara esse momento por muito tempo.

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