"AMOR TECE DORES"
Hakuji volta para seu lar...ao menos o lugar que chamava de lar. Com seu dojo,seu mestre e a belíssima filha do mestre: Koyuki...
Assim que ele chega,Keizo o recebe com um abraço,seu sensei o tratava como um filho,e logo percebeu que algo estava errado.
— Aconteceu algo,Hakuji? —
Pergunta Keizo,abraçando o menino
— Na verdade,aconteceu. Mestre. —
Akaza responde. Ele chamava Keizo de mestre por seu imenso respeito ao mesmo...
— Pode contar tudo para mim,se quiser —
— Lembra aquele amigo? Aquele amigo de 4 anos atrás,mestre? —
Pergunta Akaza olhando nos olhos de Keizo,soltando do abraço
— Sim,lembro sim..—
— Eu encontrei ele hoje e ele parecia...diferente...—
— Diferente como? —
Pergunta o mestre com ternura,ele realmente se preocupava com Akaza
— Ele parecia mais raivoso...falou que eu o abandonei quando ele precisava,mas eu tava só o protegendo de mim. —
Reponde o rapaz olhando os próprios punhos,como se vivesse aquela cena dele quase espancando Douma de novo...
— Ele pode não entender agora,mas tenho certeza que seu amigo um dia entenderá...—
Diz Keizo preocupado
— Mestre,eu posso sair amanhã para vê-lo? Por favor...—
Pede Akaza olhando nos olhos do mais velho
— Claro. Apenas volte a tempo...agora venha, Koyuki estava te esperando voltar o dia todo —
Diz o mestre de um jeito mais calmo e sorridente. Akaza da um sorriso tímido e segue Keizo até o quarto de Koyuki...ela estava lá deitada na cama,era linda ao ver de Hakuji,ele estava completamente encantado por ela...
— Ah,oi,Hakuji —
Ela diz com um sorriso meigo e as bochechas meio vermelhas (mas provavelmente de sua febre)
— Oi Koyuki —
Diz Akaza carinhosamente se aproximando dela e sentando-se no chão ao lado do futon dela
— A neve está tão linda hoje,não é? —
Ela pergunta olhando a janela... Koyuki nunca tinha visto a neve,já que estava muito sensível pela sua doença...nunca sentiu um floco de neve cair em seu nariz.
— Bom... Koyuki...eu não sei se posso te levar para ver a neve,mas que tal vermos os fogos de artifício no final do ano? Quero te levar para vê-los comigo —
Ele diz num sorriso segurando a mão dela
— Sério? ... Pai,você pode deixar eu ir com ele no final do ano? —
Pergunta Koyuki olhando pro pai que estava escorado na porta do quarto vendo a cena com um sorriso
— Claro que podem ir...apenas não voltem muito tarde,as ruas são perigosas de noite...—
— Obrigada pai! —
Ela diz sorridente,voltando a olhar para Akaza.
...
Com Douma as coisas estavam diferentes...
Douma estava beijando uma garota qualquer chamada Keiko escondido. Deixando ela toca-lo e tocando-a. Ele não sentia nada com esses toques,estava em busca de um prazer momentâneo ao beijar e passar a mão no corpo daquela garota...
Sua sorte é que nenhuma das meninas falaram nada sobre seus casos com ele. Se ele pedisse para não falar elas não falariam,era impossível dizer "não" para Douma.
Mas uma cena não saia de sua cabeça... Lembranças que já quase foram apagadas sobre seu antigo amigo...
~ Flashback on ~
— Não! Tem que ser mais firme —
Diz Akaza
— Mas eu não sei fazer isso —
Diz Douma choramingando.
Akaza estava tentando ensinar o Douma a socar direito,pois Douma tinha o socado mais cedo por um motivo aleatório,mas era um soco muito frouxo.
— É assim que se faz! —
Akaza da um socão numa pilha de neve que fizeram e a desmonta inteira
— Nossa! Eu queria ser forte assim! —
Diz o mais novo entusiasmado
— vou te ensinar —
Diz Akaza reconstruindo a pilha de neve...logo ele segura os pulsos de Douma e simula alguns socos lentos
— entendeu? Esse é o movimento —
— Entendi! —
Diz Douma confiante,sendo soltado por Akaza e dando um soco na pilha de neve que quase a desmonta inteira. Ele se vira pro mais velho sorrindo
— Viu? Consegui! —
Ele diz vitorioso
— Conseguiu,parabéns —
Diz Akaza com um pouco de deboche
~ Flashback off ~
— amorzinho...por que parece triste,eu disse algo errado...? —
Pergunta Keiko parando de beija-lo
— Não...não fez...a gente termina isso outro dia,tá? —
Diz Douma em um tom frio,querendo logo se livrar dessa sua putinha nova
— Tá bom...te vejo amanhã então,amor? —
— Tá,tá...tanto faz...lembre-se,isso é o nosso segredo..—
Diz Douma sem um pingo de animação
— Tá bom lindão —
Keiko da um beijo de despedida nele e vai embora...
Logo Douma volta para o próprio templo,se limpando do batom que foi deixado em sua boca,fingindo que nada aconteceu.
" merda,por que aquele idiota não sai da minha cabeça? Ele parece tão diferente e...não...não Douma...ele não é mais o seu amigo que você conhecia. "
Pensava Douma consigo mesmo.
Ele se senta em seu puff e começa a atender seus fiéis...
A noite logo se torna madrugada...Douma estava em seu quarto,tirando seus colares para poder dormir,e abrindo um pouco sua blusa para ventilar...seu corpo parecia um corpinho de um anjo...era um corpo inocente,belo,sem marcas ou cicatrizes, também não era musculoso e sarado,era apenas um corpo inocente e gentil.
Do nada Douma ouve um som de pedrinha na janela (quando olha pra baixo da um sorriso profundo,adivinha,visita pra dama o vagabundo ksksks parei).
Douma fica confuso e ajeita a blusa em si de novo,e olha pela sua janela...lá em baixo estava Akaza,com um punhado de pedrinhas na mão.
Douma sente um remorso enorme ao ve-lo ali e ignora totalmente,fechando a janela e indo pro tirar sua blusa de novo pra dormir...quando depois de um tempo quando só estava com uma blusa bem fina uma de suas empregadas fala através da porta...
— Mestre Douma...tem um menino aqui querendo falar com você,deve ser um fiel...—
— Não deixe que ele entre. —
Responde Douma de modo curto e grosso
— então mestre...é que ele...já entrou e está aqu- —
Antes que ela terminasse de falar Akaza abre a porta,entrando no quarto e a fechando em seguida...A empregada vai embora já sabendo que seria demitida no dia seguint-
— Nossa,não quer mais me ver?...magoou —
Diz Akaza entrando rindo de leve pra aliviar o clima
— Vai embora. Eu não te conheço mais. —
Diz Douma se distanciando
— Escuta...foi tudo um mal entendido...Douma por favor só me escuta...por um minuto...—
— Tem exatamente 60 segundos,fale logo. —
Diz Douma com sua frieza
— Aquele dia,eu realmente não queria ter fugido...você também era meu primeiro amigo...mas eu estava tentando te proteger,proteger de mim! —
Diz Akaza se aproximando aos poucos
— mas você não me protegeu de algo pior...—
Diz Douma olhando o chão...sentindo um certo remorso
— Eu não pude Douma...e...pera...sobre o que está falando..? —
...
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Eu achei uma palavra interessante e anotei
"Amortecedores"
Como seria possível
O amor tecer dores?
— livro: Borboletas na chuva