"Uma trégua reside em suas palavras, porém não em seus corações."
Taehyung a encara esperando que a mulher se acalme.
— O amava, certo?— questiona mesmo sabendo a resposta.
— Sim.
— E irá se casar comigo.— continua.
— Minhas responsabilidades com a coroa estão acima de meu compromisso com o amor.
O príncipe sorri rindo fraco de sua fala.
— Está fazendo ser difícil matá-la, me diga Sun-hee... Algum momento já pensou que poderia se separar de mim?
— Dezenas, talvez centenas de vezes.— diz honesta limpando suas lágrimas.
— Meus pêsames por sua perda e luto no coração, que as chamas lhe tragam conforto.— sauda em sua cultura.
— Agradeço a vossa alteza, deve descansar também, do que serve um príncipe cansado?— ela diz respirando pesado.
— Por que está ofegante?— pergunta se aproximando da Rainha.
Pela luz da Lua, Sun-hee finalmente pode ver Taehyung. Ele usava uma blusa larga de manga longa, calça igualmente larga e pela primeira vez vê seus cabelos lisos soltos.
O maior coloca sua mão sobre a testa da rainha sentindo o calor emanando de sua pele pálida.
— Como? O médico lhe curou.— anuncia incrédulo.
A rainha da uma risada fraca e encara o príncipe.
— Eu já vim de Solasta assim.— anuncia— Imunidade baixa, achei que soubesse Kim.
— Então o rumor do palácio é verdade?— pergunta e a mulher se ajeita sentando-se novamente.
— Refere-se a qual? O que a princesa é frágil ou que é louca?— pergunta sorrindo ladino.
— O primeiro é claro, o segundo é fato.
— Pois assim os dois são verídicos.— responde.—Meu tio diz que eu sou feita do mais fino cristal, fico delicada ao dia e vulnerável ao anoitecer.— diz encarando os olhos pretos a sua frente.— Acredito que estou melhorando gradativamente.
— Como pode se negligenciar tanto?— pergunta
— O povo aprovaria uma Imperatriz fraca?—pergunta se virando e deitando de lado.— Não sou hábil nem me mander em pé por meia hora quem dirá aguentar uma coroa?
— É por isso que não sai do palácio.— após conectar afirma simples.
— Não é uma escolha, é apenas o que eu posso me contentar.
— E agora de uma hora para outra vai para um reino com o clima e ambiente diferentes, como está lidando com isso?
— Pode não parecer, mas estou preocupada com Solasta.— responde— Não posso deixar que nada me atrapalhe a ser imperatriz, já não basta o império achando que Yoongi é melhor.
Taehyung sorri fraco.
— Você me mostrou um lado diferente hoje, majestade.— admite duramente.
— Não se engane, Príncipe Kim.— ela afirma tranquila.
— Vamos voltar para casa.— sugere.— Estará segura lá.
— Não quero estar segura, pense bem, ganhar uma guerra será muito mais poderoso para minha ascensão ao trono.
— O que pretende fazer?— pergunta.
— Atacar Vega, levarei a cabeça de Paul para o túmulo de Lucas e assim o vingarei.
— Terá todo meu apoio para isso, majestade.— se põe ao lado da mulher.
Ao raiar do sol, Sun-hee se levanta vendo a espada de Taehyung em sua mesa.
Na cultura de Solasta, deixar sua arma nas mãos de seu rival significa trégua, em palavras simples, era uma temporária bandeira branca.
A Rainha se levanta vendo a porta ser aberta lentamente por uma criada.
— Deseja ajuda, vossa majestade?— pergunta.
— Sim.— fala entrando no banheiro.— Separe apenas algumas toalhas, minha troca de roupa já está pronta.— avisa vendo a mulher encher a banheira.
— Certamente vossa majestade, com sua permissão eu já volto.— se curva.
— Pode ir, obrigada.— ordena.
Após alguns minutos a mulher sai do banheiro já com um vestido apropriado.
Ela encontra Taehyung limpo e colocando sua armadura.
— Vossas majestades desejo um bom dia, que o Sol e as chamas estejam dispostas à vós.— ela se curva.— Devo pedir que coloquem outra roupa.— a Duquesa fala entrando no quarto.
Sun-hee a encara confusa.
— Estão chamando muita atenção, como desejam passar despercebidos assim?
Taehyung logo entende e começa a retirar seu armamento.
— Como devemos nos vestir então?— a rainha indaga confusa.
A duquesa sorri mandando a criada sair com um sinal.
— Apenas mais simples, obviamente não retirarei vossos status.— ela fala indo buscar as roupas— Vossas majestades, aqui está, espero que seja de seu agrado.
Ela entrega um vestido mais liso e com poucos detalhes e para Taehyung ela entrega uma calça preta e uma camisa fechada de manga longa.
Junto obviamente com os casacos de pele pois ainda nevava.
— Perfeito.— ela diz sorrindo.— Irei levar suas majestades até a cidade e de lá vão para Gaunt, eles estão a favor de vocês na política e assim poderão chegar em Luna.— explica calmamente.
— Tudo bem, obrigada Linds-
A porta é quase esmurrada e ela encara os dois.
— Se escondam e não saiam até eu falar.— ela desce as escadas rapidamente.
Taehyung é puxado para dentro de um guarda-roupas por Sun-hee, um feitiço de disfarce é feito pelo homem, podia-se pela fina madeira ser ouvida a conversa do primeiro andar.
Guardas estavam atrás dos dois e os presentes eram guardas de Vega.
A porta é aberta e assim prendem a respiração.
— Como podem ver, não tem ninguém aqui. Meu marido logo vem e poderão pedir informações para ele— ela fala.
Os passos pesados vem até o armário e o abrem, Sun-hee estava atrás de Taehyung, podia até sentir os respiração do homem.
— Certo, vossa graça.— ele fala.— Muito obrigada por vossa compreensão.
— Está tudo bem.— ela sorri fechando o armário.
A respiração de Sun-hee volta ofegante assim que eles saem.
— Vamos embora logo.- ele fala saindo do esconderijo.
A dupla desce as escadas rapidamente vendo a mulher carregando uma cesta.
— Poderão ir comendo no caminho.— ela fala.— Boa sorte, majestades.
— Muito obrigada Lindsay, sua lealdade será recompensada quando retornamos para Solasta— Sun-hee avisa e a Duquesa se curva.
— Meu clã lhe apoiará na sua ascensão, senhorita.— ela fala sorrindo.
A carruagem estava pronta esperando as majestades que rapidamente se apressaram para embarcar.
Lorde Lindsay, marido da duquesa os instrui rapidamente e lhes da as condenadas.
— Você ainda está com febre?— pergunta abrindo a cesta.
— Não e não se preocupe.— ela fala brusca.
Parecia que o tom habitual da princesa havia voltado, mas algo com certeza mudou.
— Como está se sentindo?
Sun-hee respira fundo, confusa por tanto interesse vindo do outro.
— Estou de luto, claramente— ela fala olhando para a janela.— Meu amado morreu, estou indefesa em um reino inimigo dependendo de uma pessoa que me odeia, fugindo de um reino e só querendo voltar para casa.
Taehyung a olhava, sabia exatamente o que a princesa sentia.
— Não está tão indefesa, sabe que comigo nada vai acontecer com você.— ele fala.— Ninguém além de mim pode-lhe fazer mal.
Sun-hee mira seu olhar para Taehyung e sorri fraco.
— Claro, eu sei mas lembre-se que também jurei matá-lo.— fala comendo um pedaço de bolo.
A carruagem cessa seu caminho no meio da cidade e os dois descem com a cesta.
— Não irão nos reconhecer?— Taehyung pergunta.
— Não, jamais imaginariam que eu estaria aqui.—fala caminhando sobre a neve densa.
Poucas pessoas estavam mas ruas, a maioria estava em casa e devido a claridade haviam algumas luzes acesas.
Após uma longa caminhada até a entrada da floresta, onde havia um caminho para Gaunt.
— Agora é só seguir.- ela fala vendo a floresta escura.
— Não acredito que seja seguro— Taehyung comenta entrando no escuro junto a rainha.
— Nada será seguro para nós aqui.
O barulho da neve pisada irritava a rainha, eles andavam por minutos que logo viram horas.
— Estamos a horas caminhando, onde estamos?-Sun-hee pergunta fazendo Taehyung ativar seu localizador.
— Falta pouco, cerca de 1 quilômetro.— fala.— Você está bem? Não paramos por nenhum minuto. — logo de imediato a mulher perde as forças no chão.
Quando Taehyung iria ajudá-la, a rainha o impede se levantando sozinha.
— Merda, não deveria ter te contado. — ela resmunga baixo voltando a andar.
— Eu só quero ajudar nesse momento vou precisar de você viva, majestade — se defende, apoiando suas mãos na bainha da espada.
— Me ajude apenas quando eu pedir ajuda. — diz firmemente— Eu não sou fraca, muito menos incapaz. Não me trate como tal.
Na sua última frase, um olhar brilhante de Sun-hee se encontra os olhos dourados.
— Como quiser, Majestade — aceita, seguindo o caminho atrás da morena.
Sun-hee para assim que ouve vozes, sabia que eram da fronteira e por isso estariam em problemas.
— Faça o feitiço novamente. — avisa baixo.
— As pegadas vão nos denunciar — Taehyung comenta, e Sun-hee olha em volta procurando pensar em algo.
— O sol ainda não se pôs, eu terei mais energia.— comenta, fazendo um feitiço rápido para que fossem levadas para o outro lado da fronteira.
Algo ou alguém puxa Sun-hee de supetão, fazendo com que apenas Taehyung fosse levado.
A rainha rapidamente tenta se soltar de qualquer um que fosse e vê um dos guardas.
— O rei de Vega disse que poderíamos fazer o que quiséssemos com ela, contanto que levássemos ela com vida.— um outro guarda se aproxima.
Os dois se encaram e sim, segundos depois, um punhado de neve é jogado nos olhos de quem a segurou.
— Sua puta.— ele vai na direção dela que se defende com um feitiço o jogando para longe.
O outro homem corre até ela, mas é impedido por um feitiço de ataque.
Sun-hee rapidamente se teleporta para Gaunt, vendo Taehyung prestes a fazer o feitiço.
— Está tudo bem? — pergunta vendo Taehyung se aproximar.— O que aconteceu? — pergunta vendo Cassandra com um pequeno corte no rosto.
— Eu te trouxe para cá e fui atacada por gente de Vega — explica rapidamente.— Vamos, o posto está perto.
Taehyung desiste de perguntar algo a mais e apenas segue a princesa.
O homem andava atrás dela, sério e afastando qualquer pessoa que tentasse se aproximar.
Eles chegam em um posto da guarda Gauntiana, e assim que os homens as veem, já vão até os dois.
— Vossa Majestade, Vossa alteza. — eles correm até elas. A rainha já nos alertou de sua chegada. Vossas majestades devem ir até a capital para ficarem seguros.
— Não será necessário, mandarei saudações para Nathalie assim que chegar em Luna. Apenas nos dê uma carruagem.— pede, tocando em um feche de luz que ali havia.
— Como quiser, Majestade. — concorda se curvando e por fim saindo.
Taehyung encarava a mulher, ela tinha um machucado no rosto, seu rosto estava sério e estranhamente seus cabelos perfeitamente arrumados. Suas roupas mudam para uma de seu nível enquanto caminhava, e os olhos vermelhos caem sobre Taehyung.
— Você está bem? — pergunta simples.
— Obviamente, Majestade — responde, vendo a morena respirar fundo.— E você?
— Sim, estarei melhor quando xingar Airin.— Se refere a Imperatriz de Luna caminhando pesadamente até a carruagem.
Os guardas se posicionam para a viagem e vão da mesma maneira que a primeira viagem, protegendo a Rainha.
O barulho do sapato do príncipe batendo no assoalho da carruagem como um tique a irritava, tanto que ela só conseguia pensar em matá-lo ou talvez apenas cortar seu pé.
— Já passei a te suportar, Taehyung.— lança um olhar cansado para o príncipe.— Mas não exagere.
— Imaginei que depois de 3 dias, já cansaria de mim.— ele sorri se virando para ela a vendo recarregar sua magia na luz solar.— E nenhum título ou ao menos uma cordialidade? O que aconteceu com o se manter cortês?
— Se não se importa, eu vou dormir — a Rainha o ignora e deita seu corpo pelo largo e cumprido banco.— Sugiro que faça o mesmo.
A viagem, graças ao Sol e suas chamas, foi extremamente tranquila e quando elas estavam passando pelo portal do palácio, Taehyung decide se pronunciar.
— Airin é minha prima — diz facilmente.
— Eu fiz minha lição de casa, príncipe.