PARIS VERMELHA

Bởi sylviarpellegrino

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O romance aborda o relacionamento de Gerald Champoudry e Hosana Stein. Esses dois personagens vão se amar lou... Xem Thêm

1º CAPÍTULO - GERALD CHAMPOUDRY
2º CAPÍTULO - ANNA ZANATA
3º CAPÍTULO - A FUGA
4. AJUDA DE CARLA ZATTEL
5. ENCONTRO COM ANNA ZANATA
6. REMINISCÊNCIAS
7º CAPÍTULO - A CAMPANHA
8. A DECEPÇÃO DE HOSANA
10.Denis cancela a campanha
11. A JOGADA DE HOSANA
12. A POSSE DO GOVERNADOR
13. O PODER DA IMPRENSA
14. HOSANA NO JORNAL
15. A EMPRESÁRIA HOSANA

9. O PLANO DO SENADOR

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Bởi sylviarpellegrino

Hosana sente curiosidade mórbida em saber como Gerald se reaproximara de Nicole. O detetive contratado traz a pasta com os detalhes. Foi o senador Roberto Denis quem promoveu a reconciliação entre sua filha e Gerald Champoudry.

Ao receber a notícia do iminente casamento de Gerald Champoudry com Hosana Stein, ele ficou irritado. O senador Denis conheceu Gerald quando o ajudou a sair da prisão, em função da encrenca em que Anna Zanata o metera. Ele lhe devia aquele favor imenso. Depois o contratou como advogado para resolver um problema legal. Ficou impressionado. Gerald era inteligente, bonito, articulado e dono de um carisma que atraía as pessoas. O senador passou a almoçar com Gerald com frequência. Gerald nem imaginava o cuidado meticuloso com que era avaliado.

Um ano depois de conhecer Gerald, o senador Denis chama Pedro Roth para uma reunião.

— Encontrei o homem certo para ser o governador do futuro estado de Tapajós. O pai é meu amigo, correligionário e deputado federal, e a mãe, uma francesa. Deixou de herança ao filho pequena fábrica de perfumes em Grasse, na França, cuja marca ele expandiu pelo mundo. É advogado brilhante, além de belo rapaz.

— O homem em quem estou pensando para concorrer ao governo do novo estado é Gerald Champoudry.

— O advogado e empresário dos perfumes?

— Isso mesmo. Ele é um político natural. Tenho a impressão de que não perderá se o apoiarmos.

— Parece interessante, senador.

Aos treze anos, Pedro Roth viajava num carro com os pais e o irmão menor. Os freios do carro falharam. Houve um acidente fatal. O único sobrevivente foi Pedro. Sobrara-lhe um ferimento no olho esquerdo, que provocou a retirada do globo ocular e a colocação de uma prótese no lugar. Com a evolução da medicina, Pedro Roth fez nova prótese, agora imperceptível. A prótese, com a espessura de uma "casca de ovo", reveste apenas o volume do novo globo ocular, possibilitando-lhe o movimento dos olhos, sem qualquer tipo de dano. Quanto à estrutura interna, o conteúdo orbitário continua inalterado. Como são os músculos intraorbitários que dão os movimentos ao globo ocular, os dois olhos se movimentam juntos e mantêm aspecto natural.

Roth acredita que fora poupado para divulgar a palavra de Jesus. Assim, deu início aos estudos bíblicos para se tornar presbítero da Igreja Luterana.

Pedro Roth compreende a dinâmica da política melhor do que qualquer outra pessoa conhecida pelo senador Denis. Roth sabe onde os votos se encontram e como obtê-los. Detém fantástica noção do que o povo quer ouvir e do que se cansou de ouvir. Mais importante para o senador Denis é o fato de Pedro Roth ser íntegro. As pessoas gostam dele. O que importa para Roth, mais do que qualquer outra coisa no mundo, é sua família. O senador jamais conheceu um homem que se orgulhe tanto da esposa e filhos.

Quando o senador Denis teve o primeiro contato com ele, Pedro Roth pensava em se tornar pastor luterano e estudava para isso.

— Há muitas pessoas precisando de ajuda, senador. Quero fazer o que puder.

Mas o senador Denis o dissuadiu da ideia.

— Pense em quantas pessoas ajudaria se trabalhasse para mim no Senado brasileiro?

Foi escolha afortunada. Roth sabia como fazer as coisas.

Os dois começam a analisar as possibilidades de Gerald como político. O senador Denis conversa com Nicole sobre Gerald.

— O rapaz tem grande futuro pela frente, minha querida.

— E também tem grande passado, papai. É o maior conquistador da cidade.

— Ora, querida, não se deixe levar pelas intrigas. Convidei Gerald para jantar aqui na sexta-feira.

O jantar corre muito bem. Gerald é charmoso e sedutor, e Nicole encanta-se com ele. O senador observa-os atentamente, fazendo perguntas que sabe mostrariam o melhor de Gerald.

Ao final da noite, Nicole convida Gerald para jantar no sábado seguinte.

— Terei o maior prazer.

Daquela noite em diante, eles sempre saem juntos.

— Eles casarão em breve — previu o senador para Pedro Roth. — É tempo de lançarmos a campanha de Gerald.

Gerald é convocado para reunião no escritório do senador Denis.

— Quero lhe fazer uma pergunta, disse o senador. —Gostaria de ser o próximo governador do estado de Tapajós?

Gerald fica surpreso.

— Eu jamais me imaginei político.

— Pois Pedro Roth e eu pensamos. A eleição será no ano que vem. Isso nos dá tempo suficiente para projetar sua imagem, fazer as pessoas saberem quem você é. Conosco por trás, você não perderá.

E Gerald sabia ser verdade. O senador Denis era homem poderoso no controle de uma máquina política bem azeitada, que podia criar mitos ou destruir qualquer pessoa que se interpusesse em seu caminho.

— Você terá de assumir uma dedicação total — adverte o senador.

— Estou pronto para isso.

— Tenho notícias ainda melhores para você, filho. Para mim, isso é apenas o primeiro passo. Você serve por um ou dois mandatos como governador e prometo que depois o levaremos para o Palácio do Planalto.

Gerald engole em seco.

— Está falando sério?

— Não costumo brincar com essas coisas. Não preciso lhe dizer que esta é a era da televisão. Você possui uma coisa que o dinheiro não compra: carisma. As pessoas se sentem atraídas por você. Gostam de gente sincera e isso é evidente. É a mesma qualidade que Juscelino Kubitschek detinha.

— Não sei o que dizer, Roberto.

— Não diga coisa alguma. Voltarei a Brasília amanhã, mas começaremos a trabalhar na minha próxima vinda.

Na verdade, o senador Denis vai propor novo plebiscito para a criação de Tapajós. Com seu poder de barganha com os demais senadores e deputados federais, tem certeza de sair vencedor, apesar de que, em dezembro de 2012, a maior parte dos paraenses votou "não" em plebiscito, sepultando a proposta da criação de dois novos estados no Brasil: Carajás e Tapajós.

A decisão pelo voto aconteceu 23 anos após o país ver o surgimento de novos estados: Amapá, Roraima e Tocantins.

De lá para cá, a lei foi alterada. Surgiu a necessidade de se ouvir a população através de plebiscito e vários projetos de decreto legislativo para criação de estados em todas as regiões brasileiras são apresentados na Câmara e no Senado.

Porém, a rejeição à autonomia intimida a esperança dos separatistas e propositores de novos estados. Agora há clima político para levar à frente outras propostas, que já estão no Congresso, inclusive a do deputado federal Gabrielle.

Roberto Denis convence os representantes do estado do Pará a falar com seus eleitores e explicar que eles se desonerarão de carregar municípios pobres da região a ser desmembrada. Os parlamentares vão às suas respectivas regiões e iniciam a campanha para o plebiscito. Tudo é muito rápido, para que a população não desista e venha com novo não. Conseguem finalmente que o novo plebiscito receba a maioria dos votos sim.

Deste modo, após a população votar pelo sim, o documento voltou para o órgão legislativo, onde recebeu a maioria absoluta dos votos (metade mais um dos integrantes da Casa) e foi aprovado. Depois o projeto foi encaminhado para o presidente da República, que o sancionou.

O senador Denis está eufórico. Sua saga para criar o estado de Tapajós vence. Agora é partir para a escolha dos candidatos. Os partidos se reúnem em suas convenções e mais uma vez o senador Denis entra com sua capacidade de persuasão, para que escolham apenas dois candidatos, e assim os partidos fazem coalizões e saem os dois nomes: Geraldo Champoudry e Adilson Guedes, natural do estado do Pará. Forte candidato contra Champoudry, principalmente por causa de suas raízes.

Poucas semanas depois, inicia-se a campanha para o governo do novo estado.

Cartazes com fotos de Gerald são espalhados por toda parte. Ele aparece na televisão, em comícios e seminários políticos.

Pedro Roth tem suas pesquisas particulares, indicando que a popularidade de Gerald cresce a cada semana.

— Ele subiu mais cinco pontos, informou Roth ao senador. — Está apenas dez pontos atrás de Adilson Guedes e ainda nos resta tempo suficiente para virar isso. Dentro de algumas semanas eles estarão emparelhados.

O senador Denis acena com a cabeça.

— Gerald vai ganhar. Não tenho a menor dúvida quanto a isso.

***

Roberto Denis e Nicole estão no desjejum.

— Nosso futuro governador já a pediu em casamento?

Nicole sorri.

— Ainda não pediu, mas fez avanços significativos.

— Não o deixe apenas avançar e nem demore muito tempo. Quero o casamento antes de ele se tornar governador. Você precisa estar ao lado de Gerald, como futura primeira-dama do estado de Tapajós. Isso dará mais credibilidade à pessoa dele.

Nicole abraça o pai.

— Não imagina como fico feliz por você ter me apresentado Gerald, pai. Agora ele faz parte da minha vida. Sou louca por ele.

O senador abre um sorriso radiante.

— Enquanto ele a fizer feliz, também estarei feliz.

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