Depois de corrermos contra água, Timothée e eu chegamos na sala de jantar, onde encontramos o Sr. Andrews. Corremos até a porta, mas antes que Timothée me puxasse para o outro lado, eu o intervi:
─ Espere, espere! ─ observei o Sr. Andrews. ─ Sr. Andrews. ─ o chamo. ─ O senhor não vai nem tentar? ─ pergunto, com os olhos cheio d'água.
─ Lamento Madellyn. ─ desvia o olhar do relógio para mim. ─ Eu deveria ter tentado mais. Não mereço isso. ─ disse, com um olhar culpado em seu rosto.
Timothée se aproxima de mim, agarrando minha mão.
─ Está indo rápido. Temos que ir. ─ falou comigo.
─ Espere. ─ Andrews me chamou. Ele pegou um colete salva-vidas e se aproximou, com um sorriso gentil. ─ Boa sorte, Madellyn. ─ me entregou o colete.
─ Igualmente. ─ quando pego o colete, o olho e o abraço apertado, por uma ultima vez.
Quando nos afastamos, vou até a porta, com Timothée me ajudando a ir mais rápido
Quando estamos no lado de fora do navio, tentamos pegar algum bote, mas a situação já estava feia demais. Em meio ao caos, saímos correndo, tentando nos salvar.
─ Temos que ficar no navio o maior tempo possível, vamos! ─ disse Timothée. Ele agarrou minha mão e corremos ao lado do navio, que subia da água à medida que afundava cada vez mais no oceano quase enegrecido. Eu podia ver minha própria respiração e me senti tremendo enquanto corríamos pela multidão, eu era empurrado de vez em quando Timothée estava empurrando as pessoas para fora do caminho, não era muito bom, mas dando as circunstâncias, eu não acho que isso não importava. Chegamos à popa do navio, que já estava no ar.
Timothée continuou olhando para mim, então ele me puxou para perto e beijou minha testa. Ele me manteve perto dele. Senti que estava ficando mais difícil ficar em um lugar enquanto a popa do navio subia lentamente no ar.
Então, quando atingiu um ponto alto, o navio inteiro se partiu ao meio. Todos nós começamos a cair no navio quando ele caiu na água abaixo de nós, esmagando centenas de pessoas. Eu gritei junto da maioria dos passageiros restantes no navio. Depois que dez popas se estabilizaram por alguns segundos, começou a subir novamente.
De repente, onde estávamos já não era mais seguro. Assustada, eu olhava para a água, paralisada, até sentir Timothée me cutucar fortemente.
─ Temos que sair daqui, vamos. ─ me fez se prender mais forte ainda contra a grade da popa, enquanto ele escalava o trilho.
Quando conseguiu se apoiar no trilho da popa, que estava quase reta no ar, me chamou.
─ Me dê sua mão! ─ pediu. ─ Eu vou puxar você, me dê sua mão! ─ falou rápido.
─ Timothée... ─ falei, dando minha mão para ele, com cuidado para não me soltar da grade e cair.
─ Estou te segurando, eu não vou te soltar. ─ agarrou minha mão, enquanto dava o máximo de si para me pegar.
Nessa circunstância, a popa do navio já estava totalmente no ar, ou seja, não tinha precisão para ele se apoiar.
─ Eu peguei você. ─ sussurrou, então ele me prendeu sobre ele, por cima do corrimão. A popa estava toda no ar, reta. As pessoas estavam penduradas nos trilhos, caindo dolorosamente na água ou em outras partes do navio. Então...
O navio parou completamente.
─ Por que não estamos nos movendo? ─ pergunto baixinho, em meio ao silêncio.
─ Eu não sei... ─ me responde. ─ Eu não sei.
Então começamos a afundar.
─ Oh, Deus... ─ suspiro.
─ Me escute, segure minha mão e respire fundo quando eu disser, o navio vai nos sugar para baixo, então não solte minha mão. Quando cairmos na água, mova seus pés para a superfície e não pare de mover. Você confia em mim, certo? ─ Timothée falou rápido demais para que eu pudesse processar, mas eu sabia que ele estava lutando por nós, então apenas concordei com a cabeça, já que eu estava paralisada demais para falar.
─ Pronta? ─ perguntou. Eu balancei a cabeça. ─ Um, Dois, Três, agora!
Respirei fundo quando senti a água gelada sobre meu corpo, então, juntos, afundamos.
autora: preparados?