Por Oliver
Me sinto mais aliviado por ter conversado com Meg e ela ter compreendido que a maior irresponsabilidade que ela cometeu foi contra sua própria vida e não ter me xingado.
Já no carro, à caminho do hospital, Meg e eu fomos alinhando algumas coisas sobre nossa viagem. Expliquei à ela que os horário das palestras e tudo mais. E ainda a avisei que o hotel conta com um bar incrível e alguns barzinhos ao redor do hotel.
Meg é sempre a melhor companheira para conversas e até para beber. Com ela, não tem essa de drinks bem elaborados ou vinhos caros. Meg é minha companheira na cerveja e no whisky. Sorte do cara que namorar com ela... Meg é uma mulher de ouro e eu jamais permitirei que lhe façam algum mal.
Ao chegarmos ao hospital, Meg se encaminhou para a cantina e eu para minha sala, já que eu tinha alguns documentos para assinar e precisava fazer visita à um paciente recém operado.
Ao sair do elevador da presidência e me encaminhar para a minha sala, encontro Marie sorrindo pra mim e com um tremendo decote. E que decote.
Bem, como homem, aquele decote eram como colírios para meus olhos, já que Marie tem um belo par de seios. Mas como membro de uma empresa, isso não é legal. E não sei o que anda acontecendo comigo, mas todas as mulheres com quem tenho me relacionado, são sempre "mais do mesmo". Sempre falta alguma coisa!
-Bom dia, Oliver!
Disse Marie. E eu, educadamente e tentando resistir à não olhar o seu decote, porque sei que essa é sua intenção.
-Srta. Marie, bom dia. Em primeiro lugar, estamos em ambiente de trabalho, então vamos manter as formalidades. Segundo, eu já conversei com você sobre suas roupas decotadas aqui no hospital, sim?
Ela me olhou um tanto contrariada.
-Achei que você gostasse dos decotes, Dr. Windsor...
Falou de modo irônico e completou:
-Já tem tempos que você não me procura. Já tem outra menina na jogada, é isso?
Olhei bem em seus olhos e tentando não ser rude.
-Marie, eu ando ocupado demais com o trabalho e quase não tenho nem tempo pra mim. E mais, eu nunca lhe prometi nada sério e eu sempre lhe deixei isso muito claro. Você sabe que o que temos é totalmente casual.
Marie, contrariada me responde:
-Mas o engraçado é que para a sua amiguinha você tem tempo, não é mesmo?
Respirei fundo.
-Marie, deixe a Dra. Megan fora disso, está bem? E por favor, me passe a agenda do dia. Ah! E não se esqueça do que eu lhe disse sobre suas roupas. Com licença!
Disse e entrei em minha sala.
Já tenho problemas demais para ter que me preocupar com coisas pequenas!
Enquanto eu assinava os documentos, olhava para a caneta em minhas mãos e me lembrei de Meg...Lembrei do quanto ela era ruim em dar presentes e, sinceramente, nada mudou!
As horas foram passando e eu cumpri com meus afazeres do dia, até que meu telefone tocou e vi que era meu contador.
Bem, eu não esperava a ligação dele hoje, mas já que ligou, irei atendê-lo.
-Alô!
-Oi, Oliver. Tudo bem?
-Sim. O que você me manda de bom?
-Bem, Oliver, as notícias não são tão boas assim. Eu estava olhando suas finanças, eu vi que há um rombo de mais de doze milhões de dólares.
Fiquei em silêncio por uns instantes e, em seguida o respondi:
-Benjamin, não foi o investimento que fiz em meu avião e você deixou passar?
-Não, Oliver. Estou falando de um desvio de 2013.
-O quê? Mas em 2013 eu não estava no comando da empresa e sim o Thomas.
-Exatamente, Oliver.
Meu Deus! Não posso acreditar no que estou ouvindo.
Respiro fundo e peço para que Benjamin me envie toda a documentação e que não conte isso à ninguém, principalmente ao meu pai.
Ele atende ao meu pedido, eu o agradeço e desligamos a ligação.
Será que Thomas teria a coragem de realmente desviar dinheiro do hospital? E a confiança que meu pai pôs à ele?
Meu Deus. Eu vou acabar explodindo se não colocar isso pra fora. Minha vontade é ir atrás de Thomas e socar sua cara!
Minutos depois, meu celular vibra e vejo que é mensagem de Meg, perguntando se pode vir até minha sala para que eu possa assinar uma autorização de cirurgia.
Como sempre, parece que sente quando eu estou mal...
Meg entra em minha sala e percebe que eu não estou bem, eu apenas a convido para jantar, para que eu pudesse desabafar. Sei que ela sabe me acalmar e, com certeza, os melhores conselhos.
Ela aceita e eu resolvo ir pra casa. Já dentro do meu carro, com os documentos impressos no banco do passageiro, fico pensando em como dizer isso ao meu pai. Mas será que ele seria capaz?
Enfim, cheguei em casa, vou direto para o banho e deixo que a água gelada caia sobre meu corpo, relaxando meus músculos.
Visto minha roupa e Meg me manda mensagem avisando que está pronta.
Saio de casa, levo comigo os documentos e em poucos minutos estou na frente do apartamento de Meg.
Ela estava linda.
Dentro de um vestido preto e uma sensualidade nata, que talvez ela nem saiba que que possui. Se eu não a tivesse como uma irmã, e vice-versa e, se ela não tivesse um gênio tão difícil, talvez eu tentasse investir nela, mas ela me conhece e sabe que não sou homem de me apegar a ninguém. Meg é a única mulher que permanece em minha vida. A minha parceira de todas as horas!
Mas como está pra nascer mulher que vai mandar na minha vida e eu apenas a vejo como uma irmã, isso está completamente fora de cogitação e se eu tocasse nesse assunto com ela, é bem capaz dela arrancar minhas bolas!
-Hmmm... a Feiosa arrumada!
Disse já esperando uma resposta atravessada dela.
-Vai a merda, Oliver!
-Vamos juntos, minha querida.
Rimos. Ela entrou no carro e eu dei a partida.
Ao chegarmos ao restaurante, contei tudo à Meg e lhe mostrei o envelope com os documentos obtidos pelo meu contador. Ela ficou tão surpresa quanto eu.
-Oliver, antes de tomar qualquer atitude. Resolver as coisas de cabeça quente só vão complicar as coisas. Eu poderia sugerir que você contratasse um detetive para que ele investigue isso mais a fundo. É um assunto muito sério para que você tome qualquer decisão impensada.
Disse Meg, enquanto degustamos um belo vinho, esperando nosso jantar.
-Você está certa, Meg. Farei isso, mas preciso que seja de confiança. Não quero que esse assunto vaze de maneira alguma.
-Você está certo, Oliver, se você quiser, eu posso te ajudar com isso.
-Eu agradeço, Meg. Sua ajuda é muito bem vinda.
-Bem, eu já desabafei e agora vamos aproveitar o jantar.
Durante o jantar, tivemos uma pequena discussão, o que já é normal. Meg não aceitou o fato de que eu custeasse a nossa viagem à Virgínia, ela queria pagar sua estadia, mas é claro que eu não deixei... Eu a convidei, eu pago!
Depois eu chamei a atenção de Megan por só comer porcarias, já que de tantas sobremesas mais saudáveis, ela optou por um Trifle. Puro açúcar!
Eu preferi apenas um café sem açúcar. Ela mandou que eu tomasse conta da minha vida e ficou tudo bem!
Jantamos e, se bem conheço Meg, ela estava fazendo e falando gracinhas para me distrair e ela realmente estava conseguindo. A presença de Meg sempre deixa tudo mais leve. Eu tenho uma enorme sorte em ter a Meg em minha vida!
Por isso, eu jamais medirei esforços para defendê-la e protegê-la de quem quer que seja!
Megan
Oliver