Improváveis

nalandalima39 द्वारा

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Kira é uma lutadora de Muay Thai que tem apenas um foco: melhorar a vida de sua família se tornando uma Lutad... अधिक

Prólogo
1 - Olá, velhota
2 - Lutar até o fim
3 - Louco
4 - Lutadora
5 - Aprontando
6 - Até que você é legal
7 - Poço de simpatia
8 - Ferrou
9 - Não é o único
10 - Sem peninha
11 - Carrapata
12 - Ciúmes
13 - Maressa né?
14 - Príncipe
15 - Eu estraguei tudo
16 - Uma bela dança
17 - Incógnita
18 - Alguém no mundo
19 - Apenas amigos
20 - "Ju"
21 - Amuleto
22 - Beijo da sorte
23 - Amizade colorida
24 - Carinho especial
25 - Essa é a hora
26 - Apaixonada
27 - Velhos tempos
28 - Desafio
29 - Ajuda
30 - Plano B
31 - Reconciliação
32 - Recadinho
33 - Voltar
34 - Ele voltou
35 - A guerra ainda não acabou
36 - Muito apaixonado
37 - Cesta de 3 pontos
38 - Fotos
39 - Investigação
40 - Super estrela
41 - O mesmo por mim
43 - Meu pai
44 - Você não entende, Julian
45 - Irmãzinha
46 - Espero que esteja feliz
47 - Culpado
48 - Ela come demais
49 - Dormir aqui
50 - Esclarecimentos
51 - Que sede!
52 - Esqueça o que tivemos
53 - Estrelas!
54 - Decisões
55 - Incompletos
56 - Seguir em frente
57 - Memória favorita
58 - VOCÊ?!
59 - Turbulência
60 - Carreiras comprometidas
61 - Fonte de ouro
62 - Não faz falta
63 - Pais, segredos e descobertas
64 - Me perdoe

42 - Culpada

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nalandalima39 द्वारा

Julian

Há 12 anos atrás...

—Vamos turma, quero que formem uma fila. Os papais estão na plateia ansiosos para verem a apresentação de vocês, então se comportem! —A professora alertou.

O frio na barriga, o coração acelerado e o medo, acompanhavam o pequeno Julian de 9 anos minutos antes de sua apresentação do dia dos pais.

Será que ele veio dessa vez? ele prometeu.

A tarefa dada pela professora era que cada um dos alunos lesse a carta que escreveu pro pai, como forma de homenageá-los.

Julian segurava sua carta feita em papel azul como se fosse uma joia preciosa. Ele passou horas desenhando a figura do pai ao seu lado.

Ao acessar o local de apresentação, os seus olhos esperançosos percorreram cada fileira em busca do seu pai, a sensação de vergonha só aumentava a medida que procurava e não o encontrava.

As outras crianças começaram a ler suas cartas e serem abraçadas e beijadas pelos pais orgulhosos, os olhos de Julian começaram a lacrimejar quando percebeu que sua vez de se apresentar havia chegado... mas o seu pai não.

—Sua vez, Julian. —Encorajou a professora.

Julian deu um passo tímido a frente. Ao olhar mais uma vez pra plateia, notou no meio dela a figura de sua mãe com um sorriso largo lhe dando um tchauzinho, e a sua vergonha se amenizou. Ela sempre estava ali para apoiá-lo.

O pequeno Julian coçou a garganta e abriu a cartinha.

Pai, desculpa pelo senhor ter que trabalhar tanto, e obrigado por ter jogado basquete comigo mês passado mesmo estando cansado, eu adorei. O senhor ainda me deve uma revanche. Eu sinto a sua falta todos os dias e eu conto as horas pra te rever e falar do seu cabelo engraçado. —um meio sorriso logo se apagou. — Obrigado por ter vindo, papai.

Lágrimas pesando uma tonelada cercaram os olhos de Julian que saiu correndo da apresentação direto pro banheiro.

Ele não veio.

--------------

O meu pai nunca deixou que o que dependesse do dinheiro dele faltasse pra mim. Quando eu era criança, ele supria sua ausência com os melhores brinquedos assim que chegava em casa depois de longas viagens de trabalho, mas pra mim, isso nunca foi o suficiente.

Desde que eu me entendo por gente, o meu pai nunca esteve em nenhum dos meus aniversários, em nenhuma apresentação do dia dos pais na escolinha, e em nada que fosse minimamente importante pra mim.

Em todo aniversário eu o esperava o dia inteiro, com os os olhos fixos na janela, na esperança de ver o seu carro sendo estacionado na nossa rua, mas isso nunca aconteceu. O Julian de 7 anos se culpava por ele ter que trabalhar tanto, e se entristecia por sua ausência, mas o Julian de 21 anos aprendeu a se virar sozinho sem ele.

Ver o Tomás tão feliz com a atenção que estávamos dando pra ele, não tinha preço. Meu passado veio a tona e só eu sei as cicatrizes que meu pai me deixou por nunca estar presente pra me ajudar a me defender e me ensinar as coisas da vida, mas com o tempo ele deixou de fazer tanta falta.

—Vocês viram como eu acabei com aquele goleiro?! — Tomás perguntou animado enquanto caminhávamos pra fora do clube.

—Você foi incrível, tom! —Kira disse orgulhosa.

—Você foi o melhor, sem dúvidas, amigão. —Baguncei o cabelo dele. — Tá afim de um sorvete?

—Chocolate!

Tomás correu até a sorveteria, enquanto Kira e eu o observávamos de longe com as mãos entrelaçadas.

—Três sorvetes de chocolate. —Pedi pra atendente.

—Apenas dois. —Kira disse rapidamente.

Eu a olhei confuso.

—Mas você ama sorvete de chocolate, miss simpatia.

—Estou de dieta. —Ela sussurrou.

Respirei fundo. Eu detestava essa ideia, eu não queria contrariá-la, afinal, esse é o novo trabalho dela, mas vê-la se privar dessas coisas pra se encaixar em um padrão me tira do sério.

—Miss simpatia...—Iniciei sério, mas ela me interrompeu.

—É só até eu atingir o peso. —ela disse me olhando nos olhos e com uma das mãos segurando meu rosto.

—Você está visivelmente mais magra, miss simpatia. Não vai ser um sorvete que vai acabar com sua meta de passarela. —Insisti.

—Você disse a mesma coisa sobre as batatas fritas, Juliano. —Ela rebateu. —O desfile é semana que vem, preciso manter o peso certo. —Ela me deu um selinho.

--------------

Kira

O dia do desfile chegou e eu só consegui perder 4 quilos, a minha meta era perder no mínimo 5, talvez por isso a minha insegurança me atacou assim que pisei no camarim onde estavam as outras modelos, super magras, altas e confiantes.

Eu estava em processo de secagem, sem comida e sem água, assim como eu fazia antes das lutas, mas mesmo assim eu estava me sentindo muito maior do que as outras meninas.

—Chegou a canguru. —Ouvi uma delas dizer baixo e risinhos a acompanharem.

—Do que me chamou? —Perguntei me aproximando.

—O quê? além de braços gigantes, você têm super audição também, novata? —Uma delas perguntou enquanto olhava a si mesma no espelho.

—É, além disso os meus braços gigantes quebram ossos, quer testar? —Perguntei me aproximando.

Naquele instante, mãos fortes me seguraram firme. Era o mestre Tácio me olhando sério.

—Que bom que cheguei a tempo. —Ele sorriu de canto. Aproximou sua boca ao meu ouvido. —Não ia ser legal você saindo nas primeiras notícias por quebrar o nariz de outra modelo. —Sussurrou.

Assenti com a cabeça lentamente.

—Você está incrível. —o mestre completou, soltando meu braço.

—Você está maravilhosa, Kira! —Tiago disse empolgado me entregando o vestido que eu iria usar assim que me viu.

O mestre estava ao lado dele sem tirar os olhos de mim.

—Venha comigo, Kira. Quero te apresentar para alguns de meus contatos. —Tiago disse animado.

Fui apresentada a várias pessoas do ramo da moda, com muita influência e conhecimento. Tiago parecia orgulhoso ao me apresentar para aquelas pessoas que pareciam analisar cada passo meu.

—Impressionante, você é lindíssima por completo. —Disse uma mulher enquanto me olhava como se eu fosse uma mercadoria.

—Obrigada. —sorri.

—Só precisa emagrecer um pouco, é muito musculosa pra uma modelo de passarela. —disse rispidamente e meu sorriso se apagou.

—Ela é iniciante, está se adaptando a rotina. —Tiago disse apoiando suas mãos nos meus ombros, na tentativa frustrada de me defender.

Me senti uma enorme idiota no meio daquelas pessoas e eu quis fugir pra bem longe dali o mais rápido possível, até que eu o vi.

Julian com o seu mais lindo sorriso, segurando flores e acenando pra mim de longe. Ao lado dele, bem menor em estatura, o meu loirinho sorridente Tomás.

Minha mãe e o senhor Manoel logo apareceram também, e meu coração sorriu ao ver que Rosa e Juanito também vieram.

Eu não estava sozinha nessa.

Eles foram impedidos pelos seguranças de entrar na área onde eu estava, mas eu pude sentir, mesmo que de longe, a energia positiva da minha família pra mim. Assim que eu pisei na passarela, isso fez toda a diferença. Eu consegui calar minhas inseguranças e meus medos, e driblei as minhas dificuldades mostrando que Kira Wainberg, a" canguru lutadora e musculosa" consegue encarar aquela aquela passarela com classe.

—Você foi perfeita, meu amor. —Julian disse me levantando no ar e me beijando. —Tenho novidades.

—Qual? —Perguntei animada.

—Eu ganhei o sorteio daquele hotel fazenda! Vamos comemorar!

Juliano participa de vários sorteios, e até então nunca havia ganhado nada mais valioso do que uma caneca com uma foto dele estampada.

Dessa vez, ele havia ganhado 2 dias de hospedagem em um hotel fazenda com tudo pago e com direito a acompanhante. Nós dois vamos viajar amanhã, então a comemoração com nossa família depois do desfile também seria uma pequena despedida.

O restaurante escolhido era incrível, mas não havia opções saudáveis no cardápio.

Pizzas, massas, salgados e sobremesas foram servidos e eu não recusei nenhum deles, afinal, eu havia desfilado lindamente, merecia uma recompensa.

Eu só não imaginava que me sentiria tão culpada por isso.

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