Alphas

נכתב על ידי Bad-Lady_Mih

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Sakura Haruno estava acostumada a se meter em encrenca - afinal, havia crescido em um orfanato -, porém, essa... עוד

Chapter 1 - Lemon in the eyes, claws on the arm
Chapter 2 - The darkness before dawn
Chapter 3 - Stay away from the forest
Chapter 4 - A knife in the heart
Chapter 5 - The green room
Chapter 6 - A bad idea
Chapter 7 - I wish they were Boy Scouts
Chapter 8 - The prey
Chapter 9 - One more item for the list
Chapter 10 - Perfection
Chapter 11 - The Witch of the North
Chapter 12 - Feared or respected?
Chapter 13 - The sheriff, the witch and the wolves
Chapter 14 - The cry of death
Chapter 15 - The perfect plan
Chapter 16 - Am I yours?
Chapter 17 - Hunters
Chapter 18 - Bodies in the forest
Chapter 19 - Challenge accepted
Chapter 20 - Almost Permanent Tattoo
Chapter 21 - Potions and weapons
Chapter 22 - A drop of blood
Chapter 23 - Magic words
Chapter 24 - Sleeping late
Chapter 25 - A show
Chapter 26 - Sense of Humor
Chapter 27 - A bloody stranger
Chapter 28 - Newton's third law
Chapter 29 - Cold as night
Chapter 30 - The shape of an alpha
Chapter 31 - From the inside out
Chapter 32 - Stay with me
Chapter 33 - Elves like wine
Chapter 34 - The Witch in White
Chapter 35 - The imposter
Chapter 36 - Akatsuki
Chapter 37 - A difficult decision
Chapter 38 - The way of the dead
Chapter 39 - The Legendaries
Chapter 40 - The wandering werewolf
Chapter 41 - Shadows lurking
Chapter 42 - The calm before the storm
Chapter 43 - Blood Runes
Chapter 44 - The color of death
Chapter 45 - Full Moon
Chapter 46 - Sharp Teeth
Chapter 47 - I'm Sorry
Chapter 48 - Blood Divide
Epilogue

Prologue

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נכתב על ידי Bad-Lady_Mih


Primeiro livro - Carnificina

Escrita por Bad-Lady


Sakura Haruno não era de se queixar.

Certo, isso era mentira. Ela se queixava de quase tudo, a maior parte do tempo. Porém, eram queixas bestas, como por exemplo seu chocolate ter acabado, ou a previsão do tempo não ter avisado que ia chover - não era como se ela realmente procurasse saber se ia ou não chover, porém, isso não vinha ao caso. Reclamava bastante também do Sasuke, o alfa babaca e gostoso que vivia em sua casa, junto com aquela alcateia dele. Reclamava do destino, reclamava de como todos os lobos comiam como desgraçados, mas nenhum se prontificava a lavar a louça, não sem ela mandar.

Sakura reclamava bastante, mas, dessa vez, a reclamação tinha um fundamento.

- Merda, merda, merda... - repetia a si mesma, enquanto corria.

Devia guardar folego, sabia disso, porém, não conseguia controlar as palavras que insistiam em sair da sua boca. E de qualquer modo, falar ou não, não ia fazer a menor diferença. Ele ouvia seus passos, os galhos quebrando em baixo dos seus pés, seu coração disparado e o cheiro do medo que saia dos seus poros, misturado com o suor que escorria pelo seu corpo.

Dessa vez, ela tinha o direito de reclamar.

Sua cabeça se virou para trás, e ela não viu nada.

Voltando sua atenção para frente, ela diminuiu a velocidade e passou por baixo de um tronco caído, parando no meio da floresta. Seus olhos verdes vagaram rapidamente pelo ambiente, procurando algum lugar para se esconder.

Por fim, sua atenção se voltou para um tronco caído.

Certo, aquilo com certeza era melhor do que nada.

Mais uma vez ela correu, contornando o tronco até perceber que se tratava de uma casca oca e grossa da árvore grande.

Sorte ou deusa da lua, ela agradeceu, puxando o ar com força.

Sakura engoliu o seco e tentou diminuir sua respiração e acalmar seu coração. Precisava se acalmar e fazer silêncio. Tinha sido idiota de entrar na floresta, sabia disso, mas ela realmente achou, por um segundo, que poderia ser a bruxa que deveria, que poderia salvar uma única vida.

Mas ela não podia, na verdade, fez exatamente o que a criatura queria: caiu como uma idiota na armadilha.

Mais uma vez ela respirou fundo, sabendo que precisava se acalmar. Sasuke estava vindo, ela sabia disso. Ele podia ser irritante e super protetor, mas ele prometeu. Ele disse que a protegeria.

Ele prometeu.

Fechando os olhos, ela controlou as lágrimas. Não ia chorar, a alcateia toda ia tirar sarro da sua cara quando a encontrasse aos prantos dentro de uma árvore.

Não ia chorar.

Ela engoliu o choro, e sentiu seu coração voltar a bater em um ritmo constante, e tentou pensar no que fazer. Ah, sim, suas opções pareciam maravilhosas: morrer ou morrer.

Maldita hora que saiu de casa.

O choro da morte soou mais uma vez, e Sakura fez uma careta.

- Vai se foder – sussurrou.

O presságio diminuiu, até se tornar algo possível de se ignorar. Certo, agora tinha que cuidar do problema principal: o que fazer?

A resposta era obvia. Sakura não tinha como lutar, não tinha como correr, então só restava ficar escondida, e em poucos minutos Sasuke chegaria.

Ele tinha que chegar.

Ela era sua, não era? Ele gostava de dizer isso em toda conversa que tinham, pela deusa, havia até a marca em seu pescoço, provando que pertenciam um ao outro. O alfa gostava de dar uma de macho possessivo e protetor, e por mais que fosse relativamente irritante, ele tinha prometido que iria protegê-la.

O Uchiha sempre mantinha suas promessas.

Um barulho de galho quebrando acompanhou um rosnado baixo, muito perto da onde ela estava. Não era ele. Sakura sabia que não era, mesmo sem ver, era como se todo o seu corpo lhe avisasse que ela estava em perigo.

Suas mãos foram até a boca, pra impedir o grito que se formava em sua garganta. Devia ter continuado correndo, mas seu pulmão queimava e suas pernas pareciam que iam desabar a cada passo.

Maldito sedentarismo.

Se sobrevivesse, iria para de ficar no sofá comendo e ia se exercitar. Certo, não ia fazer isso muito, mas com certeza uma vez por semana. Isso, uma vez por semana estaria bom.

Outro rosnado, dessa vez mais perto.

Ela mordeu o lábio inferior e esperou, mantendo as mãos pressionadas com força contra a boca. Podia tentar correr agora, mas não iria longe. Tinha conseguido uma pequena vantagem no começo, mas quais as chances de conseguir de novo?

Não tinha controle. Por mais que quisesse, não controlava.

Maldito poder idiota. Do que adiantava ser uma maldita bruxa se não conseguia nem mesmo se proteger? Como cuidaria do seu território se não tinha a menor capacidade de cuidar de si mesma?

Sakura era uma piada para as bruxas, isso sim.

Fechando os olhos, ela se encolheu, odiando a si mesma por ser tão fraca, tão burra. Mil poções em sua cozinha, e ela tinha feito o que? Corrido para a floresta, sem nem considerar que provavelmente acabaria com a cabeça arrancada.

Maldita fosse ela, e maldito fosse o errante.

Um trovão soou de longe, e um suspiro de alivio quase saiu por sua boca. Chuva. Naruto havia lhe dito que a chuva confunde o olfato dos lobos, por causa de todo o cheiro que a água liberava ao bater na terra e nas plantas. Junto com o barulho do trovão, talvez ela conseguisse outra vantagem.

Talvez conseguisse passar despercebida.

Talvez pudesse correr mais um pouco, só até a ajuda chegar. Mas com a chuva, a ajuda não chegaria, porque Sasuke também não conseguiria rastreá-la.

Ela ignorou esse pensamento.

Se era realmente dele, Sasuke a encontraria. Sakura nunca botou fé nesse negócio de destino, toda aquela baboseira que ele havia sido feito para ela, e ela para ele, predestinados pela própria deusa da lua, mas se a ligação realmente existia, essa seria a hora de provar, essa seria a hora, porque se ele não a encontrasse, ela estaria morta.

Morrer devia ser uma merda. Morrer para o errante era pior ainda.

Inferno de vida.

A chuva começou a cair, e os trovões ficaram mais altos, quase como se estivessem bem em cima da sua cabeça. Viu? Mais uma vez a previsão do tempo não falou sobre chuva.

Previsão idiota.

O barulho do rosnado sumiu, mas ela se manteve parada por mais alguns segundos. Já tinha visto filmes de terror de mais, e sabia que o assassino podia estar à espera dela sair do esconderijo para matá-la.

Não ia ser besta.

Devagar, ela tirou as mãos da boca, se sentindo mais calma. Tão calma quanto alguém podia ficar sabendo que estava sendo caçada.

Nunca mais ia entrar em uma floresta sozinha.

Nunca mais.

A chuva continuava caindo, e logo o cheiro de grama e terra molhada preencheu seu nariz. Só queria estar em casa, enrolada em uma coberta com seus bebes nos pés enquanto assistia uma série. Um chocolate quente cairia bem, acompanhado de um belo pedaço de bolo de chocolate.

Com a promessa de que faria isso mais tarde, ela se pôs a avaliar suas opções.

Chuva podia atrapalhar os sentidos, mas aquele era um alfa, não ia ficar confuso por muito tempo principalmente estando tão perto da onde ela estava. Sasuke podia estar há quilómetros de distância, isso se tivesse sentido sua falta. Até onde sabia, estava sozinha.

Precisava descobrir para onde o animal idiota tinha ido, e então correr na direção oposta. A chuva ia mascarar seu cheiro e os trovões seu barulho. Era isso, tinha que ser assim. Só precisava de dez segundos, dez segundos sem ele saber que ela corria, e então ficaria tudo bem.

Certo, provavelmente não.

Provavelmente o Uchiha encontraria sua cabeça separada do seu corpo, e ficaria puto porque ela não conseguiu obedecer uma coisa tão simples como ficar dentro de casa até eles voltarem.

Controlando o palavrão, Sakura mudou de posição devagar, tomando cuidado para não fazer barulho algum. Havia um pequeno buraco no casco, e ela colou o olho direito ali, tentando ver através da chuva forte que desabava dos céus.

Já era quase meia noite, mas apesar disso a lua iluminava o bastante, mais até do que deveria. Maldita lua cheia.

Ela piscou, e então focou sua visão em lugares específicos. Conseguia ver o caminho que havia feito há poucos minutos, e marcas de patas grandes na terra molhada. Franzindo a sobrancelha, ela tentou olhar melhor. Para aquelas marcas estarem ali, significava que ele havia andado de frente ao tronco depois que começou a chover. E a julgar pela profundidade, ou ele pisou ali várias vezes, ou era extremamente pesado.

Talvez ambos.

Engolindo o seco, ela se levantou um pouco, tentando encontrar qual caminho o lobisomem enorme havia feito. As patas levavam até o tronco, ao lado da onde ela se encontrava. Ele não havia passado para aquele lado, pois ela tinha uma bela visão do caminho. Então, onde ele estava?

Como se fosse para responder essa pergunta, Sakura ouviu um pequeno barulho se sobrepondo a chuva. Ela voltou a mesma posição e olho o buraco.

Um olho vermelho a encarava de volta.

Em cima.

Ele estava em cima.

Sufocando um grito, ela se afastou, ainda sendo observada por aquele olho. Tão parecido com o do Sasuke, mas com uma dose de crueldade sanguinária, como se estivesse muito satisfeito por ela estar ali.

Mesmo sem ver, ela podia jurar que ele sorria, mesmo sabendo que não era possível, não naquela forma monstruosa na qual se encontrava.

Sakura sentiu que ele a avaliava, de um modo estranho e bizarro, quase como se esperasse que ela saísse correndo e gritando, implorando misericórdia.

No máximo poderia correr e resmungar uns palavrões, mas não iria implorar, não daria esse gostinho a ele. Se fosse para morrer, seria do mesmo modo que sempre viveu: com um palavrão na ponta da língua.

Sustentando seu olhar, ela o desafiou.

- Vai se foder.

Ele respondeu o desafio cravado as garras na madeira, fazendo a mesma começar a se partir e lascas caírem em cima do jeans surrado.

Ótima ideia mandar um errante alfa se foder. O cara tinha passado dois meses na floresta, só pra poder arrancar sua cabeça, e ela o mandava se foder.

Sakura deu um impulso, batendo o ombro com toda a sua força contra o casco da árvore, onde o olho ainda a observava. Um gripo baixo escapou da sua garganta quando sentiu o ombro deslocando, mas valeu a pena, pois o tronco rolou e a fera rosnou.

Sakura saiu em disparada, precisando de apenas um segundo para recuperar o equilíbrio e correr.

Mais um trovão soou bem em cima da sua cabeça, e logo em seguida ela ouviu as patas e os rosnados, cada vez mais próximos.

- Porra... - resmungou, fazendo uma curva em uma árvore.

A lua parecia ter se escondido e a floresta estava escura demais para ela enxergar qualquer coisa a mais de dois metros.

Muito justo.

Ele já tinha todas as vantagens, precisava também disso?

Quase como em resposta, um clarão clareou o céu, bem a tempo de ela ver a raiz de uma árvore que com certeza a faria tropeçar. Sakura pulou ela, pressionando os lábios. Não sabia para onde estava indo, não tinha o menos senso de direção, não depois de tantas curvas, tentando atrasar o errante atrás de si.

Não sabia como estava indo tão rápido, ou como ele ainda não tinha lhe alcançado. Talvez estivesse brincando com ela, do mesmo modo que um gato brinca com uma barata. Ou talvez a floresta estaria te ajudando.

Podia ser uma combinação de ambos.

Sakura tentou se localizar. Precisava de um lugar seguro, mas lugar nenhum era seguro o bastante, não com ele lhe caçando. O únci lugar onde estaria realmente segura, era na sua casa, mas no momento não conseguia saber em qual direção ela estava.

Um raio roxo cortou o céu, uma, duas, três vezes seguidas. Na quarta ela observou, torcendo para não cair enquanto mantinha a cabeça erguida. O raio descia reto, mas a sua ponta fazia uma curva, formando um "L" ao contrário. Ele apareceu mais três vezes, na mesma posição.

Ela entendeu.

Sakura fez uma curva na mesma direção em que o raio apontava, e logo viu do que se tratava.

Um penhasco, não muito distante.

Tinha corrido tanto assim?

Se lembrava vagamente de ter ido até ali, logo nos seus primeiros dias na cidade. E se lembrava das rochas pontudas, que Gaara lhe garantiu que haviam causado a morte de todos que ousaram pular.

Ela não ia morrer.

Pelo menos esperava que não.

Se a natureza lhe mandava ir para lá, devia ter um motivo.

"Confie" disse a si mesma, com determinação.

Trincando os dentes, sentindo a chuva no rosto, ela correu o mais rápido que pode. As árvores acabaram ao seu lado, e ela estava em campo aberto, batendo os pés tão forte na grama que o impacto era sentido em todo seu corpo.

Sakura ouviu a criatura mais perto.

Certamente a floresta havia lhe ajudado, atrasando os passos do monstro e facilitando os dela. Mas aqui não havia como ajudar. Aqui era ela contra ele. Se tratava de velocidade, e ela, por mais que quisesse, não podia se comprar com um lobisomem alfa.

"Confie"

O vento bateu mais forte, e o barulho atrás dela se tornou um pouco mais distante. Um rosnado feroz fez seus pelos se arrepiarem, mas ela se recusou a olhar para trás.

Já quase podia ver a beira, quase podia sentir o gosto da água do mar. As rochas não lhe matariam, tinha que acreditar nisso. Suas opções eram bem claras: ou ela pulava, ou seria despedaçada e provavelmente teria sua cabeça arrancada.

E se fosse para escolher, preferia morrer para o mar violento do que para ele. Pelo menos bater contra as rochas seria uma morte rápida, indolor. Determinada, ignorou o braço latejando e as pernas doloridas. A queimação no pulmão estava quase insuportável, e suas costelas pareciam pressionar o coração.

Foda-se, não ia morrer para um lobisomem filho da puta.

Sakura se preparou para pular.

"Confie"

Antes que pudesse dar o salto, a criatura lhe alcançou. Ela deu um grito conforme caia, rolando pelo chão. Suas costas bateram com toda a força no chão, mas a grama pareceu ficar mais espessa, a impedindo de se machucar ainda mais.

Puxando o ar, ela tentou se levantar o mais rápido que podia, mas ele montou em cima dela, apoiando uma das patas gigantes em seu ombro.

Seu corpo congelou no lugar, enquanto observava aquela coisa na sua frente. Aquilo não era um lobisomem comum. O corpo quase não era coberto de pelo, a pele era negra e enrugada, como seus dedos ficavam quando passava muito tempo na água. O focinho era achatado, com narinas grandes, em fendas largas, os olhos vermelhos e irritados, mas o pior era a boca. A boca era larga, chegando quase as suas orelhas pontudas, os dentes escorriam sangue e saliva, com um cheiro podre de coisa morta. Ele era maior que o Sasuke, mesmo em sua forma de alfa, e era mais pesado.

As patas prenderam seus braços contra a grama, e ela ouviu quando as garras se enfiaram na terra úmida. A chuva ainda caia, mas ela não conseguia mais sentir a água tocar sua pele, pois o corpo da besta estava em cima de si, a cobrindo como uma tenda negra.

Sakura tentou se mexer, mas foi inútil.

Ele a mantinha imóvel. Ela sabia que o alfa podia quebrar todos os ossos dela apenas com o peso do corpo, mas, por algum motivo, ele usou só o bastante para ela não se mover.

O focinho se aproximou do seu rosto, e ela virou a cabeça, fechando os olhos com força. Sentiu gostas caírem nela, e seu estômago se embrulhou ao se dar conta que se trava de sangue e saliva, escorrendo pela pele nua do seu pescoço.

O alfa a cheirou, encostando o nariz molhado na curva da sua pele, no mesmo lugar que Sasuke havia lhe marcado. Sakura mordeu a boca, controlando o choro.

Não ia chorar.

Ele passou o focinho pelo pescoço, e desceu até quase entrar no seu decote.

Ela se debateu em resposta, o que só serviu para ele lhe prender ainda mais. Seu ombro estava latejando de forma constante, mas ela quase não sentia, não com o calor daquela coisa passando para ela, cobrindo cada centímetro do seu corpo.

O rosto do errante se afastou, e ela tomou coragem para lhe olhar.

Novamente tinha a impressão que ele sorria, e podia jurar que se estivesse em sua forma humana seria um sorriso cruel e sombrio. Tudo nele era cruel, tudo nele era simplesmente errado.

A boca se abriu um pouco mais, mostrando pedaços de carne ainda preso em seus dentes afiados. Sakura se lembrou do rosto contorcido em horror da garota morta e sentiu vontade de vomitar.

Maldito lobisomem.

Um rosnado escapou da besta, e Sakura ficou horrorizada ao se dar conta de que sabia o significado desse som em especifico. Era um som que o Sasuke fazia com uma frequência alarmante, principalmente quando estavam na cama.

Um som que pareceu de todas as formas possíveis errado aos seus ouvidos.

Minha.

O errante estava lhe declarando como dele.

Como se fosse uma maldita boneca que podia ser dada e tomada. Qual a porra do problema dos lobisomens?

Sakura rosnou em resposta, apenas por raiva. Um pedaço da carne humana se soltou das presas dele e caiu em sua bochecha, mas ela ignorou, decidida a não pensar que essa mesma carne estava a poucos minutos dentro do corpo de uma jovem viva e saudável.

O que caralhos ela fazia em uma floresta era um mistério.

O alfa rosnou de novo, passando a língua pelo o que ela supunha ser os lábios, se preparando para arrancar um grande e delicioso pedaço dela.

O céu brilhou, trovões mais altos do que nunca preencheram o ambiente, furiosos. As patas ficaram mais pesadas, e ela choramingou de dor. Sakura segurou as lagrimas ao perceber que morreria, e se perguntou quem ia cuidar dos seus tigres, quem ia mandar o Naruto e o Lee lavar a louça, ou colocar o Sasuke em seu devido lugar quando ele começasse a encher o saco.

Quem ia cuidar dos seus lobos? Tão grandes e ferozes, mas tão idiotas e brincalhões quanto crianças? Eles eram sua família, e ela ia morrer sem dizer a eles que os amava. Ela amava cada um daqueles lobisomens, daquela alcateia idiota que invadia sua cozinha todos os dias, que passava as noites assistindo séries e bebendo cerveja.

Dessa vez, as lágrimas escorreram pelo seu rosto, mas ela não se importou. Era a primeira vez que chorava desde que se lembrava, e seria a última. Finalmente tinha uma família que a amava, e isso era tudo o que sempre quis, por mais que nunca houvesse admitido.

Sakura observou os dentes afiados se aproximando da pele do seu pescoço, e engoliu o medo, afastando as lágrimas.

"Por favor, fiquem bem"  implorou em pensamento.

Então, os olhos verdes se fecharam.

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