— Você. É. Um. Idiota — as palavras saem firmes da minha boca quando Dylan me encarou sastisfeito a medida que desligava o celular. Não entendo o ódio que contém por mim.
Por isso dizem que quando as pessoas tem tudo na mão, costumam querer controlar tudo, so que eu não sou a porra de um controle. O meu destino não está nas suas mãos!
Queria entender alguns segundos atrás a insinuação dele, e esqueci completamente do egoísmo presente em cada célula do seu corpo. Enterro as unhas na palma da mão enquanto fixava o olhar naqueles olhos castanhos.
— Eu estou apenas lhe livrando de um sofrimento — inclinou o tronco para frente, chegando mais perto. Luto contra a vontade de socá-lo, poderia marcar todo o seu rosto por um tom vermelho e roxo ao mesmo tempo.
— Não quero que me livre de nada — os punhos agridem a mesa, causando um espanto nas outras pessoas — Vou embora! — perdi o apetite desde que enxerguei o verdadeiro motivo de me trazer. Dylan é cheio de informações, certamente sabia dos planos de Liam, e me trouxe aqui, causando uma visão distorcida dos fatos em Liam. Saio do lugar rápidamente, buscando o whatsapp da mamãe e passando a localização a ela.
Os dedos de Dylan agarram o meu braço e me vejo submetida a encará-lo. Não demora para o garoto notar o tremor dos meus lábios, e se questionar por isso. Fui tomada por uma onda de sentimentos, e as dores do passado me vinham à mente.
— Eu vou lhe deixar — diz num tom pacifico, como se não fosse aquele garoto que acabou de mostrar que é capaz de quase tudo apenas para me ver triste. Isso me dói muito, eu passei a metade da vida querendo impressioná-lo, e receber isso em troca. Mas que merda, por que não olhei antes os seus defeitos?
— Não quero ir com você — nego a cabeça, me soltando de suas mãos.
Os olhos castanhos se estreitam enquanto o peito é levantado para uma respiração profunda. Estou me desmanchando na frente dele, como um cubinho de gelo no deserto. As lágrimas iniciam a sua invasão nas bochechas, e as deixo serem livres.
— Por que está tão irritada por causa daquele babaca? Por que ò quer tanto, Emma? Mas que droga! — ele reclama angustiado, puxando os seus cabelos — Liam gosta da Morgan, por que deseja se machucar? O que Liam tem de interessante? E eu...
— Você sabia que ele iria me ligar? Sabia que ele me chamaria para sair? — cubro as suas perguntas com outras. O seu silêncio me deixa mais brava — Responde. Droga! — exclamo.
— Sim — diz, perdendo o brilho no olhar enquanto se aproximava e eu me distanciava.
— Você é muito sujo, Dylan — por que ele me fere tanto? — Por que tem que ser tão egoísta?
— Egoísta? — questiona surpreso como se fosse algo sem cabimento— Eu fiz isso tudo por você!
— Por mim? — gargalho sem alegria. Inacreditavel como esse garoto chega a ser ridículo — Quando lhe pedi isso?
— Como você é burra, Emma! — reclama, negando a cabeça. — Ele so vai lhe machucar...
— Não se pode machucar uma pessoa machucada — soluço enquanto vejo os seus olhos se cobrirem de lágrimas — Fui abandonada pelo meu proprio pai. E há anos eu venho sendo machucada pela pessoa que mais amei na vida, você acha que alguém pode me ferir mais ainda? — digo a pura verdade — Eu sou forte! E tudo o que vinher pela frente, será apenas o mínimo do que já passei. — Engulo o seco, tentando me recompor.
— Emma, não me veja assim...
— E respondendo a sua pergunta, é isso que eu vejo no Liam, uma luz no fim do túnel. Talvez não seja perfeito, talvez não pense em mim como desejaria, porém, ele fez mais do que qualquer outra pessoa em menos de um dia! Ele é a primavera, enquanto você é o inverno, a parte mais triste e sem cor da minha vida. — dou uma pausa, caçando mais palavras que estão prendidas — Foi Liam que me ouviu cantar, foi Liam que me elogiou. — respiro e noto o rosto vermelho de Dylan — Além disso, aquele dia no vestiário não me feriu tanto, até por que, não ò amo como amei você! Então, se não quiser me ver magoada, não fica por perto, por que você é o único capaz de fazer isso — acrescento.
Nunca fui tão dura e verdadeira com Dylan, embora ele precisasse desse choque há muito tempo.
Suspiro alto depois de falar tudo que queria. Realizo meia volta, mas a sua fala me impede.
— Aos oito anos eu prometi que cuidaria de você — a sua voz é trêmula.
O Dylan de oito anos é um doce! Era a pessoa mais legal do mundo, o qual me fez ficar apaixonada.
— Bem, deveria ter me avisado para manter distância.
Me viro e retorno o caminho na calçada enquanto Dylan sobe na moto e me acompanha devagar, até eu e minha mãe nos encontrarmos numa esquina e seguirmos para a nossa casa.
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O que vocês acharam????? Mds, eu me senti na pele da pobre Emma!!!
O que acharam da ação dela?
Aliás, solto mais um amanhã, se atingirmos a 1k de votos! Ent, votem florzinhas!