NOTA: Antes tarde do que nunca! Eu sei que vai fazer quase um ano que a gente não posta mas essa fic não morreu não! A gente pensa nela o tempo todo, só falta tempo para escrever mesmo kkkk, tem muita coisa boa vindo por ai (inclusive o nosso primeiro hot que vai ser Alyno!!). Muito obrigada por todas os comentários, eles que nos mantém incentivadas. Amo vocês e boa leitura <3
Como de costume, eu cheguei atrasada na escola. Dessa vez, foi proposital. Eu evitei a Alya - e todas as suas ligações - o domingo inteiro. Minha amiga me viu beijando o Luka na festa e queria que eu contasse tudo o que tinha acontecido desde que ela tinha saído da mesa. Mesmo que não tivesse tanto assim para comentar, eu ainda estou confusa demais e tentando processar os acontecimentos dos últimos dias. Sabia que no momento que eu pisasse na escola, a morena ia me encher de perguntas então me atrasei o suficiente para evitar isso e não levar uma advertência.
Tive que evitar ela durante os intervalos. E durante o recreio. Hoje nós temos aula à tarde e sabia que por mais que eu tentasse não tinha como evitar minha amiga durante o almoço - e eu estava certa.
- Agora você não me escapa! - Ayla falou alto enquanto sentava na minha frente, arrumando a sua bandeja de almoço - Nunca mais, e eu to falando nunca mais mesmo, você me ignore por quase dois dias! Eu sou sua melhor amiga caralho!
- Minha melhor amiga que não sabe quando maneirar! - eu respondi com um sorriso falso enquanto sussurrava. Ela suspirou vencida.
- Você tem um ponto... Mas mesmo não precisava me ignorar aqui na escola também!
- Desculpa por isso, é que eu ainda não me entendi com os meus sentimentos e falar pra você torna tudo muito... - eu disse meio desesperada.
- Muito real? - Ayla indagou, sabendo que estava certa. Eu concordei com a cabeça - Não tem problema Mari, é normal ficar insegura com um novo relacionamento.
- Mas é esse o ponto, eu não sei o que eu e o Luka estamos fazendo ou nos tornando. Às vezes acho que tá tudo acontecendo rápido demais...
- Qualquer coisa vai ser rápida se comparado com o seu "relacionamento" com um certo loiro ai. Porra Mari foram mais de três anos de enrolação sem você nunca falar pra ele dos seus sentimentos! - a morena falou sussurrando e com um olhar acusatório.
- Alya, você sabe muito bem que quando eu tomei coragem pra finalmente contar ele começou a namorar a Kyoko! - eu respondi no mesmo tom.
- E nem quando eles terminaram você tomou uma atitude! - eu cruzei os meus braços claramente irritada. A gente já tinha tido essa discussão mais de uma vez nos últimos anos e nunca levava a lugar nenhum - Tudo bem! Parei de falar sobre isso! Agora que você finalmente tá superando esse garoto eu não quero pôr tudo a perder.
- É isso que eu to tentando falar, eu não sei se eu superei o Adrien ainda...
- Você beijou o Luka! - Alya falou alto batendo na mesa.
- Shiiu! A escola toda não precisa saber disso! - eu falei com os olhos arregalados, olhando em volta pra ver se alguém tinha ouvido mas todos pareciam estar presos em seus próprios mundos.
- Desculpa! Agora vai para de me enrolar e começa a me contar o que aconteceu depois que eu saí! - a minha amiga falou enquanto se arrumava na cadeira.
- Tudo bem! Bom, na verdade não tem muito o que falar, nós conversamos, ele me puxou para dançar e então me beijou.
- Nananinanão! Eu fui ignorada dois dias por isso? Você me deve TODOS os detalhes, quando eu saí da mesa o Luka nem tava lá. - a morena falou com um tom acusatório. Como sempre, ela falava um pouco alto demais e eu sempre ficava com medo de outras pessoas ouvirem, mas ao mesmo tempo ninguém parecia particularmente interessado na nossa conversa.
- Tá bom! Se eu lembro direito, quando você saiu o Adrien ainda estava comigo. Ele me contou que foi o Luka que me tirou do palco quando eu desmaiei e foi ele que me levou até a enfermaria.
- Achei que você soubesse que tinha sido o azulado - Alya comentou.
- A última coisa que eu lembro antes de apagar é o Luka correndo em minha direção, mas como quando eu acordei o Adrien era o único na sala, tinha deduzido que foi ele a me levar até lá. Quando fui agradecê-lo, Adrien me contou - respondi.
Lembrei do que ele tinha falado. "É o que amigos fazem". Por anos, toda vez que eu ouvia o loiro me chamando de amiga, uma parte de mim se quebrava. Eu não queria ser só sua amiga, e por mais feliz que eu ficasse com a nossa amizade, sempre quis mais. Sempre precisei de mais.
Dessa vez foi diferente, não fique mal ou decepcionada. Acho que finalmente entendi o que Adrien sentia quando afirmava nossa amizade. Gratidão. Não importa o que já aconteceu ou o que pode vir acontecer, ele sempre vai estar lá. Meu amigo. "Amigos. É o que a gente faz".
- O Luka chegou me esmagando e depois disso não soltou mais minha mão. A gente conversou um pouco, depois dele ter feito eu comer mais meio quilo de comida, e ele me deu um sermão sobre saúde. Insisti que eu não fiz de propósito, só tinha esquecido de comer e tinha dormido pouco. Luka não acreditou muito e ficou falando que eu era linda e não tinha que mudar nada no meu corpo porque ele é perfeito.
- Uhmm... - Ayla me olhou com uma cara maliciosa. Revirei os olhos com um sorrisinho no rosto.
- Não é assim - "na realidade era assim mesmo", o olhar dele quando falava isso já não era de preocupação, mas Alya não precisava saber disso - Você quer que eu continue ou não?
- Desculpa! Não vou mais interromper - a amiga falou com os braços levantados, rendida.
- Pra tentar sair do tópico do meu desmaio, perguntei pra ele como que foi se apresentar pra tanta gente. Na hora que eu falei, seus olhos brilharam e Luka ficou todo animado contando sua experiência - quanto mais o garoto falava, mais eu me contagiava com a sua felicidade e cada segundo a gente se aproximava um pouco mais. Parecia que nada além de nós importava, nem a festa nem as centenas de pessoas ao nosso redor - Ficamos conversando sobre isso até eu ir procurar o banheiro e te encontrei caçando um akuma que não achamos.
Isso não era totalmente verdade. Estava ouvindo o Luka falar, quando olhei para a grande janela atrás do garoto e vi o akuma. Senti que podia desmaiar de novo. Fiquei tão focada no azulado que não percebi nenhum problema na festa. Pela posição do akuma, ele estava seguindo os sentimentos ruins de alguém no salão. Procurei com a cabeça e não vi nada fora do normal, o akuma não entrou no salão e ia para a direção do que achava ser a cozinha.
Levantei ainda focada na borboleta roxa e dei a desculpa que ia ao banheiro. Nem ouvi a resposta de Luka pois já estava longe. No caminho da cozinha, trombei com Ayla, também olhando para o akuma. A morena já começou a tagarelar sobre um possível akumatizado indo para a cozinha. "Merda Alya porque você tem que ser tão perceptiva, sempre acaba se metendo em confusão!". Eu disse que não tinha visto nada, falando que ela devia de estar imaginando coisa e tentei levar ela pra longe da influência do Hawk Moth, talvez conseguisse deixá-la presa no banheiro e correr para impedir o vilão. Alya não deixou e me empurrou pra dentro da cozinha.
Continuava tentando convencer a minha amiga a sair de lá, mas ao que parecia não tinha nada de estranho acontecendo. A morena perguntou para um ajudante se viu algo e ele disse que uma moça tinha passado correndo e um menino loiro - "Adrien!" - veio logo atrás chamando seu nome, os dois tinham ido para as escadas de emergência.
Lá dentro, não tinha como saber se o akuma estava indo naquela direção, mas era a melhor aposta. Alya foi na frente e eu ainda achava uma péssima ideia porque se algum dos dois já tinham sido akumatizados não teria como escapar da amiga para me transformar e seria praticamente impossível defender todas aquelas pessoas sozinha - Chat Noir nunca chegaria aqui tão rápido.
Estávamos chegando na porta da saída de emergência quando Alya trombou com Sophie. Ela e Adrien acabavam de sair das escadarias. Olhei para o loiro com um ponto de interrogação mas ele não percebeu. Dei a desculpa que procurávamos o banheiro e mesmo nenhum dos dois acreditando, Sophie guiou Alya para essa "resolver seus problemas de mulher". Eu fiquei parada na frente da cozinha com Adrien. Queria perguntar o que tinha acontecido e mais importante se o akuma tinha ido embora, mas não parecia que Sophie o tinha visto e não queria incomodar.
" Tá tudo bem?" perguntei na esperança de Adrien me entender. Amava ser Ladybug mas não hoje a noite. No início, ser a super-heroína de Paris era simplesmente certo, finalmente tinha achado meu lugar. Agora, ainda mais com o peso de ser a Guardiã, se tornou um fardo, algo que me sufoca constantemente. Odiava que os akumas atacassem quem eu amava e principalmente quando eu tinha que lutar contra eles, porque mesmo tendo todo esse poder nas minhas mãos, havia pouco que eu podia fazer para ajudá-los.
"Vai ficar, nada que ela não consiga resolver", Adrien respondeu com um sorriso no rosto, e involuntariamente eu correspondi. O loiro parecia ter entendido a verdadeira pergunta. Se o akuma realmente estivesse aqui pela Sophie, parecia que a situação estava sob controle e a mulher estava fora de perigo.
"Que bom" falei, e depois olhei sem pensar na direção de minha mesa. Luka estava lá olhando para os dois. 'Eu falei que ia ao banheiro!'. Falei alguma coisa para Adrien e sai correndo em direção ao azulado.
- Eu vi o akuma ta bom! A pessoa deve ter se acalmado e ele foi embora, mas eu não to maluca! - Ayla retrucou me apontando um dedo - Essa parte eu já sei, quando você me mandou pro banheiro escoltada pela Sophie como um bode expiatório.
- Ei, foi você que inventou de procurar o akuma e entrar onde não podia - respondi no mesmo tom.
- Eu quero saber do beijo, garota!
- Calma! Eu já to chegando nisso. Então, quando eu voltei pra mesa... - não consegui terminar porque um Nino muito afobado veio pra cima de minha amiga, a cobrindo de beijos, sentando em seu colo e a mesma começou a gritar para seu namorado sair de cima.
- Nino, caralho! - Alya exclamou, enquanto empurrava seu namorado para tirar ele de seu colo.
- Nossa amor, nem deu tempo de eu fazer nada de errado! - Nino falou com um biquinho triste - Sabe, as vezes você é muito má com seu pobre momozinho!
- Você sabe que eu odeio esse apelido breguíssimo! - a morena falou, ainda lutando contra o peso do menino - E eu não estou sendo má, você que atrapalhou a minha conversa com a Mari.
- Sem problemas, podem continuar conversando - Nino falou simplista, apoiando o cotovelo na mesa e colocando a cabeça sob o punho fechado. O silêncio reinou na mesa. Alya olhava feio para o namorado, enquanto esse pulava o olhar de mim para a morena - Então...? Que conversa chata vocês tavam tendo!
- Era uma conversa privada! - minha amiga respondeu - Amor, agora se você der licença...
- Alya não tem problema! Não precisa expulsar o Nino - interrompi a morena. Não era justo com o Nino ter que achar outro lugar pra ir comer só pra eu terminar de contar a história. Foi até bom, porque me dá mais tempo para tentar organizar meus sentimentos.
- Argh tudo bem! Ele fica! Mas eu ainda quer saber de tudo, então hoje, minha casa, depois da aula, nem pense em não ir! - Alya falou me apontando um dedo com uma cara muito séria. Eu concordei com a cabeça com medo de falar qualquer outra coisa que fosse fazer ela ficar mais brava.
- Legal! Agora, o que tem de bom pro almoço? - Nino falou, finalmente descendo do colo da namorada, mas ainda com um braço em torno dos ombros dela.
Nós comemos e depois fomos para a aula. A tarde geralmente era de educação física, então eu não podia ir para a casa da Alya sem pelo menos tomar um banho e trocar de roupa. Eu estou em forma por conta de todo exercício que vem como consequência de ser a Ladybug, mas as aulas de educação física do Colégio François-Dupont são piores que o treinamento do exército.
Cheguei em casa e meus pais estavam na padaria trabalhando, então subi direto para o banheiro. Separei a roupa que eu ia pôr depois, um shorts jeans e um moletom branco e vermelho de manga comprida, que por acaso foi a Alya que me deu no meu último aniversário. Entrei no chuveiro e me permiti apenas ficar sobre a água quente corrente por alguns momentos. E por alguns segundos, todos meus problemas se dissolveram e foram levados embora pela água. Não era mais Ladybug ou a Guardiã. Não tinha mais Hawk Moth, nem Adrien ou Luka.
"Merda! Foi eu pensar que o problema tinha sumido que eu lembrei que ele existia!". Comecei a lembrar do resto da minha noite, a parte que a Alya ainda não sabia.
"Quando eu percebi que o Luka tinha visto eu e Adrien juntos, corri de volta pra mesa com medo do azulado tirar a conclusão precipitada que eu larguei ele pra ir ficar com o loiro. Talvez eu já tivesse feito isso em algum momento, mas não naquele momento. Naquela noite, eu só queria ficar com o Luka.
Cheguei na mesa meio sem ar e já comecei a bombardear o mais velho com a minha falação desgovernada tentando explicar o que tinha acontecido: 'Luka, eu juro que eu tava indo no banheiro mas aí eu trombei com a Alya e ela me empurrou pra gente ir atrás de um akuma que ela achava que tinha visto aí a gente entrou na cozinha e depois o Adrien...' fui interrompida pelas mãos do mais velho no meu rosto. 'Mari, tá tudo bem, não precisa ficar nervosa. Você não ficou fora nem dez minutos. Promete não fugir mais de mim essa noite?', os olhos deles estavam tão intensos e não desviaram o olhar do meu nem por um segundo. Eu coloquei uma de minhas mãos sobre uma das dele. 'Prometo' respondi sorrindo para ele.
Nem deu tempo da gente sentar quando a música trocou drasticamente de eletrônica para uma música lenta. 'Essa música é linda, eu adoro ela' Luka comentou depois de tirar suas mãos do meu rosto mas ainda se mantendo muito perto de mim. Eu dei um passo para trás, ainda assim nós ainda estávamos bem perto. Luka me olhou confuso, mas antes que ele falasse alguma coisa, eu estiquei minha mão para ele e disse: 'Quer dançar comigo?'. O brilho no olhar do menino voltou quando ele pegou a minha mão de novo 'Eu adoraria dançar com você Marinette'.
Com um sorriso bobo estampado no meu rosto, me deixei ser guiada pelo azulado através do salão. Achamos um lugar num dos cantos da pista de dança. 'Acho que essa é uma boa hora para avisar que eu sou uma péssima dançarina. Tipo real, dois pés esquerdos'. Luka apenas sorriu e colocou minha mão em torno do seu pescoço e depois as mãos dele vieram para minha cintura, me trazendo para mais perto dele. 'Sem problemas, a gente pode só ficar aqui balançando no ritmo da música, o que você acha?' ele perguntou, apertando um pouco minha cintura. 'Perfeito' respondi. Ficamos em silêncio por um tempo. O corpo dele quente e firme junto ao meu, o perfume dele me envolvendo.
'Sabe Mari, eu realmente fiquei cego de preocupação com você hoje' Luka quebrou o silêncio e eu voltei a olhar para ele. 'E eu sei que você já falou que não deixou de comer de propósito, mas eu ainda fico receoso. Você é perfeita, em todos os sentidos possíveis. E seu corpo é simplesmente... wow. As coisas que eu faria com você se você fosse minha por inteiro' eu não soube como reagir a isso, fiquei corada demais, então simplesmente escondi meu rosto no ombro dele. 'Luka...' tentei falar alguma coisa mas não consegui pensar em nada. 'Desculpa falar assim Marinette mas eu to abrindo o jogo aqui. Eu quero você'
Fiquei sem reação, o azulado me chamou e eu voltei meu olhar para ele. Luka me encarava da mesma forma da noite da serenata e no camarim. Tinha fogo nos olhos dele. Isso mexia com coisas dentro de mim que eu nunca tinha sentido antes, me deixando inquieta e ansiosa pelo próximo passo dele. Seus dedos seguravam meu queixo. Eu já tinha me deixado levar e estava quase fechando os olhos. 'Posso?' Ele perguntou tão levemente enquanto se aproximava. Eu só consegui concordar com a cabeça.
E então aconteceu. Ele me beijou. Eu beijei ele. E foi maravilhoso"
Parei com meus devaneios assim que eu acabei de me arrumar. Desci para avisar meus pais que iria para a Alya e mandei uma mensagem pra minha amiga avisando que eu já estava indo.
Mal tinha chegado na casa dos Césaire's e a morena já me fez continuar a história da onde eu tinha parado. E eu contei quase tudo. Tive que deixar algumas partes mais específicas de fora - como por exemplo o que o Luka me falou antes de me beijar. Alya ficaria no mínimo uma hora surtando sobre isso e eu não estava nem um pouco a fim de ouvir isso, ainda mais quando eu mesma já estava surtando com toda essa situação desde quando aconteceu.
- Amiga você tem que fazer alguma coisa. O gostoso do Luka claramente te ama e você ainda fica pensando na loira oxigenada do tchan? - minha amiga disse enquanto trançava meu cabelo. Alya havia insistido, depois que eu terminei a história, em fazer algo diferente no meu cabelo porque, e isso é uma citação direta, "você sempre usa o mesmo penteado sem graça desde que a gente se conhece" - Uma hora dessas você podia tar pegando aquele pedaço de mal caminho! Eu tenho certeza que ele é grande...
- Alya! - eu disse numa oitava mais alta do que eu geralmente falo.
- Vai me dizer que você nunca pensou nisso? - ela perguntou num tom inquisidor.
- Quer dizer, naquele dia no camarim ele tava com uma cueca branca que não escondia muita coisa... - respondi meio sem graça. Não ia admitir pra Alya mas desde aquele dia eu pensava constantemente sobre o que eu vi e senti.
- MARINETTE DUPAIN-CHENG COMO ASSIM VOCÊ NÃO ME CONTOU ISSO ANTES? - minha amiga gritou dando vários tapinhas nas minhas costas.
- Desculpa! Eu não achei que era tão importante assim! A gente já tinha coisas demais acontecendo naquele dia.
- Tudo bem, mas a próxima vez que você ficar com ele eu quero TODOS os detalhes logo depois que acontecer! Se não, a gente acaba aqui. - Alya disse cruzando os braços. Eu me virei pra ela.
- Eu nem sei se vai ter próxima vez. O Luka tem me ligado e mandado mensagens esses dias mas eu ignorei todas categoricamente, não tô pronta pra falar com ele. Eu ainda gosto do Adrien e por mais que eu me sinta atraída pelo Luka eu não sei se os meus sentimentos por ele são reais o bastante para me fazer esquecer o cara que eu to perdidamente apaixonada a anos.
- Ai que está Mari, como você vai saber se o que você sente pelo Luka é real se você não der uma chance pra ele? Você deu incontáveis chances pro Adrien, o mínimo que você deve ao Luka é uma tentativa.
- Eu odeio quando você tem razão - eu disse depois de um longo suspiro. Alya sorriu vitoriosa e veio me abraçar.
- Para sua infelicidade eu to quase sempre certa - a gente se afastou novamente - Então tá decidido, da próxima vez que ele te ligar ou te mandar mensagem você vai resp...
Alya foi interrompida pelo som da campainha tocando. Nós duas nos olhamos confusas. Eu já estava lá fazia mais de uma hora e já estava anoitecendo. Achei que ia ser só nós duas pra minha amiga finalmente saber tudo o que aconteceu na festa.
- Você tá esperando mais alguém? - perguntei enquanto levantava. Alya fez o mesmo.
- Não, ninguém. Meus pais levaram as gêmeas ao cinema e minha irmã está numa competição em outra cidade - minha amiga respondeu.
Nós fomos em direção a porta. A campainha tocou de novo. Alya finalmente abriu a porta.
- Nino? - a morena disse surpresa - O que você tá fazendo aqui.
- Como assim amor? A gente tinha combinado lembra? - o menino respondeu sem perder a animação de sempre.
- A única pessoa que eu combinei de vir aqui hoje foi a Mari.
- Amor, acho que você precisa ver a sua memória. A gente marcou hoje no almoço! Você chamou pra vir na sua casa depois da aula então a gente veio! - Nino falou.
- Nino, caralho! Era um convite só pra Marinette, para nós duas conseguimos terminar a conversa que você atrapalhou! - Alya falou tão brava que o menino até recuou um pouco, seu olhar pedindo desculpas pra namorada.
- Pera... Nino você falou 'a gente'? - perguntei, mas antes que ele pudesse responder, uma cabeça loira apareceu na porta com o celular perto do ouvido.
- Tá bom, obrigado Nathalie - ele desligou e guardou o celular no bolso - Oi meninas, tudo bem? Alya muito obrigado por me chamar hoje!
- Eu trouxe o Adrien também! - Nino falou, ele não percebeu o olhar fulminante da Alya sobre ele - Essa noite vai ser divertida!