Sangue de um imortal (Solange...

De Garota_Do_Oculos

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Gaia voltou para seu sono , e a frágil paz tomou conta dos acampamentos. Mesmo assim, o rastro de sangue que... Mais

Piloto.
Espadas sujas de sangue.
Cordeiros para o abate.
Lealdade ao império.
Espelhos embaçados
Ponto de ignição
Não culpe as crianças.
Todos esses olhos azuis.
Todas as nossas cores.
O lobo em seus olhos.
Conto de fadas.
Quarto do pânico.

Em meu sangue e ossos.

201 14 7
De Garota_Do_Oculos

"Eu disse que tudo bem, sim
Um dia ele vai ser um bom dia, com certeza
Você não estará sozinho para sempre
Eu estarei ao seu lado, nós estaremos bem"


P.O.V
Nico Di Angelo

Ao longo da minha vida, eu já passei por muita coisa mesmo ainda sendo tão novo. E por ser tão novo, os outros nunca entendem o que eu sinto e sempre suavizam meus sentimentos,ou imaginam que eu devo me esquecer fácil das coisas. Mas nunca me esqueço, e talvez por isso vivo preso no passado. Alguns dizem que é ruim, que eu não devo guardar rancor e viver em um tempo que já acabou.

Eu não sei oque acho sobre isso ainda, a tanta coisa que eu não entendo. Mas não acho que devo esquecer meu passado, por mais cruel que ele seja. Posso ter perdoado Percy e entendido que não foi culpa dele a morte de Bianca. Mas o passado me ensinou que o Jackson não é invencível e que eu não devo confiar a vida de alguém a ele,ou a qualquer outra pessoa.

Posso até estar me dando bem com Hades agora, mas o passado existe para me lembrar que ele ainda é o mesmo Deus que preferia minha morte a de Bianca. Eu não posso confiar nele. Nem em Percy. Ou Annabeth, Piper, Leo, Frank...

Somos amigos? Eu ajudei eles. Não quero que eles morram. Mas não somos amigos ou próximos. A o Jason, quão próximo somos? Ele me entendeu. Estendeu a mão quando eu estava prestes a perder o que me restava de luz, Jason me deu esperança e proteção. Ele é como Hazel, um irmão.

Tem também o Will. Will Solace. As sensações que sinto perto dele...e longe também, mesmo aqui em roma estou pensando em seu sorriso e covinhas. No quanto eu quero voltar e dizer sim, eu gostaria de sair com ele. O que faríamos?
Eu não sei, não tenho ideia. Mas ele pode me ensinar. O conheço há tão pouco tempo, e já o adoro tanto. Se Jason me deu luz, Will me fez sentir estar nela. Tão claro e iluminado com o seu sorriso, quero ser alguém melhor com ele. Quero deixar ele entrar em minha vida, eu sei que ele não vai me machucar. Mas eu ainda tenho medo. Então, por enquanto não vou mergulhar tão fundo em seus olhos brilhantes. Ele seria capaz de me esperar?
Eu espero que sim.

E tem também a Reyna. Ela não me deu luz, não me fez sentir borboletas. Ela abraçou minha escuridão e me fez ver que tudo bem ter um pouco de trevas por dentro, ninguém vive apenas de luz.
Reyna mergulhou comigo em minhas sombras e me deixou ver as suas próprias, e eu entendi tudo com isso. Os heróis mais incríveis, tem as sombras mais escuras. Reyna é a prova disso. Mas não foi só isso, com ela eu aprendi a controlar esse lado e mostrar para ele que eu assumo o controle. Que as sombras são fortes mas eu sou mais.

Queria ter entendido isso antes. Quando minha irmã morreu eu deixei o ódio e magoa me consumir. Fiz coisas horríveis. Disse coisas terríveis. Mas agora eu entendo, e aprendi muito com isso.

Outra coisa que aprendi no passado,é a sensação de perder alguém. Não apenas em morte, mas em vida. A pessoa vai se esvaindo e se destruindo aos poucos. E eu vejo isso em Reyna.

Ela não está bem. Não está tudo okay.
Quero que ela fique bem. Gostaria de abraçar ela, mas não sei se posso.
Eu acho que ela precisa disso. Tanto quanto eu.

Isso é um saco. Quero olhar nos olhos de Reyna, tão profundos e escuros como o céu sem lua e estrelas e dizer a ela " Vai ficar tudo bem. Você não está sozinha."

Mais em vez disso, Reyna é quem olha em meus olhos quebrados como vidro e diz " Está tudo bem. Você não está sozinho."

Como posso ser útil e ajudar ela, quando é ela quem está me reconstruindo?

Respiro fundo, eu não sei oque fazer. Quero aproveitar essa paz, para encontrar a paz em mim mesmo. Não quero mais ser o garoto estranho, filho de hades.
Reyna disse que o quarto sobrando na casa deveria ser de Frank,mas o mesmo insistiu em permanecer em seu antigo e atual dormitório. Ela me disse que posso ficar com ele e vim quando eu quiser, não preciso ligar antes. Isso é bom.

Faz eu me sentir acolhido. É diferente de quando estou com Will, que também faz eu me sentir bem. Quero me rodear da energia que ambos trazem, mesmo que de forma tão oposta e diferente. Também desejo ver o Jason e Hazel.

Observo o quarto, é normal. O estilo romano está em tudo, até na forma que a cama está feita. Tiro o anel de caveira do dedo, o colocando na cômoda e retirei também a espada de ferro esticável presa a minha cintura.

Coloco a jaqueta em uma cadeira ao lado de uma mesinha e me jogo na cama. É macia, e o travesseiro cheira a lavanda. Reyna mantem limpo mesmo sabendo que é provável que ninguém os use? É o tipo de coisa que ela faria.

Ela provavelmente não comeu nada o dia todo. Não posso realmente julgar, se não fosse Will eu mal sairia do chalé. Mas vou lembrar de comer algo amanhã, e tirar um tempo dos deveres. Não quero que ela quebre. E ela parece prestes a quebrar, e quando ela o fizer não sei se dá para realmente a concertar.

Balanço a cabeça, vai ficar tudo bem. Não vou deixar ela quebrar. Suspiro me virando na cama, fingindo dormir para no fim conseguir dormir. Exceto que, ao fechar os olhos me lembro de Will. O'Que ele deve estar fazendo?

Meus pensamentos vagam para as inúmeras opções de como teria sido se eu não tivesse fugido, e a última coisa que penso antes de adormecer é que quando eu voltar terei um encontro.

Acordo, não tem sol entrando pela janela, as cortinas estão bem fechadas. Também não há ruído,nem despertador. Sem bater nas pálpebras, é apenas automático meu despertar.

Me sento na cama, estico os braços escutando os ossos estalarem. Estico a mão para pegar meu anel e me surpreendo ao ver um bilhete. Pego o
mesmo, a letra de Reyna em uma
caligrafia perfeita escrita em latim.
Graças a todo o tempo que fiquei em Nova roma, sou fluente na língua.

"Ei Di Angelo.
Tive um imprevisto de última hora, sai mais cedo. Fique à vontade, se quiser me encontre no senado. Deixei uma escova nova na pia do banheiro, e espero que goste de croissant.
Bom dia.
-Reyna."

Guardo o bilhete no bolso da calça, me dirigindo ao banheiro. Observo a casa mais detalhadamente agora, e por curiosidade passo o dedo sob um quadro no corredor, se não me engano é o retrato de algum grande imperador de roma antiga. Nem um grão de poeira.

Reyna às vezes é assustadora.

Faço minhas higienes matinais, e uma anotação mental de agradecer Reyna pela escova de dente preta.

Desço correndo as escadas,sendo surpreendido por um cheiro doce. Ando até a cozinha, e vejo um prato com croissant e um copo de cappuccino. Estranhamente sinto algo em mim se aquecer, é um sentimento novo e ao mesmo tempo antigo. Tenho vontade de chorar, e ao mesmo tempo sorrir. Isso é tão surreal.

É a mesma coisa que sentia com Bianca. Quando ela cuidava de mim, sentia o mesmo . Aquele calor e cuidado que a anos busco para me lembrar de Bianca,o encontro. Uma onda de saudade e nostalgia me atinge, enquanto me sento na cadeira.

Enxugo meus olhos, impedindo as lágrimas de caírem antes de começar a comer.

Andando pelas ruas do acampamento me surpreendo com a reforma, tirando alguns estilhaços e pedaços de construção quebrada não dá para dizer que houve uma guerra. Está nublado, e isso é ironicamente agradável. É assim que o acampamento está. Nublado, os legionários marcham em direção a seus afazeres matinais, os rostos sérios. Com a exceção de dois ou três legionários que conversam baixam enquanto caminho, analisando uma espada.

Olho para baixo, isso faz meu cabelo cair sob meus olhos. Está bem grande, passando dos ombros. Talvez seja hora de o cortar. Olho no canto de uma esquina um metal brilhante, e vou até o mesmo. Está soterrado, então chuto a terra para o lado revelando uma adaga. Tem sangue seco agarrado ao cabo e licor dourado na lâmina. Uma aura de morte a rodeia, o dono não está mais aqui. Mordo os lábios com força,isso é um saco.

Enterro a adaga de novo. que o semideus descanse em paz. Me viro, e então penso de novo. Isso não parece certo. Com um suspiro desenterrou a adaga,pegando a mesma. Volto a caminhar para o senado. A arma de um semideus que dera a vida pelo acampamento não merece ser simplesmente esquecida e enterrada.

Vejo Hazel e Frank saindo do senado, e ando em direção a eles. Hazel sorri ao me ver, e Frank dá um sorriso tímido e pequeno. O filho de Marte parece envergonhado sempre que me vê. Aceno com a mão.

-Nico!! Você está aqui!- Hazel diz, a empolgação quase palpável no ar. Ela estica os braços para me abraçar, e então os recolhe sem saber se deve. Isso faz algo em mim doer, ela não sabe se deve me tocar. Não quero que isso seja assim.
Então, a surpreendendo abraço a mesma.

-É Hazel, resolvi vim ver como estão as coisas por aqui.- Falo após nos separar, ela não precisa saber exatamente o'que me levou aqui. -Como vocês estão?

- Está tudo bem por aqui, as reformas já estão quase completas e os negócios entre os acampamentos já estão praticamente prontos! - Hazel fala animada, seus olhos cor de ouro brilhando como a pedra preciosa.-Logo logo já vai ser oficial a paz entre os acampamentos, e a circulação entre eles será algo comum.

-É, Reyna resolveu tudo com o senado de forma impressionante...- Frank diz, olhando para trás sob os ombros para o senado. O tom de sua voz é uma mistura de admiração e surpresa.- ..ela nem precisou de ajuda. Os convenceu quase sozinha.

Eu entendo como Frank se sente. É difícil ajudar a latina, por que ela tem sempre essa necessidade de resolver tudo sozinha e na maioria das vezes ela o faz. Isso não é bom, se sobrecarrega demais e deixa os outros sem saber o que fazer.

-Tenho certeza que você se saiu bem também. - Começo sem realmente acreditar que estou tentando confortar o namorado de Hazel,. - Reyna é um pouco...complicada, mas sem dúvidas está grata por sua ajuda. -termino, com cuidado ao escolher as palavras.

Frank está tão surpreso quanto ele, me pergunto se é assim tão difícil me imaginar como alguém gentil. - Obrigado Nico, espero que você tenha razão.- ele me dá um sorriso sincero de alívio, ao que parece resolveu se agarrar em minhas palavras.

-Bom, Reyna ainda está no senado, não é?- perguntou, de repente me sentindo tímido.

-está sim. Alguns legionários ficaram para tirar algumas questões em particular..

É Hazel quem responde, me despeço de ambos e caminho para o senado. Os outros me ignoram ou apenas acenam em um comprimento educado. Prefiro que me ignorem. Felizmente ninguém impediu minha entrada, e sem problemas chegou na sala de reunião, me escorou na porta e cruzo os braços,para ver a cena que se desenrola a frente.

Reyna tem as mãos espalmadas na mesa, o corpo em uma postura séria e rígida. Os olhos negros queimam um semideus azarado, que esta de costa para mim e em frente a ela. Aqueles olhos em chamas...um arrepio percorre minha espinha, mesmo não sendo para mim que ela está olhando.

-Te-Tem razão Pretora- o garoto que de costas dou para ele uns 17 anos gagueja

-Peço desculpas. - Ele se abaixa respeitosamente antes de se virar e tropeçar para fora da sala o mais rápido possível, ele quase trombou em mim no caminho.

-Pretora. Estressada?

-Di Angelo. Não sabe o quanto Reyna diz suspirando, ela fecha os olhos e coloca algumas mexas de cabelo atrás da orelha.
Reyna parece mais velha do que é, as marcas de cansaço em seu rosto e postura. Por que ela se esforça tanto?

-Devia tirar uma folga não acha?

Ela olha para mim como se fosse uma ideia absurda, faz parecer que perguntei algo como " Por que não vandaliza o templo de Júpiter?".
E então, está rindo com deboche. Pretora, nunca imaginei você zombando de algo.

-Oh Deuses você está falando sério? Nico não posso. - Ela responde por fim, ao ver que não mudei minha expressão.

-E por que não? Está se esforçando demais. -continuou, disposto a mudar sua ideia. Uma luta quase vencida pela morena de altura considerável

-Se por algum acaso eu tirasse, uma folga..- a latina começa, e de repente me sinto um cervo nos faróis. Descruzo os braços, finalmente descendo das portas e dando alguns passos hesitantes para trás. - Você iria comigo? Talvez me apresentar seu namorado.

Eu sabia que ela daria um jeito de me fazer desistir de a convencer a tirar folga.
Will e Reyna juntos? A latina perto dele sabendo de meus sentimentos?
Aquele brilho em seus olhos me diz que é uma péssima ideia. Não depois dessa clara ameaça a mim. Pense em algo para responder Di Angelo, não a deixe ganhar.

-Não, é claro que não. Tava pensando em talvez te mandar para longe de acampamentos, como...para as Amazonas.

Noto como os olhos da pretora perderam um pouco o brilho brincalhão, a expressão se fechando levemente.

-Sua irmã...está bem?

-Eu não sei. -Ela diz, suspirando. - Mandei Aurum e Argentum atrás dela, mas eles ainda não retornaram.

-Então talvez você devesse mesmo ir. - Falo olhando para o chão, meus all star surrados me parecem divertidos. - ir ver como ela está.

Eu espero que Hylla esteja bem. Reyna não precisa experimentar mais uma perda.
Após alguns minutos de silêncio, ergo o rosto. Os olhos dela estão desfocados, sei que está considerando ir.

-E sabe, você não tem que ir sozinha. - Acrescento, me sentindo tímido. -Não está sozinha.

E então, algo raro que nunca imaginei presenciar surge em minha frente. Reyna está sorrindo, um sorriso de verdade. Expõe uma fileira de dentes perfeitos, um sorriso bonito. Ela parece contente em ouvir isso.

-Vou pensar Di Angelo. Você e Will poderiam ir comigo. - Ela diz levantando as sobrancelhas e sinto meu rosto esquentar.

-De forma alguma. - Digo rápido, e mudo de assunto. -Oque aquele semideus queria?

-Nada de mais. - Ela responde dando de ombros. - Ele e um grupo de legionários, não é a favor da paz com os gregos. Queriam uma guerra, acabar com eles.

Isso é o nada de mais dela?

-E isso não é preocupante?

-Por que seria? - Ela parece alheia aos fatos.

-Roma não é conhecida por suas revoltas? E se tentarem mesmo assim?

-Teriam que passar por mim e convencer o senado, eles não tem minha permissão para tal coisa.

-E...se matarem você? Isso já ocorreu antes não é ? - Pergunto, milhares de cenários violentos se passando por minha mente. Logo agora, eu pensei que finalmente poderíamos ter paz...

-Eles podem tentar.

Não soa arrogante, ou convencido. Ela diz isso com naturalidade, como se matar ela não fosse algo que eles seriam capazes de fazer. Me irrito, mas escondo isso. Esse descuido todo, ela realmente não está levando isso a sério?

-Depois que me matassem, teriam que matar Frank também, ele nunca apoiaria a ideia de atacar os gregos. E então, o senado vai se voltar contra esse grupo, e se o senado não fizer, os próprios romanos farão. Até podem aceitar a morte de um pretor, mais dois? Em tão curto espaço de tempo? - Ela explica calmamente, terminando de organizar uma pilha de papéis.

-Entende que seria idiota tentar dar um golpe agora? Mesmo que me matem, todos iriam contra eles. Não iram fazer nada, então não se preocupe Nico, está tudo bem. Tem um lugar que quero te mostrar, vem comigo.

Ela diz, saindo da sala de reuniões. Sigo atrás, um pouco atordoado e confuso. Eu entendi errado, ela nao quis dizer "Eles podem tentar me matar."

Oque realmente foi dito..."Eles podem me matar e tentar derrubar os gregos."

Então, para ela está tudo bem a matarem contanto que os acampamentos permaneçam unidos? Balanço a cabeça, não preciso pensar nisso por hora. Eles não seriam estúpidos, como Reyna falou.

O Jardim de Baco é realmente lindo.
Fomos até lá, embora eu tenha passado bastante tempo em Nova Roma, nunca visitei os pontos mais lindos dela. Reyna me levou para ver o jardim, com suas estátuas e flores, o lugar é encantador. Também passamos pelas cafeterias e ela me fez beber o melhor chocolate quente que já provei na vida. Fomos à extensa biblioteca e a outros lugares
incríveis. Eu gostei de não ter tido nenhum imprevisto que precisou dela, não teve nada da pretora ali. Foi apenas Reyna.

No fim do dia, ela me disse "Agora que conhece a cidade e o acampamento que mesmo morando durante anos, não tinha ideia nenhuma dos lugares, pode apresentá-lo ao Will Solace quando vierem aqui."

Eu corei em tons diferentes de vermelho, e subi para meu quarto o mais rápido que pude. Céus, ela é terrível quando quer. Embora o pensamento de apresentar cada pedacinho de Nova Roma para Will me envie borboletas no estômago, uma sensação quente e gostosa sendo bombeado do meu coração para cada ponto vital.

Comemos hambúrgueres e batatas fritas vendo filmes antigos. Ela reclamou da comida, que era apenas gordura e faria mal para a saúde, depois reclamou dos filmes dizendo que eram relíquias de tão antigas. São filmes da minha época! Eu amava ver eles, e continuam bons.

E eu vou fingir que não a vi enxugando os olhos no final do segundo filme.

Agora, estou sentado no fundo da casa dos pretores. O almoço foi a pouco tempo, o sol do início da tarde está tímido no céu nublado. Reyna foi pegar uns papéis que precisam da assinatura de Frank, acho que é o tratado oficial da paz. Ela planeja fazer os membros do senado assinarem a tardinha.

No fundo da casa, tem um pequeno jardim planejado. Aurum e Argentum me fazem companhia, estou jogando uma bolinha e eles competem para ver quem consegue trazer mais rápido. Vou voltar ao acampamento grego amanhã.

O pensamento me deixa ansioso,verei Will. Suspiro, pensando em seu rosto cheio de sardas fofas. E no sorriso brilhante e perolado que ele tem. O azul de seus olhos é tão cristalino. Sua voz é tão bonita e doce, um tanto brincalhona.
Tenho vontade de gritar de forma histérica e apertar alguma coisa fofa,para ver se esse sentimento gostoso diminui de intensidade.

Em vez disso, jogo a bolinha de novo com força, e vejo o galgo de prata a pegar ainda no ar. Rio, e então algo clica em minha mente.

Reyna não mandou eles atrás de Hylla?

O'Que eles estão fazendo aqui? Eu os vi chegar, e então os chamei. Eles abanaram o rabo contentes e correram até mim, depois disso começamos a brincar. Eles e eu esquecemos o objetivo. Meu Zeus.

-Sua dona vai ficar tão brava..-Comento e vejo que ambos levantam as orelhas metálicas, os rabos se abaixando na hora. Me encaram como se dissesse;

"Nico, meus Deuses... e agora?

Me levanto, e subo as escadas a passos leves e curtos, eles me seguem encolhidos e atrás. Me sinto uma criança que quebrou o vaso favorito da mãe jogando bola e agora tem que contar.

Topo com Reyna no corredor, fechando a porta do escritório e com um papel enrolado na mão. Parece curiosa ao me ver e depois olhar para os cães, que se encolhem. Não com medo, mais tímidos.

Ela levanta uma sobrancelha para mim, a mão na cintura. E mesmo com um ar brincalhão nos olhos, sei que está ansiosa para ver a carta que os cães trouxeram o mais rápido possível.

-Olha o que encontrei,estavam brincando! - Falo sorrindo de lado,minha melhor atuação.

Vejo os cães me olharem e apontarem sua cara metálica e canina de indignação.
Reyna riu,murmurando um "nao acredito", se agachando me seguida para ler a carta.
O rosto dela mudou para uma expressão mais dura, observo as grossas sobrancelhas se franzem,um vinco entre sua testa.

-O que aconteceu? -Pergunto com pesar.

-Ela não respondeu. É a mesma carta que eu enviei. - A voz dela está distante, os olhos fixos na carta.

Me aproximo, quando batidas se fazem presentes na porta. Lá embaixo, elas se repetem de forma rápida e ansiosa. Reyna suspira, e eu me adianto.

-Deixa que eu atendo!

Não deu tempo para ela responder, desço os degraus correndo, deslizando até a porta. Abro a mesma, e um punho bronzeado e com sardas quase acertou meu rosto.

-Nico!

-Will!

Solace está sorrindo, e seus olhos brilham como o céu. Perco a capacidade de enviar o ar para meus pulmões, fazendo o oxigênio parar de circular em meu sangue. Absorve sua presença calorosa, as sardas fofas nas bochechas, as íris azuis de diferentes tonalidades, e o sorriso perolado. Então, reparo que ele tem um band-aid no nariz, os cabelos estão desarrumados e com algumas folhas. A camiseta laranja está amarrotada, e a bermuda jeans rasgada. Will tem apenas um tênis no pé.

-Yeah Di Angelo, virou pretor foi?. - A voz embrulhada de sarcasmo de Thalia grace para minha análise.

Olho por cima dos ombros de Will, e a caçadora de artemis está em estado tão selvagem quanto o filho de Apolo.

Estou feliz por ver Will.
Mas sinto em meu sangue e ossos , agarrado a cada fibra do meu corpo, que vou odiar o motivo deles terem vindo.


Hey!
Muita obrigada por ler até aqui, e gostaria de agradecer os comentários e ☆

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