SWEET EPIPHANY | Bucky Barnes...

DixBarchester tarafından

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A cultura define Epifania como "revelação ou entendimento repentino", um segundo de clareza mental onde, de r... Daha Fazla

★☆ INTRO ☆★
★☆ MÍDIA ☆★
00 • WORLD OF HEROES
01 • STORMY EYES
02 • EPIPHANIC CERTAINTIES
03 • LITTLE BRIDGES
04 • LITTLE FLIRTING
05 • TRUST ISSUES
06 • COMFORT ZONE
07 • WAR ZONE
08 • TRUTHS THAT HURT
09 • WELCOME TO MADRIPOOR
10 • CHAOS IN MADRIPOOR
11 • BEAUTIFUL MESS
12 • KILLING ME SOFTLY
13 • GOODBYE MADRIPOOR
14 • SAVE SPACE
15 • CIRCUS OF FRENEMIES
16 • THE FLAG SMASHERS
17 • LONG NIGHT
19 • THE FORGE
20 • HEALING TIME
21 • ROAD OF HAPPINESS
22 • BACK TO NEW YORK
23 • THE WORST DAY...¹
24 • THE WORST DAY...²
25 • THE FORGE PRISONERS
26 • THE GREAT TRAP
27 • THE GREAT EPIPHANY
28 • READY FOR COMBAT
29 • BITTERSWEET ENDING
30 • SWEETEST FAMILY - Epilogue

18 • LITTLE LOVE BUBBLE

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DixBarchester tarafından

Hello pessoas maravilhosas que sempre aparecem por aqui! Cheguei para a nossa atualização quinzenal, e já aviso que não tem Emma hoje pra ninguém se estressar kkkkk 

Na mídia tem uma sugestão de música (Falling For You - The 1975) que vocês podem ou não ouvir junto com uma parte especifica do capitulo, eu vou deixar marcado o ponto exato do texto pra dar play com um ♪, mas é opcional. 

Boa Leitura! 


A vida de Bucky Barnes tinha sido uma sucessão de coisas extraordinárias, estranhas e assustadoras, não necessariamente nessa ordem. Ele vivera muito mais que a maioria, tanto em anos, quanto em eventos memoráveis, ainda assim, quando se tratava de Makayla Devinne tudo parecia... diferente. Mais intenso talvez.

Quer dizer, para um homem de mais de cem anos, aquele tempo que conhecia a garota era nada, apenas um grão de areia na ampulheta da vida... ainda assim, quando se tratava dos sentimentos que nutria por ela... nem todos os grãos de areia da praia ou estrelas no céu seriam o bastante para uma medida aproximada...

E como era possível?

Um dia ao lado dela parecia um mês, tanto em se tratando do frenesi dos eventos, mas principalmente quando era sobre a evolução assustadora daquele sentimento.

Os apaixonados há algum tempo costumavam dizer: "é como se eu conhecesse essa pessoa a vida toda", mas Barnes já tivera o privilégio de conhecer alguém assim desde sempre — em uma longa vida centenária — e aquilo não chegava nem aos pés do que sentia por Makayla Devinne.

Era como se a conhecesse por mais de uma só existência, como se tivesse cultivado o que sentia por ela através dos milênios, vida após vida, de novo e outra vez, através do tempo e do espaço, para muito além do que o homem conseguia compreender como eternidade....

E soava piegas e irreal, de verdade soava, Bucky provavelmente nunca diria aquilo em voz alta para ninguém, mas estava lá, dentro de seu peito, crescendo ainda mais a cada segundo. Algo que uma simples conexão mental jamais seria capaz de forjar, ele sabia muito bem disso. Era verdadeiro.

Aquilo que sentia por Makayla Devinne ele não sentiria por ninguém, nunca mais...

Saíram juntos daquele maldito quarto de hospital, vários músculos de Bucky ainda doíam da luta feroz contra Walker, porém ele não reclamaria disso, um pouco porque sabia que logo a dor não existiria mais, já que o super soro em suas veias resolveria isso, e muito porque, lá no fundo, foi bem satisfatório arrancar aquele Escudo do idiota usurpador e ainda socar a fuça dele no processo.

Walker ultrapassou todos os limites quando sujou aquele Escudo de sangue, uma parte de Barnes ainda estava em revolta completa... Só não bateu mais no cretino porque acabaria tirando a vida dele.

Porém não era mais o momento de perder tempo com John Walker, Sam estava com o Escudo novamente e isso era tudo que importava.

Era hora de cuidar de Makayla. Mesmo o problema com Zemo estava em segundo plano.

Os dois se aproximaram da recepção, ela em completamente calada, presa em um tipo pesado e sufocante de silêncio. Bucky queria saber o que dizer para amenizar a dor que Makayla estava carregando, porém, havia mesmo algo que pudesse ser dito?

Jackson Brooks estava sentado em um dos sofás ali, e se colocou de pé assim que o casal se aproximou, seu olhar de curiosidade e a sobrancelha minimamente franzida já diziam que Makayla não devia estar fora de seu quarto. A jovem com certeza estava em observação, e Bucky até sabia disso, porém quando ela disse que queria sair daquele lugar ele não se importou com ordens médicas. A vontade dela vinha primeiro.

Aquelas paredes deprimentes não ajudariam em nada...

— Eu quero ir embora. — Ela explicou para o terapeuta, quando se aproximaram o bastante.

— Você não recebeu alta ainda... — Brooks comentou de forma neutra, não era uma crítica nem nada assim, apenas uma informação factual.

— Eu sei. Mas eu não tenho nada que possa ser tratado nesse hospital... — Makayla encolheu os ombros e soltou todo o ar dos pulmões como se isso pesasse uma tonelada. — E... eu não posso fazer nada pelo Lemar, sequer posso assinar a liberação do...

A palavra ficou travada em sua garganta, indicando que era dolorida demais para ser dita em voz alta. Instintivamente Bucky entrelaçou os dedos nos dela, em um gesto de apoio, sem sequer lembrar ou se importar por estarem em público.

— Eu só quero sair daqui. — Makayla declarou com a voz embargada.

— Tudo bem. — Brooks concordou, oferecendo a ela um sorriso reconfortante. — Vou cuidar disso, nem que tenha que assinar um termo de responsabilidade, não se preocupa. Já volto.

Saiu então, deixando os dois ali na recepção. Ao redor, o hospital estava repleto de funcionários do CRG, em sua maioria soldados, embora nem todos vestissem o uniforme tático, lá fora o caos completo estava instalado com repórteres e centenas de curiosos. Bucky quase foi esmagado por toda aquela gente quando chegou ali...

Notou que volta e meia os olhares focavam neles em um misto de curiosidade, surpresa e intriga, porém o toque suave dos dedos de Makayla em seu rosto capturou toda sua atenção e instantaneamente o mundo simplesmente deixou de existir.

Ela tateava delicadamente um ponto abaixo dos olhos de Bucky, e a leve ardência ali indicava a ele que certamente havia um hematoma enfeitando aquele lugar.

— Mas você sim devia passar em um médico. — Makayla tinha um tom carinhoso e preocupado.

Bucky sorriu fraco, aquele cuidado dela com ele era algo apaixonante. Segurou sua mão e beijou-lhe os nós dos dedos com cuidado, enquanto apenas negava de leve e enrugava o nariz em um gesto displicente.

— Não gosto de agulhas. — Declarou como se fosse nada, mas tinha muito de verdade naquilo. — E de qualquer jeito já vai sumir tudo isso, em dois dias vou estar novo. Não se preocupe comigo.

— Eu sempre vou me preocupar com você. — Makayla respondeu, dando um passo para mais perto de Bucky. — Sempre. Não tenho como evitar, faz parte de mim.

— Sorte a minha então. — Bucky devolveu, querendo puxar a jovem para um beijo, mas ponderando se ela ligaria para toda a plateia do CRG ao redor.

Barnes sabia que ele devia ligar, mas isso parecia tão insignificante perto da importância que Makayla havia conquistado em seu coração, que sequer fazia sentido gastar tempo e energia se preocupando com coisas tão insignificantes como a opinião de desconhecidos...

Por um instante a jovem pareceu prestes a dizer alguma coisa, porém uma movimentação inesperada nos corredores fez com que tanto ela quanto Bucky virassem para olhar.

John Walker tinha acabado de chegar no hospital. Estava sendo escoltado por alguns homens do CRG, certamente tinham entrado com ele por um acesso alternativo, assim evitavam a multidão. A cara do idiota estava péssima, não apenas por causa dos hematomas e sangue pisado.

Bem feito.

O braço dele, que Bucky havia quebrado para que Sam recuperasse o Escudo, estava enfaixado, provando que ele já havia recebido os primeiros socorros em algum lugar. Seus olhos evitaram Barnes, mas pousaram em Makayla por um micro instante antes que sua figura sumisse em outro dos corredores, provavelmente sendo levado para um dos quartos para que fosse tratado de forma apropriada antes que o levassem de volta para os Estados Unidos...

Bucky deu aquele assunto por encerrado tão logo John saiu de sua vista. Não queria ver aquele infeliz nunca mais... Makayla, no entanto, ficou focada na entrada do corredor por um longo momento ainda, como se estivesse em um debate interno com a própria mente.

— Eu preciso falar com o John... — Suas íris tempestuosas procuraram por Bucky.

Aquilo era certamente a última coisa que ele gostaria de ter escutado.

Barnes sentiu uma revolta gelada correr suas veias, mas procurou manter a calma, discutir com Makayla nunca adiantava, por isso procurou um argumento coerente:

— Não é uma boa ideia. Ele tem o soro agora... — Pensou melhor e decidiu que perigo iminente não era o bastante. — E ele quase matou o Sam.

Não era mentira, realmente naquele momento de puro descontrole John teria feito com Wilson o mesmo que fez com o menino na praça.

Makayla respirou fundo, ela realmente ponderou o que Bucky disse, deu pra ver isso em seu semblante, mesmo assim seus olhos não perderam a obstinação.

— Eu sei que você não entende, nem eu entendo pra ser honesta... — Ela explicou com um encolher de ombros, havia um misto de frustração e tristeza em sua voz. — Mas eu preciso fazer isso. Eu já fui a menina sozinha no hospital enquanto alguém que eu amava estava morto na sala ao lado.

Bucky respirou fundo, odiava o fato de justo John Walker ter uma conexão com o passado de Makayla, porém não podia mudar isso, a verdade é que naquele instante os dois compartilhavam a mesma perda...

Queria dizer que iria com ela então, mas sabia muito bem que sua presença deixaria Walker dez vezes mais arisco naquele momento.

— Se ele... — Tentou advertir, mas não precisou terminar.

— Não se preocupe, eu vou ficar bem. Qualquer coisa eu grito. — Makayla completou, tocando o braço dele com carinho.

Ela se afastou então, virando no mesmo corredor que Walker e deixando Bucky ali sob os olhares do pessoal do CRG, que já parecia se preparando para ir embora. Porém, ele não ficou sozinho por muito tempo, logo Jackson Brooks estava de volta com uma papelada nas mãos.

— Onde está a Makayla? — Perguntou, olhando ao redor procurando por ela.

— Foi falar com John Walker. — Bucky respondeu a contragosto. Odiava aquilo.

O terapeuta franziu as sobrancelhas, ficou claro que o nome lhe era familiar, porém a ligação de Walker com Makayla não parecia ser algo de seu conhecimento.

— Eles são amigos de infância praticamente. — Barnes explicou antes mesmo que a pergunta fosse feita.

O outro homem balançou a cabeça de forma afirmativa bem devagar, conforme o entendimento iluminava seus olhos.

— Faz sentido... — Disse finalmente, depois de pensar por alguns instantes.

— Faz? — Foi a vez de Bucky franzir as sobrancelhas em confusão. Porque pra ele não fazia o menor sentido que Makayla quisesse falar com alguém que ela própria achava um grande idiota.

Brooks parou por um instante, caminhou até as poltronas no canto esquerdo e se sentou, apontando o lugar ao lado para Barnes, esperando que ele se acomodasse também, antes de começar a falar em um tom calmo e claro, mas baixo o suficiente para que os curiosos não ficassem prestando atenção.

— Quando você está perdendo todos ao seu redor, faz sentido querer manter laços com o passado, por mínimos que sejam. Makayla está em um momento de mudança e luto. Ela perdeu o porto seguro da mãe, isso significa que ela não tem mais raízes. E quando você não tem raízes fica difícil entender seu lugar no mundo...

Bucky absorveu aquelas palavras devagar, com certeza não compreendia totalmente... O Doutor mediu sua fisionomia por um instante e então prosseguiu:

— E não me leve a mal, eu sei que ela tem você, e acredite, isso é extremamente importante. Considero que sua influência na vida dela seja inestimável. Mas não é a mesma coisa. Ter um futuro é ótimo, mas não muda a dor de perder o passado. — Ele focou seus olhos perspicazes em Bucky por um longo instante. — E eu acho que você pode entender isso muito melhor que a maioria.

— É, eu posso sim. — Barnes assentiu devagar. Sabia muito bem como era perder o passado, como era não ter mais nada além das memórias e da saudade. Porém... algo naquilo ainda o incomodava um pouco. — Mas justo o Walker vai ajudar? Ele é um idiota.

Não queria ter sido tão sincero, mas quando viu já tinha falado. Não era nenhuma mentira afinal.

— Acredito que ele seja constante. — Brooks riu de canto da reação de Bucky enquanto seguia explicando. — Todo mundo que ela conhecia está morto agora, e a pessoa que ela mais amava se revelou alguém que ela não reconhece mais. Porém Walker ainda está ali, ele é algo conhecido, constante. Um idiota, como você bem disse, mas pelo visto ele sempre foi assim. Ele é um pedacinho vivo de um passado que Makayla gostava muito, um pedacinho que apesar de não ser o preferido, ainda segue imutável. Ela sabe o que esperar dele, é há certo conforto nisso.

Bucky moveu a cabeça devagar, entendendo melhor a situação. Respirou fundo, se movendo no assento e apoiando os cotovelos no joelho. Não era justo que alguém como Makayla tivesse que passar por tudo aquilo. Não bastava toda a dor que ela já guardava no peito, ainda havia perdido o Lemar e a própria mãe a tinha decepcionado no pior momento. Ela era jovem demais para carregar tanto sofrimento...

— Eu não sei como ajudar... — Confidenciou, porque sabia que talvez aquele homem sentado a seu lado fosse o único realmente capacitado para fazer algo por Makayla. Ele inspirava confiança por algum motivo. — Eu sequer sei o que dizer.

Brooks espelhou o movimento de Barnes, dessa forma os dois voltaram a conversar no mesmo nível.

— Apoiar alguém nem sempre é sobre dizer a coisa certa, é mais sobre estar disponível para ouvir, abraçar, amparar. Você não precisa de palavras ensaiadas ou de frases prontas, você só tem que mostrar que se importa. As vezes as palavras ajudam, sei disso, mas no geral um gesto vale mais que mil delas, não é o que dizem? — Ofereceu a Bucky um sorriso compassivo. — E no caso da Makayla eu acho que ela precisa entender que o futuro que ela tem pela frente é muito maior que o passado que está desmoronando aos poucos.

— Você acha que ela vai ficar bem? — A pergunta vez com que uma pontada de medo atravessasse o peito de Barnes.

Ele não sabia se o terapeuta estava a par de todos os comportamentos destrutivos de Makayla, mas a julgar pela forma como o homem falava sobre jovem, presumiu que sim.

— Eu tenho certeza que ela pode ficar, mas não quer dizer que vai ser fácil... — A resposta dele foi ao mesmo tempo reconfortante a assustadora.

— Tem alguma coisa que eu possa fazer? — Bucky questionou, notando que estava falando bem mais com Jackson Brooks do que costumava falar com a própria terapeuta.

Talvez porque aquilo não fosse sobre si mesmo, era sobre Makayla, sobre encontrar uma forma de salvá-la de toda aquela dor, antes que isso se tornasse um risco ainda maior para a vida dela...

Os olhos analíticos de Brooks focaram em Barnes por um instante, ele pareceu em dúvida, algo ali dizia que estava em um pequeno debate interno sobre o rumo daquele diálogo.

— Olha... Eu talvez não devesse estender essa conversa, não é muito ético, mas acho que no atual momento você é a pessoa que mais se preocupa com ela, então... — Ele respirou fundo antes de prosseguir. — Apoio é importante, provavelmente uma das coisas mais importantes quando se está passando por esse tipo de tratamento, realmente faz a diferença, acredite. Mas quando se tratam de traumas como os da Makayla a maior parte da cura é individual e interna, é uma jornada de redescoberta, um reencontro consigo mesma.

— Traumas como os da Makayla? — Bucky repetiu, notando que havia uma ênfase ali.

— Eu sou um médico de guerra, hoje em dia lido muito com soldados, mas não foi sempre assim, antes de me alistar e eu atuava em uma área diferente, na verdade todo meu trabalho de conclusão de curso foi baseado em traumas de infância e o impacto deles em comparação ao impacto dos traumas adultos. — O terapeuta se arrumou um pouco melhor na cadeira, e Barnes se moveu também, para que mantivessem o mesmo nível. — Veja bem, quando você é adulto e passa por um trauma, você provavelmente vai reconhecer a raiz dele muito mais fácil, isso não está nas suas estruturas, não cresceu com você enquanto seu caráter se formava... Uma comparação bem simplória seria ver o trauma adquirido na vida adulta como uma espinha, algo que se destaca, inflamado, feio, dolorido, atrapalhando sua vida e incomodando. Mas traumas que foram adquiridos na infância são mais como pintas malignas, eles estão lá se mesclando com as pintas normais, raramente se consegue distinguir o que é inerente da sua personalidade e o que é consequência de um trauma de infância. Por exemplo, a dificuldade que um adulto tem de aceitar ou pedir ajuda de alguém próximo é mesmo independência e autossuficiência, ou é apenas uma sequela de ter sido uma criança negligenciada que foi obrigada a resolver seus próprios problemas sozinha? Essas "pintas malignas" passam despercebidos a ponto de ser difícil demais saber mais qual é a fonte do problema. Por anos e anos isso pode nem parecer um incômodo real.

As palavras que o doutor usava ajudavam Bucky a ver a situação com um pouco mais de clareza. Ele não se lembrava de alguém já ter conseguido explicar algo tão complexo de um jeito tão simples...

— Makayla vem perdendo pessoas desde que nasceu; cresceu em uma família que, a julgar pela mãe, não era das mais saudáveis. Isso deixa marcas, coisas que estão tão fundo na personalidade dela que não parecem um trauma, mas que machucam de formas muito mais internas e que vão doer pra sair, porque além disso agora ela tem os traumas adultos também. Uma espinha que nasceu em cima de dessa pinta maligna e que por isso mostrou com clareza que havia um problema. Consegue perceber como o trabalho é delicado? — Brooks prosseguiu e seu tom se tornou mais otimista. — Mas ela é forte, talvez até mais que grande parte dos soldados que eu atendo. Ela tem garra e um bom coração. E, pelo que eu vi lá naquele quarto, tudo isso fica ainda mais intenso com a sua influência.

— E não tem nenhuma forma de fazer isso ser mais fácil e menos doloroso pra ela? — Bucky quis saber, estava disposto a qualquer coisa, não importava o que fosse. Makayla merecia isso e com certeza valia a pena.

— Eu sugeri algumas semanas de terapia intensiva na minha clínica. — O terapeuta começou, mas viu a necessidade e emendar rapidamente. — Não é nada como o que Emma queria fazer, não tem a ver com um manicômio nem nada assim, é mais uma casa de repouso, onde os pacientes tem tempo para encontrarem a si mesmos e focarem integralmente na cura. Mas, de toda forma, Makayla não quer isso, então prefiro fazer a vontade dela. O caminho mais longo pode ser tão eficaz quanto o caminho mais curto, se o paciente estiver disposto a caminhar.

Bucky assentiu devagar, a forma como Jackson Brooks falava deixava clara a seriedade do caso, porém também mostrava esperança e otimismo, de alguma forma era tudo um pouco mais simples e natural quando visto pelos olhos do Doutor. Muito diferente das coisas que a Doutora Raynor costumava dizer.

Era até reconfortante saber que Makayla jamais se sentaria em uma sala com alguém que fosse lhe apontar todos os detalhes deprimentes que cercavam sua vida.

— Será que você não está aceitando pacientes? — Ele brincou de repente e Brooks riu de canto.

— Seria uma honra das grandes trabalhar no seu caso, só que agora não posso mais fazer isso. Não seria muito ético. — Respondeu de forma mais profissional. — Mas a Raynor é uma boa terapeuta, pouco ortodoxa e meio difícil de lidar, mas boa a seu próprio modo. Ela é perita em veteranos de guerra, por isso tende a ser muito mais dura. Suas técnicas são verdades nuas e cruas, eu prefiro a sutileza de deixar meus pacientes entenderem certas coisas sozinhos. Algumas pessoas vão se dar melhor com uma dessas técnicas e outras pessoas com a oposta. Costumo dizer que se o seu psicólogo não te agrada, talvez seja indicado buscar outro com técnicas diferentes, não tem nada errado nisso.

Barnes franziu as sobrancelhas para o fato de Brooks saber quem era sua terapeuta, ao mesmo tempo que ponderava se o jeito de Raynor realmente incomodava tanto... Talvez no momento exato em que ele estava sentado na frente dela sim, aquela abordagem direta era desconfortável, mas era honesta, simples, poupava tempo. Ele não odiava totalmente.

— Eu e ela trabalhamos no mesmo lugar e você é um paciente famoso, todo mundo do consultório sabe quem você é. — O Doutor Brooks explicou quando notou o olhar do Sargento, então encolheu os ombros um tanto sem-jeito.

Bucky soltou uma risadinha pelo nariz, talvez devesse agradecer pelos dois terapeutas atenderem no mesmo lugar. Era exatamente por isso que havia conhecido Makayla Devinne afinal.

Era até irônico pensar nisso, considerando que Barnes nunca acreditou que conseguiria qualquer coisa de bom naquele lugar.

No fim acabou encontrado algo que sequer sabia que estava procurando.

★☆ • ★☆ • ★☆

Ainda não tinha completa noção do que estava fazendo, apenas sabia que precisava fazer, por isso, quando parou perto da porta entreaberta do quarto Makayla respirou fundo. Era possível ouvir uma voz feminina lá dentro e, no corredor, três dos homens do CRG aguardavam. Parecia casual até, mas a jovem sabia que eles estavam ali de guarda para que John não fugisse ou qualquer coisa do tipo.

Empurrou a porta e instintivamente todos os olhares do lugar seguiram na direção dela. Haviam mais três homens do Centro de Repatriação ali, além de uma enfermeira e Walker, que estava sentado em uma maca com um espelho de mão, observando um ferimento sobre o olho direito.

O silêncio estranho fez com que ela se sentisse desconfortável. Walker a encarava em um misto de surpresa e quase irritação.

— Logo o ortopedista vai vir resolver isso. — A enfermeira apontou o braço enfaixado de John antes de sair.

Makayla encarou os três homens usando roupas táticas, nenhum deles se moveu.

— Um pouquinho de privacidade seria legal... — Ela disse com displicência e os caras se entreolharam.

Um deles, que parecia o líder ali, assentiu para os outros.

— Vamos esperar lá fora. — O olhar que deu não era o mais amigável de todos, ainda assim ele deixou Makayla e John sozinhos quando saiu com os companheiros, fechando a porta atrás de si.

Walker encarou a jovem por um longo minuto, e ela fez exatamente o mesmo, examinando o rosto dele com cautela. Estava ao menos dez vezes mais machucado do que Bucky e não parecia cicatrizar com tanta velocidade. Ele respirou fundo e colocou o pequeno espelho de mão sobre a maca...

— Veio dizer que eu mereci? — Questionou em seu tom típico, um misto de desafio, ironia e presunção que era extremamente familiar quando vinha dele.

Makayla podia ter dito que sim, por ele ter aceitado o Escudo e manchado o legado, matando um inocente, que era até poético que aquilo tudo tivesse sido arrancado dele, restando um braço quebrado e várias contusões... No entanto aquela não era a única coisa que havia acontecido com John Walker naquele dia.

E ninguém merecia perder o melhor amigo. Ninguém.

Ela deu alguns passos pelo quarto, se aproximando de uma mesa no canto esquerdo e servindo um copo de água do bebedor disponível ali, em seguida se aproximou de Walker.

— Vim dizer que sinto muito... — Estendeu o copo para ele, como se isso fosse algum tipo de símbolo de trégua.

Walker aceitou a água, sua postura mudando drasticamente, como alguém que simplesmente tira uma máscara muito pesada; os ombros cederam, os olhos encheram de lágrimas que ele fazia de tudo para conter.

— Eu não protegi ele... — Disse em um lamento quase inaudível, então sorveu um gole de água. — Eu não protegi ele, mas ele sempre me protegeu.

Seus olhos encontraram os de Makayla, o peso da tristeza ali era algo muito familiar para ela, no entanto havia algo mais, um amargor corrosivo queimando tão lento quanto ferrugem corroí ferro.

— Mas eu teria conseguido vingança, se os seus amiguinhos não... — A voz dele assumiu um tom obstinado e cruel, mas Makayla não permitiu que terminasse.

— Vingança não vai trazer o Lemar de volta. — Ela declarou compassiva, o nome dito em voz alta pesando cem toneladas entre eles. — Nada vai, John.

Walker respirou fundo, sua cabeça se movendo em negativa de forma indignada.

— Mas vai me ajudar a dormir melhor a noite. Vai me ajudar a olhar nos olhos da família dele com dignidade. — Havia revolta em toda a postura masculina.

Makayla já havia passado por isso, o querer achar um culpado, o pensar em vingança como se isso fosse um tipo de barganha. Era como ler a mesma história pela segunda vez... Exceto que no caso dela não era a segunda, nem a terceira....

Talvez depois de um tempo e de enterrar tanta gente, ela simplesmente tivesse entendido que havia apenas a tristeza esmagadora e a sensação perene de impotência, absolutamente nada do que qualquer um fizesse traria Lemar de volta. Assim como não tinha trazido sua mãe biológica, Cam, Kaleb, seus amigos ou seu pai....

— Não vai. Nada disso vai te ajudar. Só vai manchar as suas mãos de sangue. — Ela declarou compassiva, respirando fundo e tomando a liberdade de se sentar ao lado dele.

— Elas já estavam sujas bem antes disso. — Walker respondeu mórbido.

Makayla pensou na ironia de toda aquela merda, o Capitão América tinha um poder enorme para matar, mas nunca quis ser um assassino, por isso seu maior símbolo era um escudo, não uma espada ou um revólver. Então o governo roubou esse símbolo e o entregou a um soldado condecorado por matar pessoas...

Eles treinaram Walker para matar, o aplaudiram e premiaram por isso, mas agora que o mundo tinha visto, o empurrariam para um buraco qualquer e agiriam como se a culpa fosse totalmente dele.

Claro que Walker tinha sua parcela de responsabilidade naquilo, uma enorme e sangrenta parcela... Mas ele não roubou aquele escudo. Foi o maldito governo quem deu a ele.

Makayla respirou fundo, não queria pensar no quão fodido era o sistema do país em que vivia...

— Você já pediu pra avisarem a Liv? — Perguntou, se referindo a esposa de Walker.

— Não quero que ela me veja assim. — Ele rebateu de imediato, sua voz oscilando pela primeira vez.

— O que ela já teve ter visto na televisão é bem mais assustador que isso. — Makayla opinou, sabendo muito bem que sem Lemar, Walker precisaria de outra pessoa para mantê-lo na linha e que, acima disso, precisaria de apoio.

— Eu fiz o que eu tinha que fazer... — A voz dele veio com firmeza, o queixo erguendo um pouco, porém, a jovem pôde ver no fundo dos olhos de Walker que ele não tinha certeza de absolutamente nada naquele momento, muito menos daquilo que suas palavras reforçavam.

— Lemar não pensaria assim. — Ela respondeu neutra.

John respirou profundamente, se havia alguém vivo no mundo capaz de saber exatamente o que Lemar Hoskins pensava sobre assassinar pessoas desarmadas e rendidas, esse alguém era John Walker. Não tem como ser amigo de alguém a vida toda e não saber de algo assim.

— Eu só queria fazer a coisa certa, só queria ser a merda de um herói. Tomei esse maldito soro pra nada. — A revolta na voz dele era pesada e amarga, tinha gosto de derrota. — De que vale tudo isso agora?

A jovem o encarou por alguns segundos, não podia dizer que entendia essa obstinação em ser um herói, em querer poderes... Na verdade se fossem colocar em comparação direta ela e Walker eram completamente opostos. Makayla havia passado de todos os limites para abrir mão de seus poderes e John havia feito o mesmo, só que foi pra conseguir poderes.

Zemo havia dito uma vez que o desejo de se tornar um super soldado não podia ser separado de ideais extremistas. Nesse caso Walker e Karli seriam então dois lados da mesma moeda, ambos indo longe demais, perseguindo um propósito nobre do jeito completamente errado.

A ânsia de se tornar um herói, era exatamente o que os afastava do heroísmo.

Era complexo demais, afinal as pessoas foram ensinadas a perseguirem seus objetivos, porque se tentassem com afinco e dedicação elas os alcançariam... Mas não funcionava assim quando se tratava de heroísmo.

— Eu não tenho essa resposta, John... Infelizmente. — Makayla declarou por fim, sem encontrar nada que pudesse dizer naquele momento.

Um minuto inteiro de silêncio os engoliu. Walker encarou a jovem por um longo momento, como se estivesse tentando ler os pensamentos dela.

— Você deve estar feliz que seus amiguinhos tomaram o Escudo de mim. — Disse finalmente, tinha uma certa critica implícita ali, mas não havia raiva no tom dele. Apenas o John Walker de sempre.

Makayla pousou seus olhos tempestuosos no homem de forma calma.

— Não vou mentir pra você, considere isso uma cortesia da minha parte. Eu estou sim feliz por isso. — Ela foi honesta, porque era o melhor que podia oferecer naquele momento. — Aquele Escudo nunca foi seu, John. Era pesado demais pra você.

Ele se remexeu desconfortável, se colocando de pé reprimindo a expressão de dor em seu rosto e segurando o braço.

— O governo não achava isso. — Retrucou em seu tom usual.

— O governo não tinha que achar nada, o Escudo não pertencia a eles também. — Makayla permaneceu sentada, pela primeira vez não estava furiosa com Walker, era mais um misto de pena e descontentamento.

— E pertencia a quem, então? A um soldado centenário morto em batalha? Steve era o melhor, eu sei, mas de quê valeria aquilo em um museu? O mundo precisava de um Capitão América. — John rebateu de forma enérgica e decidida.

Era quase como se ele não soubesse. Não... Impossível, é claro que ele sabia.

— Concordo. E o mundo vai ter um... — Makayla respondeu de forma calma.

— Ah claro, seu namorado novo, o Bucky. Que lindo. — Walker revirou os olhos e até tentou fazer um gesto de desdém, mas provavelmente sua dor o impediu.

— O mundo vai ter um novo Capitão América... quando Sam Wilson erguer o Escudo. — A jovem esclareceu, medindo a reação de Walker.

— Sam? — Repetiu incrédulo, parando alguns segundos como se tivesse fazendo uma conta que não bate. — Mas ele nem é um super soldado.

— Mas foi para ele que o Steve deixou o manto. — Makayla devolveu da forma mais simples que podia.

Ele realmente não sabia. É claro que o governo não contaria.

— Steve morreu na batalha contra Thanos, não deu tempo de deixar o manto pra ninguém. Sei que todo mundo acha que ele sobreviveu e está na Lua, mas é teoria de internet, você não é tão burra assim, Makayla. — Walker negou algumas vezes, falando como se soubesse de tudo. — Sam só estava guardando o Escudo, prova disso é que entregou para o museu.

A jovem se deu conta que aquele era o tipo de conhecimento que o povo comum tinha, porque afinal ninguém sabia que Steve havia voltado para o passado, nem mesmo o governo. Makayla só sabia de tudo porque tinha visto na mente de Bucky. No entanto esse mesmo governo sabia muito bem que o Escudo pertencia a Sam, afinal isso foi dito pelo próprio Wilson, por Barnes e também por Bruce Banner, todos testemunhas do último desejo do Capitão Rogers.

Mas é claro que o maldito governo usaria o fato de os civis não saberem de nada como trunfo.

— E quem te disse isso? — Makayla rebateu John com uma sobrancelha erguida. — Deixa eu adivinhar o governo? O mesmo governo que te deu três medalhas pelo pior dia da sua vida, e o mesmo que vai te exonerar assim que você voltar para os Estados Unidos?

Talvez tenha sido um pouco cruel até, mas a melhor parte de não ser amiga e nem gostar do Walker era que não precisava ser sutil para não magoar os sentimentos dele.

— E quem disse pra você essa história do Rogers? Seu namorado? — Ele respondeu no mesmo tom.

— Algo assim... — A jovem apenas deu de ombros, com certeza não falaria que tinha visto tudo na mente de Bucky, era desnecessário.

Walker parou por um momento, ele certamente duvidaria da palavra de Makayla se fosse apenas isso, mas deve ter montado o próprio quebra-cabeças.

— Impossível, se Sam Wilson herdou o Escudo, por que...? — Voltou a se sentar, incapaz de terminar a pergunta.

— Por que será que o governo o perseguiu por meses até forçá-lo a entregar o Escudo pra um museu, para no dia seguinte dá-lo a alguém como você? — Makayla completou de forma quase ácida, então foi ela quem se colocou de pé. — Você não é tão burro assim, John. — Repetiu a mesma coisa que o próprio Walker tinha dito minutos antes. Então pegou o pequeno espelho de mão ali ao lado e entregou para que ele encarasse o próprio reflexo. — Pense no Lemar e na Liv e em tudo que eles tiveram que enfrentar na vida, apenas para terem direito a um décimo daquilo que sempre deram de bandeja pra você ou pra mim, então vai entender porque o governo não deixou aquele Escudo com o Sam.

Os olhos de John focaram no espelho, então em Makayla, para depois voltar para o espelho outra vez. Ele entendia, estava nos olhos dele que sim.

A jovem não sabia se aquelas novas informações fariam de fato alguma diferença, a obstinação de Walker por aquele manto não parecia algo que sumiria da noite para o dia, ainda mais quando ele notasse que a raiva não morreria, ela viveria para sempre dentro dele, infiltrada em seus poros, pronta para acender a faísca que faria o desejo por vingança queimar cada veia de seu corpo.

As palavras que eles tinham trocado ali talvez fizessem algum efeito imediato, mas palavras são levadas com as horas e a saudade daqueles que amamos cresce na mesma proporção. No fim, John teria que trilhar sua jornada sozinho, teria que aprender e se conformar que a vingança não ajudaria em nada e que aquele manto ou aqueles poderes não mudariam isso... Makayla já havia caminhado por obstáculos parecidos, ainda estava caminhando se fosse honesta.

— Tenho que ir agora. — Ela declarou por fim, focando suas íris azuis-cinzentas no loiro. — Mas sei que você vai cuidar de levar o Lemar pra casa. Não confio em você para basicamente nada, mas sei que posso confiar nisso.

Walker assentiu, sua postura inteira denunciando que era a primeira vez que ele pensava de forma prática em como seria transportar o corpo do melhor amigo de volta para os Estados Unidos.

Makayla se lembrava com requinte de detalhes da sensação de saber que estava confortavelmente sentada em uma poltrona de avião, enquanto os cadáveres de Kaleb e dos amigos eram levados como carga no mesmo voo. Não era algo que queria viver outra vez.

— Você vai estar lá? — John questionou, quando a jovem deu o primeiro passo em direção a porta.

Ela respirou fundo, sabia que era sobre o velório.

— Não sei, estou cansada de enterrar as pessoas que eu amo... — Foi honesta. — Quero me lembrar do sorriso dele, e não da terra cobrindo seu caixão.

Walker nada disse, e ela apenas alcançou a maçaneta.

— Makayla? — Ele chamou antes que a porta fosse aberta e a jovem deu meia volta. — Eu sinto muito também. E... se um dia você precisar de mim, não importa quem seja seu namorado da época, você sabe onde me encontrar. Seu irmão e o Lemar gostariam que fosse desse jeito.

Não era algo que ela teria esperado ouvir da boca de Walker, no entanto aquilo dizia muito sobre o tipo de principio que ele honrava... Lemar, Cam e John sempre seriam uma equipe, não importava o que acontecesse, no fim do dia, mesmo que os dois últimos não se gostassem muito, mesmo que eles brigassem, discordassem ou até saíssem no soco, havia um pacto mudo de que se defenderiam e fariam o possível para proteger um ao outro de qualquer um que não fosse parte daquela equipe. E, pelo visto, agora Makayla fazia parte daquele pacto também.

Talvez fosse um jeito meio estranho de Walker manter viva a memória dos amigos... Todavia o fato de Makayla estar ali, falando justo com o homem pelo qual ela não nutria nada, além de indiferença e um certo ranço juvenil, não era também uma tentativa ingênua e quase desesperada de fazer exatamente o mesmo?

Porque manter uma parte de Cam e Lemar vivos, era também manter salvar sua criança interior, aquela parte de si que se sentia protegida e amparada. Estar com John era como rever o antagonista caricato de um desenho infantil, ela sabia exatamente quem ele era, não havia esquecido disso, porém, quando os terrores da vida adulta se revelavam, um vilão infantil deixava de ser algo assustador e passava a ser uma peça nostálgica de uma memória antiga. Era até reconfortante reviver aquela época em que a pior coisa em sua vida era a prepotência e implicância de John Walker.

— Eu vou lembrar disso. — A jovem assentiu e voltou a virar em direção a porta.

Quando puxou a maçaneta uma pequena fagulha de clareza inundou sua mente, um pequeno pensamento solto vagando ali, uma resposta tardia para a pergunta que tinha feito a si mesma sobre heroísmo. Ela descobriu o que era necessário para ser um herói, uma convicção que não era sua realmente, uma que tinha muito a ver com o entendimento de Bucky sobre quem Steve Rogers era.

Talvez fosse um bom conselho para dar a alguém como Walker.

— E, John... — Ela o olhou por sobre o ombro. — Só pra constar, eu acho que você até poderia ser um bom herói, se parasse de tentar desesperadamente ser outra pessoa e decidisse apenas fazer a coisa certa.

Walker franziu levemente as sobrancelhas e então assentiu.

— Eu também vou lembrar disso. — Repetiu a mesma resposta dela. — Adeus, Devinne.

— Adeus Walker...

★☆ • ★☆ • ★☆

Bucky andava de um lado para o outro na recepção daquele maldito hospital, Brooks ainda estava sentado ali em uma das poltronas com a calma de um monge tibetano, tinha pedido paciência ao ex-sargento pelo menos três vezes naqueles poucos minutos, mas nada era capaz de tirar o sentimento de urgência do peito de Barnes.

E se o idiota do Walker atacasse Makayla?

— Eu vou lá. — Decidiu, dando o primeiro passo na direção de seu objetivo.

Brooks pareceu prestes a dizer alguma coisa, porém nenhuma palavra foi necessária, já que nesse exato instante Makayla surgiu pelo mesmo corredor por onde havia entrado momentos antes.

— Você está bem? — Os passos apressados de Bucky cortaram a distância entre a jovem, mesmo antes que ela própria pudesse fazer isso.

— Estou. — Makayla respondeu simples.

— Tem certeza? — Barnes analisou o rosto jovem com cautela, como se procurasse qualquer detalhe que não estava lá antes, ao mesmo tempo que tentava prever o impacto que aquela conversa tivera. — Ele machucou você? Disse alguma coisa que...?

— Eu estou bem, Bucky. Prometo. — Ela tocou o braço dele de forma suave para passar tranquilidade. — Foi uma conversa normal.

Ele assentiu, mesmo que no fundo duvidasse um pouco que era possível ter uma conversa normal com John Walker...

Makayla focou em Brooks então, dando alguns passos em direção a ele.

— Então, Doc, estou liberada? — Questionou, e seu tom de voz deixava bem claro que não queria ficar nem mais um segundo naquele lugar.

— Tudo certo. — Ele afirmou, se colocando de pé e entregando os papeis da alta para ela. — Para onde pretende ir agora?

A jovem procurou Bucky com o olhar, e ele pela primeira vez realmente pensou em como seria dali em diante. Não podia voltar para os Estados Unidos ainda, porém também não podia obrigar Makayla a permanecer ali depois de tudo que tinha acontecido.

— Se você quiser voltar para Nova Y... — Começou a falar, mas sequer precisou terminar a frase.

— Temos coisas pra resolver aqui ainda, não temos? — Makayla deixou claro que não iria a lugar algum sem ele, e no fundo Bucky sentiu um grande alivio sobre isso.

— Bom, precisamos encontrar o Sam, ele disse que voltaria para o local em que achamos a Karli. — Comentou neutro.

Sabia que, depois de tudo, o certo era deixar Makayla bem longe daquele lugar, porém aquele instinto protetor dentro de Barnes não queria que ela pegasse um avião sozinha, muito menos que houvesse um mar inteiro de distância entre eles.

— Vai vir conosco, Doc? — Makayla perguntou para Brooks.

— Presumindo que o dito "Sam", seja o Falcão, tenho que dizer que eu ficaria completamente honrado, minha filha adora ele, inclusive. Mas temo que exista alguns limites que tenho que manter para continuar sendo um bom profissional no seu tratamento, Makayla. — O terapeuta respondeu educadamente.

— Entendo, ética e essas coisas. — A jovem assentiu lentamente.

Bucky entendia que não podiam levar Brooks para todo o lado como um tipo de terapeuta particular e exclusivo, porém até teria gostado que ele ficasse mais, Makayla precisava disso.

— Eu vou voltar pra casa, não deixe de me procurar assim que possível. — O Doutor instruiu de forma séria, mas com aquela pontada de otimismo na voz. — Quanto antes começarmos uma rotina sólida, melhor vai ser. Até lá apenas se lembre que estar triste não elimina a possibilidade de ser feliz. Nós não sentimos apenas uma emoção de cada vez, o luto pode coexistir com a esperança, com a felicidade e com o amor. Viver é um jeito muito mais justo e bonito de honrar aqueles que se foram.

Makayla assentiu e, sem aviso, apenas abraçou Brooks.

— Obrigada, Doc. — Agradeceu quando ambos se afastaram. — Eu não vou esquecer isso que você fez por mim.

O homem sorriu de forma compassiva e Bucky entendeu que o fato de Brooks ter voado até ali, apenas para apoiar Makayla, significava mais para ela do que qualquer sessão ministrada em um consultório...

— Sargento Barnes, foi um grande prazer. — O terapeuta se despediu formalmente, fazendo um movimento respeitoso de continência.

— Igualmente, Doutor. — Bucky arrumou a postura como na época do exército e retribuiu o gesto da mesma forma, notando que há décadas não fazia aquilo...

Brooks saiu pela porta da frente, no entanto Makayla manteve seus olhos tempestuosos em Bucky, de um jeito que o deixou confuso. Era quente.

— O que? — Ele perguntou, franzindo as sobrancelhas.

— Não sei... Acho que você vai ter que fazer isso aí de novo, só fardado pra eu ter certeza. — Makayla respondeu e certamente seu tom insinuativo dizia muito mais que suas palavras.

— Como você é boba. — Bucky riu de canto, surpreso com a quase piada dita em um momento como aquele.

Ele entendeu que Makayla estava tentando fazer o que o doutor falou, não eliminar a possibilidade de boas emoções, apenas porque as ruins estavam dentro do peito dela.

— Vem, vamos embora. — Chamou, conduzindo a jovem pela saída dos fundos.

Chegou a pensar em perguntar se ela não queria se despedir de Lemar, porém, a julgar pela postura e olhar no rosto dela quando alcançaram a porta, Bucky entendeu que aquilo seria doloroso demais. Makayla havia se despedido quando amparou o corpo do amigo naquele manicômio abandonado. Ela não queria ter que olhar para ele em uma mesa do necrotério.

Seguiram em silêncio pelas ruas, escolhendo uma rota alternativa para evitar a movimentação, demorou alguns minutos para que chegassem ao prédio onde Donya havia sido velada por Karli e seus amigos mais cedo.

Vários carros de polícia cercavam o lugar e fitas de contenção isolavam tudo, muitas coisas estavam sendo recolhidas e algumas pessoas foram levadas presas, mas nenhuma delas fazia parte dos Apátridas, apenas apoiadores ou aliados.

Bucky não teve dificuldades em conseguir passagem pela contenção e logo encontrou Sam em um dos cômodos. Ele já usava suas roupas comuns, mas seu rosto tinha vestígios dos ferimentos da luta.

Sobre a mesa de madeira repousava o Escudo do Capitão América, agora limpo, tão perfeito e imaculado como se tivesse acabado de sair do museu. Mas para Bucky era como se aquela mancha de sangue ainda estivesse ali e, a julgar pelo olhar de Sam ele com certeza estava pensando o mesmo.

Assim que Wilson os viu, focou os olhos em Makayla.

— Você está bem? — Perguntou fraternal, se aproximando dela alguns passos.

Makayla não pareceu muito convincente quando moveu a cabeça de forma positiva, seus olhos azuis-cinzentos focaram na mesa onde o Escudo repousava e então voltaram para Sam, analisando a postura dele por alguns instantes.

— E você? — Ela devolveu a pergunta e Wilson pareceu desestabilizado por um instante.

— Eu... Eu só... — Ele moveu os ombros sem conseguir terminar a frase.

Os lábios de Makayla se moveram em um sorriso compassivo, então ela avançou os poucos passos que os separavam e envolveu Sam em um abraço.

Bucky encarou os pés, contendo o desconforto idiota que aquilo lhe causou. Ciúmes tinha um limite afinal.

— Vai ficar tudo bem, Sam. — A jovem declarou de forma carinhosa.

— Eu é que devia te dizer isso. — Wilson rebateu, recuperando seu sorriso de sempre e os dois se afastaram um passo.

— Eu digo pra você, você diz pra mim, se eu bem me lembro é assim que amizade funciona. — Makayla moveu as mãos em displicência.

O coração de Bucky acalmou ao notar que aquela interação fazia bem para a jovem. Era bom que ela não fosse solitária e o Sam talvez fosse o melhor amigo que alguém poderia desejar. Não que Barnes pretendesse dizer isso em voz alta para qualquer pessoa no mundo...

Logo Wilson começou a contar o que estava acontecendo ali, e o restante da conversa basicamente girou em torno do paradeiro de Karli. Bucky concordava que a menina sumiria por um tempo, provavelmente lidaria com a perda de um membro dos Apátridas, reagruparia e começaria a pensar no melhor momento para voltar a atacar.

Ou seja, não havia nada que pudessem fazer sobre isso.

Nesse caso Sam não tinha mais negócios ali em Riga e estava decidido a voltar para casa, Barnes por outro lado teria que ficar para capturar Zemo, antes que o idiota fujão fizesse alguma merda.

Estava prestes a perguntar como Wilson pretendia sair do país, quando a "carona" dele entrou pela porta esquerda. Torres, o garoto da aeronáutica que as vezes trabalhava com Sam, já chegou fazendo uma piadinha sobre a manga recuperada de Bucky.

Foi impossível conter o revirar de olhos. Quando tinha dado tanta liberdade para o menino? Mas com certeza o cúmulo da ousadia foi quando o recém-chegado pousou os olhos em Makayla como quem vê uma flor no meio da neve.

— Oi... — Ele disse com um sorriso amigável demais. — Eu não conheço você ainda...

— E nem vai conhecer. — Bucky cortou, fazendo um gesto para que a jovem o seguisse e sendo basicamente ignorado, quando ela revirou os olhos para essa atitude.

— Eu sou a Makayla. — Se apresentou, estendendo a mão de forma simpática.

— Joaquim Torres, sou o parceiro do Sam. — O garoto aceitou o cumprimento e Bucky fez uma careta de desgosto. Parceiro desde quando, no máximo eram colegas de trabalho. — Então você é namorada do Bucky?

Sam se moveu um passo, ajeitando a postura, completamente interessado no desenrolar daquela cena. Makayla por sua vez olhou de Torres para Barnes como se não soubesse bem a resposta certa...

— Ela é. — Bucky declarou mais rápido do que ele mesmo teria previsto. — Agora vem, Makayla, temos que ir. Até mais, Sam.

A jovem piscou algumas vezes como se ainda estivesse em choque, na verdade até mesmo Wilson parecia um tanto surpreso e só então foi que Barnes se deu conta do que tinha acabado de dizer...

Em voz alta.

Na frente de pessoas.

Mesmo assim agiu como se não fosse nada demais. Já tinha dito mesmo, não dava pra voltar atrás... e na verdade nem voltaria mesmo se pudesse.

Makayla se moveu finalmente, dando um último abraço em Sam e murmurando algo no ouvido dele que Bucky foi incapaz de ouvir.

— Tchau, Joaquim. — Ela acenou para o rapaz, antes de seguir Barnes porta afora.

O casal ganhou a rua, no fundo Bucky esperava algum comentário ou pergunta sobre o que ele tinha acabado de dizer, mas não houve nada mais que o silêncio.

Talvez Makayla não tivesse percebido. E talvez fosse melhor assim...

— O que você disse para o Sam? — Um pouco antes que chegassem na residência do Barão, Bucky resolveu preencher o silêncio com uma dúvida que o estava acompanhando por todo o caminho.

— Isso é ciúmes, Senhor Barnes? — Makayla riu de canto com o tom carregado de malicia. — Dele ou de mim?

— Não tem graça. — Bucky revirou os olhos de forma displicente.

— Concordo. — Havia um certo divertimento na voz dela, e isso talvez fosse um bom sinal dada a situação como um todo. — Você quase voou no pescoço do pobre Joaquim quando ele disse que é parceiro do Sam. Acho até que o menino vai ter pesadelos.

Bucky se limitou a rir enquanto eles entravam na casa. Estava tudo um tanto revirado, exatamente como havia ficado antes. É claro que Zemo não seria burro de voltar ali.

— Caramba. Rolou um furacão? — Makayla olhou ao redor um tanto surpresa.

— Foram as Dora Milaje lutando com o Walker... — Bucky comentou, levantando uma cadeira.

— Suponho que ele tenha perdido... — A jovem presumiu e havia um certo sorriso divertido no rosto dela.

— Levou uma surra das boas. — A resposta tinha muito de satisfação. Ver John Walker apanhar foi um certo prazer pessoal para Barnes.

Makayla abriu a boca para comentar alguma coisa, havia até mesmo um sorriso no rosto dela, porém isso morreu e os olhos dela ficaram repentinamente tristes. Bucky entendeu que ela diria algo que envolvia o Lemar e isso a fez lembrar de toda a tragédia.

Por um instante ela pareceu prestes a desabar ali mesmo no meio da sala...

O coração de Barnes se partiu em mil pedaços. Ele não sabia bem o que fazer, devia deixar que ela vivesse a tristeza do momento e apenas consolá-la enquanto ela passava por isso, ou devia distraí-la com outra coisa. Escolheu a segunda opção.

— Com fome? — Perguntou casualmente, tentando mudar de assunto e escolhendo algo útil. Ela com certeza precisava comer alguma coisa.

— Não. — Makayla respondeu sem ânimo, mas seus olhos focaram em Bucky de forma preocupada. — Você?

A última coisa que ele pensaria naquele momento era em encher o estômago, mas sabia que talvez isso incentivasse a jovem a comer também.

— Acho que sim... — Respondeu, escolhendo as palavras da melhor forma para que não fossem uma mentira completa.

— Por que não vai tomar um banho? Eu te faço um sanduíche enquanto isso. — Ela sugeriu de forma simples e solícita, mas a última coisa que Bucky faria era deixá-la sozinha naquele momento.

— Ou... podemos fazer o sanduiche juntos... — Ele sorriu, caminhando até ela e segurando sua mão para que ambos fossem para a cozinha.

Fuçaram nos armários procurando pelos ingredientes, felizmente as despensas estavam cheias de todo tipo de coisa e não foi difícil montar algo comestível. Essa simples tarefa até fez com que a fisionomia de Makayla fosse melhorando aos poucos.

Ela realmente estava tentando seguir o conselho do Doutor Brooks, e Bucky só podia admirar aquela força e determinação...

— Hey... eu disse que não estou com fome, lembra? — A jovem comentou, quando viu que Barnes havia colocado a mesa para dois.

— E vai me deixar comer sozinho? — Ele rebateu com o único argumento que talvez fosse bom o bastante.

Makayla cedeu, acabou se sentando a mesa com ele e ficou evidente que ela estava com fome sim, só não tinha se dado conta disso.

— Onde acha que eu devia começar a procurar o rastro do Zemo? — Bucky questionou enquanto ainda comiam.

Claro que ele podia muito bem decidir isso sozinho, mas imaginou que duas cabeças podiam pensar melhor que uma. Além disso Makayla tinha se saído muito melhor do que qualquer um esperava desvendando o Barão.

— Ele está em Sokovia, não é óbvio? — Ela respondeu com um mover de ombros.

— Você acha? — Bucky franziu as sobrancelhas. Não seria o primeiro lugar que ele teria escolhido procurar.

— Tenho certeza. — A jovem declarou convicta.

— Por quê? — Ele perguntou, servindo um pouco mais de suco para ela.

— Porque ele acha que vai morrer, então com certeza vai ver a família dele pela última vez. — Makayla explicou e Bucky se deu conta de como admirava a forma dela de ver e entender as coisas, mesmo assim, ainda havia algo que não fazia tanto sentido...

— Por que ele acharia que vai morrer? No máximo ele voltaria para a prisão, as Dora Milaje não o matariam, T'Challa é o Rei e ele não quer isso. — Expôs sua dúvida com um dar de ombros.

Por um instante os olhos tempestuosos desviaram de Bucky e focaram em um ponto qualquer da mesa. Bucky teve a impressão que Makayla tinha alguma informação extra.

— Vai ver ele pensa que é você quem vai fazer isso... — Ela jogou de forma casual, mas tais palavras só despertaram ainda mais desconfiança.

— Até tenho motivos pra matar o idiota, se não matei até hoje por que faria isso agora? Já passou, ele já me usou pra separar os Vingadores e já pagando por isso, então... — Ele rebateu com um franzir de sobrancelhas. — Não faz sentido. O que você sabe que eu não sei, Makayla?

A jovem apoiou seu copo de suco na mesa e seus olhos focaram em Bucky por alguns instantes.

— Ele apontou uma arma pra mim. Por isso eu o soltei e no fim acabamos encontrando com a Karli. — Ela revelou por fim, encolhendo os ombros como se fosse nada demais.

Como era possível que Makayla sequer parecesse se importar de verdade com uma coisa daquelas?

— Acho que vou rever a coisa do assassinato. — Barnes decidiu irritado.

— Não vai não. — A voz calma de Makayla parecia inapropriada para aquele momento. — A vida dele não vale a sua dignidade. — Sua mão deslizou sobre a mesa e alcançou os dedos masculinos. — Você não é um assassino, Bucky.

Ele respirou fundo, tentando recuperar sua paciência. Aquele Barão de merda era um grande mentiroso...

— Por que você não está irritada com isso? Ele te ameaçou. — Havia uma dose nada moderada de indignação na voz de Barnes.

Makayla riu de canto e apenas encolheu os ombros.

— É assim que o Zemo lida com as coisas. Ele tinha as prioridades dele. — Ela explicou sem grande comoção. — No fim não importa, porque ele é indiferente pra mim. Só isso.

Bucky assentiu devagar. Soltar aquele grande idiota fora um erro... Mas por outro lado foi Zemo quem decidiu ir até Madripoor, e foi lá que eles encontraram Makayla. Talvez tivesse até que agradecer por isso.

— Tem razão, não vale a pena gastar mais energia que o necessário com ele. — Declarou por fim, terminando seu próprio suco e apoiando o copo na mesa. — Zemo que aproveite essa última noite de liberdade, porque vai ser a última. Vamos encontra-lo pela manhã, o que acha?

— Perfeito. — A jovem assentiu e deu pra ver em seus olhos tempestuosos que ela agradeceu por isso.

Se dependesse apenas de Bucky ele certamente teria saído dali naquele instante para resolver o contratempo com o Barão e as Dora Milaje, mas era evidente que Makayla precisava de um descanso, o dia tinha sido longo e cheio de todo tipo de emoção. Ela merecia aquela noite de pausa...

Eles se levantaram depois de comer, começando a recolher a bagunça da mesa como se tivessem combinado.

— Por que não me deixa fazer isso e vai tomar um banho quente? — Bucky ofereceu, tirando os pratos das mãos de Makayla.

— Ou... — Ela se apoiou na mesa enquanto ele caminhava em direção a pia. — Podemos tomar o banho juntos...

Todo o corpo de Bucky vai abatido por uma repentina corrente elétrica de excitação que ele lutou para esquivar. Entendeu que Makayla estava repetindo a frase dele de antes, mas como de costume não soube decifrar se aquilo era uma piada um uma proposta.

Achou mais coerente interpretar como uma piada, dado o momento que estavam vivendo. Não parecia a hora certa pra estarem juntos em um pequeno box coberto de vapor... com os corpos nus e molhados.

A imaginação de Bucky fez questão de levá-lo mais longe do que o moralmente correto, e ele limpou a garganta como se isso fosse deter o sangue de correr mais rápido pelo seu corpo.

— Talvez não seja uma boa ideia, vai que o Zemo resolve aparecer pedindo a casa dele de volta... — Respondeu, agindo como se também fosse uma piada e ligando a torneira, para que a água fria molhasse a pele de sua mão.

De repente estava quente ali...

— Você que sabe... — Makayla desencostou da mesa enquanto ria, tornando impossível obter uma resposta concreta sobre a veracidade daquele convite. — Mas se mudar de ideia...

Ela seguiu em direção ao quarto, porém Barnes ainda ficou parado exatamente ali no mesmo lugar, as duas mãos apoiadas na pia e a água correndo enquanto sua mente revisava a mesma cena de novo e de novo, em um duelo infinito sobre precipitação, cavalheirismo e respeito.

Não era o momento certo... Não é?

Não era mais uma festa em Madripoor afinal.

Por outro lado, era apenas um banho. Pessoas tomavam banho o tempo todo. Talvez não juntas, mas ainda assim...

Ficou nesse jogo de bate e rebate por um bom tempo, e mesmo quando finalmente se moveu e entrou no quarto, não tinha chegado em conclusão alguma. Dali era possível ouvir o chuveiro da suíte ligado, o vapor saía através da porta aberta

E o perfume deliciosamente inebriante de Makayla estava por toda a parte... ♪

Ele engoliu em seco, era um tanto ridículo estar tão absurdamente nervoso sobre um simples banho depois de tudo que tinha acontecido em Madripoor, porém mesmo sabendo disso seu coração batia frenético e a palma de sua mão estava gelada.

Arrancou as botas primeiro, depois a jaqueta e a camiseta por baixo dela, a calça foi a última coisa que deixou sobre uma cadeira, caminhando para o banheiro apenas de boxer azul em movimentos muito mais lentos que o necessário.

Ele prendeu a respiração antes de dar o passo final, tempo o suficiente para que o som da água caindo se extinguisse. Bucky ergueu os olhos no mesmo instante que Makayla saía do box segurando uma toalha na frente do corpo.

Naquele curto segundo os dois se analisaram mutuamente; as íris gélidas seguindo uma gota viajante de água que corria por cada curva que a toalha deixava exposta; enquanto os olhos tempestuosos deslizavam pelos músculos masculinos com a mesma sutileza voraz de uma caricia quente, parando na única peça de roupa que Bucky ainda vestia e que pouco a pouco parecia mais apertada do que deveria...

— Você já acabou. — Ele não tinha noção que o próprio timbre sairia tão baixo e rouco.

Makayla abriu um sorriso que era o misto perfeito de travessura e indecência.

— Quem disse? — Ela deu um passo para trás, caminhando de costas com os olhos focados em Bucky, até que sua figura fosse ofuscada pelo vidro opaco que cobria o box.

Ele acompanhou a toalha ser jogada por cima do suporte de proteção, dando-lhe visão do corpo feminino, apenas a silhueta perfeita dele na verdade, já que a textura do box reservava alguma privacidade.

Bucky se desfez da última peça de roupa e em passos lentos caminhou em direção ao chuveiro. Seus olhos sendo agraciados com o corpo completamente nu de Makayla, assim que seus pés tocaram o piso molhado.

Uma força magnética o prendeu nas íris tempestuosas, algo tão intenso que aqueles três passos finais pareceram durar horas. Quando finalmente se juntou a Makayla debaixo da água quente, Barnes pegou a mão feminina com os dedos de vibranium e a levou aos lábios.

Quis pensar em algo bom o bastante para dizer, porém nenhuma palavra seria apropriada para traduzir o bater frenético de seu coração naquele momento...

Makayla sorriu, cerca de um passo os separava apenas e ambos se moveram em conjunto, invertendo suas posições como no rotacionar de uma dança, para que Bucky acabasse totalmente embaixo do chuveiro.

Ele fechou os olhos por um segundo, erguendo a cabeça para que a água escorresse por seu cabeço e seu rosto. Makayla tirou a mão de entre dedos dele e colocou um pouco de sabonete líquido em sua própria palma, então, com uma delicadeza quase mística, começou a deslizar a espuma por todo o peitoral masculino, incluindo as cicatrizes próximo ao ombro direito e as manchas de sangue no pescoço.

Barnes parou um instante para observar aquele gesto tão carinhoso, sua mão direita tocou a cintura dela delicadamente e ele se sentiu um tanto comovido, por um motivo que ele próprio não podia decifrar... Não estava acostumado a ser cuidado daquela forma.

— Então, não vamos falar sobre aquilo? — A jovem perguntou de repente, sua voz vindo tão calma quando uma melodia, enquanto suas mãos deslizavam na espuma que cobria o peitoral de Barnes.

— Aquilo o que? — Ele perguntou um tanto aéreo, seus dedos da mão direita distraidamente traçando um caminho imaginário na lateral da cintura de Makayla, enquanto seus olhos permaneciam nos dela.

— Você sabe o que... — Um sorriso quase divertido moldou os lábios femininos. — Aquilo que você disse para o Joaquim.

Por um instante Bucky tinha simplesmente esquecido que Torres existia, mas sua mente foi capaz de reproduzir com exatidão a pergunta que o garoto havia feito e, principalmente, a resposta que Barnes deu.

Procurou no rosto de Makayla qualquer indício de aborrecimento por ter rotulado os dois antes mesmo de falar com ela, mas era impossível prever o que a jovem estava pensando.

— Desculpa, foi no calor do momento. — Disse por fim, e embora não fosse mentira, talvez não fosse o que ele realmente queria falar.

A jovem sorriu divertida, suas mãos deslizando pelos ombros de Barnes, o quase roçar dos corpos molhados fazendo com que ele perdesse o foco por um instante.

— Entendi... então eu não sou sua namorada? — Ela questionou e era evidente que havia um certo desafio em sua voz.

Bucky podia ter se confundido em sua resposta, porque obviamente era um tipo de armadilha, mas ele apenas moveu a mão esquerda e deslizou os dedos de vibranium pela cintura de Makayla até a parte de trás do quadril, fazendo com que seus corpos ficassem ainda mais perto

— Acho que o que importa é, você quer ser minha namorada? — Ele rebateu com um sorriso perspicaz.

Os dois estavam basicamente abraçados debaixo da água quente do chuveiro, a espuma escorrendo entre eles e indo embora, enquanto a única preocupação que tinham era manter os olhos um no outro.

— Isso é uma pergunta normal ou um pedido formal? — Makayla perguntou e sua voz ainda tinha aquele toque de divertimento.

— Depende da sua resposta. — Bucky rebateu no mesmo tom e eles acabaram compartilhando um sorriso mutuo.

As unhas femininas brincavam com os fios castanhos da base da nuca de Barnes, enquanto os dedos dele subiam e desciam pela espinha dela, tornando visíveis os pelinhos cada vez mais arrepiados dos braços de Makayla.

— Eu disse pra você não se apaixonar por mim, lembra? — Ela advertiu e seus seios tocaram o peitoral dele.

Bucky curvou a cabeça e seu nariz deslizou suavemente perto da orelha de Makayla.

— Eu esqueci... — Ele confidenciou em um sussurro, abaixando um pouco mais para depositar um beijo no exato ponto entre a clavícula e o pescoço dela, voltando a subir para deixar outro beijo um pouco mais para cima e outro logo acima do maxilar feminino.

— Sim. — Makayla soprou no mesmo instante que as coxas dela roçaram na perna dele. — A resposta é sim.

Bucky sorriu contra a pele feminina, afastando um pouco o rosto para encontrar os olhos tempestuosos.

— Pensei que você tinha dito que nunca se apaixonaria por mim. — Comentou com um sorriso de canto, enquanto sua mão direita escorregava um pouco mais abaixo do quadril de Makayla, parando no início da bunda dela e a puxando ainda mais para perto, de modo que não havia espaço nenhum entre eles, o que fazia com que uma parte muito específica do corpo masculino se beneficiasse com o delicioso roçar molhado contra a pele macia da jovem.

— Eu menti... — Makayla confidenciou contra os lábios de Bucky e ambos puderam sentir quando sorriram.

— Melhor mentira que já me contaram na vida... — Ele respondeu, antes de tomar a boca feminina em um beijo apaixonado...

Seus dedos de vibranium subiram através da coluna de Makayla, até alcançarem os fios castanhos, enquanto suas línguas se envolviam em um ritmo lento e sincronizado. Ambas as mãos dela traçavam caricias que iam e vinham em caminhos imaginários da nuca até os ombros de Bucky, para depois escorregarem por seu peitoral e então voltarem, uma e outra vez.

A água morna caia sobre eles, cada gota deixando evidente o quão sensíveis seus corpos iam ficando conforme o beijo se tornava mais intenso. Não demorou muito para que a ereção evidente no corpo masculino começasse a roçar a pele feminina de uma forma que fazia com que a mente de Barnes perdesse qualquer outro foco e ficasse nublada de um desejo puro e inebriante. Ele apertou Makayla conta si, os dedos de vibranium na base da nuca dela, a mão direita descendo pela parte traseira do quadril...

A jovem engoliu um gemido no meio do beijo, então se afastou minimamente para sorver o ar. Ofegante e corada, suas pupilas dilatadas e a tempestade em seus olhos se tornando um incrível temporal de verão.

Bucky segurou o rosto dela com ambas as mãos, o desejo fazendo com que o corpo dele formigasse, doesse de um jeito prazeroso, porém seu coração transbordando de algo insanamente mais intenso que qualquer sensação carnal.

— Sabe que não precisamos fazer isso hoje, não é? — Ele procurou controlar a voz quando alinhou as palavras, ainda assim havia uma rouquidão evidente em seu timbre.

Makayla tocou a barba de Bucky com a ponta dos dedos e sorriu em um misto de carinho e admiração, como se ele tivesse acabado de dizer algo que o fizesse mais que o melhor dos anjos.

— Eu sei. — Ela assentiu de forma simples e deu um beijo suave nos lábios dele. — Mas eu quero. Estou exausta de estar triste. Mas se você não...

Bucky não permitiu que ela continuasse, não havia necessidade afinal.

— Tudo bem, Princesa, então me deixa te fazer feliz... — A puxou para si novamente, dessa vez invertendo a posição de seus corpos e a fazendo ficar contra a parede enquanto a beijava com avidez.

Suas mãos tatearam a pele macia por toda a parte; a esquerda seguindo direto para a coxa feminina, apertando-a com suavidade entre os dedos de vibranium, para então puxá-la um pouco, de modo a facilitar com que Bucky se posicionasse entre as pernas dela, fazendo com que o contato dos corpos ficasse ainda mais próximo e enlouquecedor quando Makayla apoiou a coxa no quadril dele; enquanto isso a mão direita de Bucky descia até a cintura, para então fazer o caminho de volta e parar no seio feminino, no mesmo instante em que sentia seus lábios serem levemente mordidos.

Os corpos se impulsionaram um contra o outro, buscando por algo mais que apenas o roçar de suas peles quentes e molhadas. Barnes apertou um pouco o seio feminino, seus dedos rodeando o mamilo entumecido, fazendo com que Makayla respondesse a isso com um suspirar ofegante entre sua boca.

Ele interrompeu o beijo para provar a pele dela em um caminho que seguia do queixo para as clavículas, voltando para o pescoço, para então descer de novo em direção aos seios, dando atenção a cada um deles, alternando o toque de seus dedos com a destreza de sua língua, e se deliciando com a sinfonia sensual que escapava do fundo da garganta de Makayla.

Quando Bucky se ergueu novamente seu corpo latejava de desejo e, ao encontrar os olhos azuis-cinzentos, estava explícito o quão mutuo aquilo era. Makayla respirava rápido, a boca entreaberta, a pele corada. Tão linda que chegava a doer...

Um sorriso indecente moldou o rosto feminino quando ela segurou o lábio inferior entre os dentes e desceu as mãos pelo corpo de Barnes. Muito devagar. Tateando cada músculo como se estivesse decorando um mapa feito em braile. Os olhos azuis gélidos se mantiveram nela, que tinha atenção toda no caminho que seu próprio toque fazia.

Não demorou para que Bucky sentisse os dedos delicados envolverem sua ereção. Conteve a respiração, apoiando os braços na parede logo a frente, no mesmo instante em que uma das mãos de Makayla seguia em direção a esquerda em busca de algo que ele não se preocupou em olhar, porque suas íris estavam presas na forma como toda sua extensão era punhetada com destreza.

No entanto, logo o frasco de sabonete entrou em seu campo de visão e Barnes assistiu enquanto o líquido gelado era derramado sobre sua ereção quente, fazendo com que um arrepio quase elétrico cortasse todo o corpo dele.

Teve que fechar os olhos, a respiração saindo do prumo e um palavrão nascendo no fundo de sua garganta e morrendo ali cada vez que a mão de Makayla ia e vinha em um movimento perfeitamente fluído por causa da espuma.

Aquilo era alucinantemente delicioso.

Enquanto a água lavava todo o sabonete para longe, ele tentou controlar o ritmo dos próprios batimentos, mas isso se provou absolutamente inútil assim que ele abriu os olhos a tempo de ver Makayla se ajoelhar aos seus pés.

Bucky parou de respirar, sua mente entrou em curto, suas pernas quase falharam. Nenhuma mulher tinha feito aquilo pra ele antes. Damas dos aos 40 tinham pudor demais, diferente dos homens...

Makayla ergueu a cabeça e suas tempestades cinzentas focaram nas íris gélidas por um instante. Ela sorriu de uma forma tão erótica que até o mais puro dos anjos teria caído em pecado, a língua passou pelos lábios fartos um segundo antes que ela beijasse a ponta da ereção masculina, de novo e outra vez, para então lamber antes de realmente o colocar devagar dentro da boca.

Dessa vez Barnes foi incapaz de conter um palavrão e outro e mais um. Era hipnótico demais ver a forma como seu membro deslizava entre os lábios femininos em um ritmo lento e constante, enquanto Makayla ainda usava as mãos em conjunto com o ir e vir alucinante.

Ela era incrivelmente boa naquilo, alternava a delicadeza certa ao lamber e deslizar, com a pressão exata necessária para chupar, e sabia coordenar isso com o toque constante de suas mãos por toda a extensão dele. Bucky prendeu o cabelo dela com a mão de vibranium, não conseguia tirar os olhos da cena, tremia, era ainda mais alucinante quando as íris tempestuosas encontravam as dele vez ou outra, antes que ela sorrisse safada, para então sugar mais forte e colocá-lo ainda mais fundo.

Ele sabia que não duraria muito, podia sentir o prazer se acumulando, crescendo, fervendo dentro dele, por isso apertou um pouco mais os cabelos castanhos de Makayla e a impeliu a parar com um toque suave no rosto, para então fazer com que ela se levantasse, sua mão de vibranium seguindo por instinto para o pescoço dela de forma possessiva, mas nada violenta. Ela sorriu, o misto perfeito de tesão, pecado e desafio, despertando dentro de Bucky desejos quase primitivos.

— Porra, Princesa. — Soprou, antes de prensá-la na parede com o próprio corpo, para então se apossar dos lábios femininos de forma voluptuosa.

A mão de vibranium desceu direto para a bunda feminina, apertando aquela parte com gana antes de envolver Makayla pelos quadris e puxá-la para cima. Como se tivessem combinado ela deu impulso e abraçou a cintura dele com as pernas, segura que seria amparada.

Bucky beijava cada parte do corpo feminino que tinha alcance, enquanto isso fechava o chuveiro com a mão direita. Logo saiu do box, carregando Makayla do banheiro para o quarto e a colocando na cama com menos delicadeza do que teria feito em qualquer outro momento que não estivesse fervendo de tesão.

Ela se apoiou nos cotovelos, seus olhos tempestuosos quentes deslizando por todo o corpo de Barnes como quem cobiça a sobremesa mais saborosa de uma vitrine. Ele tirou um segundo para apreciar a nudez dela antes de apoiar os joelhos na cama e procurar a boca feminina uma vez mais.

Bucky passou a beijar, chupar e lamber cada pequena parte daquele corpo. Primeiro os lábios; queixo; pescoço; colo; seios e descendo, dando atenção especial aos pontos mais sensíveis, enquanto uma de suas mãos posicionava as pernas de Makayla da melhor forma para o que ele pretendia...

Desceu mais, os gemidos que a jovem emitia cada vez mais quentes, um mapa extremamente fácil de seguir, que mostrava o que ela gostava mais. A língua de Barnes provava o gosto dela por toda a linha do quadril, para então descer um pouco mais, dar um beijo no baixo ventre e pular direto para as coxas, no momento em que ele erguia os olhos para assistir a reação frustrada de Makayla. Ela, no entanto, sorriu para ele, apreciando a brincadeira com o rosto corado de tesão.

Bucky se concentrou nas coxas femininas, beijando e chupando a parte interna delas, subindo devagar até o ponto mais sensível do corpo de Makayla. Ela gemeu alto quando a língua masculina tocou o clitóris inchado, suas mãos segurando os fios castanhos dele com força, enquanto se contorcia de prazer conforme era beijada com devoção em todos os lugares certos.

Ele afastou um pouco mais as coxas dela para ter melhor acesso, sua mão direita segurando uma das pernas quase sobre seu ombro, de modo que o braço esquerdo dele era o único com liberdade de movimentos...

Logo os dedos de vibranium encontraram o sexo úmido, causando uma reação evidente por todo o corpo feminino. Bucky dedilhou com cuidado, parando de chupar por um instante, afim de apreciar a forma deliciosa como o corpo da jovem se contorcia sob seu toque.

Voltou a beijar aquele ponto sensível, sua língua trabalhando de forma certeira, enquanto ele penetrava Makayla com dois dedos de vibranium, sentindo o calor dela ser conduzido para as sinapses nervosas dele por causa das propriedades especiais da tecnologia Wakandana. Sincronizou aqueles dois movimentos, chupando no mesmo ritmo em que deslizava seu toque para dentro e para fora em uma cadência que seguia as coordenadas de cada gemido.

Colocou todo seu empenho naquilo, se deliciando com a forma como o corpo feminino correspondia a ele, podia sentir que Makayla estava perto, era possível ler isso nas pequenas coisas que mudavam aos poucos. A forma como os dedos dela seguravam mais firme nos cabelos dele; os quadris buscando por mais contato, os gemidos desconexos e mais quentes. Aquilo era tão excitante que Bucky não poderia estar mais duro...

— Goza pra mim, Princesa. — Sua entonação era a combinação perfeita entre um pedido, um convite e uma ordem.

Voltou a usar a língua então, ouvindo o clímax de Makayla chegar tão arrebatador que estimulou cada terminação nervosa do corpo dele a entrar em curto... Ela ainda estava ofegante e descontrolada quando fez com que Bucky erguesse a cabeça, puxando suavemente os fios de cabelo dele.

Os olhos dos dois se encontraram na quase penumbra do quarto, lá fora o Sol começava a sumir no horizonte, banhando tudo com uma luz dourada que fazia do corpo de Makayla uma obra de arte digna de um museu... Bucky até teria pesando em dizer isso se o tesão insano não estivesse nublando sua mente e fazendo com que o desejo pulsasse doloridamente direto para sua ereção.

Makayla o puxou para perto, os lábios encontrando os dele em um beijo quente e cheio de luxúria. Usando a força das coxas ela rolou por cima, se aproveitando disso para fazer com que Bucky se acomodasse sentado na cama enquanto ela ficava em seu colo, cada movimento rápido e alucinante, como se fosse conduzido apenas por instinto e tesão.

Os lábios não se separaram por um segundo, o beijo quase descontrolado, sendo um reflexo da forma como os corpos dos dois se buscavam instintivamente. Ela parou por um instante então, suas mãos escorregando para a base da nuca de Bucky, os polegares nas laterais do queixo dele, de modo que os olhares se encontraram...

Barnes tentava conter a respiração e o controle, as mãos apoiadas nos quadris femininos formigavam, o coração estava disparado, a pulsação frenética conectada diretamente com sua ereção e isso ficava ainda mais evidente já que Makayla estava sentada nele, molhada o bastante para que qualquer mínimo movimento fosse uma tortura deliciosa.

Ela prendeu os lábios inferiores entre os dentes e sorriu, o sorriso mais devasso, pecaminoso e sensual que Bucky já tivera o prazer de presenciar, o indicativo perfeito do que ela estava prestes a fazer... Rebolou devagar, os olhos ainda nos dele, cada movimento parecendo perfeitamente calculado para conduzir a ereção masculina para o lugar certo, algo que aconteceu com facilidade já que Barnes estava muito duro e Makayla perfeitamente molhada.

A penetração aconteceu devagar, enviando para todo o corpo dele pequenas ondas elétricas de puro prazer que pareciam ainda mais intensificadas pelo olhar nas íris tempestuosas. Qualquer sanidade na mente de Bucky se esvaiu como fumaça, suas mãos desceram mais, suas palmas se moldando na bunda feminina e a puxando mais perto, o movimento fazendo com que a estocada fosse mais funda. Ele arfou um palavrão que era a expressão completa do tesão que sentia, Makayla sorriu ainda mais safada, apoiando a mão com mais firmeza nele para começar a se mover.

E, merda, ela sabia mesmo o que estava fazendo...

O modo como alternava o rebolar controlado dos quadris com cada quicada era enlouquecedor, Bucky manteve as mãos onde estavam, apertando a carne feminina com gana enquanto Makayla subia e descia cada vez mais rápido. Cada estocada mais funda, mais forte, melhor.

Eles não tiravam os olhos um do outro, Barnes totalmente rendido pelo feitiço mágico daquela tempestade insanamente sexual, ele podia sentir que nunca estivera tão próximo do céu e tão quente quanto o inferno como naquele momento. Era ainda mais inebriante porque os gemidos cada vez mais altos de Makayla preenchiam todo o ambiente, provando que o prazer que se acumulava no corpo dele a cada novo estocada frenética, também estava dominando cada terminação nervosa dela. Um palavrão espontâneo se transformou em um arfar entrecortado.

Tão, tão perto...

— Não para... — Bucky pediu, e foi atendido prontamente.

Makayla encostou a testa na dele, rebolando e quicando ainda mais forte no colo masculino, os lábios roçando um no outro enquanto os gemidos se misturam e um clímax incrivelmente intenso dominava o corpo de Barnes, fazendo o resto do mundo desaparecer totalmente, havia apenas aquele momento, aquele prazer sublime embebido em um sentimento puro e intenso. Era alcançar o céu e então cair, mas nunca sofrer o impacto, apenas viver o êxtase infinito da queda, que por fim te leva de volta para o mesmo paraíso de antes. E lá no fundo havia aquele desejo repentino e honesto de que nunca acabasse, que durasse pra sempre...

Aos poucos Makayla foi parando de rebolar, pequenos espasmos musculares ainda cortando o corpo dela vez ou outra, provando que aquela experiência quase divina em forma de orgasmo havia sido completamente mútua. As respirações foram acalmando no mesmo ritmo, ela beijou os lábios de Bucky devagar e da forma mais doce possível, então afastou o rosto para que seus olhos se encontrassem uma vez mais, sorriu então, não aquele sorriso cheio de luxúria de antes, era mais honesto, feliz...

O tipo de sorriso que Bucky daria a vida para manter exatamente ali onde estava. Nos lábios de Makayla. Ela merecia aquilo.

Logo o sorriso virou uma risadinha honesta que acabou contagiando Barnes, os dois caíram na cama, rindo juntos, enquanto ele puxava o corpo feminino para mais perto, mas mal teve tempo de abraçar Makayla antes que ela escapasse e se colocasse de pé em um pulo animado, pegando um lençol para esconder a nudez.

— Onde você vai? — Bucky perguntou com um franzir de sobrancelhas.

— Preciso de água. — Ela respondeu e então sorriu. — E aparentemente de outro banho também...

É claro que ele entendeu muito bem a indireta não proposital e isso o fez lembrar de algo importante. Merda.

— Makayla, me desculpa... — Ele disse, quando ela já estava a caminho do banheiro. — Foi irresponsável da minha parte não pensar em proteção.

— Agora já foi, e de toda forma, mea culpa. — Ela moveu os ombros casualmente, usando uma expressão que indicava que ambos tinham responsabilidade naquilo. — Mas dos males o menor, eu tenho um DIU.

Bucky franziu as sobrancelhas, com certeza não sabia o que era esse tal de DIU, pensou em perguntar, mas Makayla já tinha entrado no banheiro e ligado o chuveiro. Ele podia ter encontrado o celular em algum lugar pra procurar no google, mas seu corpo estava com aquela letargia gostosa pós-sexo, então simplesmente aceitou que devia ser um tipo de dispositivo médico, talvez contraceptivo ou algo assim.

Fechou os olhos por um momento, absorvendo o ar do ambiente, os músculos relaxados, a mente vazia, apenas uma paz gostosa e um sentimento bom no peito. Makayla passou pelo quarto alguns minutos depois, estava enrolada na toalha, jogou o lençol de antes na cama e seguiu para a cozinha.

Bucky sorriu ao notar que ela o tipo de garota que ficava elétrica depois do sexo. Era adorável até. Amava vê-la feliz daquele jeito.

Amava...

Claro que amava.

Como não amaria afinal?

E por isso tinha que garantir que aquela felicidade pudesse criar raízes nela, para então germinar e crescer....

★☆ • ★☆ • ★☆

Makayla encheu uma garrafa com água e gelo, cantarolava uma música qualquer da qual lembrava apenas da melodia e não da letra. Estava feliz, a endorfina liberada pelo sexo e pelos dois orgasmos seguidos tratando de amortecer toda a dor e tristeza como um bloqueio momentâneo do mundo, uma bola de oxigênio no meio da fumaça tóxica que era a tristeza.

Sua mente estava limpa, e ela não precisava se esforçar para não pensar em nada, porque simplesmente não lembrava de algo além daqueles poucos metros quadrados onde estava e do homem que lhe aguardava na cama. A única coisa em sua mente era lembrar a letra da tal música que ela continuava a cantarolar a melodia...

Pegou um copo e voltou para o quarto com a jarra de água em mãos. Bucky estava deitado encarando o teto, ambas os braços cruzados atrás da cabeça, totalmente nu, um único lençol sobre seus quadris, fino o suficiente para delinear tudo que havia para ver ali.

Ele era tão bonito que nem parecia real.

— O que você está pensando? — Makayla perguntou, franzindo levemente as sobrancelhas em curiosidade, apoiando a jarra no pequeno móvel ao lado da cama e oferecendo um copo de água para Bucky.

— Sobre o que vamos fazer agora... — Ele respondeu neutro, se movendo para se sentar na cama e aceitando o copo.

— Não entendi... — A jovem ficou ainda mais confusa e se acomodou no colchão também, ainda enrolada em sua toalha. — Nós vamos atrás do Zemo, entregamos ele para as Dora Milaje e voltamos pra casa. Depois é viver o dia a dia normal, não acho que a Karli vai aparecer por um bom tempo, o Sam mesmo disse isso. Não há mais nada que possamos ou tenhamos que fazer agora.

Bucky moveu seus olhos gélidos na direção de Makayla e assim ficou por longos instantes, como se estivesse tendo um debate consigo mesmo.

— Na verdade... — Disse por fim, arrumando o lençol nos quadris e chegando um pouco mais perto dela. — Brooks comentou vagamente sobre a proposta que ele te fez. Ele disse que vai trabalhar em outra via de tratamento porque você preferiu assim, mas realmente acho que devia fazer o que ele aconselhou.

Makayla sentiu a realidade voltando, lembrou que fora daquela bolha de felicidade momentânea haviam coisas tristes e tragédia. Porém o problema real é que os resquícios de tudo aquilo não estavam apenas lá fora, estavam dentro dela também. A bolha não podia protegê-la disso. Não havia como fugir de si mesma afinal.

No entanto, não soube como interpretar aquela conversa, ao menos não de imediato, porém o tom preocupado de Bucky era honesto e isso a fez respirar lentamente. No fundo ela também acreditava que focar totalmente em um tratamento intensivo seria melhor e mais rápido, só que Makayla entendia o que isso custaria...

Mas talvez Bucky ainda não tivesse percebido.

— Esse comentário vago explicava que eram semanas em um lugar onde sequer podemos usar internet? — Ela perguntou em um tom neutro, esperando que ele entendesse que aquilo seria um tipo de separação para os dois.

— Não, mas eu imaginei que seria algo assim. — Bucky respondeu com os olhos azuis focados nela.

A jovem piscou devagar, procurando absorver aquela informação de forma lógica, porém em sua mente só cabia uma explicação para aquela calma na voz de Barnes ao sugerir algo como aquilo dois minutos depois que eles tinham transado.

— Você se arrependeu... — Ela afirmou, sentindo um nó travar sua garganta. — Você se arrependeu da gente.

— Não. É claro que não. — Bucky afirmou no mesmo instante, deixando o copo de lado e segurando as mãos dela antes mesmo que a jovem tivesse chance de se mover. — Makayla, entenda uma coisa... eu amo você. — As palavras sairiam por entre os lábios dele de forma tão simples e honesta que foi visível que o próprio Barnes se surpreendeu...

O pulmão da jovem subiu e desceu devagar, aquela simples frase se infiltrando nela como ar fresco no meio do mormaço, leve, suave, agradável. Ainda assim uma pequena e venenosa voz dentro dela silabou como uma cobra pronta para dar o bote, tecendo futuros trágicos como a mesma rapidez que uma cascavel balançaria o rabo.

— Você não devia me amar... — Makayla declarou em um misto de agonia, medo e preocupação, embora fizesse seu melhor para colocar na voz o tom de divertimento de quem conta uma piada irônica. — As pessoas que me amam tendem a acabar mortas...

Bucky respirou fundo, movendo as pernas para se aproximar um pouco mais dela, pousando a mão no rosto feminino de forma carinhosa.

— O fato de você pensar assim é a prova de que você devia fazer o que o Brooks aconselhou. — Ele disse de forma suave.

Makayla tinha se esquecido momentaneamente do assunto que levou até aquela declaração, tentou recobrar o foco, mas sua cabeça estava mais confusa do que antes. Se sentia uma criança de cinco anos tentando entender uma conta matemática que parecia simples para qualquer adulto.

— Se você... me ama... — As palavras travaram na garganta dela. — Por que quer que eu vá pra longe de você?

— Eu não te quero longe, te quero o mais perto possível. — Bucky declarou como se fosse a coisa mais óbvia de todo o mundo. — Mas você me fez uma promessa lembra? E como vai cumprir essa promessa se não estiver bem? Bem de verdade, não momentaneamente bem, não se refugiando da dor, não tendo que fingir que ela não existe...

Queria dizer que estava bem, que podia fazer aquilo e que ele não tinha que se preocupar, porém não seria realmente verdade, não quando ela já havia flertado com a morte algumas vezes, mesmo depois da promessa, como naquele quarto de hospital.

— Eu não quero deixar você... — Ela balbuciou, porque essa sim era a verdade mais honesta de todas. A possibilidade de magoar Bucky partindo era o que a tinha feito recusar a sugestão de Brooks.

E algo no olhar gélido de Barnes naquele instante revelou que ele entendeu perfeitamente isso...

— Você não vai estar me deixando... — Ele sorriu de forma reconfortante, acariciando a bochecha de Makayla com o polegar. — São duas ou três semanas, algumas horas de casa. Você não vai para o espaço sem data pra voltar, você não vai voltar para o passado.

É claro que Bucky melhor que ninguém entendia exatamente quais eram as motivações de Makayla, ele sabia muito bem as coisas que lhe causavam dor afinal, e sabia que ela também conhecia tudo isso...

A outra mão masculina pousou no rosto dela, como se pedisse que Makayla prestasse total atenção naquelas palavras:

— Você está indo cuidar de uma coisa muito importante pra mim, não está me abandonando, Princesa. Eu sei disso.

Ele a puxou para perto, a envolvendo em um abraço reconfortante e acolhedor, beijando o topo da cabeça feminina e acarinhando o cabelo dela devagar. Makayla fechou os olhos, sorvendo o cheiro dele enquanto seu coração se enchia de um sentimento bom e puro. Algo naquele gesto a comoveu profundamente, fazendo com que seus olhos se enchessem com lágrimas que nada tinham de tristeza.

Era impossível colocar em palavras coerentes o quanto aquele altruísmo, preocupação e carinho significaram para ela. Dentre todas as coisas incertas na vida de Makayla naquele momento, uma se tornou clara, certa e inegável, ela nunca havia se sentido tão amada e apoiada quanto naquele instante.

— Eu preciso de você saudável e forte, certo? — Bucky sussurrou conta o cabelo dela. —Brooks vai cuidar bem de você. — Ele respirou fundo e a apertou um pouco mais em seus braços. — Enquanto isso eu lido com as minhas coisas em Nova York, você sabe que eu também tenho assuntos não resolvidos. Coisas que eu tenho que colocar no lugar pra ser o homem que você merece.

Makayla ergueu a cabeça, pousando as duas mãos na barba masculina e atraindo a atenção do olhar azul.

— Você já é muito mais do que eu mereço, Bucky Barnes. — Ela declarou com toda a convicção que tinha dentro de si.

Ele negou algumas vezes com um sorriso um tanto triste nos lábios.

— Eu já tinha praticamente desistido quando te conheci, Princesa. Eu só queria que tudo acabasse logo. — Ele puxou uma das mãos dela e a beijou ternamente. — Agora eu quero melhorar, fazer melhor, ser melhor. Você me mostrou que o mundo ainda vale a pena.

A jovem abriu um sorriso que era um misto perfeito de felicidade e travessura.

— Quando foi isso? Quando eu "supostamente" te segui na rua, ou daquelas vezes que eu fui sequestrada e você teve que me salvar. Não espera, foi quando eu taquei fogo no laboratório, não é? — Ela riu divertida. — Algo me diz que você gosta de garotas que sabem lidar com fogo...

Bucky acabou por rir também, a felicidade clara o deixando ainda mais bonito, se é que isso era possível.

— Eu acho que foi seu senso de humor duvidoso, com certeza foi isso. — Respondeu naquele mesmo tom divertido.

Makayla sorriu, dando um beijo suave e lento nos lábios dele.

— Obrigada. — Disse por fim, sabendo que poucas pessoas teriam feito o mesmo.

O amor era frequentemente visto e interpretado como uma bolha, porque amar alguém dentro de uma bolha é fácil, confortável até, mas saber a hora de abrir mão da segurança dessas barreiras fictícias pelo bem do outro parecia uma forma muito mais verdadeira e altruísta de amor...

— Pelo quê? — Bucky devolveu, franzindo minimamente as sobrancelhas.

— Por cuidar de mim. — Ela respondeu e ele apoiou a mão de vibranium na base da nuca dela.

— Sempre que quiser, Princesa... — Murmurou, antes de puxá-la um pouco para perto e depositar um beijo terno na testa dela.

A arrumou em seus braços então, os dois deitando juntos da forma mais confortável que acharam. Makayla repousando no peito dele e Bucky com os dedos envoltos nos fios castanhos dela. Lá fora a noite vinha caindo aos poucos, acabando com a claridade do quarto minuto a minuto, pintando o ambiente com os tons roxo-azulados...

— Bucky? — Makayla chamou de repente e ele respondeu com um murmurar que não era uma palavra de fato. — Você vai sentir minha falta?

— A cada milésimo de segundo. — Ele respondeu, descendo um pouco os dedos e traçando círculos imaginários no ombro dela. — Mas pensa pelo lado positivo, quando você voltar vai ser delicioso matar essa saudade.

— Safado... — A jovem riu divertida e então se poiou nos cotovelos para que seus olhos encontrassem os de Bucky. — Mas não vale usar minha quinzena de férias pra ir flertar com o Sam, hein.

— Poxa, sério? Nem um pouquinho? — Ele riu alto, se fazendo de ofendido.

— Bucky! — Makayla repreendeu, dando um tapa leve no braço dele.

Riram os dois, voltando a se deitar. Makayla tentou dormir um pouco, mas sua mente fervilhava com algo mais importante que isso. Então minutos depois, quando Barnes já tinha parado com o movimento ritmado dos dedos acariciando as costas dela, a jovem ainda estava de olhos abertos.

— Bucky? — Ela chamou baixinho, ganhando novamente aquele murmúrio indistinto como resposta. — Você realmente me ama?

Não era o tipo de pergunta que se devia fazer a alguém, Makayla tinha certa noção disso, porém ela tinha que saber, saber de verdade.

— Eu nunca diria uma coisa assim da boca pra fora, Princesa. — Bucky respondeu de forma séria e então o silêncio se espalhou por alguns segundos, enquanto ambos mergulhavam em seus pensamentos. — Acha que é precipitado?

— Acho... — Makayla respondeu, sem medo do que podia parecer. Não era mentira afinal, o tempo em que eles se conheciam era tão pouco, que algumas pessoas sequer teriam desenvolvido uma amizade casual.

Mas por algum motivo o tempo era um conceito que não se aplicava a eles. Nada seguia a ordem natural quando se tratava da conexão e intensidade do que tinham...

— E isso te assusta? — Bucky tornou a perguntar.

— Sim... — Makayla confidenciou, porque afinal qualquer coisa tão grande daquela forma dava medo. E se não durasse? E se machucasse na mesma intensidade e com a mesma rapidez que havia nascido? — Não assusta você?

— Não. — Ele respondeu simples. — Talvez seja precipitado mesmo, você está certa, mas eu já passei por muita coisa assustadora nessa vida, Makayla. Mas isso... essa coisa inegável, intensa e imensa que eu sinto por você desde o primeiro momento que te vi, e que só continua a crescer de formas inexplicáveis. Isso é o paraíso, Princesa.

Makayla absorveu aquelas palavras devagar, um sorriso surgindo em seus lábios e um único sentimento transbordando em seu coração...

— Bucky? — Ela chamou pela terceira vez e o murmúrio dele tinha um toque de diversão.

Makayla ergueu a cabeça para encontrar os olhos azul gélidos nos quais ela nunca se importaria em se afogar.

— Eu te amo também. — Ela declarou convicta, tirando um franzir de sobrancelhas surpreso de Bucky.

— Mesmo?

— Mesmo, mesmo. — Ela repetiu com um mover de cabeça.

— Achei que fosse precipitado e te assustasse. — Ele comentou, mas não havia qualquer indicio de que aquilo o havia ofendido ou chateado.

— Verdade... — Makayla respondeu. — Mas nada disso me impede de amar você.

Ele sorriu, envolvendo o rosto dela com a mão de vibranium.

— Vem cá, vem, Princesa... — Chamou, puxando o corpo feminino para cima dele, e tomando-lhe os lábios com entrega e devoção, enquanto se desfazia da toalha que ela usava, o corpo masculino pronto com uma velocidade impressionante.

Vantagens de ser um super soldado.

Makayla sabia que não demoraria muito para que estivesse derretida a mercê daquele homem de novo. Ela sorriu satisfeita. Se aquela seria a despedida dos dois para os próprios quinze dias, então com certeza ela faria valer a pena...

Afinal, Bucky Barnes era o tipo de homem no qual ninguém desperdiçaria a chance de sentar.



E quem diria que a senhorita Makayla "eu-sou-timida" Devinne saberia exatamente como dar aquele chá, não é? kkkkkkkkkkkk Dá nem pra saber quem é mais sortudo ali... Será que eles tomam trisal? 

Hots e afins a parte, eu considero esse um capitulo extremamente importante pro desenvolvimento do relacionamento deles, porque a gente sabe desde sempre que rolava um risco de Buckayla acabar em um lance bem tóxico; era muito trauma ali, gerando mentiras, ciúmes, comportamentos autodestrutivos, codependência  e por aí vai. Mas eles encontraram uma forma de não deixar nada disso tomar conta do que eles sentem um pelo outro, e eu amo essa mensagem de que um relacionamento saudável é possível, mesmo se você está quebrado, mesmo se os dois estiverem. O importante é as escolhas que você faz no caminho pra crescer e melhorar com essa pessoa que você escolheu. Tenho muito orgulho dos nenéns por fazerem esse progresso lindo, nem minto. 

Enfim, acho que é só isso por enquanto, daqui 15 dias eu tô de volta (dia 01) pra gente ver como os dois pombinhos vão lidar com esse tempinho separados, além de sabermos o que o bonde da vilania tá fazendo da vida enquanto isso. 

Beijos e até!

Okumaya devam et

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