After the Dark Journey

Od BlckWriter18

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* 2° livro da sequência "Dark Journey" * Aksa Fernández, passou por diversas dificuldades até se tornar CEO... Více

AVISOS
Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo IV
Capítulo V
Capítulo VI
Capítulo VIII
Capítulo IX
Capítulo X
Capítulo XI
Capítulo XII
Capítulo XIII
Capítulo XIV
Capítulo XV
Capítulo XVI
Capítulo XVII
Capítulo XVIII
Capítulo XIX
Capítulo XX
Capítulo XXI
Capítulo XXII
Capítulo XXIII
Capítulo XXIV
Capítulo XXV
Capítulo XXVI
Capítulo XXVII
Capítulo XXVIII
Capítulo XXIX
Capítulo XXX
Notas explicativas!

Capítulo VII

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Od BlckWriter18

Durante o namoro, eu e a Aksa não usamos aquelas alianças tradicionais de prata - nós dois concordamos que estávamos velhos demais para isso - e é por esse motivo que não consigo descrever minha felicidade ao ver uma aliança de ouro na minha mão direita.

Minha ansiedade aumenta todas as vezes que vejo aquele anel de noivado na mão esquerda da Aksa.

Tudo que eu mais quero agora é passar essa aliança da mão direita para a esquerda!

— Sonhando acordado, amor? - voltei para realidade.

— Pensando em quanto ainda vai demorar para eu te ver dizendo "sim" de novo. - ela sorriu - Desta vez, na frente de todo mundo!

— Você sabe que estamos noivos só há 2 meses, não sabe?!

— Sei, mas isso não me impede de imaginar como vai ser nosso casamento. - ela sentou em meu colo.

— Às vezes eu também passo um tempão pensando nisso, sabia?!

— Sério? - fiquei surpreso.

— Sério. Tem dias que eu me pego pensando em como vou conseguir controlar meu choro. - ri de leve - Mas, também fico imaginando o quão lindo vai ser oficializar nossa união na frente de um juiz!

Sempre fico igual um bobo ao ver a Aksa falar do nosso casamento, quando percebo que a empolgação e ansiedade são recíprocos.

Não consegui dizer nada, só beijei-a da forma mais carinhosa que consegui.

— Eu amo tanto você, preta! - disse encarando seus olhos ao separar nossos lábios.

— Я люблю вас (YA lyublyu vas), ich liebe dich, diliget te, je vous aime, i love you. -  franzi o cenho - E por último, mas não menos importante, eu te amo!

— O que foi isso? - sorri.

— Acabei de te dizer "eu te amo" em todas as línguas que eu sei falar fluentemente porque, independente do lugar do mundo que eu esteja, meu coração vai ser sempre seu! 

— Ahh... Que lindo, amor!

— Vou anotar pra colocar nos meus votos!  - rimos e selamos nossos lábios mais algumas vezes. 


Ouvi meu celular tocar, e com ela ainda em cima de mim, atendi a ligação.

Hoje é dia de operação na favela, mais especificamente no Complexo do Alemão.
A situação está começando a ficar complicada no morro, e alguém tem que remediar, por isso a polícia militar pediu apoio da polícia civil, federal e do BOPE.

O nome é "Operação fuzil", nosso objetivo principal é desarmar pelo menos parte dos envolvidos no tráfico, mesmo que essas armas voltem para o morro daqui uma semana, vamos dar tempo para os investigadores montarem outra operação.

— Tá na minha hora, amor! - acariciei seu rosto.

— Você precisa ir mesmo? - senti meu coração apertar ao ver seus olhos tristes.

— É só uma operação, preta. Já participei de muitas outras iguais a essa! - ela abaixou o olhar - O que foi, bebê?

— Não sei, acho que é um pressentimento ruim. - franzi o cenho - Deve ser por isso que eu não consegui continuar dormindo! - forçou um sorriso.

Operações policiais costumam ser feitas durante a manhã, essa em específico vai acontecer às 6:00. Agora são exatamente 4:30 da manhã, minha intenção era não acordar a Aksa, mas ela não conseguiu ficar dormindo.

Estranhei essa reação dela, mesmo estando à tanto tempo juntos, a Aksa nunca demonstrou tristeza ao me ver saindo de casa para fazer meu trabalho. Na verdade, ela sempre foi muito compreensiva em relação a isso.

— Vai lá, amor. A comunidade precisa de você! - afastei o cabelo de sua testa e deixei um beijo no local.

— Daqui a pouco estou de volta.

Assim que ela levantou do meu colo, peguei minhas chaves, meu celular e fui em direção à garagem.

Deixei um pedaço do meu coração em casa, junto com o olhar triste dela.

Só Deus sabe o quanto me sinto mal por vê-la daquele jeito!

Todos os profissionais envolvidos se encontraram na delegacia e logo depois, fomos juntos até o lugar exato da operação.

Estar dentro da favela usando um distintivo é colocar a própria cabeça em jogo a cada instante que se passa, mas a sensação de dever cumprido que vêm depois compensa cada segundo de adrenalina.

A operação demorou um pouco mais que o normal, tivemos alguns contratempos, mas cumprimos nosso dever. Deixamos o morro por volta das 19:30, e só então tivemos permissão para voltar para a delegacia.

— Eae, Rodrigo. - ouvi a voz de Dante - Parabéns pelo desempenho da sua equipe.

— Brigada. - apertei sua mão - A equipe do BOPE também fez um ótimo trabalho.

— Alguns policiais estão querendo sair para comemorar, você vai?

— Acho que não, só quero chegar em casa, tomar um banho e abraçar minha mulher. 

— O que uma aliança não faz, em?! - sorri.

— Sua irmã me deixou desse jeito, a aliança só me fez ficar mais bobo.

— É, sei bem como é isso!

— Você vai? Sair com eles?

— Não, no momento eu só quero chegar em casa também. - assenti.

— Então, até mais. - disse ao destravar o alarme do carro.

— RODRIGO! - ouvi a voz de Eloísa - Graças a Deus, eu te achei.

— Como assim? Aconteceu alguma coisa? - ela engoliu seco - Tenente, o que houve?

— A delegacia da polícia militar recebeu uma denúncia a poucos minutos, invadiram o condomínio que você mora!

— Como assim "invadiram"? - Dante perguntou.

— Eles ainda não tem muitos detalhes, mas pelo que parece, os ratos aproveitaram que o condomínio iria estar quase vazio e invadiram. Só que...

— Só que? - perguntei quando meu coração começou a acelerar.

— O alvo da invasão foi a sua casa, Rodrigo. Os caras reviraram tudo, mas pelo que parece não levaram nada!

— E a Aksa? Ela tá bem? - vi o cenho da mulher a minha frente se franzir e comecei a entrar em pânico.

— Sua casa estava vazia quando a polícia chegou!

Meu corpo inteiro se arrepiou enquanto sentia falta de ar em meus pulmões.
Deixei a delegacia ouvindo o Dante e a Eloísa chamarem meu nome, mas nem me importei, só queria chegar em casa e comprovar que o que a tenente havia dito era mentira.

Eles não levaram ela. Não levaram! - repeti inúmeras vezes.

Durante todo o trajeto, tentei ligar para a Aksa na esperança de que ela fosse me atender e dizer que foi tudo um mal entendido, mas óbvio que isso não aconteceu.

Quanto mais me aproximava, mais meu coração ficava aflito.

  Assim que cheguei, tive de mostrar meu distintivo para conseguir passar pelo portão, já que o condomínio estava cercado de viaturas.

Ao passar pela porta, só consegui chamar seu nome incontáveis vezes. Vasculhei cada canto de cada cômodo daquela casa, e a cada instante o suor descia frio sob minha pele.

Onde você tá, preta?

Voltei para a sala de estar com lágrimas nos olhos, mãos nos cabelos e respiração entrecortada. Olhei ao redor desesperadamente desejando que aquilo fosse um pesadelo.

Não pode ser. Não pode ser!

Ouvi meu celular tocar pela quinta vez desde que cheguei em casa, mas nem me dei ao trabalho de ver quem era.

— Graças a Deus, você atendeu. Achei que tivesse sofrido um acidente no caminho de volta!

— Eles... - minha vontade de chorar se intensificou - A Aksa não tá aqui, Dante. Minha noiva não tá aqui! - passei a mão pelos cabelos novamente - Ela disse que ia me esperar, disse que não iria embora até eu chegar!

— Rodrigo, fica calmo. Respira, cara!

Caí de joelhos no chão ao perceber que aquilo era realidade, que ela poderia estar correndo perigo nesse exato momento.

— A Aksa ligou para o Henrique a algumas horas atrás, um pouco depois da Cecília ir embora, disse que que estava se sentindo muito mal e não queria ficar sozinha, então ela veio para cá.

Mesmo tremendo muito, achei forças para me levantar e ir até meu carro. Deixei minha casa aberta, meu celular no chão e nem me preocupei em desligar a chamada.

Tudo que eu preciso agora é ter a garantia de que ela está bem, segura e a salvo!

Dirigi o mais rápido que pude até a casa do Dante e do Henrique.

— Rodrigo... - Dante disse ao abrir o portão, mas o interrompi.

— Onde ela tá? - passei por ele e entrei na casa - Cadê ela, Henrique? - perguntei de um jeito desesperado.

— Segue o corredor, na terceira porta do lado direito!

Andei apressadamente até o cômodo que Henrique disse.

Só quando abri a porta e vi ela dormindo em cima de uma cama de solteiro, que consegui achar o ar que me faltava.

Me aproximei com cuidado, me ajoelhei ao lado da cama, e enquanto beijava sua testa, acabei deixando uma lágrima cair.

Lentamente vi seus olhos se abrirem e, finalmente, consegui sentir meu corpo mais leve.

— Oi. - disse sorrindo.
— Eae, preta.

— Você tá chorando, amor? - franziu o cenho e levantou um pouco a cabeça - Aconteceu alguma coisa?

— Nada demais, depois eu te explico. - acariciei seu rosto - Posso deitar aí com você? - assentiu.

Sentir a cabeça da Aksa sobre meu peito fez eu respirar aliviado como nunca havia feito antes.

Até hoje, eu nunca havia pensado na possibilidade de perder a Aksa por causa da minha profissão. Sou delegado federal, já fui policial, existe uma extensa lista de pessoas que adorariam me ver morto ou sofrendo por algo.

Nunca tive medo de morrer, mas agora eu não preciso proteger só a mim, existe uma mulher ao meu lado que também pode ser atingida por causa da minha carreira.

A Aksa me ajudou a arrumar as coisas que estavam fora do lugar quando chegamos em casa, já que a Cecília só vai voltar daqui 2 dias.

Fomos dormir por volta das 3:00 da manhã, e mesmo estando exausto, ainda consegui ter um pesadelo.

Todas as cenas estavam confusas, não faziam sentido algum, as únicas coisas que eu conseguia decifrar eram os olhos.

Em um primeiro momento, aqueles olhos estampavam uma decepção extrema, quase incalculável. 

Logo depois, passaram a expressar a dor de uma garotinha assustada, aterrorizada e profundamente machucada. Só que mesmo estando tão próximo, não consegui tocar a mulher à minha frente.

Por último, o rosto ficou aparente, mas irreconhecível. Quase não dava para ver olhos em meio a tanto sangue, hematomas e machucados. Os olhos que antes estavam cheio de dor, agora estavam vazios, e a cada instante se distanciavam ainda mais da realidade. 

Seus olhos detalhavam com clareza o sentimento de alguém que está caminhando em uma linha tênue entre a vida e a morte.

Eu conseguia tocá-la, conseguia sentir seu corpo ficando pesado, sua respiração parando, mas não pude impedir seus olhos de se fecharem lentamente enquanto encarava os meus.

Acordei assustado, suando frio, ofegante e acabei despertando a Aksa ao mesmo tempo.

— Ei, fica calmo, eu tô aqui. O que foi? - tive vontade de chorar ao notar que a tonalidade de seus olhos eram a mesma da mulher em meu pesadelo.

Não era um sonho, eram lembranças. Tudo aquilo é real!

Levantei da cama apressadamente, sem dizer nada saí do quarto, desci as escadas e fui direto para a área da piscina. 

Eu estava desesperado, a ponto de ter uma crise.

— O que tá acontecendo, amor? - ouvi sua voz a uma certa distância, pouco depois do sol bater em meu rosto.

— N-não dá. Eu não consigo!

— Rodrigo, você precisa respirar. - ela se aproximou - Olha pra mim!

Pela primeira vez, em anos, não consegui olhar nos olhos dela e me afastei de seu toque. Senti o interior do meu corpo tremer, cada pelo do meu corpo se eriçou quando lembrei dos seus olhos se fechando bem a minha frente.

— Eles vieram aqui atrás de você, Aksa. - disse com dificuldade.

— Do que você tá falando?

— Ontem, os caras que reviraram a casa, estavam procurando você. Eles queriam levar você!

— Tá, e daí?

— Daí que isso nunca teria acontecido se você não estivesse comigo!

— Você fala como se tivesse certeza disso.

— Ninguém seria burro de invadir um condomínio policial por causa de um estuprador, Aksa. Eles tinham um motivo válido para arriscarem o próprio pescoço vindo até aqui.

— E você acha que esse motivo é você?

— Se o motivo não sou eu, por que não foram atrás de você antes de eu te pedir em casamento? Por que esperaram você estar dentro da minha casa? Por que esperaram eu dizer para Deus e o mundo que amo você?

— Mas,...

— Não tem "mas", Aksa. Eles querem machucar você para me atingir, e foi pura sorte não terem te levado dessa vez! - respirei fundo e tentei me acalmar.

—E o que você acha que nós podemos fazer? - perguntou receosa.

— Esse é o problema, enquanto existir um "nós" você vai estar em perigo!

— Você tá querendo dizer que...

— Que eu não vou conseguir continuar ao seu lado sabendo que alguém pode te machucar de novo, a qualquer momento, por minha culpa.

— É impressão minha, ou você está realmente querendo interromper nosso noivado por causa de uma estimativa?

— Não é só a estimativa, Aksa.

Deus, será que ela ainda não percebeu?

— Então o que é?

— EU TÔ COM MEDO, PORRA. - ela se assustou com meu tom de voz, enquanto meus olhos se enchiam d'água - MEDO DE PERDER A ÚNICA COISA QUE EU REALMENTE VALORIZO E QUE EU DARIA MINHA VIDA PARA PROTEGER!

— Amor...

— Eu já vi você morrer nos meus braços uma vez Aksa, então pelo amor de Deus, não me pede pra ver isso de novo! - disse entre as lágrimas.

Depois disso, ela ficou calada e consegui ver seus olhos marejados. Me sentei no chão, segurei minha cabeça e deixei minhas lágrimas descerem na intensidade que elas quisessem.

Vai doer, mais do que eu consiga mensurar, mas se eu tiver que me distanciar da Aksa para mantê-la segura, sem sombra de dúvidas, eu vou!

Alguns instantes depois ela se sentou ao meu lado, mas não encostou em mim, apenas respirou fundo.

— Acho que eu nunca te disse isso, mas naquele dia que você me achou na beira da estrada,  foram seus olhos que fizeram eu me distrair da dor de estar morrendo. - nós nos encaramos - Desde aquele dia, essa tem sido sua função na minha vida!

— Mas, preta...

— Me deixa terminar, por favor. - disse tranquilamente - Todos esses anos Rodrigo, desde que a minha mãe morreu, não tive um dia de paz, mas depois que eu encontrei esse mar dentro dos seus olhos, senti que nenhum dos meus problemas, por mais grande que fosse, poderia me tirar o alívio que você me traz! - ela se aproximou com os olhos cobertos de lágrimas e segurou meu rosto - Então, por favor, não me pede pra abrir mão de algo que eu demorei a vida inteira para encontrar.

— Amor...

— A gente toma cuidado, como na época que os suspeitos do crime ainda estavam soltos. Existem 1.000.000 de possibilidades para fazermos isso dar certo, e nenhuma delas inclui eu desistir de me casar com você! - sorri e, mesmo contrariado, acabei me rendendo.

Coloquei a cabeça perto de seu ombro, deixei meu choro se intensificar enquanto abraçava-a com força como se não quisesse soltá-la nunca mais.

E sendo sincero, eu não quero e nunca quis soltá-la!

*Relevem os erros, por favor.*🥺
Eita. Que susto, em?! 😳

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