Carmilla

Sem festa, vamos sair.

- LaFontaine, não me venha de novo com essa história, achei realmente que com essas férias você já teria superado. – Laura se sentou na cama de Perry. – Onde está Perry quando preciso dela pra te por no chão?

- Laura! Eu estou falando sério, será que é tão difícil pra você me ouvir? – LaFontaine, estava agora tentado convencer Laura sobre sua teoria.

LaFontaine acreditava que Laura era um lobisomem, já havia comentado com Perry que obviamente não acreditou e agora decidiu contar para Laura, que também não acreditou. LaFontaine sempre foi uma garota estranha, por assim dizer, ela sempre acreditou no sobrenatural e tinha provas que para ela provavam a existência de lobisomens, vampiros, e succubus, a única coisa que ela não acreditava era em zumbis, mas as vezes ficava crente que um dia realmente aconteceria o apocalipse zumbi.

- Laura, você tem um faro aguçado, uma audição aguçada, um paladar que ama carne mal passada, tá talvez isso seja normal pra alguns. Por que não pode ao menos cogitar essa ideia? – LaFontaine insistiu.

- Okay, vamos cogitar a ideia de que eu seja um lobisomem, meus cinco sentidos são aguçados e eu nunca vi outra pessoa com as mesmas... condições que as minhas. Mas então me explica o motivo de eu nunca ter me transformado? Me explica o fato de que isso não é uma herança estranha de família vindo por parte de mãe, e que eu realmente sou essa coisa ai. – Laura, parou pela primeira vez dentre duas horas de conversa para realmente ouvir LaFontaine sobre isso.

- Você tem 17 anos, você nasceu de um humano com um lobisomem, é claro que só quando você tiver com 18 anos é que vai acontecer a primeira transformação, e olha  o mais engraçado: É daqui uma semana seu aniversario, e o mais engraçado ainda é que cai em uma lua cheia. Então se você não se  transformar no dia do seu aniversário eu desisto desse assunto. - LaFontaine propôs e Laura se limitou a assentir.

Perry nesse momento estava numa daquelas máquinas de doces, a máquina ficava perto de uma sala que ela acreditava estar vazia, mas não estava. Perry nunca foi o tipo de pessoa que ouvia atrás da porta mas dessa vez foi impossível pois se tratava, ao seu ver, de três alunas. Perry sempre foi boa em reconhecer vozes, por isso foi capaz de reconhecer a voz da Reitora, com quem havia falado logo ao chegar a escola para ver em que quarto ficaria. Mas dessa vez a conversa era de seu interesse, ela não entendeu muito bem o que a Reitora disse, muito menos entendeu o assusto da conversa, mas ouviu perfeita mente a parte onde a Reitora disse um tanto alto “Aquelas três garotas, e quero aquelas três garotas!”, ela achou que seja com quem a Reitora estivesse falando apena assentiu, pois não ouviu nenhuma outra voz.

- Ouvindo atrás da porta? – um garoto, que até então era desconhecido pra ela falou.

Perry realmente se assustou e inúmeras coisa passaram por sua cabeça nesse momento, será que ela deveria se desculpar e dizer ter sido sem querer? Ou deveria apenas dar uma desculpa qualquer e agir normalmente? Ou quem sabe correr. Mas não, ela não viu necessidade alguma de correr quando olhou aquele garoto sorrindo pra ela, esperando uma resposta, e por um momento ela apenas ficou o admirando, se negava a acreditar que se sentiu atraída por um rapaz que acabara de falar com ela. E quando o sorriso no rosto dele ia desaparecer ela respondeu:

- Não, na verdade eu estava apenas pegando um doce nessa máquina aqui que parece estar quebrada porque estou aqui a três minutos e meu doce ainda não saiu. E bom, parece que a Reitora está gritando e é difícil não ouvir quando alguém grita, não é? – ela riu nervosa, e colocou uma mecha de seus cabelos loiros cacheados para trás da orelha.