Mestre Pitacus adiantou o passo para caminhar entre os dois. Baixou um pouco a voz para perguntar:

— Seja sincero, espírito. Acha que temos alguma chance contra esses monstros? — Conversar com um espírito era outra coisa que parecia irreal para o mestre, mas ele estava se esforçando para assimilar a nova experiência com a calma que se esperaria de um membro do círculo da sabedoria.

Bórian parou de andar para lhe responder:

Acho que diante da situação, só nos resta tentar, Mestre.

Um meneio de cabeça de Bórian trouxe um sorriso gentil ao rosto do mestre. Então, o espírito castir o empurrou para trás ao mesmo tempo em que fazia uma coluna de pedra se elevar do chão. Flechas atingiram a coluna, mas nem todas foram barradas e alguns ordenados foram atingidos.

Aturdido, Mestre Pitacus rolou até a base da coluna. Enquanto os guardiões se adiantaram ao grupo para formar uma linha defensiva, ele conjurou um escudo para os ordenados que prestavam socorro aos feridos. Melina agachou-se ao lado dele, retirando o arco das costas. Ela passou a mão sobre a aljava vazia e uma flecha se materializou.

Bórian moveu a terra, erguendo barreiras à frente do grupo.

Parece que a diversão começou. — Disse o espírito. Ele tocou o chão com a mão espalmada e uma luz forte percorreu seu braço até penetrar na terra. — Estão bem à frente. Há uma elevação a quatrocentos metros daqui.

Os guardiões se abrigaram atrás das barreiras que ele ergueu, tomando seus próprios arcos e iniciando o revide.

— Há um grupo menor se deslocando a seiscentos metros a oeste. Dez ou doze inimigos, acho. É difícil ter certeza, diante da magia deste lugar. Eles estão vindo em nossa direção. — Ele fez uma pausa, enviando nova onda de magia para a terra e aumentando a distância percorrida pela magia de integração. — O grupo de Voltruf e Marie está quase no limite da floresta, a uns dois quilômetros daqui e também tem companhia.

Com tranquilidade, Melina prestava atenção às palavras de Bórian. Ela encaixou a seta no arco com cuidado e conjurou chamas nela, então a atirou no chão, próximo a um dos guardiões. Repetiu o feito mais três vezes em espaços regulares, de modo que todos os protetores tivessem acesso às chamas.

— Usem o fogo. — Ordenou.

Então, aguçou seus sentidos, pegou nova seta e juntou-se ao ataque.

**

— Este lugar é assustador. — Resmungou um dos soldados à frente de Verne.

O badir se esforçou para não concordar em voz alta. Sentia a atmosfera negativa da floresta se tornando mais densa e, para piorar, espíritos surgiam a cada metro percorrido. A maioria deles nada fazia; apenas observavam sua passagem. Entretanto, alguns os seguiam, unindo-se aos homens. Era quase impossível não sentir o medo dos soldados, diante da companhia indesejada.

Após percorrerem um trecho bastante difícil, onde as árvores petrificadas eram muito próximas umas das outras, o grupo alcançou uma pequena clareira, que deu indicativos de que estavam prestes a entrarem nas terras da Cidade dos Eleitos.

— Por que eles estão nos seguindo? — Emya indagou para Voltruf.

— E por que não podem fazê-lo? — Devolveu a falecida castir. — Estamos em um território dominado por eles.

A princesa abanou a mão à frente da face.

— Você não entendeu a minha pergunta. Quero saber o que os está atraindo para nós. Nem todos nos seguem. — Observou.

A Ordem: O Círculo das Armasحيث تعيش القصص. اكتشف الآن