Prologue

15 2 1
                                    

Sussex Ocidental, 1849.

Lord Styles observava com seus olhos amantéticos seu marido, William, arrancar uma rosa do pequeno e acanhado canteiro, seus dedos, oh! doces e suaves dedos, rodeavam o caule com tamanha delicadeza, William temia ferir os espinhos e não o inverso, era belo...Seu anjo, era tão cuidadoso e simbólico mesmo em pequenas coisas, Harry sentiu seu peito inflar, quando observou-o levar a rosa- tão vermelha em um contraste com sua pele amorenada- até seu nariz afilado, aspirando a fragrância doce e suave como o próprio que a segurava, o nariz franzindo, Harry sorriu e encostou na soleira da porta de entrada.

-- Harry, querido, venha até aqui-- Oh sim! Lord Styles saberia distinguir aquela melodia calma, donzel, pura em meio à qualquer multidão chilreante. Era a voz que despertava á si, o fazia querer sorrir desde á alvorada até o crepúsculo dos dias, Lord Styles não era apenas Lord Styles, mas sim, esposo de William e consequentemente o homem mais exultante do mundo.

-- Harry, amor...-- o homem, então liberto de seu encantamento, se aproximou com passos lentos, prolongando a visão detalhada de seu esposo.

--O que aconteceu, querido? Parece-me que estás fora de órbita...-- William ainda estudava a rosa com os olhos atentos e investigativos, Harry era ciente do tamanho poder que áqueles olhos tinham sobre si, bastava apenas o levantar dáquelas pálpebras emolduradas com cílios cheios, longos e a íris safira, oceânica, profunda e convidativa, na qual Harry desejava fundir-se, afundar-se, afogar-se ali nos dias e noites pelo resto de sua vida, incansavelmente.

-- Nicholas contou-me esta manhã sobre rosas, uma rosa em específico, uma das mais perfumadas, ele diria-- William soltou um risinho-- quando ele me dissera, me surpreendi, pois era crente que todas as rosas eram perfumadas igualmente e que nossos jardins eram suficientemente perfumados, soa confuso, meu amor?-- William soltou um muxoxo prolongando-o com uma risada meiga, Harry sorriu e aproximou-se ainda mais de William, pegou a rosa tão vermelha de suas mãos tão macias, a flor em si era realmente encantadora com as pétalas simétricas e vermelhas vibrantes, chamativas e sensuais á visão, Lord Styles tocou a rosa em seu nariz e cheirou-a, o perfume era suave e natural, ele sorriu largamente, suave, natural e delicado como seu William.

-- Porque sorris tanto esta manhã?-- William agora entretido com possíveis pragas em suas roseiras, examinava detalhadamente as folhas, seus olhos acompanhavam a saliência que formava-se entre as nervuras, um desenho assimétrico, Harry tocou o pescoço de seu marido com a rosa, ele estremeceu lindamente, assemelhando-se à brisa atravessando as folhas no Outono, Harry suspirou.

-- Eu sorrio todos os dias, meu amor, e a razão de meus sorrisos permanece a mesma...-- disse Lord Styles, sua voz grave e cheia, ricocheteando o pé do ouvido de William, o homem de olhos azuis arfou pesadamente, e sorriu encantado.

Harry continuara a passar-lhe a rosa por seu pescoço liso e delicado, arrepiando-o, passando-a pela nuca, sentindo em seus dedos os pelos eriçados, sentindo em suas juntas os batimentos desesperados de seu marido, Harry sentiu-se satisfeito e orgulhoso, ciente de ser o único a causar-lhe tanto impacto com mínimos e despretensiosos gestos.

Encostou-lhe na coluna veneziana, beijou-lhe os malares docemente e disse-lhe:

--Você... Você, meu William, é a razão de minha euforia, de meu prestígio e de minha paixão, você é a razão de minha crença no amor e minha descrença em qualquer outro senão em ti.

Harry, tão forte e imponente como uma rocha, beijou os lábios abertos de William, abalados pelas palavras, o gosto, Harry pensara, seu gosto era único e deixava-o insaciável, como uma inesgotável fonte de néctar á Harry. O mais velho firmava os braços ao redor da cintura de William, pressionando-o sob suas carícias, degustando os reflexos do corpo de William, o modo como suas mãos aveludadas trilhavam sua nuca, emaranhando-se nos cabelos de Lord Styles, barganhando suspiros e arfadas, o serpentear calmo e elouquente das línguas, a ânsia conpiscua dos corpos.

Era belo, era valente.

Harry passara seus lábios ao pescoço de William, a fonte de seu aroma, Lord Styles perdia-se ali, em meio à pele morna e a pulsação frenética, o cheiro reconfortante lhe atingia de uma maneira suprema. A sensação de ordem. Ele pertencia áquele homem, ele pertencia á William, isso não poderia ser mudado, não neste século, nem no vindouro.

-- H-Harry...ah!... Pare!-- William gemeu, suas feições contradizendo suas palavras, Lord Styles enterrado na curva suave de seu pescoço, mordiscava-o, lambia-o, chupava-o com apresso, William soltava resmungos incompreensíveis com os lábios pressionados nos cabelos de Harry, ele era moderado e gentil em tudo o que fazia, mesmo nos beijos e renúncias com Lord Styles ele se mostrava deste modo, aos olhos deveras apaixonados de Harry, era lindo e puro.

-- Diga-me, meu sonho, diga-me que és meu até o fim dos tempos-- Lord Styles parou seus afagos, olhando nos olhos entorpecidos de William, por trás das belas íris repletas de paixão arrebatadora, desejo irrefreável, havia vulnerabilidade capciosa.

-- Diga-me que eu sou-lhe o suficiente, diga-me que eu basto á ti, William-- os olhos de Harry, agora clamavam uma súplica exacerbada e dramática, William mostrava-se em uma figura desconcertada, os lábios vermelhos como rosas rubras na primavera, a respiração ofegante, gotículas de suor reluziam em sua testa e pregava-lhe os cabelos na face, e os olhos, Ah!, os olhos, doces piscinas selvagens, Lord Styles jubilou-se ao decifrar os sentimentos que transpunha os olhos de seu marido.

Sobretudo, William sentia o amor, sólido e corrosivo, extravasar em seu peito, Lord Styles e seus olhos acirrantes, suas mãos longas e sábias, seus lábios firmes e doces, lábios estes que William estimava beijá-los até seu último suspiro, lábios estes que proferiam para si palavras e versos afáveis, que o faziam delirar e amá-lo de maneira inconsequente e ah! a mente brilhante de Lord Styles e suas ideias absurdas.

-- Eu lhe digo, meu amor, todos os dias, se não por meio de palavras, em atitudes...-- William acariciou o maxilar trincado, robusto como o próprio homem á sua frente, sorriu-lhe e prosseguiu: --Você me basta, meu marido, você me é suficiente, eu não almejo nada, Harry, que não seja permanecer contigo até o findar dos meus dias.

Lord Styles petrificou-se ante as palavras dóceis de seu marido. Excepcional, sua mente fixava-se em minimos detalhes, os inabitavéis e inofensivos, Harry insistia em torná-los gigantescos e mitológicos, era como surgiam suas obsessões.

"...Até o findar dos meus dias." Os olhos de Harry confinavam a amargura. Não haveria uma realidade em que idealizaria uma possível vida sem William, não havia vida sem William, não havia jardins e rosas sem William, não havia os lábios carmesim, oh! não havia as doces piscinas selvagens, Lord Styles apertou os olhos com força, e decretou: não havia e não haveria!

Agoniado, pressionou seus lábios nos de William, fervoroso, transmitiu sua paixão e seu amor intransponíveis através de sua carne e alma, o dançar dos corpos suados e a sinfonia dos arfares e gemidos eram paradisíacos.

Com William deitado em seu peito,  Lord Styles segurava-o firme em seu sono e meditava com a testa franzida:

Não haveria o findar dos dias.

Ai ajuns la finalul capitolelor publicate.

⏰ Ultima actualizare: Jan 31, 2020 ⏰

Adaugă această povestire la Biblioteca ta pentru a primi notificări despre capitolele noi!

Eternal Blue, My Blue Palace L.SUnde poveștirile trăiesc. Descoperă acum