「 1.4 」

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\ can you see me? /
/ pov. min yoongi \

﹏﹏﹏

Fiquei pensando sobre a minha decisão, e as consequências que ela traria se eu a completasse. Relembrei cada segundo da conversa com Taehyung, o seu olhar pesando sobre o meu, me alertando para não confiar em Jungkook. E o que Taehyung tinha contra ele, permanecia como mistério.

Eu queria desistir, mas algo dentro de mim me impedia de mandar uma mensagem para Jungkook, dizendo que eu não iria na sua casa hoje. Imaginei se ele se preocuparia, se perguntaria o porquê. Balancei a cabeça. Aquilo parecia mesmo algo que ele faria.

Engoli a seco, a conciência pesando cada vez mais.

Li o endereço de Jungkook no papelzinho que ele me dera. Incrivelmente, ele morava apenas duas quadras da minha rua.

É isso. Eu menti para Taehyung, e eu vou na casa de Jungkook. Foi uma decisão difícil, mas não havia mais volta agora.

Eu vou na casa de Jungkook.

Ao chegar em casa, me atirei no sofá da sala, sentindo a costumeira dor nas costas. Respirei profundamente, sentindo o cheiro de cera do piso invadir minhas narinas.

— Suga, é você? – Ouvi a voz de mamãe sair da cozinha, na qual eu respondi com um resmungo.

— Sim, mãe. Sou eu.

Ela surgiu da cozinha, limpando suas mãos em um pano, e se sentou na poltrona, me olhando com curiosidade.

— Está tudo bem? Como foi na escola?

— Um pouco de dor nas costas. – Falei, e mamãe automaticamente foi para o balcão da sala, procurando algo entre a quantidade de remédios que havia ali. Continuei: — Sobre a escola: eu realmente odeio inglês.

Mamãe riu, pegando um dos remédios e indo para a cozinha novamente. Me sentei no sofá, e ela volta com um copo d'água para mim.

— E o papai? – Pergunto, enquanto tomava o remédio, sentindo seu gosto horrível percorrer minha garganta.

— No trabalho. Hoje ele chega um pouco mais tarde. – Assenti em forma de agradecimento para mamãe, que põe o copo na mesa de centro, se sentando novamente na poltrona. — E que você odeia inglês, essa eu já sabia. – Comentou sorrindo.

Engoli a seco. É agora ou nunca.

— Mãe... – Ela presta total atenção em mim, aguardando minha fala. — Um colega me convidou para ir na casa dele. E eu aceitei.

Mamãe arregalou os olhos, realmente surpresa. De repente, parecia que estava prestes à me abraçar de tanta alegria que sentiu.

Ir na casa de um colega? Isso é sério? – Questionou, os olhos brilhando.

— Sim, mãe. – Abaixei o olhar, procurando não ver o sorriso enorme que surgia no rosto de minha mãe. — Tudo bem para você, não é?

— Claro! Claro... – Mamãe levantou, indo até meu lado, e me abraçou fortemente. Me encolhi um pouco. — Ah, Suga... Estou tão feliz por você! – E beijou minha bochecha, bem perto da pequena manchinha que eu tinha ali.

Ainda abraçada em mim, ela começou a acariciar minha cabeça. Dava para perceber que estava feliz por mim, finalmente vendo seu filho nem um pouco normal estar tendo uma vida totalmente normal.

Aquilo, de certo modo, me deixou desconfortável. Mesmo que eu estivesse feliz por ver a reação de mamãe sobre o convite de Jungkook, eu me sentia estranho. E culpado, pois ainda lembrava perfeitamente de Taehyung e seu aviso.

Eu tinha feito aquilo sim, mas era porque, no fundo, esperava que algo fosse diferente. Mas não sabia que acabaria me sentindo diferente também.

— Mãe, eu preciso me arrumar. – Lembrei-a, separando do seu abraço e levantando do sofá, subindo para o meu quarto.

Nas escadas, olhei por cima do ombro mamãe suspirar, ainda observando cada ação minha, até eu sumir completamente dentro do meu quarto.

"Ela está realmente feliz", pensei, me deitando na cama e encarando o teto. Conferi o horário no celular. 15h34.

Tomei coragem para levantar, procurando ignorar todos os pensamentos que passavam em minha cabeça sobre como aquela visita era uma péssima ideia mas que não havia volta. Troquei de roupa, e me encarei no espelho do quarto.

Os olhos do garoto no espelho eram confusos. Mostravam esperança, mas ao mesmo tempo não abandonavam a típica tristeza e cansaço. Lembrei de Jimin, e em como seu espírito parecia demais com meu reflexo no espelho.

Talvez Jimin não fosse a completa felicidade que eu acreditava que fosse. E eu só saberia se encontrasse com ele novamente.

Mas como, eu não sabia.

Suspirei, e sai do quarto, torcendo para não encontrar mamãe na sala tendo um ataque de alegria por mim.

can you see me? ☆ btsWaar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu