Além das estrelas e a lua.

Além das estrelas e a lua.

Por Naldo Oliveira

O alto do prédio antes deixava-me desconfortavelmente com medo, mais agora deixa-me confortável e confiante no que vem além daqui... Além do último passo para o abismo.

Alguns meses antes...

"Se odeio minha vida? Não só queria que ela fosse com antes de conhecer ela" este era um dos pensamentos que mais questionava-me, deixando-me inquieto e louco para poder descobrir o que realmente tinha acontecido naquele dia ao anoitecer nas escadas daquele velho prédio.

A chegada da primavera trazia com ela as noites geladas de outubro, ruas vazias e cheias de pensamentos que ecoavam em cada esquinas. Meus pés arrastavam-me pelas calçadas guiando-me até a porta de um velho prédio enquanto olhava para alua a perguntando:

-O que é mais insignificante amar ou ser amado? Procurar o amor ou se esconder dele? - perguntava á lua esperando inutilmente por sua resposta.

Meu jeans surrado combinava com meu moletom preto enquanto olhava o reflexo de um homem branco de 27 anos de barba se encarando tentando se encontra no meio da escuridão da noite.

-Como imaginei até você não sabe. - sussurrei respirando fundo relaxando fechando os olhos por um segundo sentindo a brisa tocar meu rosto com um carinho que nuca tinha sentido.

-Insignificante é não amar quem lhe ama escondendo dela por medo do amor. - uma voz feminina respondeu minha pergunta.

Abri os olhos assustado para saber quem havia respondido-me e fiquei surpreso com aquela linda mulher que estava de joelhos usando jeans preto com uma blusa cinza seu rosto brilhava como a luz do luar, seu sorriso era encantador como as estrelas seus longos cabelos lisos pretos era como o manto da noite.

Assustei-me com a falta de reação que tive quando a vi de frente comigo seus lábios estavam próximos aos meus enquanto seus olhos fitavam-me como se já tivéssemos nos vistos.

-Quem... Quem é você? - perguntei com uma leve gaguejada sussurrando olhando seus olhos castanhos escuros.

Ela sorriu mordendo os lábios dizendo:

-Lu... Luana e você é o homem das perguntas - Respondeu ela sorrindo tocando meu rosto como uma brisa.

Ela se levantou pegando minhas mãos ajudando-me a levantar levando-me para interior do prédio subindo as escadas sem dizer nenhuma palavra. O medo gostoso que dava um friozinho na barriga fazia-me mais vivo do que nunca sabendo naquele corrente momento em que tudo o que eu queria não estava nas perguntas que fazia à lua mais quem estava naquele momento puxando-me escada acima sem dizer sequer uma palavra sobre o que iria fazer.

O topo do prédio que antes aparentava ser tão alto naquele momento se tornou menor que as nuvens que escondia a lua.

-homem das perguntas vou lhe contar uma historia - disse Luana enquanto sentava na beirada do prédio guiando-me para o lado dela.

Prosseguiu ela dizendo:

-um dia a lua estava olhando para aterra perguntando para os humanos do que era feito o amor? Por que valeria morrer ou viver? Mas os humanos não a respondia por não ouvi-la seguiam suas vidas sem olhar para o céu sem a percebe-lá. Alua seguia todos os dias perguntando e nenhum deles a respondeu. Até que um dia um homem sentou ao pé de uma árvore olhando lua e perguntou Do que é feito o amor? Por que valeria morrer ou viver ?LUA! RESPONDA-ME! Olhando diretamente para ela enquanto a lua desesperada olhava para ele e tentava o responder, mais suas tentativas era frustradas pois ele não a escutava. Então a lua triste e pálida respirou fundo e se escondeu por trás das nuvens e se transformou em uma linda mulher que respondeu as perguntas daquele homem que ela o chamava de homem das perguntas. Mas ao amanhecer ele perguntou seu nome enquanto ela levantava-se rapidamente para voltar para o céu ela olhou para trás e disse Luna homem das perguntas.Ele a agarrou pelos bracos sentindo seu corpo se juntar ao dela em um forte abraço sentindo seus lábios tocarem os dela enquanto ela tornava-se a lua novamente. Depois disso ele a procurou todos os dias por toda sua vida tentando encontra-la até que ele subiu até o mais alto edifício e gritou esse e o mais perto que cheguei do amor mais o perdi como perco a lua todas as noites quando o sol nasce.

Meus olhos fitavam o doce sorriso que seus lábios desenhava enquanto a brisa gelada da madrugada despertava-me para dizer algo que fosse inteligente de verdade:

-Não tinha ouvido essa historia ainda, -sorri e continuei dizendo- a lua por mais longe que ela esteja ela tem o poder de unir duas pessoas por mais distantes que elas esteja... a mesma lua que brilha do outro lado da cidade é mesma que brilha para mim aqui.

A vista de cima do prédio era deslumbrante mente sem graça e nada romântica. Mas tinha algo ali que não havia em lugar algum da cidade, além do restaurante indiano no fim da rua.

-De onde você é Luana? Por que nunca te tinha a visto antes? Por onde andou todo esse tempo? -perguntei a luana esperando um resposta além de "Por ai".

Ela sorriu olhou para as estrelas dizendo:

-O silencio guarda mais respostas do que as palavras. - disse ela tocando meu rosto.

Não queria que aquela noite acaba-se, mais as horas passavam como segundos correndo como fosse perder o trem.

ela levantou-se rápido quando descobriu que já se aproximava das 06hrs da manha me assustei e levantei junto perguntando:

-o que aconteceu por que vai embora?- perguntei enquanto segurava suas mãos.

Ela olho para o horizonte disse:

-sempre vou estar perto de você, por mais longe que eu esteja sempre estarei mais perto do que imagina. -disse ela soltando minhas mãos e correndo para as escadas.

-LUANA ESPERE! - gritei correndo até ela e continuei dizendo - onde posso lhe encontrar de novo ?

Ela olhou para a escada e voltou dizendo-me:

-podemos nos encontrar novamente aqui no alto desse prédio, mais preciso ir agora. - disse ela sorrindo.

Segurei sua mão e lhe puxei de volta deixando meus lábios tocarem os dela sentindo a textura deles o gosto da despedida.

-Amanha aqui ao cair da noite estarei lhe esperando. - mordi meus lábios e soltei sua mão lhe deixando seguir as escadas.

Sentei no chão gelado no para peito do prédio respirei fundo e tentei achar uma explicação lógica para o que tinha acabado de acontecer. O calor do sol começava a aquecer minha pele fria pela madrugada mais deslumbrada com tudo o que havia acontecido nela.