Prólogo

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Safyjra

Eu estava voando pelos ares, acompanhada de minhas amigas, irmãs e companheiras de batalha. Livres, aventureiras e guerreiras, essas três palavras nos descreviam.

Ashra, a mais veloz, voava em nossa frente no grande céu azul. Nossas asas eram fortes e majestosas com penas prateadas como a lua. Nós ia-mos de cima à baixo e sorríamos de felicidade, víamos águias caçando e rasgando os céus com as suas enormes garras carregando suas presas.

Tudo ia bem, até que escutamos barulhos de sinos e uma forte energia mágica na terra onde estávamos.

-Vocês sentiram isso? - perguntei.
-Sim, você também? - respondeu Ashra.
-Eu também senti! - disse Rhowania.
Éramos três, três Valkyrias guerreiras da casa de Mardoll, a Deusa criadora do universo na qual vivemos e servimos por prazer. Mardoll era nossa rainha, nossa senhora, nossa amante, nossa amiga, nossa feiticeira, nosso amor.

-Vamos lá ver o que é! - sugeri.
-Eu vou na frente. - disse Ashra, a mais veloz, mergulhando a baixo nos ares.

A força de suas asas era descomunal, o brilho de suas penas ao tocar a luz solar mostrava a beleza e honra em ser uma Valkyria.

Seguimos Ashra até a terra e pousamos num campo que mais parecia uma cena de batalha.
Havia cadáveresem decomposição sendo devorados por corvos, sangue e corpos mutilados estavam espalhados pelo local.

Sentíamos a energia de Ashra, mas não conseguíamos ve-la ali.

-Ashra!!!- gritei, mas não tive resposta.
-Ashra!!! - gritei novamente, na esperança de receber um sinal dela.

Continuamos a andar pelo campo onde homens e mulheres estavam mortos, crianças pequenas e bebês se incluíam nisso.

Estávamos pensando em invoca-la porque acreditávamos que Ashra havia retornado ao plano astral, mas vimos ela rastejando no chão, toda ensanguentada com correntes de ferro em seus pulsos, correntes que carregavam uma estranha energia pesada.

-Meninas, corram!!! - ela dizia, com a voz rouca e falha, quase sem ar.

Nós fomos ajuda-la, porém, ela nos empurrava pedindo para que fugíssemos logo.

-Vocês precisam correr! - disse Ashra, caindo no chão.

Fomos apoia-la e percebemos que em suas costas, suas asas não estavam colhidas, elas nem se quer estavam lá, havia apenas os ossos ensanguentados que prendiam-nas em seu corpo.

Ficamos assustadas até que senti uma presença de algo forte e perigoso ali.

-Mais duas, perfeito! - disse uma voz masculina, se aproximando.
Olhei para os lados e não vi ninguém, já era noite e as árvores grandes faziam com que a escuridão do campo aumentasse.

Senti cheiro de magia e uma energia pesada também, quando eu menos esperava, uma corrente grossa feita de ferro sai da terra e prende minhas mãos, puxando-me para baixo fazendo com que eu me ajoelhasse na terra.

Uma mesma corrente saiu da terra perto de Rowania e acorrentou-a, fazendo com que ela também caísse ajoelhada.

-Agora é tarde demais!!! - disse Ashra, assustada.

Um círculo feito de magia e repleto de símbolos surgiu ao redor de nossos corpos nos prendendo em uma espécie de selo.

Tentei alcançar a espada que eu carregava em minha cintura mas a corrente era muito pesada, mal conseguia levantar meus braços.

-Que beleza! Fui caçar um coelho e acabei ganhando três. - disse a mesma voz masculina, saindo das sombras junto de um mago usando uma túnica negra.

Uma Dança com a Vida e a Morte: A Coligação dos ReinosWhere stories live. Discover now