De Draco Malfoy - Parte 3

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O menino poderia ficar o resto da tarde apenas observando Potter não pensar e agir como um idiota abrindo e fechando gavetas – porque,obviamente, pensar e Potter não poderiam participar da mesma frase em um sentido positivo – se não fosse o fato de que o maravilhoso senso de delicadeza do moreno o fizera praticamente arrancar uma gaveta de seu móvel.

Draco achava adoráveis as atitudes pouco cerebrais de Harry Potter." Quando você age como se não tivesse cérebro é realmente divertido, Potter. Ops, eu esqueci, você não tem cérebro".

"Cala a boca, Malfoy". Potter bufou e voltou a abrir algumas gavetas com raiva. Obstinação? Harry Potter não tinha obstinação, só um irritante orgulho e uma facilidade incrível para se descontrolar.

O loiro achava fascinante, particularmente fascinante. "Se você parar de me dar motivos para tirar com a sua cara, Potter, pode acreditar que não vou me importar mesmo em não dividir minha voz com você".

O moreno estava começando a ficar realmente irritado. Tão irritado aponto de não só abrir as gavetas com raiva, como a fechá-las com a mesma força. Oh, tão idiota, pensava Draquinho.

Entre as batidas de gavetas e portas, Draco podia identificar alguns resmungos e palavrões saindo da boca de Potter, o que só tornava acena ainda mais divertida. Foi quando não gargalhar da cara do moreno já parecia impossível, que um estrondo preencheu a cozinha.

Agaveta de facas acabara de encontrar ao chão.

"Filho de uma cadela sem dente chupando manga, Malfoy", praguejou.

"Ei, mais respeito, Potter. Se você não conhece o significado da palavra delicadeza, e não sabe como empregá-la na sua própria casa, o problema é seu, não das cadelas sem dente chupando manga!"

Ah, a gota d'água para o instinto suicida de Potter. O moreno bateu amão a esmo na chão, fazendo a palma raspar sobre uma faca. Foi o suficiente para fazer o pobre menino Malfoy enlouquecer em sua cadeira e pular dela direto para o lado de Potter, a fim de proteger tão preciosas mãos.

"Seu imbecil. Você precisa parar de agir sem pensar ou um dia vai acordar sem essas suas mãos", gritou um preocupado Malfoy.

Draco tomou aquela mão entre as suas, puxando um pano de prato qualquer que estava sobre a pia. "Se você tivesse me perguntado, desde o começo, onde estava a porcaria do avental... Mas não, você precisava agir como Harry Potter!", continuou o pobre bebê,transtornado. Era a mão de Potter, propriedade indiscutível de Malfoy, que estava sangrando porque o idiota resolvera agir como de costume.

"Imbecil", continuou praguejando, puxando Harry pelo pulso até a torneira."Você tem noção do que seria viver sem as suas mãos, hein, Pottah?".

Enquanto o menino soltava seus costumeiros grunfs e ensaboava a mão já-nem-tão-machucada-assim, Potter tentava acreditar que a real intenção do outro era apenas lhe mostrar o quão idiota era, e que suas frases sobre o estado de suas mãos não deveriam ter nenhum outro sentido que não indicar sua tolice. Mas isso era incrivelmente difícil de pensar quando Malfoy parecia tão comprometido em devolver à palma de sua mão o aspecto original e inteiro que possuía antes.

"Eu não entendo você, Malfoy". Grande Potter conseguindo dialogar novamente. Draquinho soltou outro grunf, fechando a torneira e envolvendo a mão de Harry com o pano de prato outra vez.

"O que você é capaz de entender com perfeição, Potter? Nada! Então é mais do que natural que você não me entenda". O menino limpou o pequeno corte com cuidado, soltando a mão do moreno logo depois, embora com relutância. "Precisa fazer um curativo nisso daí", comentou. "E começar a cuidar onde você descarrega sua raiva. Da última vez foi no meu nariz, veja só como você éi diota".

Draco abriu o armário dos aventais e puxou a peça que tanto queria, muitos minutos atrás.

"Você mereceu", respondeu um Potter emburrado, procurando pela caixa de curativos.

"Não tanto quanto você mereceu os ossos quebrados que levou, Pottah".

"É competição por quem mereceu mais a surra do nosso fim de... relacionamento?"

Draco sempre fora defensor da ideia de que Harry Potter tinha a facilidade de expressão do tamanho de um ácaro. E, não podemos negar, o menino sabia exatamente que tipo de causa ele devia defender. "Não, idiota, não é competição. É uma constatação, você foi suficientemente idiota naquele dia para merecer apanhar três vezes mais do que eu te bati".

Como era lindo o relacionamento dos dois. Potter começou a cuidar de seu machucado, enquanto Draco amarrava o avental ao redor de sua cintura, sem tirar os olhos das mãos do moreno. O menino Malfoy sabia que aquela tara toda era algum tipo de doença incurável, ele estava completamente ciente do quanto a combinação de dedos, palma e Potter poderia ser fatal, mas não existia nada no mundo que o fizesse querer se curar.

Na realidade, a vontade mesmo de Draquinho era adoecer só mais um pouquinho. Se isso fosse, obviamente, possível.

"Que bagunça é essa na minha cozinha?". Oh, o mordomo chegara. Logo agora que Draco estava pronto para jogar seus cabelos sedosos sobre Potter?

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A Crônica da Geléia de Amora [Drarry] (Concluída)Where stories live. Discover now