The Perfect Dreamed World

Lágrimas que Caem

- Abra seus olhos!

Acordo.
Sempre com a mesma sensação estranha. Já tomou conta de mim.

- Eli meu bem, está acordada? Vai se atrasar - grita minha mãe.
Eli
Eu amo esse apelido, mas ouví-lo de minha mãe soa tão mal, não é como a tonalidade calma que me traz a sensação de paz como aquela doce voz de Lynn
- Já estou de pé - grito para que minha mãe ouça.
Mentira
Ainda estou deitada, e assim permaneço por mais cinco minutos, estendo a minha mão até a escrivaninha ao lado de minha cama e apanho meu celular, acendo a tela na esperança de ter alguma mensagem - uma específica - zero, zero notificações, era de se esperar.
Me levanto e me obrigo a caminhar em direção ao banheiro, um banho para me despertar melhor e clarear os pensamentos. Logo que termino, me arrumo rapidamente para descer para o café.
Lá estão minha mãe e Emma, minha irmã mais nova. As expressões em seus rostos não me parece nada surpresas por eu não ter me dedicado a me arrumar, meus olhos dizem o quão exausta e sem ânimo eu estou.
Mais um dia em que me vejo na obrigação de me arrastar para o colégio. Estou no último ano do ensino médio, e nem um pouco preparada para a vida depois.
Nem se eu quisesse

Assim que me junto a elas, logo recebo uma enxurrada de perguntas, "Como você está se sentindo hoje?", "Dormiu bem essa noite?", "Quer conversar sobre algo?", "Podemos fazer algo por você?"
Recebo todas essas perguntas, mas me sinto incapaz de analisá-las e respondê-las, então tudo o que resta da minha parte é o silêncio. Assim como têm sido nos últimos dias.
Nada de novo
Apenas tomo um gole do café, e me levanto, caminho até onde se encontra a minha mochila e a pego, abro a porta e saio, a caminho do colégio.
Elas entendem que o momento é muito delicado para que eu tente fazer esforço para parecer agradável.

• • •

O sinal está prestes a tocar, há uma multidão andando de um lado para o outro, facilmente comparado com um formigueiro - Dou um leve riso por alguns instantes - ouço o sinal tocar, hora de ir para minha classe.
Aguardo sentada até que o professor chegue a sala, geralmente o Sr. Reid sempre se atrasa, mas ele é um bom professor. Enquanto isso, olho de um lado para o outro, avaliando a expressão no rosto de cada um presente aqui, até que meus olhos param ao assento vazio, bem ao lado do meu, meus punhos cerram, sinto meu coração acelerar e minha respiração falha, estou prestes a chorar, mas vejo o Sr. Reid entrando e se desculpando pelo atraso.
Ele mal acaba de entrar na classe quando ouço alguém bater na porta, por um momento eu tenho esperança, mas assim que meus olhos se voltam a porta, vejo que é a diretora.
- Marceline, por favor, pegue suas coisas e me acompanhe até o direção.
O que será agora?
Pego todo o meu material e me levanto, me sinto desconfortável com todos aqueles olhares de julgamento voltados para mim, como se eu tivesse feito algo, então me apresso e saio rapidamente, acompanho a Sra. Freya até chegarmos a diretoria.
Entro logo após ela e fecho a porta.
- Sente-se por favor - diz ela com a voz bem suave e calma.
Afasto a cadeira e me sento, Sra. Freya se põe a falar
- Marceline, sei que estamos passando por um momento bem difícil, e que ainda é algo bem triste de aceitar, mas sabemos que para você é muito mais difícil - ela faz uma pequena pausa.
Agora sei o porquê estou aqui.
- Então em respeito a você, e tudo o que tem acontecido, conversei com toda a gestão da escola e decidimos que não há problema algum se você quiser se afastar da escola, por um tempo, até que se sinta melhor para voltar a frequentar este ambiente.
Isso é muita gentileza da parte de todos, e realmente acho que preciso muito
- Obrigada, Sra. Freya, eu agradeço a gentileza da senhora e de todos que compreendem o momento que estamos passando, mas e em questão às minhas notas? Como fica?
- Irei pedir para que lhe seja enviadas cópias das aulas e será pedidos alguns trabalhos para que possamos te avaliar e dar nota, então não se preocupe com isso querida!
- Muito obrigada, eu agradeço muito, Sra. Freya.
- Bom, pode ir para casa agora mesmo se quiser, posso pedir para que te levem, se desejar.
- Eu prefiro ir caminhando, para distrair e pensar um pouco.
- Tudo bem, até mais Marcy, espero que você fique bem!
Me levanto e dou um leve sorriso, caminho até a saída da escola, e assim que me afasto o bastante, desabo em lágrimas.