Me dispo e entro no box, ligo o chuveiro, inicio meu banho me lembrando dos bons anos em que eu dava banho nele numa bacia de plástico na sala do meu antigo kitnet, quando ele ainda era um menino pequeno de três aninhos que sorria para mim todo doce e carinhoso.

Acho que quis tanto que continuasse daquele jeito que não me preparei para o momento em que ele fosse crescer.

Não me traz tanta reflexão quando ele está longe, só que quando o Luís está aqui há sempre essas boas e más lembranças da criança incrível que ele foi para mim e do adolescente horrível que ele se tornou comigo.

Dizem que depois dos quinze tudo melhora, mas no meu caso tudo piorou rapidamente e foi uma fase de rebeldia que não se sessou enquanto ele não foi morar com o Tate, com o pai ele era sorridente e feliz, era orgulhoso e muito prestativo, para mim só restaram as ofensas e a vergonha.

Minhas tentativas de aproximação quando ele decidiu ir morar com o pai foram todas fracassadas, Tate e eu discutimos por diversas vezes porque segundo ele eu não sabia falar a língua do nosso filho, eu me lembro que da última vez que o vi foi há dois anos durante um jantar que teve na casa dos meus pais e ele foi com a Dee e as crianças, não trocamos mais do que duas palavras de cumprimento.

Eu não sentia raiva dele e nem mágoa, isso é algo que hoje não me atinge mais, só que nunca poderia esquecer a forma como ele agiu comigo e com o meu filho quando ele era apenas um bebê.

Luís não se recorda porque não é conveniente para ele, mas eu sim me lembro.

Finalizo meu banho e pego minha toalha, vou até o lavatório e me olho no espelho, tenho alguns fios brancos que se emaranham entre os fios castanho escuros, olhos castanhos e sobrancelhas da mesma cor, lábios maiores e nariz não muito fino, mas considero-o até bonitinho.

Tenho um corpo mediano, aos dezessete eu parei de crescer e o máximo que cheguei foi aos meus incríveis 1,65. Acho que agora com um pezinho nos trinta e cinco consigo me ver um pouco melhor fisicamente do que da forma que me via quando tinha uns vinte e dois.

Eu não sou magra num nível tão exagerado, visto quarenta e dois, mas tenho um corpo até proporcional, acho que meus seios são até bonitos dependendo da roupa que eu uso, minha bunda, eu acho que estou muito bem comigo mesma.

Me seco, passo meu desodorante preferido e um pouquinho de perfume, vou até meu closet, pego uma calça de moletom, uma camiseta e uma muda de roupas íntimas, não me demoro para me vestir, coloco uma toalha no cabelos, volto ao quarto e pego meu celular, saio do meu quarto.

Logo que chego à sala vejo Abby e Luís conversando perto do fogão da cozinha, ela está cozinhando e ele a está abraçando por trás, ambos riem, isso faz com que me sinta de repente um pouco desconfortável.

É que o meu filho não costuma me dar abraço com tanta recorrência, abraços se tornaram coisas muito raras na nossa relação.

Caminho até a mesa de jantar e me sento à mesa, checo as minhas mensagens do dia, primeiro vou ao grupo da empresa e leio as mensagens de todos sobre o resto do evento, a palavras "tudo ok" e "finalizado com sucesso" me fazem sorrir.

Sei que trabalho com uma equipe bem sólida e muito unida, é difícil imaginar que algo daria errado mesmo que eu tenha que sair mais cedo, claro que no começo foi muito difícil e cansativo, quando comprei o buffet o dono estava prestes a falir e a maioria do pessoal estava sem pagamento, mas eu consegui resolver tudo da mesma forma.

Depois que leio essas mensagens, vejo uma outra de um número desconhecido, clico na aba de bate papo do chat e leio atentamente.

"Consegui o seu número através da sua empresa de festas, bom dia."

Grávida do Bilionário PetulanteDove le storie prendono vita. Scoprilo ora