vinho e mais vinho

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Passavam de duas horas da manhã quando Dazai recebe uma ligação

Ele acorda com o barulho do telefone e suspira, ele não tinha dúvidas de que era Chuuya. Ele sempre ligava para Osamu na madrugada quando bebia demais, apenas para o xingar e dizer o quanto o odiava. Dazai, é claro, atendia todas as ligações e ouvia todos os xingamentos e reclamações que o ruivo tinha sobre ele, parte dele gostava disso.

Ele pega o telefone e olha para ele por alguns segundos até conseguir enxergar o nome. Realmente era Chuuya.
Ele atende a ligação e deita na cama fechando os olhos

Assim que ele entende, ele escuta um ruivo irritado – Finalmente atendeu! – apenas a voz de Chuuya já denunciava que ele estava embriagado

Ele só queria dormir, amanhã era seu dia de folga, mas uma boa noite de sono não poderia ser desperdiçada – Oque foi – disse presunçoso

– Caramba, você demora demais pra atender o telefone, que lerdeza! – Um som de jazz suave era tocado ao fundo, ele provavelmente estava em algum bar da cidade

Dazai suspira – Oque quer que eu faça? Eu estava dormindo – Ele tinha um tom de irritação – a culpa não é minha se você bebe de madrugada e depois vem se queixar pra mim

Ele ouve Chuuya reclamar baixinho do outro lado da linha

– Quanto você bebeu? – Nesse ponto, ele estava mais acordado e olhava para o teto do quarto

– Não te interessa – Disse num tom azedo

– Ah, me interessa sim. A partir do momento em que você me liga pra encher o saco – Ele faz uma pausa – O quanto você bebeu?

Chuuya fica em silêncio por um tempo até resolver falar – Duas garrafas e meia – Ele falou sem se importar muito, era algo normal para ele

Osamu se surpreende e repreende o amigo – Duas e meia?! Qual é o seu problema, Chuuya?! Você é um alcoólatra?!

– Ah! Para de besteira! Quem quis saber foi você!

Ele suspira e se levanta, começando a procurar uma roupa, ele acabara de decidir buscar o Nakahara  – Você não está em condições de voltar pra casa sozinho. Onde você está?

– Huh? Pra que?

Ele tentava se vestir o mais rápido possível enquanto falava com Chuuya – Apenas fale logo, idiota –

– Ah! Para de ser grosso! – O som de Chuuya bebendo mais um pouco e colocando a taça com brutalidade na mesa foi ouvido pelo outro – Tô no Lupin – disse num tom grosseiro

Ele pega a chave e sai de casa – Certo, tô indo, não saia daí! – Depois disso, ele desligou a chamada

__

Dazai era louco, era isso que ele pensava, sair no meio da madrugada para buscar um amigo bêbado era loucura, e idiotice.

Ele chega ao local e vê a grande (mas não tão grande) placa escrita "Lupin". Aquela placa era bem familiar, só de vê-la, ele sentia um nó na garganta, pois ela trazia lembranças, lembranças boas mas nem tão boas. Ele decidiu ignorar essas memórias e focou apenas e tirar Chuuya de lá. Ele adentra o lugar, procurando pelo ruivo e o avista em uma mesa, olhando para a garrafa que estava ao lado da taça vazia e suja de vinho.

Naquele mesmo local haviam três homens, feios e fumantes que tiveram toda a atenção pousada em Dazai assim que ele entrou. – "Aquele não é Dazai Osamu, da agência de detetives?" – Um deles pergunta. Outro afirma que era ele e também pergunta oque ele estava fazendo ali. Eles cochichavam algumas coisas

O moreno nem percebeu a presença daqueles três insignificantes homens. Ele caminha até Chuuya e coloca a mão no ombro dele.

O ruivo o olha com arrogância e Dazai ri – Vamos –

O garoto reclama um pouco mais sobre Dazai enquanto o mesmo nem se importava e colocava o braço em volta da cintura do bêbado para ajudá-lo a caminhar

Os outros três homens ainda cochichavam sobre quem era aquele ruivo. Um deles afirmou que era Chuuya Nakahara, um homem da Máfia do Porto. Os outros dois não acreditaram muito e se perguntavam se era verdade mesmo

Nem Chuuya e Dazai pareciam ter notado a presença deles e caminhavam para fora em silêncio

__

Dazai abre a porta do apartamento de Chuuya e adentra com o ruivo. Ele tira o sapato com os pés no hall de entrada e força Chuuya a se sentar para poder tirar os sapatos dele

– Eu consigo fazer isso sozinho! – Indagou o ruivo indignado

– Eu não perguntei – Respondeu enquanto retirava o sapato do garoto

Ele ouve Chuuya reclamar mais um pouco e parar quando eles andam pelo apartamento em direção à cozinha. O mais baixo se senta enquanto vê Dazai procurando água na geladeira. Ele pega a garrafa e um copo, enche e entrega para Chuuya tomar. O ruivo aceita o copo mas ainda estava emburrado

Enquanto ele bebe, Dazai diz – Ainda não sei pra que um apartamento tão grande se você mora sozinho –

O Nakahara coloca o copo sobre a mesa e diz num tom arrogante – Eu tenho dinheiro e faço com ele oque eu quiser

Osamu não responde, apenas revira os olhos e vai com Chuuya para o quarto. Ele pega uma peça de roupa mais confortável para o garoto e o ajuda a se sentar na beirada na cama enquanto começa a desabotoar camisa dele

Nesse momento, não havia mais reclamações vindas do ruivo, era um silêncio confortável entre os dois e o Nakahara apenas deixou Osamu fazer seu trabalho.

Ele ajudou Chuuya a trocar a roupa, arrumar o cabelo dele e até vomitar e escovar os dentes. Ele fez tudo isso sem reclamar, Chuuya também não reclamou mais. No fundo, os dois gostavam da companhia do outro, gostavam das interações que tinham e gostavam quando Chuuya ficava bêbado porque era uma desculpa para conversarem

Eles se deitaram na mesma cama. O apartamento de Chuuya tinha um quarto de hóspedes mas eles não tocaram nesse assunto, pois os dois queriam a companhia do outro, então as coisas estavam ótimas do jeito que estavam

Eles se deitaram e o silêncio continuou reinando, eles não precisavam falar algo para aproveitar a companhia. Apenas quando eles estavam quase dormindo que Dazai se virou para o lado de Chuuya e o abraçou.

Assim eles dormiram, aproveitando uma noite um tanto quanto rara, provavelmente a última, mas eles torciam internamente para que fosse mais uma em milhares que estavam por vir...

vinho, ódio e amorOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz