O Caos, em Teoria

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Chegou surrupiada
E tão logo foi amada

Desde tenra, só conhecia da ficção
Das fantasias e dos contos de fadas
Nunca houvera sentido de antemão
O amor que não lhe parecia fadada

Nunca fora um sonho
Nunca fora um desejo
Como pode-se sentir falta
Se nunca recebera um doce beijo

No primeiro dia, o desconhecido se tornava amigo
O indiferente não mais causava medo
Amei e cuidei, dando segurança e abrigo
Mudei o ritmo, nunca me contendo

Quatro horas, ida e volta
Para ficar apenas uma ou menos
Não se tratava de quantidade
E sim, de qualidade

No segundo dia, já havia chão
Ousada, me pegou pela mão
"Não mais entre a dor"
"Para sempre e com amor"

Conquistas eram realizadas
O mundo era meu novo quintal
Eu era uma criatura enjaulada
Agora eu sentia e vivia algo sem igual

No terceiro dia, o fogo era brasa
Problemas, todos os tem
O que era fundo, agora se tornava rasa
No imaginário, é onde me detém

Me dizia que era o normal
Dado momento, viramos família
Dia-a-dia, intimidades inesperadas e tal
Amornar e ir para uma ilha

No quarto dia, parecia uma viagem
Só um seguia
O outro, pensava na imagem
Mas logo desistia

As bagagens eram carregadas por um
A mala nunca fora deixada por aí
O esforço não seguia o pêndulo
Não foi de propósito, mas e daí?

No quinto ano, a mudança se deu
Uma distância acontecia
Dentro de casa era só inércia
E foi assim que se perdeu

Talvez, ignorar foi o que limitou de crescer
Tentaram falar, mas não se expôs
Era agora, mas podia não ser
"Vou voltar no tempo e deixar para depois"

O sexto dia estava ali
O (in)evitável bateu na porta, isso assustou
"Você está aí?"
"Não, não estou"

Semana passada foi há meia década
Semana que vem, eu não sei
A temperatura estava em queda
E eu me precipitei

Já não sabia mais o caminho para casa
Em meio a tanta raiva e confusão
Você bateu as asas
E eu criei o furacão

Antonieta e seus rolos, rodos e roubosحيث تعيش القصص. اكتشف الآن