Minha mãe parecia bem melhor desde a última semana. O rosto estava menos abatido e o sorriso aparentava confortável em sua face. Debati internamente sobre vir ou não, no final, meu senso de dever foi maior do que o meu ego. O apoio de Lucca também foi fundamental para que eu conseguisse pisar aqui de novo.
Aperto a sua mão e caminho junto a ele na direção da mulher que me deu a vida. Noto quando os seus olhos descem para as nossas mãos unidas. Seja o que for que pensava, não deixou transparecer.
- Que bom que você veio. - Ela me puxa para si. - Obrigada.
- Tudo bem. Como você está?
Repentinamente me veio a lembrança de que por anos ela escutava frequentemente dos nossos vizinhos e parentes que nenhum de nós a puxaram. O seu cabelo loiro, olhos azuis escuros e grandes demais para o seu pequeno rosto foi absolutamente desprezado por todos os seus filhos.
- Melhor. Seu pai está se recuperando bem, ele está consciente.
- Isso é bom. - Digo desconfortavelmente. Não lembro mais como é me sentir cômodo com minha mãe. - Esse aqui é o Lucca, meu namorado.
Os olhos dela passam para Lucca, um sorriso amigável a mostra.
- Olá. Prazer conhecer a senhora.
- Prazer conhece-lo também, Lucca.
Esse é um momento que eu nunca achei que aconteceria, minha mente ainda estava situando o esse cenário que achei ser utópico.
- Você deveria ir vê-lo, suas irmãs devem chegar mais tarde, Lian irá trazer as crianças.
Olho para Lucca, ele sorri me dando encorajamento. Quando sinto sua mão em minha nuca, massageando a área, tento criar coragem para entrar no quarto. Procuro resposta em Lucca, mas seus olhos castanhos não me diziam muita coisa.
- Tudo bem. - Ele sussurra.
Assim que a porta se fecha atrás de mim, entro em um certo transe. Meu pai parece mais velho, mais pálido e menor. Nada do homem grande e imponente de que me lembro. Seus olhos, os quais eu puxei, focavam em mim, mas diferente da sua mulher, ele não sorri.
- Patrick. - Diz após longos segundos encarando um ao outro.
- Oi. Como você está?
- Com dor. Minhas pernas doem, meu corpo velho e cansado já não sustenta muita coisa. - Aceno, porque não sabia o que falar. Eu queria sair daqui o mais rápido possível. - Você cresceu.
Seguro uma risada sarcástica, eu não estava aqui para enfrenta-lo.
- Eu sei que você me odeia.
Não respondo. Não seria necessário confirmar algo que ele já sabe.
- Estar perto da morte não me fez ver que errei com você, mas eu sou um homem muito rancoroso. E você sabe que sou apegado ao que acredito.
Dessa vez não consegui esconder o meu descontentamento. Contudo, refreio os meus pensamentos.
- Eu ainda não acho certo o que você escolheu para si mesmo. Mas eu entendo agora que não posso desrespeitá-lo como eu fiz.
- Eu não escolhi, aconteceu. Você não escolheu se apaixonar pela minha mãe. Ou o fez?
- Não é a mesma coisa, Patrick. - Sua voz severa me leva de volta aos quatorze anos. Retrocedo ao corpo e à mente inocente que, durante certos minutos, achava que os seus pais o aceitariam antes de soltarem as palavras maliciosas.
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Beije-me da forma como quer ser amado (EM BREVE NA AMAZON)
RomanceO acordo entre Lucca e sua namorada, Katy, era um ménage como presente de aniversário, a pedido dela. Infelizmente, Lucca não imaginava que, ao pedir a seu colega de apartamento - Patrick - para ser a terceira pessoa do ménage, o levasse a ansiar pe...