Capítulo 41- Parte 2

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Olho para a esquerda e encontro a irmã de Lucca gritando com alguém no telefone, viro para a direita e Lucca lutava com a massa da torta, desvio minha atenção para o chão e ao meu lado o sobrinho de Lucca estava coberto de farinha enquanto que o saco da mesma pendia de suas pequenas mãos. O cenário do caos. 

-Ei, rapaz! Fizemos uma confusão, certo? - Abaixo-me diante do pequeno que sorri com seu rosto todo branco. Não consigo prender a risada de vê-lo assim. 

Desde que cheguei, há dois dias atrás, eu não sei o que é descansar. Nunca descasquei tantos legumes na minha vida, assim como nunca passei tanta roupa, varri casa, lavei louça, troquei fraldas, fiz papa de criança, subi e desci escadas, cortei grama, fui uber e afins. Tudo em excesso. 

A família de Lucca era tão tempestuosa quanto ele. O pouco de contato que eu tive com eles meses atrás não me preparou para a realidade que era ser da família. Como a mãe dele, Beatrice, me designou: o novo integrante da família. E, com isso, eu me tornei tão passível de trabalhar quanto todos nessa casa. 

-Tina o seu filho está cheirando pó! - Lucca grita, sendo que sua irmã estava no cômodo ao lado.  - Ei, pirralho, você não pode ir por esse caminho. Conhece nosso tio Antonio? Morreu cheirando farinha de trigo. 

Olho para Lucca que parecia demasiado sério, considerando que ele estava falando com uma criança de dois anos. A massa mole em sua mão, o avental sujo, de alguma forma ele conseguiu manchar o seu rosto com farinha de trigo também. 

Me distraio por alguns segundos pela fofura dele. 

Assim que os seus olhos voltam-se para mim, volto a me encantar com o tom claro. 

-Você percebe que ele está sujando a sua calça, certo? 

Dou uma rápida olhada para baixo e o pequeno Mario marcava sua mão na minha calça preta. Usar preto na casa de Lucca não era uma boa ideia. 

-Que seja. Vem cá. - Pego o garoto no colo, que parecia feliz com a minha decisão. - Que tal sujarmos um pouco o tio Lucca? Ele não parece meio limpo para você? Talvez assim tornemos ele viciado em pó também?

Lucca abre um lindo sorriso para mim. O mesmo que talvez ele não fizesse ideia do quanto mexia comigo. 

-Eu sou viciado em outra coisa, inclusive não posso dizer porque é inapropriado para crianças. 

A intenção salta através de sua expressão. 

-Porra, Mario! 

Gargalho quando Mario bate no rosto de Lucca sem nenhuma cerimônia. A criança se anima no meu colo querendo ir para o seu tio.

- Não xingue perto do meu filho seu delinquente. E por que ele está assim? Vocês só tinham que ficar de olho nele! 

Tina o tira do meu colo sem se importar com o fato de marcar sua roupa com a farinha. Tina era a versão feminina de Lucca. Os dois eram muito confusos, desatentos e faziam piadas sem noção. Algo que eu poderia apontar de diferente é que Tina não diz coisas aleatórias, enquanto o seu irmão carregava preciosas falas que eu nunca entendia como ou de onde vinham. 

-Veja, eu não tenho filhos, tenho que fazer massas! Esse homem está ocupado cortando o salame a meia hora, respeite-nos! Sua cria, se vire. - Lucca se abaixa até ficar frente a frente com Mario. - Desculpa ter xingado, não repita isso, ok? Mas não bata no meu rosto de novo, ou quando você fizer cinco eu não vou te dar a sua viagem para Disney. 

Mario sorri e bate no rosto dele de novo. 

-Seu...

-Lave a sua boca! - Tina reclama já tirando o seu filho da cozinha. 

Beije-me da forma como quer ser amado (EM BREVE NA AMAZON)Kde žijí příběhy. Začni objevovat