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Minha boca fedia a bebida, já é o terceiro copo que estou bebendo, mas não pretendo parar.
Estou me "divertindo" nessa festa  que embora não tenha sido convidada,  entrei mesmo assim.

Meu cabelo, minhas roupas, minha boca fediam a álcool.
Estou triste desde que Guzmám me despensou na frente da sala toda.
Eu gosto tanto, tanto dele. Por que? Por quê ele não gosta de mim?
Será que eu não sou magra o suficiente, inteligente o suficiente?
O que eu preciso fazer pra que ele goste de mim ?

Já estava quase caindo do meu salto, quando Carla se aproximou e me ajudou a ficar de pé, a mesma pediu um táxi para mim e entrou junto comigo.
Quando cheguei em casa, do que eu me lembro: Valério se aproximando, me ajudando e se despedindo de Carla.
Lembro dele brigando comigo também.

Como tenho quinze anos, não deveria beber tanto, mas nem ligo.
Só bebo e pronto.
Só bebo em festas, e quando estou totalmente mal comigo mesma.
Como hoje.

-Você não pensa não? Você só tem quinze anos.-

-P-ara de gritar c-c-comigo- Disse soluçando de tanto beber.

Valério é um ano mais velho que eu, então ele acha que pode mandar em mim. Mesmo nós dois sabendo que no fim, eu que mando.
Eu sou a mais inteligente, mais dedicada, mais amada por nosso pai.
Infelizmente nosso pai não é muito feliz com o Valério morando aqui, mesmo que ele more a um tempão.
Quem está bêbada hoje sou eu, porém, mesmo assim, sou sempre a mais responsável.
Enquanto ele fuma e se droga.

Já tentei pedir para ele parar, mas o mesmo não o faz.
Já perdi a conta de quantas vezes já vi ele fumando um pó branco escondido.
As vezes até choro, pensando em como seria minha vida sem ele.

Somos meio irmãos, por parte de pai.
Ainda é muito estranho para mim, porque ele ficou oito anos na casa da mãe dele, e com oito, veio para a do meu pai.
Meu pai não suporta o Val, mas ele tenta fingir. Não consegue.
Vejo que Valério se ofende muito com isso, mas tenta fingir para mim que não.
Acho que um dos motivos dele fumar é a rejeição, tanto da mãe dele quanto a do meu pai.

-Deita aqui.- Valério me colocou em cima da cama, e puxou a colcha para me cobrir.

-Thank you (ri)- Falei.

-Se precisar de alguma coisa, me chama Lu.-

Quando ele ia embora, comecei a vomitar.
Valério tinha deixado um balde para vômitos do meu lado.
Ele correu para me ajudar, e segurou meu longo cabelo com as duas mãos.

-Por que você bebeu tanto?-

-Por que você se droga?- Disse tirando a cara de dentro do balde, e limpei a boca com a manga da roupa.

-Problemas- dissemos juntos.

Ele levantou.

-Já vai?-

-Já volto.-

Quando ele saiu, fechou a porta.
Quando me dei conta do estado que estou, uma lágrima caiu do meu olho.

-Não chora.- Ele se aproximou, e deitou ao meu lado.-Você está assim pelo que aconteceu na aula hoje?-

Olhei para ele e assenti.

Eu e Valério somos da mesma sala. Ele repetiu duas vezes, e agora dividimos a sala de aula.
Meu pai, meu pai odiou isso.

-Lu, o Guzmám é um idiota. Ele não merece você.-

-Ele é um idiota, mas eu gosto muito dele. Eu... eu não consigo parar de gostar dele.- Outra lágrima caiu.

-Quer que eu fique aqui hoje?-

-Pode voltar para o que você estava fazendo, eu vou dormir. Não quero te atrapalhar com o meu drama.-

-Ah, para né Lu, sua vida não é um drama, foi só o "Guzmám" que te rejeitou.- ele tentou imitar a voz dele de um jeito muito engraçado.
Ri daquilo.

-Para bobo.- Bati no braço dele.
- Vou dormir.-

-Ok. Qualquer coisa me chama. Vou estar aqui do lado.-

-Ok.-

Me ajeitei na minha cama -- que é enorme-- e por fim dormi.

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Sou sua droga, venha me consumir.Nơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ