-Mas...- ela fala enquanto eu a empurro para a passagem.- Dante.

-Aqui.- abro uma gaveta e dou uma arma.- Não tenha medo de atirar, ok?

-Eu não vou sem você...

-Vai.- beijo a testa dela.

-Cheguei!- Bruno corre até nós.- Estão protegendo a entrada e o atirador está matando todos na praia.

-Ótimo, então vamos ficar.- Kate me encara.

-Quando for seguro.- explico.- Leve ela, Bruno.

-Espera!- Kate o empurra.- Eu quero ficar, se você vai ficar, eu quero ficar.

-Não é seguro.- explico.

-Então você vem.- ela segura minha mão e tenta me puxar.

-Kate.- paro ela.- Eu fico aqui para ajudar meus homens.

Ela trava o maxilar e acaricio a bochecha dela antes de beijar seus lábios, me afasto e mexo a cabeça. Bruno puxa ela pela passagem e logo fecho para esconder.

Abro outra gaveta e pego uma metralhadora, coloco a munição e abro a porta do quarto, tem uns dos meus vindo na minha direção e começo a dar ordens para a proteção.

Olho para cada um deles e não vejo Pietro, espero que ele esteja lá embaixo ou em algum canto vivo. Respiro fundo tentando esquecer que Kate está longe de mim.

Ela vai estar segura, vamos nos encontrar.

♧︎︎︎

Kate Bernadi

Sinto a arma nas minhas mãos e aperto o cabo com força enquanto Bruno me deixa atrás dele. Estamos nos aproximando de algo e eu fico cada vez mais nervosa.

-Podemos voltar.- sussurro.

-Meu trabalho é tirar você daqui.- ele fala no mesmo tom.

-Mas Dante...

-Ele já passou por muita coisa, sabe como lidar com isso.- explica.- Acredite, se tem alguém que pode sair vivo disso... é ele.

Bru o abre a porta e me faz esperar, ele libera e vou atrás dele vendo que estamos em um estacionamento, cubro as costas dele e vamos até uma BMW enorme.

Me encolho quando ouço o tiro e Bruno vai em meus pés, arregalo os olhos e ergo a arma para a direção do som. Meu coração para quando vejo Bianca.

-Você...

-Eu vim acertar as contas.- ela sorri.- Quem você acha que deu a localização?

-Por que?- uma lágrima desce pela minha bochecha.

-Por que eu queria vingança.- ela olha para Bruno.- E matar você no processo não é grande coisa.

-Matar?- vejo a arma dela apontar para mim.- Achei que me queriam viva.

-Queriam.- ela mexe o ombro.- Mas agora que você foi completamente estragada não vêm futuro.

-Bianca.- respiro fundo e vejo Bruno sangrando.- Abaixa a arma.

-O que você vai fazer?- ela ri.- Não consegue nem puxar o gatilho.

-Não conseguiria.- a encaro.- Mas você atirou no meu amigo.

Aperto o gatilho e ela aperta o dela, não me mexo quando Bianca cai no chão e atinge um cano de gás. Tento não olhar para ela sangrando e me ajoelho ao lado de Bruno.

-Ah, merda.- viro ele e vejo que o tiro entrou e saiu.- Vai, Bruno, levanta.

-Pega as chaves e vai.- ele ergue as chaves e sai sangue da boca dele.

-Bruno...

-Vai logo, Kate...

Pego as chaves e guardo no bolso, faço o mesmo com a arma e levanto ele com toda força que tenho. Bruno geme de dor e eu o arrasto até o carro.

Ele é bem mais pesado do que eu gostaria e demora mais tempo até chegar, abro a porta e jogo ele no banco do passageiro e ouço algo atrás de mim.

Viro já com a arma e vejo Pietro, ele está respirando rápido e olha de Bianca para mim e depois para Bruno. Não abaixo a arma e ele me observa.

-Onde foi?- pergunta.

-No peito, entrou e saiu.- explico.

-Entra aí, eu dirijo.- ele estende a mão para as chaves e eu o encaro.- Confia em mim, Kate.

-Não sei...

-Eu sei onde é o esconderijo. Só eu, Bruno e Dante sabemos onde é.- ele sussurra.- Por favor, ele vai sangrar até morrer.

Pisco algumas vezes e dou as chaves, entro ao lado de Bruno e Pietro fecha a porta, tiro o blazer de Bruno para colocar contra o ferimento.

Ele grita de dor e eu tento ignorar as mãos dele tentando me afastar, Pietro começa a dirigir e as mãos dele tremem no volante.

-Vai ficar tudo bem.- sussurro para Bruno.- Fica acordado, ok?

-Ok.- ele responde mais fraco.

Olho para onde estamos passando e grito quando um tiro atinge o carro, logo depois lembro que é blindado e ergo a cabeça tentando ver onde Dante está.

Procuro ele por todos os cantos, mas já estamos nos afastando do hotel por uma estrada mais escura. Pietro desliga as luzes do farol e começa a diminuir a velocidade para não bater em nada.

-Bruno.- ele chama.- Bruno?

-Aqui.- Bruno murmura.

-Não para de pressionar, ok?- Pietro pede.- Kate?

-Ok.- deixo minhas lágrimas caírem enquanto olho para o hotel de longe.

Eu não acredito que isso está acontecendo.

Ela Não É MinhaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora