Considerando que fosse uma morte digna.

Uyara não procurava um culpado óbvio para despejar sua fúria. A Kyuubi o matou, não Satoru. Não havia um "se" sobre esse ponto, era o fato de algo que não podia mudar.

- Kenny jamais te culparia, eu muito menos. Nem pense em pedir desculpas por algo que não estou colocando sobre as suas mãos. - Ela disse quando lhes foi informado o que aconteceu, racional, calma. Com uma fé nele que fez com que seu incomodo pessoal aumentasse mais.

Ela debochou da ideia de acreditarem que foi Gojo quem piorou o estado do rapaz e esse era, sem duvidas, o motivo de nem ter levado a transferência de volta ao Brasil a serio naquele dia. Ela também confiava em Kenny, confiava em sua força e acreditava com toda a sua vitalidade que seu melhor amigo nunca faria qualquer mal real ao rapaz de propósito.

Isso não tornava sua reação à noticia mais suportável, entretanto.

A brasileira não esboçou nenhuma expressão diferente quando soube, nenhuma tristeza, espanto, dor, nada. Ela apenas caminhou quando Yaga acrescentou aulas intensas de cura em seu cronograma e eles foram dispensados, caminhou, caminhou e caminhou.

Geto e Saturo a seguiram de longe, porque queriam dar apoio, mas não faziam ideia de como. Também não sabiam se ela estava indo para um lugar especifico ou se estava tentando deixar o próprio pé em carne viva para compensar o coração em sofrimento. Eles apostavam mais na segunda opção, já que não fazia sentido ela ter ido até uma reserva ambiental se não estivesse perdida. 

A garota não emitia sons, não chorava e nem tremia. Sua energia amaldiçoada estava sobre controle e eram apenas os sons horríveis que eles conseguiam ouvir vindo de sua mente descontrolada que indicavam sua necessidade de ajuda.

De alguma forma, isso era muito pior do que se ela houvesse escolhido se voltar contra ele para despejar toda a dor ou se houvesse perdido o controle de seu corpo.

No lugar disso, ela foi para Chichibu-Tama-Kai. Um lugar lindo que os isolava do resto da população e fazia com que aqueles sons de agonia ecoassem com mais força e se tornassem mais perturbadores. Mas Uyara não parecia estar ali para observar a paisagem ou atormenta-los intencionalmente.

Os olhos dela agora vagavam pelo chão, inconstantes, como se estivessem procurando por algo.

Suguru foi quem entendeu primeiro, quem começou a procurar junto dela por algum tesouro que não conseguia mentalizar.

O controlador de maldições se abaixou de repente, retornando com uma pedra. Algo pequeno, liso e em tom de marrom brilhante, com um formato confuso que não parecia com nenhuma forma geométrica precisa. Ele indicou silenciosamente que deveriam se aproximar e foi só então que o deus mortal viu que a amiga não estava simplesmente agachada em um ponto aleatório no meio de varias arvores, ela havia encontrado um agrupamento de pedras lascadas e estava as avaliando como se fossem joias.

- Aqui. - Geto disse, entregando o que havia encontrado.

A mulher levantou seu olhar lentamente, prestando uma atenção relutante ao seu companheiro. Sua mão se ergueu para pegar a pedrinha com um olhar critico, mas acabou encontrando qualquer que seja o critério que havia estabelecido e envolveu a coisa com o punho fechado, levando-a na altura de seu coração em seguida.

Gojo não tinha nada a oferecer, mas se abaixou com eles mesmo assim. Ele possuia essa vontade desesperadora de agarra-la e protege-la de todo mal do mundo, assim como queria colar de volta cada pedacinho que ela estava perdendo sem perceber. Qualquer coisa para fazer aquela sensação de que sua amiga estava quebrando desaparecer.

Jujutsu Kaisen - Orbitando um buraco negroOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz