Feliz da vida

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Juliette não respondeu de imediato e fiquei aflita, não sabia se deveria mandar outra mensagem dizendo que foi a Camila, ou se esperava pra ver no que ia dar.

Comecei a tremer de nervoso.

Precisava de uma água.

Assim que voltei vi Camila colocando meu celular na mesa, tentando disfarçar e corri pra ver o desfecho.

- Você… não é normal, mulher.

- Não tem ah de que. - e lá estava a Camila se metendo na minha vida mais uma vez.

- Mas Deus existe. - mostrei o visor e ela revirou os olhos.

“Que dia chato, ainda bem que vamos nos ver amanhã. Saudades :)”

“Tem razão, o dia tá um saco, queria fugir daqui pra te ver ;)”

“ Sério?”

“Muito sério”

“Você não percebeu nada ainda???”

“Eu :/?”

“Chora não :(“
“Te amo, Juliette”  *falhou*

***

Mais uma sessão de ficar me revirando de um lado a outro na cama, não conseguia dormir pensando na mensagem que falhou e o que aconteceria se ela a tivesse recebido. Poderia aceitar bem, poderia aproveitar pra me roubar, ou poderia dizer “não estou interessada em nada sério”, muita coisa. 23H17, meu celular apitando, meu coração disparando, estava me sentindo com dezesseis anos novamente.

“Esqueci de dar boa noite!”

“Tô acordada. Não consigo dormir.”

“Tô muito longe, ou iria agora mesmo ficar com você!” – Com isso Juliette me fez sorrir.

“Tá longe quanto?”

“Chile :(“

Me levantei de imediato, aonde? tá de sacanagem!

“Tá com mulher?” – Precisava saber

Juliette viajou a negócios de última hora, passou três dias fora e foram os três dias mais longos da minha vida. Não mandei mensagem nem liguei.

Quando ela retornou ao Brasil, nos encontramos, profissionalmente, eu ainda não queria ceder os meus sentimentos.

***

- Não vai contar porque fugiu? - eu falava da viagem ao Chile.

- Não estava fugindo, eu só..

- Então, boa noite. - mas ao entrar no carro, me lembrei de algo.- Espera! - ela desligou o carro e ficou me olhando - Espera um instante.

Subi apressada e corri até meu quarto, peguei o pacote e desci apressada, mas com cuidado. Juliette abaixou o vidro do carona e lhe entreguei o presente.

Ficou me olhando intrigada.

- Pelo seu aniversário.

- Obrigada, não precisava se incomodar.

- Não foi incômodo algum. Boa noite.

A Juliette estava cheia de palhaçada, também não fiquei correndo atrás não, entreguei o presente, dei boa noite e nem esperei ela abrir, pra saber se gostou, dei as costas e já estava para subir quando meu celular tocou.

Chamada on

“Perfeito. Vem comigo, beber esse vinho.”

“Não sei. Você está muito chata.”

A acompanhante - SarietteWo Geschichten leben. Entdecke jetzt