IV

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Chego em casa, jogo as chaves em cima da mesa e deito no sofá. Tiro os sapatos, abro a blusa e massageio minhas tempôras.

Me levanto, vou até o bar e me sirvo de uma dose generosa de whisky. Ligo o aparelho de som e coloco um concerto para tocar. Enquanto me sento e penso para onde vou hoje, bebo mais 3 doses de whisky enquanto aprecio a canção.

Decido ir a um bar no centro, vou para meu quarto e entro no banheiro. Me dispo lentamente em frente ao espelho, observo meu corpo e me sinto insatisfeita. Sou alta, tenho seios fartos, cintura fina, barriga chapada, uma bunda pequena e redonda. Me falta algo, talvez não físico.

Prendo meus cabelos, ligo o chuveiro e entro embaixo d'água. Lavo o meu rosto, faço espuma nas mãos e começo me ensaboar lentamente, desde jovem eu adoro banhos. São relaxantes, sempre deixo as frustrações, estresses e todos os sentimentos negativos serem lavados junto com a sujeira do dia.

Acabo meu banho, me enrolo na toalha e entro no meu closet. Fico pensando em o que vestir, acabo optando por uma calça jeans rasgada nos joelhos, uma blusa de manga branca, um sobretudo preto e botas de salto pretas. Faço uma maquiagem leve, um pouco de gloss, e um pouco de blush para avivar minha pele pálida. Solto meus cabelos, eles estão cheios e ondulados. Me perfumo e me admiro em frente ao espelho.

Flashback on:

- Eu amo quando você usa esse perfume! - Joenne diz me abraçando pela cintura. - Parece que é o cheiro que você exala naturalmente. A combinação perfeita, como morangos e champagnes. - ela diz sorrindo de maneira sacana.

Joenne era mais baixa que eu. Tinha uma pele ébano macia, era voluptuosa, com curvas sinuosas, seios fartos, bunda grande. Exalava sensualidade e sabia disso. Seus cabelos tinham grandes cachos, negros como a noite. Seus olhos grandes e redondos, calorosos. Um sorriso largo e repleto de ironia. Era o pecado em forma de mulher, minha pecaminosa Joenne.

- Enne, vamos logo. Joseph e Mark estão a nossa espera. - disse me desprendendo de seus braços e dando uma volta atrás dela para beijar seu pescoço. - Vamos gata manhosa. - ofereço meus lábios para que ela os tome.

- Assim não sairemos. - diz tocando meus lábios com os seus levemente.

Flashback off:

Minha bile sobe até a garganta e eu faço força para engolir de volta. Saio de casa e espero pelo carro que chamei pelo aplicativo. Quando o veículo chega, eu entro, cumprimento o motorista.

- Boa noite, senhora. - ele diz sorrindo e me olhando pelo  retrovisor. - Gostaria de ouvir algo?

- Nada em especial. Pode escolher. - digo encolhendo os ombros e olhando para a cidade que passa através da janela.

Então "Ne Me Quitte Pas", versão interpretada pela cantora Maysa, soa pelo ambiente, preenchendo o espaço com a voz forte, melodiosa e cheia de apelo.

Não me permito sentir e nem lembrar sobre ela. Não quero estragar a noite, então, bloqueio meus pensamentos e me perco nas luzes da cidade, nas pessoas por quem passo.

Chego ao meu destino, pago o motorista e sigo para dentro do bar. De fora consigo ver que está bem movimentado, ouço a música ambiente que está tocando e vejo uma amiga de longa data encostada no balcão, decido ir até ela.

- Mariana! Olá, sumida. - digo e dou um beijo em seu pescoço.

- Nella, que prazer ver você. Mulher, és como vinho, quanto mais o tempo passa mais gostosa fica. - diz enquanto me roda e dá um tapinha na minha bunda. - Vamos beber, algo? Estou com umas amigas. Junte-se a nós!! - ela me puxa pela mão e me leva até a mesa onde estão.

Vou com ela até a mesa e Mariana me apresenta para suas amigas.

- Meninas, essa é minha amiga Antonella. - eu beijo todas no rosto e recebo beijos de volta. - Nella, essas são: Júlia, Heloísa e Isabel.

Júlia é branca como um floco de neve, tem uma cabeleira ruiva e lisa que vai até a metade de suas costas, olhos verdes misteriosos, nariz adunco e lábios finos. Mais baixa que eu uns 20 cm e mais magra também, parece uma adolescente. O que amplia com sua calça jeans, blusa dos The Beatles, casaco marrom, um gorro também marrom e calçando um ALL star branco.

Heloísa tem uma pele negra, brilhante  e aveludada. Cabelos castanhos acima do ombro cortados num long bob médio, olhos grandes e amendoados, nariz arrebitado, lábios grossos e bem desenhados. Ela tinha uma elegância que exalava naturalmente, estava vestida com uma calça pantalona bege, blusa branca, sobretudo preto e sapatos de salto bege.

Isabel é negra também, cabelos raspados e verdes, feições leves e alegres. Olhos âmbar, nariz romano, boca pequena e carnuda. Vestia uma calça preta, sobretudo quadriculado branco e preto e um tênis branco.

Peço uma dose de whisky enquanto ouço as 4 mulheres conversarem sobre suas experiências cotidianas em seus trabalhos, Mariana é corretora de imóveis, Júlia professora de balé, Heloísa advogada e Isabel chef em um restaurante de 4 estrelas. Eu ouvia e ia pedindo mais doses de whisky. Percebi olhares de Heloísa em minha direção e comecei a olhar de volta.

- Quais são as partes chatas do seu trabalho, Nella? - Heloísa diz de maneira arrastada o apelido, que a mesma não tem intimidade para usar.

- Com certeza é lidar com os artistas. São soberbos e arrogantes. - no meio da fala me assusto com um pé gelado e macio acariciando o meu e subindo pela minha perna.

Seu sorriso cresce nos lábios. Passo minha mão por debaixo da mesa e acaricio seu pé. Ela se remexe na cadeira em resposta.

-Tudo bem Helô? - Isabel pergunta se assustando com a movimentação da amiga.

-Tudo bem, Isa. Vou ao banheiro meninas. - ela recolhe o pé e sai a caminho do banheiro.

Nesse jogo de gato e rato, eu sempre venço, mas dentro das minhas regras. Permaneço sentada na mesa. Ela retorna e senta ao meu lado.

Seus dedos acariciam os meus por debaixo da mesa e ficamos assim durante um tempo, trocando carícias.
Ela decide anunciar sua partida e essa é a hora de agir.

- Posso te acompanhar? Vou para a mesma direção. - digo chegando bem perto dela e ela da dois passos para trás.

- Oh, sim. Vamos! - ela diz maliciosa.

Nos despedimos das mulheres e vamos em direção a saída. Pagamos o que consumimos e saímos. Vamos andando em direção a sua casa e então ela quebra o silêncio.

- Você não mora realmente nessa direção, né? - diz me puxando para uma rua escura e me encostando na parede.

Tomo seus lábios em resposta. Sinto suas mãos me segurando firme pela cintura e eu subo minha mão em direção a sua nuca, enquanto a outra automaticamente vai para a bunda. Seus lábios são macios e saborosos, sinto sua língua pedindo espaço e a deixo passar. Logo começamos a travar uma batalha por espaço, ela deixa leves mordidas em meus lábios.

Desço com um caminho de beijos de sua boca até o pescoço e deixo uma mordida. Ela geme em resposta, isso juntamente ao álcool faz minha excitação crescer e minha calcinha umedecer.

- Você mora perto? - digo entre os beijos.

Um Amor de Inverno DEGUSTAÇÃO - ME SIGAM E LEIAM A HISTÓRIA COMPLETA NO DREAMEजहाँ कहानियाँ रहती हैं। अभी खोजें