Ele começa a se afastar de mim, e quando quase chega na porta, eu decido gritar para ele parar:

"Victor, espera, eu tenho algo que quero te dizer também."

Ele olha para mim confuso, então eu me aproximo dele e me tento me preparar para dizer o que eu queria, mas eu travo: Não quero dizer, isso pode estragar tudo, tudo que esta acontecendo agora.

Ele apenas me observa esperando eu dizer alguma coisa, mas nada sai. Então, quando o silêncio reina por tempo demais nessa sala, ele começa a se virar novamente, e já vejo sua boca se abrindo para me dizer que precisa ir, então eu o puxo pela jaqueta e o beijo.

Posso dizer o que eu queria depois, ou talvez nem seja tão necessario ou importante assim.

Victor me envolve com suas mãos e me prende junto ao seu corpo. Nossas roupas molhadas grudam uma a outra, assim como nossos lábios famintos. Eu passo as maos pelo seu cabelo ja bagunçado e sexy, que fica ainda mais bonito quando esta desarrumado.

Então nós nos separamos por um segundo e nos olhamos nos olhos, e esse segundo acaba se tornando uma eternidade, o que é bom.

"Ótimas palavras" ele diz, já me pegando no colo e me levando para a mesa próxima a janela.

Eu me sento na mesa e acabo derrubando alguns papéis que estavam em cima dela, mas não dou a minima.

Minhas costas se pressionam contra o vidro gelado, mas desta vez não me incomodam. Puxo Victor para perto de mim com as minhas pernas e começo a tirar sua roupa enquanto ele tira a minha. Nossas roupas saem com dificuldade, ja que estavam molhadas e por conta disso, pesadas, mas isso não nos impediu de sermos rápidos. Temos que aproveitar não temos muito tempo

Victor coloca uma camisinha e se aproxima de mim. Ele levanta meu rosto e me faz olhar para ele, para seus olhos azuis brilhantes. Então me beijo e coloca minhas mãos ao redor do seu pescoço.

Paro de o beijar quando sinto sua mão percorrendo a minha cintura. Me arrepio por conta da combinação do gelado do vidro e o quente das suas mãos. Inspiro uma boa quantidade de ar, mas não o solto, pelo menos não até Victor continuar a passear com as suas mãos pelo meu corpo. Elas chegam até a parte lateral interna da minha coxa e olhando para mim. Victor abre minhas pernas, o dando passagem para me penetrar.

Ele apoia suas mãos na janela e me prende entre seus enormes braços, então, com um pesado suspiro, ele entra dentro de mim.

Minha cabeça pende para trás e faz com que eu sinta a respiração dele no meu pescoço. Ele fecha seus olhos e abaixa seus braços, os dando a volta pelo meu corpo, nos apertando, me abraçando.

Victor faz movimentos leves e continuos, como se me provasse, me pesquisasse, como se quisesse me conhecer com cuidado, por mais que já me conheça, e eu amo isso.

Quase não consigo segurar minha cabeça no lugar. O vidro é a única coisa que a impede de cair e a deixa em pé. Meu corpo começa a ficar fraco, minhas mãos já não tem mais força para se segurar em Victor. Solto gemidos baixos, como se fossem respirações pesadas, e percebo que Victor faz a mesma coisa que eu. Seus olhos estão fechados e suas sobrancelhas franzidas. Ele está amando isso tanto quanto eu, talvez até mais, mas não acho que isso seja possível.

Victor  então abre os olhos, olha para mim quase que profundamente e começa a acelerar seus movimentos. Eu abro a boca, mas não emito nenhum som. Tudo o que sinto são borboletas no meu estômago, são cargas pesadas de energia atravessando meu corpo continuamente, são arrepios que devastam e destroem qualquer barreira que eu havia construido.

E de repente percebo, nenhum de nós não está falando nada. Nós estamos em completo silencio, apenas sentindo. Nossas respirações e nossos corações batendo em ritmo acelerado são as únicas coisas que mostram como nos sentimos neste exato momento.

Mas outro som começa a aparecer neste cenário. O som das nossas bocas se beijando e das nossas línguas se invadindo, como se elas fossem donas uma da outra. Quando nossas bocas se juntam, meus braços ganham força para continuar me segurando perto dele, um tipo de força diferente, uma força que todos deveriam conhecer um dia.

Aquela energia começa a tomar conta de mim por inteiro, e sinto que e Victor também está sendo tomado por ela. Ele acelera ainda mais, tanto que preciso enterrar minha cabeça em seu ombro para não começar a me derreter por completo.

Ele olha para mim me avisando que está perto, e eu mando o mesmo sinal para ele.

Nós continuamos a nos encarar. Nossos olhos, nossas almas, se invadem.

Está me invadindo.
Seu corpo.

Está me invadindo.
Sua voz.

Está me invadindo
Sua respiração

Está me invadindo
Seu jeito

Está me invadindo
Meus próprios sentimentos

Ele está me invadindo.
Até me tomar para si por completo

Então nós nos estilhaçamos em um milhão de pedaços. Talvez ate mais. Talvez seja muito mais

Victor descansa sua cabeça no meu ombro, suado e cansado, assim como eu. Em silêncio.

Ego profundo demais, sentimentos demais, sensações demais. Desde a nossa conversa até agora. Sinto que estou me perdendo, mas me perdendo de um jeito bom, de um jeito que eu gostaria de me perder. Mas isso me assusta.

Pensar no sonho que eu tive a semanas atrás me faz me perguntar por quanto tempo eu estou negando meus sentimentos pelo victor. Será que era isso que eu não queria lhe mostrar? Meus sentimentos? Era isso que me deixaria vulnerável?


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𝙳𝚒𝚐𝚊 𝙼𝚎𝚞 𝙽𝚘𝚖𝚎┊ᵃᵈᵃᵖᵗᵃᶜ̧ᵃᵒ ᵇᵃᵇⁱᶜᵗᵒʳ ♡Место, где живут истории. Откройте их для себя