Opostos perante a lei

14 - Miss Deinert

Seu aperto em minha cintura se afrouxou enquanto ele acendia a lanterna de seu celular

- o segurança se esqueceu de nós aqui, é melhor irmos logo antes que ele termine de trancar tudo - Noah disse

- pode ir indo na frente irei apenas terminar de arrumar algumas coisas - falei

- hm...okay - Noah disse dando ombros e seguindo para o corredor

Ouvi seus passos se distanciarem do corredor e me sentei no pequeno sofá da sala massageando meu tornozelo

Você deveria ter aceitado ir com ele, ele tinha luz - meu subconsciente diz

Ele pode ser um mafioso, poderia me matar a qualquer instante

Respirei fundo e segui para o corredor. A minha sorte era que o escritório era cheio de janelas e a luz da lua e de outros prédios iluminava um pouco o corredor

Choraminguei ao notar que teria que descer de escada.

A vida me odeia e isso é um fato

- o que arranjou com o tornozelo?- Urrea perguntou sentado em uma cadeira de recepção me pegando de surpresa

Soltei um grito pelo susto e bati o cotovelo em divisória de mesas que estava atrás de mim

Eu não havia o visto sentado alí, afinal estava escuro

- o que ainda está fazendo aqui?- perguntei

Qual era o meu problema? Essa empresa era dele, se ele quisesse ele poderia morar aqui

- queria apenas ver no que iria dar você descer essas escadas no escuro - Noah disse. Abri a porta de saída de emergência e encarei a escuridão que estava a minha frente

- certo...- falei. Jacob riu negando com a cabeça e logo iluminou a escada a nossa frente

A cada degrau que eu descia era um gemido de dor pelo meu tornozelo. A vida me odeia, já disse isso?

- Srta Deinert, não quer ajuda para terminar de descer os degraus?- Noah perguntou ao terminarmos de descer um andar

- não será necessário Sr Urrea - falei

Você vai morrer engasgada com esse seu orgulho - meu subconsciente disse

Credo

Não lhe custaria nada aceitar a ajuda - diz meu subconsciente

Poderia custar a minha vida

Você está descendo as escadas sozinha com ele, se fosse para te matar, você já seria um corpo em decomposição - novamente meu subconsciente diz

- cala a boca!- gritei ouvindo o eco da minha própria voz

Noah me encarou arqueando um de suas sobrancelhas com um ponto de interrogação no rosto

Meu Deus. Que vergonha. De novo não...

- esquece que isso acabou de acontecer, e vamos continuar o caminho - pedi e noah comprimiu os lábios prendendo o riso

- você é uma graça Srta Deinert - Noah disse lubrificando os lábios com a língua

Por que meu olhar está focado nos lábios dele?

- hm... Obrigada - falei e continuamos a descer os degraus restantes

Estávamos a uns cinco minutos descendo os degraus. Os únicos sons que quebraram o silêncio era o barulhos dos meus saltos contra o chão e de nossas respirações ofegantes