Aquamancer

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Capítulo 1

Dor

"Sangue, mais e mais sangue. Ele continua vazando, por que não para? Há uma poça do meu próprio sangue embaixo de mim e ela continua chegando, continua fluindo. Eu não quero morrer aqui".

"Mas não é como se eu tivesse escolha agora não é? não há nada que eu possa fazer".

"Como isso aconteceu comigo, o que eu fiz de errado?".

"Vai acabar logo, eu posso sentir."

Enquanto a morte se aproximava cada vez mais, lágrimas se formaram nos olhos do elfo.

Pouco tempo depois Idrius chorava por causa da mistura confusa de emoções. De medo, preocupação, ansiedade, tristeza, etc.

No momento seguinte ele congelou e sua pele empalideceu. O ar frio despertou arrepios adormecidos por todo seu corpo. Cada cabelo na nuca se levantou  quando o cheiro da morte soprou direto em seu rosto.

O cheiro verdadeiramente repugnante ficava gradualmente mais forte à medida que o demônio se aproximava.

De repente Idrius ouviu o arranhar da tranca na madeira apodrecida do alçapão. A porta velha rangeu em resposta enquanto era erguida.

Naquele momento, um forte calafrio percorreu sua espinha.

"Bystophus". Idrius Pensou enjoado. "N-não, de novo não".

O turbilhão horripilante de energia ao redor da abertura, fez suas costas arrepiarem novamente. De fato, a energia mágica vazando era tão selvagem e brutal que o espaço ao redor parecia estar sendo distorcido a seus olhos nus.

A loucura já beirava seus pensamentos. Ele instintivamente se arrastou para o canto da masmorra, levantou os braços e se protegeu em resposta.

Símbolos antigos estavam por toda parte naquela cela escura e de alguma forma intocados pelo tempo.

Uma porta gasta de madeira que se fecha de cima para baixo deixou passar um flash de luz o cegando momentaneamente.

A primeira vista uma luz vermelha brilhou. Depois que a cegueira pela luz se dissipou, ele olhou pela segunda vez e podia ver claramente as órbitas oculares do rei demônio vermelho sangue o encarando.

Idrius momentaneamente se esqueceu de respirar na presença esmagadora da criatura.

Na verdade ele o conhecia há tempo suficiente para saber o que aqueles olhos carmesins significavam.

Braseiros lustrosos que circundam o ambiente revelavam aos poucos sua aparência. Não havia ninguém ao redor, apenas a luz das tochas.

Ele vestia uma túnica negra impecavelmente limpa, com botões e amarras que evidenciavam sua riqueza.

Dois chifres retorcidos e afiados adornavam sua cabeça no alto de um corpo amplo e ossificado. Uma fina fumaça escoava de suas narinas profundas dentro de um nariz curvo. Em sua testa um símbolo carmesim exalava um fogo infernal de dentro para fora.

Bystophus tinha um ar arrogante carregado de autoconfiança. Permaneceu ali parado enquanto esperava. Seus Olhos ardentes ficavam terrivelmente ameaçadores na pouca luz.

Idrius fechou os olhos por um momento para controlar suas emoções turbulentas.

"Por que isso? Por que eu posso sentir as emoções do demônio tão claramente assim?"

No entanto, o que ele sentia era o sentimento de derrota.

Ele sabia que o demônio não o deixaria morrer, assim como tem feito desde que chegou ali.

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⏰ Last updated: Jan 04, 2020 ⏰

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