Um natal Angelical

31 4 1
                                    


UM NATAL ANGELICAL

BABI BARRETO


Copyright © 2014 Babi Barreto

Capa: xxx

Revisão e Copidesque: Carla Santos

Diagramação Digital: Carla Santos

Todos os direitos reservados.

A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na lei n°. 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.


"Um amor mais forte que tudo, mais obstinado que tudo, mais duradouro que tudo, é somente o amor de mãe."

(Paul Rayna)

Cada vez que chega essa época do ano, prevejo muito trabalho. Aí você vai afirmar que sou vendedor, um dono de loja de roupas, brinquedos e afins. E, claro, não vai chegar nem perto da verdade.

Meu nome é Gabriel, e sou um arcanjo poderoso de Deus. Tenho milhões de atribuições, mas nada é mais importante do que celebrar o nascimento do menino Jesus.

Mas hoje não vim aqui discutir as minhas crenças ou as minhas funções no Céu. Vim te contar algo que vivi e me marcou, e que pretendo sempre vivenciar. Essa história me ensinou sobre o amor, a dedicação e a perseverança. Porém, também sobre o quanto as crianças podem ser birrentas e terríveis. Não fofinhas como nos outros contos de Natal. Então, vamos lá...

Alice era uma menina que perdeu seus pais quando tinha três anos de idade, e viveu no orfanato "Lar dona Dorotéia", até os sete.

Além de ser uma criança encantadora, gentil e linda, ela possuía olhos azuis, cabelos ruivos, e sua pele era branca como a neve. Apesar do seu rosto angelical, sua alma estava machucada pela dor da perda.

Quando pequena era a primeira a ser apresentada aos futuros pais que iam visitar o orfanato, mas nunca aceitou nenhum deles.

Certo dia, ela foi surpreendida por Carolina e Henrique, um casal de jovens que não podiam ter filhos, mas que tinham o sonho de ser pais.

Aos 28 anos, Carolina parecia ser a verdadeira mãe de Alice, de tão parecidas que eram. Já Henrique era moreno claro, de olhos azuis e cabelo castanho liso. Um casal que, se fossem realmente os pais da criança, não seriam tão parecidos com ela.

Quando recebi a missão de ajudar esse casal a conquistar a pequena Alice, não tinha entendido, já que amar uma mulher tão doce e meiga como Carolina seria muito fácil. Mas, em poucos minutos, descobri por que eu tinha que ajudar.

O orfanato tinha dois andares, sendo que os pais aguardavam as crianças no hall, que tinham bancos de camurça e ficavam de frente para a escadaria. Assim que viram Alice descer as escadas, acredito que o amor pela criança floresceu.

— Olhe, Henrique. Ela é perfeita — Carolina dizia tentando controlar a emoção, mas cutucava seu marido insistentemente.

— Amor, ela parece ser nossa filha. Veja? Ela tem o seu cabelo. — Achei que a emoção seria restrita à esposa, mas imaginava que o instinto paternal desse jovem seja dos raros. Daqueles completamente apaixonados pelos filhos, que ensinam a andar de bicicleta, e os paparicam bastante no parque.

— Sim, meu amor. E tem também os seus olhos — cochichou, pois Alice já estava a poucos passos de distância.

— Vocês devem ser Carolina e Henrique Aragão. Correto? — O casal assentiu com a cabeça, sem parar de olhar a garotinha. — Essa é a Alice. Podemos nos sentar na sala ao lado para que possam se conhecer melhor.

Um Natal AngelicalWhere stories live. Discover now