Sonhos de uma Nação (Parte 2)

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É de se imaginar que convencer Maria foi algo bem tranquilo, ela ouviria os problemas nacionais e embarcaria sem preocupação com os dois. Bom meu querido leitor, foi realmente quase isso, se não houvesse um contrato vitalício por trás. Em resumo, Bruno contou sobre a FAB, Sargento Brandão e sobre como a nação precisava dela.

De vez em quando Bruno se perdia, pois acredite, a garota estava trocando de roupa a sua frente, Bruno pensava que nunca veria alguém já morto escolhendo look, mas era isso que Maria estava fazendo, ela retirava algumas peças do espelho, uma blusa sem mangas com calça, tudo branco, continuava descalça. Bruno olhava aos seus pés, constrangido, enquanto falava e amaldiçoava Guto mentalmente, por apenas ficar parado, observando Maria trocar de roupa com um sorriso no rosto, ele nem disfarçada que estava gostando do que estava vendo a sua frente.

— Meninos, eu sou um espírito vingativo! — disse Maria vestindo a blusa — Meu trabalho é punir a quem merece, por que eu deveria seguir vocês?

— Eu tenho certeza que terá muitos homens que precisam de vingança, e talvez seja isto que viemos cada um buscar juntos e...

— Não mesmo! — interrompeu Maria — Eu consigo ver o que cada um deseja, é uma habilidade minha, mágoa, interesse, culpa, é assim que trabalho, estudando o meu patrão e a minha vítima, para que não faça mal uso de meus poderes e que o contrato seja justo. O seu, por exemplo... — Maria apontou a Guto, ela parecia enojado com ele. — É ser perdoado por algo que fez no passado, isso lhe livrará da culpa que você carrega.

Bruno estava muito assustado com as palavras proferidas por Maria e se virou a Guto, ele nunca tinha visto o gigante expressar algo, sempre fechado, nunca sabendo se ele sentia felicidade, tristeza ou dor; e o gigante que estava quieto em seu canto, quase escorregou em um pedaço de madeira, nervoso, seu rosto exibia rugas franzidas, olhares baixos e chorosos. Maria se divertia com o que dizia, ela apenas riu do gigante, o ar do ambiente tornou-se mais sombrio, seu indicador descreveu um arco e apontou a Bruno. Poderia ter alguma influencia, mas uma rajada de vento havia atravessado o local, e pareceu partir da mão da garota.

— E você não está aqui por conta da nação brasileira, você apenas está pensando na recompensa que receberá ao terminar este serviço! Vamos ver se adivinho... Tem algo a ver sobre itens de poder mágico! — disse Maria exibindo um sorriso.

— Exato, eu estou aqui pelos Orbes, são muito especiais para mim! — respondeu Bruno.

— Se todos vocês serão recompensados... O que eu ganharia em troca? — disse Maria levitando ao ar, dando piruetas como se fosse a fada Sininho.

— Uma boa pergunta! — disse Bruno. — O que vossa senhoria deseja em troca de seus serviços prestados?

Maria estava realmente impressionada e encantada com o garoto.

— Estou lisonjeada com seu vocabulário, meu bom senhor! — respondeu Maria. — Ninguém nunca me perguntou o que eu queria, geralmente sou eu que atendo aos pedidos dos próximos, um idiota estuprador aqui, uma garota mimada ali, alguém que praticava grosseria com alguém quando no colegiado... Carrego várias mortes em minhas costas: primeiro quando isto era uma casa habitada, depois um convento, depois uma escola e até agora como um prédio abandonado... Agora surgem os dois, e me oferecem serviços?

— Eu não quis dizer serviços, mas uma recompensa e...

— Eu adoraria ser libertada! — disse Maria, interrompendo Bruno.

— Libertada? — perguntou o ocultista.

— Isso mesmo! — disse Maria batendo a palma de empolgação. — Estou presa aqui há séculos, viver quase um século e meio aqui, isto deixa qualquer uma paranoia e você não gostariam de me ver paranoica!

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⏰ Last updated: Aug 17, 2017 ⏰

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