Prólogo

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Orfanato Constância, Espanha 1824

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Orfanato Constância, Espanha 1824

- Uma noviça em apuros -

- Ande logo, Agnes, a Madre Superiora está a um passo de chicoteá-la, desta vez duvido que consiga se safar.

Agnes apresava seus passos o quanto podia na tentativa de acompanhar a gigantesca irmã Cécile ao seu lado. Além de alta, a mulher preservava uma das piores carrancas do convento em seu rosto, só não era mais assustadora que a madre superiora, exatamente a pessoa que Agnes estava se dirigindo para ver.

Mais uma semana de terror e escravidão se passava naquele maldito convento, a garota de apenas 19 anos não tinha ideia do que tinha feito de errado desta vez, ela tinha certeza que havia limpado todas as salas e janelas, encerado todos os bancos, o altar, lavado perfeitamente todos os panos e lustrado com perfeição a prataria, seja lá o que a madre queria com ela não era culpa sua.

- Senhora - a irmã Cécile se afastou dando a visão da aterrorizante chefe atrás de sua mesa do outro lado da sala escura e fria.

Com dificuldade Agnes entrou no ambiente de cabeça baixa sentindo cada parte do seu corpo congelando aos poucos. Demorou alguns poucos minutos para perceber que havia mais duas mulheres ali.

"Ah não" seu coração bateu desenfreado em seu peito. As mulheres ali nada mais eram que Marie Anne e Anne Louise, as preferidas da Madre Superiora que adoravam tornar a vida de Agnes um verdadeiro inferno naquele lugar.

- Chegou ao meu conhecimento, senhorita Agnes que você está possuindo livros malignos de origem pecaminosa em seu quarto. Isso é verdade?

Agnes olhou rapidamente para Louise e Marie que visivelmente lutavam para esconder seus risos maquiavélicos, coisa que a madre parecia nunca notar, ou fingia tão bem quanto essas perversas.

- Não sei nada sobre isso, madre. - a moça responde e seu corpo começa a tremer ligeiramente devido ao medo e ao frio do local.

- Não minta para mim! - o grito rouco da Madre assusta até mesmo as duas garotas ao seu lado e todas ficam em estado de alerta - Eu deveria saber que uma órfã vinda do subúrbio me causaria muitos problemas. Você é de fato uma ingrata por não saber valorizar tudo o que faço para te manter aqui.

O coração já calejado de Agnes não aceitava nenhuma daquelas palavras. Foi forçada a entrar no convento ainda garotinha, assim como a fazer muitos serviços domésticos e receber castigos irreparáveis quando nem sequer teve a chance de escolher. Ela não era ingrata, se esforçava e muito para não ser chamada a atenção.

- Não fiz nada, madre, se essas garotas sabem o assunto em questão deve ser porque elas são as verdadeiras culpadas.

A garota se arrepende de abrir a boca assim que as palavras terminam de sair dela, no entanto decidida a enfrentar seu destino, Agnes ergue seu rosto e encara o olhar fulminante de sua superiora com afinco, se vai sofre de qualquer maneira, que seja de cabeça erguida.

(DEGUSTAÇÃO) O Pirata e a Freira fugitivaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora